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Fatores motivacionais associados à prática do 

exercício físico. Revisão conceitual da literatura

Factores motivacionales asociados a la práctica del ejercicio físico. Revisión conceptual de la literatura

Motivational factors associated with the physical exercise practice. Literature review

 

*Programa de pós-graduação em Educação Física da

Universidade Federal do Paraná, UFPR, Curitiba, PR

**Instituto Federal do Paraná, Foz do Iguaçu, PR

(Brasil)

Rosimeide Francisco Santos Legnani*

Elto Legnani* **

André de Camargo Smolarek*

Roseane de Fátima Guimarães*

Wagner de Campos*

roseaneguimaraes@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Apesar do considerável avanço observado nas pesquisas direcionadas ao campo biológico, observa-se uma lacuna quanto aos aspectos comportamentais, sobretudo, no que se refere à motivação relacionada à prática dos exercícios físicos. No Brasil percebe-se uma escassez de informações quanto a este tema, que possam contribuir para uma melhor compreensão dos fatores motivacionais à prática dos exercícios físicos. Este estudo objetivou apresentar uma revisão conceitual bibliográfica, a fim de esclarecer os principais aspectos relacionados aos tipos de motivação de acordo com o perfil do sujeito, que possam contribuir positivamente em diferentes segmentos da prática regular do exercício físico e da prática habitual da atividade física.

          Unitermos: Fatores motivacionais. Motivação intrínseca. Motivação extrínseca. Atividade física. Exercício físico.

 

Abstract

          Despite the considerable progress observed in research directed to the biological field, there is a gap regarding the behavioral aspects, especially with a regard to motivation related to the physical exercises practice. In Brazil there is a paucity of information about this subject, which could contribute to a better understanding of motivational factors to the practice of physical exercises. This study aimed at reviewing the literature in order to clarify the main aspects related to the types of motivation according to the subject profile, which could contribute positively in different segments of regular physical exercise and practice of physical activity.

          Keywords: Motivational factors. Intrinsic motivation. Extrinsic motivation. Physical activity. Physical exercise.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 157 - Junio de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A prática habitual de atividade física (AF) e o envolvimento em programas de exercícios apresentam-se como tema de investigação de uma gama considerável de pesquisadores no campo da saúde (CASPERSEN; POWELL; CHRISTENSON, 1985; BLAIR; CHENG; HOLDER, 2001; CORBIN, 2002; NAHAS, 2003; GUEDES et al., 2006; SHIELDS; BRAWLEY, 2006; RUPPAR; SCHNEIDER, 2007).

    Os benefícios percebidos pelos indivíduos motivados e adeptos da prática habitual de AF, e de programa de exercício físico têm sido apresentados mediante componentes profiláticos e terapêuticos de extrema importância para a sociedade atual, independentemente da faixa etária, do gênero e da classe socioeconômica (GUEDES et al., 2006).

    Desse modo, um estilo de vida saudável e ativo fisicamente pode resultar em importantes benefícios psicológicos e fisiológicos para os indivíduos que os mantém, além de possibilitar o aproveitamento do tempo de vida com menores probabilidades do surgimento e desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas, maior possibilidade de controle do estresse e redução das restrições físicas (PAFFENBARGER et al., 1993; SHEPHARD; BOUCHARD, 1994; GUEDES; GUEDES, 1995; PATE, 1995; BLAIR, 1995; WANNAMETHEE; SHAPER; WALKER, 1998; NAHAS, 2003; DE ROSE, 2005).

    Neste particular, apesar do considerável avanço observado nas pesquisas direcionadas ao campo biológico, observa-se importante lacuna quanto aos aspectos comportamentais, sobretudo, no que se refere à motivação para a prática habitual de AF e de exercício físico. Recentemente fatores associados à motivação para se exercitar fisicamente com regularidade apresentam-se como foco principal de estudos de vários autores (MALTBY; DAY, 2001; MATSUMOTO; TAKENAKA, 2004; EDMUNDS; NTOUMANIS; DUDA, 2006; RUPPAR; SCHNEIDER, 2007). No entanto, no Brasil percebe-se uma escassez de informações quanto a este tema (TRESCA; ROSE JUNIOR, 2000; TAMAYO et al., 2001).

