Análise da relação entre atividade física e diástase abdominal em puérperas Análisis de la relación entre la actividad física y la diástasis abdominal en el postparto |
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* Professora da Universidade Federal do Pará – UFPA/PA e Doutoranda em Teoria e Pesquisa do Comportamento pela Universidade Federal do Pará – UFPA/PA ** Bacharel em Fisioterapia pela Universidade da Amazônia – UNAMA/PA e Especialista em Fisioterapia do Trabalho pelo Colégio Brasileiro de Estudos Sistêmicos – CBES/PA *** Professora da Universidade Federal do Pará- UFPA/PA e Doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo – USP (Brasil) |
Prof°. Ms. Cibele da Silva Câmara* Diego Sá Guimarães da Silva ** Dra. Regina Célia Souza Brito** |
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Resumo Durante o período gestacional ocorrem expressivas transformações fisiológicas no organismo materno mediadas pelas mudanças hormonais, acometendo os sistemas circulatório, respiratório, urinário, digestivo, nervoso e músculo esquelético. Com base nas modificações ocorridas no corpo da mulher durante e após o período gestacional, em especial na região abdominal, identificou-se a necessidade de realizar essa pesquisa, comparando a incidência da diástase em puérperas praticantes de atividade física e puérperas sedentárias objetivando identificar se um desses grupos apresenta uma diástase abdominal reduzida, e assim poder contribuir para uma recuperação mais rápida das condições pré-gravídicas. Para tanto, foi realizado um estudo qualitativo do tipo quantitativo, comparativo, de análise e interpretação dos dados colhidos. Participaram da pesquisa 30 puérperas de 20 a 25 anos, divididas em dois grupos de 15 integrantes cada. Aplicou-se, para análise estatística, o teste paramétrico t de Student. A pesquisa demonstrou que as puérperas que praticaram atividade física antes e durante a gestação apresentaram um menor valor da diástase do músculo reto abdominal quando comparados aos valeres das puérperas sedentárias, sendo a diferença entre as médias de 1,1267. Unitermos : Puerpério. Diástase do músculo reto abdominal. Atividade física.
Resumen Durante el embarazo se producen importantes cambios fisiológicos en la madre determinados por los cambios hormonales, que afectan el sistema circulatorio, respiratorio, urinario, digestivo, nervioso y esquelético. Sobre la base de los cambios que ocurren en el cuerpo de la mujer durante y después del embarazo, especialmente en la región abdominal, identificamos la necesidad de llevar a cabo esta investigación, comparando la incidencia de la diástasis posparto en las madres que practican actividad física y las sedentarias. Tuvo como objetivo identificar si uno estos grupos tiene una diástasis abdominal reducida, y así contribuir a una recuperación más rápida de las condiciones antes del embarazo. Para ello, se realizó un estudio cualitativo, cuantitativo, de análisis comparativo y de interpretación de los datos. 30 madres participaron en la encuesta de 20 a 25 años, divididos en dos grupos de 15 miembros cada uno. Se aplica para el análisis estadístico, la prueba t de Student paramétrica. La investigación demostró que las madres que practican actividades físicas antes y durante el embarazo tenían un valor inferior de diástasis del músculo recto abdominal en comparación con los valores de las mujeres sedentarias. La diferencia promedio fue de 1.1267. Palabras clave: Puerperio. Diástasis de los rectos abdominales. Actividad física.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 157 - Junio de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Durante o período gestacional ocorrem expressivas transformações fisiológicas no organismo materno mediadas pelas mudanças hormonais, acometendo os sistemas circulatório, respiratório, urinário, digestivo, nervoso e músculo esquelético (SOUZA, 2002). Essas alterações são indispensáveis para o pleno desenvolvimento da gravidez, e normalmente retornam às condições pré - gravídicas (PG) durante o período do Puerpério.
Durante a gestação, o estiramento da musculatura abdominal é indispensável para permitir o crescimento uterino, ocorrendo, portanto, uma separação dos feixes dos músculos retos abdominais (MRA) onde ocorre a formação da diástase dos músculos retos abdominais (DMRA) (LEMOS, MELO & DORNELAS, 2005). Essa DMRA não provoca desconforto nem dor, apresentando incidência menor em mulheres com bom tônus abdominal antes da gravidez (BARACHO, 2007).
Com base nas modificações ocorridas no corpo da mulher durante e após o período gestacional, em especial na região abdominal com a DMRA, onde ocorrem muitas alterações mecânicas, identificou-se a necessidade de realizar essa pesquisa, comparando a incidência da diástase em puérperas praticantes de atividade física e puérperas sedentárias (PPAFPS) objetivando identificar se um desses grupos apresenta uma diástase reduzida, e assim poder contribuir para uma recuperação mais rápida das condições pré-gravídicas.