    Diante do exposto, o presente estudo, teve como objetivo apresentar a importância deste assunto por meio de uma revisão conceitual bibliográfica, a fim de esclarecer os principais aspectos relacionados aos tipos de motivação de acordo com o perfil do sujeito, que possam contribuir positivamente em diferentes segmentos da prática regular do exercício físico e da prática habitual da atividade física.

Método

    A revisão de literatura foi realizada, a partir de livros, periódicos (nacionais e internacionais), assim como, as principais bases de dados eletrônicas (Medline/PubMed, Lilacs, Ovid, Science Direct, Sportdiscus e Scielo), utilizou-se os descritores: motivação para prática de exercícios físicos e adultos, recorrendo-se ainda a busca específica por autores, artigos originais não indexados, artigos de revisão, dissertações e teses.

    Para tanto, utilizou-se como referencial, conteúdos que envolviam um ou mais domínios pertinentes à motivação humana relacionada à prática de atividade física/exercício físico e atividades esportivas associados à motivação intrínseca, motivação extrínseca, e amotivação ou desmotivação, bem como, a aderência e a continuidade nestas atividades. Foram selecionados 50 estudos que atenderam a essas prerrogativas sendo: (37) artigos, (10) livros, 03 dissertações, 01 tese.

Fatores motivacionais

    Nas últimas três décadas os estudos relacionados à motivação humana têm sido enfaticamente explorados no campo da psicologia sendo aplicado nos diversos segmentos profissionais tais como: clínicas especializadas em psicologia, profissionais da área da saúde presentes nas escolas, nas empresas e clubes esportivos, que trabalham com atividades físicas, recreativas e de lazer.

    Para uma melhor compreensão sobre a motivação, temos um dos constructos teóricos mais coerentes e sólidos da atualidade: a teoria da Autodeterminação, proposta por (DECI; RYAN, 1980, 1985, 1991). A teoria da Autodeterminação (TAD) é uma macroteoria da motivação humana que estabelece uma relação com desenvolvimento e funcionamento da personalidade dentro do contexto social. Essa teoria analisa as condutas humanas quanto à voluntariedade, autodeterminação, nível de reflexão e se comprometem com suas atitudes e compromissos (DECI; RYAN, 1985). Um dos conceitos fundamentais da TAD são as necessidades psicológicas básicas definidas como algo inato, universal, e essencial para a saúde e bem estar (RYAN; DECI, 2000; DECI; RYAN, 2002).

    O comportamento humano é motivado por três necessidades psicológicas primárias universais: autonomia, competência e relacionamento social, que parecem ser essencial para o crescimento, integração, desenvolvimento social e bem-estar pessoal (DECI; RYAN, 2000; RYAN; DECI, 2000). A autonomia consiste no fato do esforço pessoal ser o próprio agente de suas ações, envolve interesses e integração de valores é a expressão do próprio ego. São indivíduos que conhecem suas necessidades e apresentam um maior controle de suas ações (MORENO; MARTINEZ, 2006).

    Quando nos reportamos ao campo da educação física, podemos ter como exemplo aquelas pessoas que querem tomar suas decisões sobre a programação dos seus exercícios físicos, sabem da importância dos benefícios relacionados à saúde e são conscientes das consequências do sedentarismo ao organismo (RYAN; DECI, 2000)

    A competência refere-se ao fato do indivíduo sentir-se eficaz em algumas interações com o meio social e experimentar oportunidades para exercer suas capacidades, as necessidades para a competência levam as pessoas a buscar desafios às capacidades de tentar, manter ou melhorar habilidades de maneira geral (MORENO; MARTINEZ, 2006). Um exemplo, claro são os idosos conscientes dos benefícios dos exercícios físicos e que desafiam suas limitações para manter-se num programa de condicionamento físico, principalmente nas atividades que exigem uma maior coordenação motora geral (LOUGHEAD; COLMAN; CARRON, 2001).