Com base nas modificações ocorridas no corpo da mulher durante e após o período gestacional, em especial na região abdominal com a DMRA, onde ocorrem muitas alterações mecânicas, identificou-se a necessidade de realizar esta pesquisa, comparando a incidência da diástase em puérperas praticantes de atividade física e puérperas sedentárias (PPAFPS).
Levando em consideração que existem poucos trabalhos publicados (artigos científicos, monografias e teses), sobre a DMRA, e já que a maioria dos trabalhos publicados visa à aplicação de protocolos de tratamentos para a redução da diástase, procuramos através deste trabalho comparar a incidência da diástase entre os grupos controles, e assim identificar se a prevalência da diástase está em PPAFPS, e se alguns destes fatores interferem ou não em seu aparecimento. E através destes resultados poderemos proporcionar que novos estudos e que a criação de novos protocolos sejam aplicados para a prevenção e tratamento da DMRA.
Tendo em vista tais aspectos, objetivou-se nesse estudo comparar a incidência da diástase do reto abdominal em puérperas praticantes de atividade física e puérperas sedentárias residentes na cidade de Belém-Pará-Brasil.
Materiais e métodos
O presente estudo configurou-se um estudo qualitativo do tipo comparativo. Sendo a pesquisa comparativa sobre a incidência e o grau da diástase abdominal em 30 puérperas. A pesquisa teve início após aprovação da clínica onde foi realizada as avaliações (Fisioclínica da Universidade da Amazônia - UNAMA), do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP - UNAMA), com o protocolo Nº 195994/08, e dos indivíduos pesquisados por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. E de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (2000), foi solicitada à autorização para a Clínica Escola da Unama – Fisioclínica, para o aval necessário para a realização das avaliações em dias e horários previamente estabelecidos com as pacientes. Sendo que todas as informações pertinentes à clientela em questão foram preservadas.
Participaram da pesquisa 30 (trinta) puérperas de 20 a 25 anos, indicadas por obstetras da cidade de Belém e cientes da pesquisa, divididas em dois grupos de 15 (quinze). O primeiro grupo, chamado de Grupo A, composto por puérperas praticantes de atividade física obedecendo os seguintes critérios de inclusão: puérperas no pós-parto Tardio (entre a 6ª e a 10ª semana); residentes na cidade de Belém, com idade de 20 a 25 anos; hígidas; primíparas; tenham sido submetidas a parto normal; apresentem a DMRA supra-umbilical, 02 cm acima da cicatriz umbilical; ter iniciado a prática de atividades físicas (musculação, ginástica localizada ou aeróbica) por um período de 01 ano antes da gravidez e continuaram durante a gestação.
O segundo grupo chamado de Grupo B composto por puérperas sedentárias, obedeceram os seguintes critérios de inclusão: puérperas no pós-parto tardio (entre a 6ª e a 10ª semana); residentes na cidade de Belém, com idade de 20 a 25 anos; hígidas; primíparas; tenham sido submetidas a parto normal; apresentem a DMRA supra-umbilical, 02 cm acima da cicatriz umbilical; sedentárias. Excluindo com isso, dos dois grupos as puérperas com idade inferior a 20 anos e superior a 25 anos; puérperas que realizaram cirurgia plástica de abdominoplastia pré ou pós-parto; Multíparas; ter sido submetida a parto cesariano; ter tido gestação gemelar; mulheres que sofreram aborto e as mulheres que realizaram cirurgia uroginecológicas.
No momento da realização do teste é como se uma lacuna separasse os dois lados da musculatura da parede do abdômen. Isso acontece porque os músculos reto-abdominais, que formam uma parede contínua, afastam-se durante a gravidez devido ao aumento da barriga. Dentro de alguns dias após o parto, você conseguirá dizer se há presença ou não da diástase. Para a verificação da presença de DMRA a puérpera foi posicionada em decúbito dorsal, com o quadril e joelhos fletidos e com os pés apoiados no leito.
Figura 1: Posição para Verificar a Diástase
Fonte: Dados dos autores
Foi medido com uma trena antropométrica 02 cm acima da cicatriz umbilical e demarcado um ponto com um lápis dermatográfico. A puérpera realizou uma flexão anterior de tronco até que as bordas inferiores das escápulas se afastem do colchão e os braços cruzados e apoiados no peitoral. Neste momento, realizou-se a mensuração da DMRA com o paquímetro exatamente no local demarcado.
Durante a coleta dos dados o pesquisador utilizou luvas. A coleta dos dados foi realizada em consultório reservado, destinado a pesquisa em questão. Durante toda a pesquisa foi utilizado um único paquímetro na mensuração da DMRA e apenas uma pessoa realizou a mensuração, conferindo exatidão e fidedignidade à coleta dos dados.
Os Termos de Consentimento Livre Esclarecido – TCLE foram preenchidos por todas as puérperas e armazenados em uma pasta, onde apenas os pesquisadores tiveram acesso, e foram arquivados na casa de um dos pesquisadores.
Para a análise estatística foi utilizado o Teste t de Student, trata-se de um teste paramétrico de largo uso, principalmente quando o tamanho das amostras n1 e n2 é igual ou inferior a 30 observações. E os dados devem sem mensurados a nível intervalar ou de razões e as amostra podem ser de tamanhos iguais ou desiguais.
Resultados
Tabela I. Amostra de valores da diástase em praticantes de atividade física (Grupo A)
Fonte: Protocolo de pesquisa
Praticantes de Atividade Física |
Valores Mensurados da Diástase |
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Puérpera 01 |
2,5 cm |
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Puérpera 02 |
2,3 cm |
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Puérpera 03 |
2,7 cm |
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Puérpera 04 |
1,0 cm |
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Puérpera 05 |
3,0 cm |
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Puérpera 06 |
2,6 cm |
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Puérpera 07 |
3,2 cm |
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Puérpera 08 |
1,9 cm |
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Puérpera 09 |
2,5 cm |
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Puérpera 10 |
2,0 cm |
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Puérpera 11 |
3,5 cm |
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Puérpera 12 |
1,2 cm |
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Puérpera 13 |
2,4 cm |
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Puérpera 14 |
3,0 cm |
|
Puérpera 15 |
2,2 cm |
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Média |
2,4533 cm |
p-valor > 0.0001, t = -0,5812 (Teste t de Student)
Tabela II. Amostra de valores da diástase em Sedentárias
Fonte: Protocolo de pesquisa
Sedentárias |
Valores Mensurados da Diástase |
Puérpera 01 |
3,2 cm |
Puérpera 02 |
3,9 cm |
Puérpera 03 |
4,6 cm |
Puérpera 04 |
2,1 cm |
Puérpera 05 |
4,2 cm |
Puérpera 06 |
3,0 cm |
Puérpera 07 |
3,4 cm |
Puérpera 08 |
2,5 cm |
Puérpera 09 |
4,0 cm |
Puérpera 10 |
3,3 cm |
Puérpera 11 |
4,7 cm |
Puérpera 12 |
3,3 cm |
Puérpera 13 |
4,2 cm |
Puérpera 14 |
3,8 cm |
Puérpera 15 |
3,5 cm |
Média |
3,5800 cm |
p-valor > 0.0001, t = -0,5303 (Teste t de Student)
Gráfico I. Média dos valores encontrados para cada grupo avaliado
Fonte: Protocolo de Pesquisa.
Gráfico II. Box Plot dos dados referentes às medições dos dois grupos em estudo.
Fonte: Protocolo de Pesquisa.
Discussão
A incidência da DMRA é maior no terceiro trimestre da gestação e pós-parto imediato. Sendo que é percebido inicialmente no segundo trimestre da gestação, onde apresenta uma diminuição no pós-parto tardio, entretanto não desaparece por completo um ano após o parto (LEMOS et al., 2005). A DMRA supra umbilical é a mais significativa e a mais freqüente durante a gestação, o estiramento da musculatura abdominal é indispensável para permitir o crescimento uterino ocorrendo, uma separação dos feixes dos músculos retos abdominais (BORGES & VALENTIN, 2005).
As alterações biomecânicas observadas no puerpério são decorrentes das modificações no organismo das grávidas (OLIVEIRA, 2006). A diástase é razoavelmente fácil de ser identificada. Em algumas mulheres, os dois músculos retos abdominais, localizados no centro inferior do abdômen, afastam-se durante a gestação (MESQUITA et al., 2004).
Os motivos ocorrem devido às mudanças hormonais até excesso de esforço ou simplesmente a pressão do bebê na parede do útero, chamada de diástase de retos. Esse afastamento não provoca dor. Se a separação for maior que a largura de dois dedos, no entanto, você não deve forçar a musculatura abdominal durante os exercícios (MORENO, 2004).
O estudo foi realizado em um grupo de 30 puérperas na faixa etária entre 20 e 25 anos para evitar variações comprometedoras na distribuição desta variável. Na gestação, a parede abdominal torna-se flácida devido ao estiramento e ao afastamento do músculo reto abdominal, evidenciado pela diástase desses músculos (BARACHO, 2007).