    Em se tratando do relacionamento social, tem-se como referência os esforços pela aceitação social e a preocupação com as outras pessoas, sentindo que os demais possuem uma relação autêntica consigo. É o convívio social, é a própria satisfação com o mundo e as pessoas que a cercam (RYAN et al., 1997).

    Desse modo, três necessidades psicológicas primárias influenciam na motivação, de maneira que o aumento da percepção da autonomia, competência e relacionamento social, originará um estado de motivação intrínseca. No entanto, a frustração com as mesmas estará associada com uma menor motivação intrínseca e uma maior motivação extrínseca, desmotivação ou amotivação (DECI; RYAN, 2000).

Motivação intrínseca

    A motivação intrínseca pode ser definida como algo relacionado à necessidade de explorar algo em torno de si, é a curiosidade da descoberta, é o prazer que se experimenta ao realizar alguma atividade, sem receber recompensas ou gratificações externas. É o desenvolvimento da atividade em si e constituem o objetivo da gratificação, suscitando também sensações de competência e auto-realização (DECI; RYAN, 1985).

    Um aspecto importante de ressaltar é que a conduta intrinsecamente motivada incide com o interesse pela atividade, as necessidades de competência e auto-realização, persistem inclusive depois de haver alcançado a meta (MORENO; MARTINEZ, 2006). Os indivíduos motivados em suas tarefas diárias têm uma maior influência da motivação intrínseca.

    Sendo assim, autores como Vallerand et al., (1992), concluíram que existem três tipos de motivação intrínseca: para o conhecimento; para execução; e por fim para a estimulação.

    A motivação intrínseca para o conhecimento, o indivíduo se compromete com as atividades por meio dos sentimentos de prazer e satisfação que experimenta enquanto tenta aprender. A motivação intrínseca para a execução, a pessoa se compromete com as atividades também por sentimentos de prazer, enquanto tenta melhorar ou superar a si mesmo. Já a motivação intrínseca para a estimulação, o indivíduo se compromete com as atividades para experimentar sensações associadas aos seus próprios sentidos (VALLERAND et al., 1992; DECI; RYAN, 2000).

Motivação extrínseca

    A motivação extrínseca está associada a recompensas ou agentes externos, a (Figura 1.) demonstra os quatro tipos de motivação extrínseca investigadas pela TAD: regulação externa; regulação introjetada; regulação identificada; e por último a regulação integrada (DECI; RYAN, 1985, 2000, 2002; CHANTAL; VALLERAND; VALLIÈRES, 1995).

Figura 1. Tipos de motivação extrínseca (DECI; RYAN, 1985)

    O primeiro tipo de motivação é a externa, sendo a forma menos autodeterminada de motivação, ou seja, de maior contraste com a motivação intrínseca. A conduta se realiza para satisfazer uma demanda externa pela existência de prêmios e recompensas. Os indivíduos experimentam uma conduta de sentimentos controlados e alienados (DECI; RYAN, 2000).

    Esta forma de regulação se caracteriza pelo forte controle externo. Por exemplo, muitos são os objetivos dos indivíduos quando iniciam um programa de exercício físico, no entanto, alguns componentes externos exercem uma grande influência, os mais comuns são: pressão da família e amigos; indicação médica; redução do peso corporal; melhora do condicionamento geral, etc., (RYAN; DECI, 2000; LEGNANI, 2009).

    A regulação introjetada é o segundo tipo de motivação extrínseca, também conhecida como introjeção ou regulação auto executada. Este tipo de regulação está associado, com a expectativa de auto-aprovação, evitar a ansiedade, melhorar os aspectos relacionados ao ego e ao orgulho próprio (RYAN; DECI, 2000).

    Os motivos para a participação em atividades físicas são principalmente em relação ao reconhecimento social, pressões internas e sentimentos de culpa (GARCIA CALVO, 2004). O Indivíduo exerce a pressão sobre si mesmo para regular seu comportamento. Essas pessoas que apresentam este traço comportamental geralmente sentem-se mal quando faltam ao programa de exercício físico, principalmente quando os motivos dos exercícios físicos são voltados à prevenção de doenças ou controle de peso corporal (LEGNANI, 2009).

    Dentro do continuum da motivação proposta por (DECY; RYAN, 2000) a regulação identificada é o terceiro tipo de motivação extrínseca. As condutas dos indivíduos são altamente valorizadas e julgam a atividade importante, realizam livremente, ainda que a atividade não seja agradável (CARRATALA SÁNCHEZ, 2004).

    E por último temos a regulação integrada. Neste caso a conduta do indivíduo se realiza livremente, esta integração acontece quando a pessoa avalia sua própria conduta e atua com congruência com seus valores e suas necessidades. São aquelas pessoas que se comprometem com as práticas físicas desportivas, porque já faz parte do seu próprio estilo de vida, ser ativo fisicamente (MORENO; MARTINEZ, 2006).

Amotivação ou desmotivação

    Em outro extremo do continuum da TAD encontra-se a amotivação ou desmotivação. Corresponde a falta absoluta de motivação, tanto intrínseca como extrínseca. Representa o grau mais baixo da autodeterminação (GARCIA CALVO, 2004). A desmotivação refere-se à falta de intenção para atuar em qualquer tipo de atividade (DECI; RYAN, 1985; KOESTNER et al., 1996). A sensação de desmotivação é produzida quando o indivíduo não valoriza uma atividade.

    Uma pessoa desmotivada apresenta sentimentos de total incompetência para realizar qualquer tipo de atividade (BANDURA, 1986). Um exemplo, muito comum da desmotivação, que acontece dentro do meio esportivo, são os atletas que praticam sem propósito, experimentam sensações negativas, como apatia, incompetência, depressão e não buscam objetivos afetivos, sociais, nem materiais (VALLERAND, 2001).

    Neste sentido, a desmotivação dentro da TAD pode ser dividida em quatro tipos (Figura 2), primeira: a desmotivação relacionada com as crenças incapacidade ou falta de habilidades para realizar uma conduta; segunda: é o resultado das crenças que os indivíduos possuem em relação aos seus pensamentos negativos, a pessoa imagina que seus resultados serão fracassados; terceira: relaciona-se com as crenças da capacidade e esforços, o indivíduo não quer despender demasiado esforço em alguma tarefa; quarta: este último tipo de desmotivação está relacionado também com as crenças de incompetência, onde o indivíduo percebe que o esforço não terá muito sucesso, tendo em conta da grande tarefa que o mesmo deve realizar (PELLETIER et al., 1995).

Figura 2. Tipos de desmotivação (PELLETIER et al., 1995)

    Algumas pesquisas apontam que, para a manutenção da prática sistemática do exercício físico por maior período de tempo, independente de sua finalidade, é crucial que haja motivação específica, principalmente de ordem intrínseca (DECI; RYAN, 1985; DISHMAN, 1987; FREDERICK; RYAN, 1993; BIDDLE; SOOS; CHATZISARANTIS, 1999; ROSE, MARKLAND; PARFITT 2001; MALTBY; DAY, 2001).

    De fato, são impressionantes as melhoras que se obtém com as evidências associadas entre motivação, exercícios físicos e bem-estar psicológico (BIDDLE; MUTRIE, 2001). Em assim sendo, alguns estudos foram desenvolvidos no campo comportamental tendo como base a autodeterminação dos indivíduos (ASTUDILLO-GARCÍA; ROJAS-RUSSELL, 2006; EDMUNDS; NTOUMANIS; DUDA, 2006; RUPPAR; SCHNEIDER, 2007).

    Consequentemente, as principais pesquisas relacionadas à prática regular de exercício físico e seus fatores de motivação, sejam eles intrínsecos ou extrínsecos, enfatizam que os indivíduos para praticarem regularmente exercício físico necessitam de esforços pessoais muito amplos, principalmente em segmentos da sociedade onde os mecanismos poupadores de energia e os apelos para ser insuficientemente ativo são muito tentadores, (DALEY; O’GARA, 1998; MALTBY; DAY, 2001; NAHAS, 2003; HEIN; MUUR; KOKA, 2004; DESCHAMPS; FILHO, 2005; EDMUNDS; NTOUMANIS; DUDA, 2006; LEGNANI, 2009).

    Considerando-se o enfoque intrínseco como a forma mais autônoma de motivação no que refere-se a uma tendência inata do ser humano. Dados encontrados num estudo comparativo da motivação intrínseca em escolares praticantes e não praticantes de dança (TRESCA; ROSE JUNIOR, 2000), concluiu que os grupos de estudantes analisados, estavam significativamente mais intrínsecos do que extrinsecamente motivados para as aulas de Educação Física.

    Neste fato, a motivação intrínseca está diretamente relacionada ao prazer e à satisfação do próprio envolvimento com a prática de exercício físico. Por outro lado, a motivação extrínseca pode ser caracterizada por razões não diretamente relacionada à prática do exercício físico. Portanto, apresentam uma estreita identificação com o reconhecimento social, as premiações e as recompensas materiais (DECI; RYAN, 1985; MARKLAND; INGLEDEW, 1997).

    No Brasil, existem poucos estudos que procuraram investigar os comportamentos motivacionais relacionados à prática regular de exercício físico em amostras representativas de jovens adultos. Os estudos já realizados concentraram-se em indicadores relacionados à aderência e às barreiras percebidas à prática habitual de atividade física, assim como, os benefícios psicológicos da prática de exercícios físicos (SOUZA; SANTOS; MORORÓ JOSE, 2010; ROJAS, 2003; REICHERT, 2004; DESCHAMPS; FILHO, 2005).

    Além do mais, no nosso país, consta-se que os pesquisadores encontram dificuldades em identificar um instrumento específico que possa oferecer informações fidedignas a respeito dos aspectos comportamentais associados à prática de exercício físico (ROJAS, 2003; DESCHAMPS; FILHO, 2005).

    Nesse sentido, (MARKLAND; HARDY, 1993), propuseram o instrumento Exercise Motivations Inventory (EMI) para monitorar os comportamentos motivacionais associados à prática do exercício físico em indivíduos adultos do Reino Unido, mediante o dimensionamento de um conjunto de afirmações ou razões que são frequentemente apresentados para se praticar exercício físico, independente de ser ativo ou não-ativo fisicamente.

    Na sequência, algumas alterações foram realizadas na versão original do EMI, que ocasionou o surgimento do EMI-2. Originalmente, o EMI não contemplava fatores direcionados à aptidão física relacionada à saúde, como aspectos vinculados à força e à resistência muscular, o que foram adicionados na versão atual do EMI-2 (MARKLAND; INGLEDEW, 1997).

    Sendo assim, as principais pesquisas relacionadas à prática regular do exercício físico e atividade física e seus fatores de motivação, sobretudo, os motivos intrínsecos estão fortemente ligados à aderência e assiduidade da prática dos mesmos (MARKLAND; HARDY, 1993; TRESCA; ROSE JUNIOR, 2000; MALTBY; DAY, 2001).

Conclusão

    Com relação às sensações percebidas nos indivíduos intrinsecamente motivados, as mesmas podem resultar em sentimentos de bem estar, diversão, prazer, e consequentemente um maior interesse e persistência com a atividade envolvida. Por outro lado, além da motivação intrínseca vale destacar a importância da motivação extrínseca, principalmente quando os motivos para prática dos exercícios físicos estão direcionados aos seguintes fatores: prevenção de doenças, controle de peso corporal, condição física e aparência física (LEGNANI, 2009). Assim sendo, tanto as questões extrínsecas quanto intrínsecas são consideradas como relevantes fatores motivacionais para a prática do exercício físico.

    De fato, os conceitos citados são importantes para os profissionais que atuam no campo da saúde pública e áreas relacionadas à psicologia do esporte e do exercício físico, dessa forma, podem auxiliar na elaboração de estratégias motivacionais direcionadas a grupos populacionais específicos, e, acima de tudo, contribuir na tentativa de aprimorar os níveis de aderência à prática dos exercícios físicos, além de potencializar o grau de motivação dos sujeitos.

    Diante da presente revisão conceitual sobre os fatores motivacionais baseados na TAD, e sua aplicação em relação às atividades como: exercícios físicos, prática habitual da atividade física e desportos, conclui-se que estes conceitos representam um modelo de constructo coerente, lógico, válido e reconhecido cientificamente.

Referências

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