A recuperação da tonicidade da musculatura da parede ocorre lenta e, às vezes, imperfeitamente (BARBOSA et al., 2005). Para acomodar o útero em expansão, e em decorrência das influências hormonais da gravidez, a linha alba se torna alongada e amolecida.isso coloca os músculos abdominais em desvantagem, e geralmente os músculos retos do abdômen se separam da linha alba de união (STEPHENSON & O’CONNOR, 2004).
Os achados da pesquisa mostram que a atividade física contribui de forma altamente significante para o fortalecimento dos Músculos Reto Abdominais. O que reflete em uma diástase de menor valor, além do retorno mais rápido desta diástase aos valores próximos as condições pré-gravídicas.
Em estudo feito por Mesquita e colaboradores (2004), fizeram um estudo comparativo com puérperas que realizaram um programa de atividade física controlado durante a gestação e o pós-parto, e um outro grupo controle. Com os resultados obtidos no grupo controle foi observada uma grande incidência de DMRA superior a 3 cm, havendo uma demora da resolução espontânea desta condição, com influência na biomecânica postural e déficit na função de sustentação dos órgãos pélvicos e abdominais.
A DMRA não provoca desconforto nem dor, apresentando incidência menor em mulheres com bom tônus abdominal antes da gravidez (FONSECA et al., 2004). A incidência, duração e complicações a curto e longo prazo da DMRA na gravidez não apresentam muitos estudos de caráter investigativo e até mesmo preventivo, sendo considerados fatores predisponentes para a DMRA a obesidade, gestações múltiplas, multiparidades e flacidez da musculatura abdominal pré-gravídica (BORGES & VALENTIN, 2006).
Essa carência em artigos e produções científicas relacionados ao tema da diástase abdominal deve estimular profissionais da área da saúde a realizar mais estudos e gerar um protocolo de atendimento e prevenção, e a falta de conhecimento das mulheres sobre este assunto também aumenta esta problemática, uma atitude partindo no propósito de tratar e prevenir de ambas as partes só trará benefícios as gestantes e puérperas.
Conclusão
Ao compararmos as avaliações das diástases entre os grupos de puérperas praticantes de atividade física e de puérperas sedentárias, comprovou-se os menores valores de diástase dos músculos reto abdominais em mulheres praticantes de atividade física.
Tal achado torna necessárias a conscientização e, acima de tudo, a prevenção e incentivo às mulheres sedentárias de que a prática da atividade física e o fortalecimento dos músculos abdominais são de fundamental importância para o seu restabelecimento físico e qualidade de vida.
Referências bibliográficas
BARACHO, E. L. L. Fisioterapia aplicada a obstetrícia, uroginecologia e aspectos de mastologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
BARBOSA, A. M. P. et. al. Efeito da via de parto sobre a força muscular do assoalho pélvico. Revista Brasileira Ginecologia Obstetrícia. Rio de Janeiro. v. 27 n. 11, Nov. 2005.
BORGES, F. S. & VALENTIN, E. C. Tratamento da Flacidez e Diástase do Reto-Abdominal no Puerpério de Parto Normal com o Uso de Eletroestimulação Muscular com Corrente de Média Freqüência – Estudo de Caso. Revista Brasileira de Fisioterapia Dermato-Funcional. v.1, n.1. 2006.
FONSECA, J. M. et al. Assoalho Pélvico em Puérperas: Avaliação de um Programa Cinesioterapêutico para Musculatura de Assoalho Pélvico em Puérperas. Revista Fisio & Terapia, Rio de Janeiro, ano VIII, n. 44, abril/maio. 2004.
LEMOS, A., MELO, J. E. F., DORNELAS, A. A. Avaliação da forca muscular respiratória no terceiro trimestre de gestação. Rev. bras. fisioter. 9(2):151-156, maio-ago. 2005.
LEMOS, A. et. al. Avaliação da Força Muscular Respiratória no Terceiro Trimestre de Gestação. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Paulo, v. 9, n.2, 2005.
MESQUITA, L. A. et. al. Fisioterapia para Redução da Diástase dos Músculos Retos Abdominais no Pós-Parto. RBOG, v. 21, n. 5, 2004.
MORENO, A. L. Fisioterapia em Uroginecologia. São Paulo: Manole, 2004.
OLIVEIRA, J. M. Efeitos da cinesioterapia do assoalho pélvico durante o ciclo gravídico-puerperal. USP, São Paulo, 2006.
SOUZA, E. Fisioterapia Aplicada a Obstetrícia. 3ªed. Rio de Janeiro: Medsi, 2002.
STEPHENSON, R. G. & O’CONNOR, L. J. Fisioterapia aplicada à ginecologia e obstetrícia. 2 ed. São Paulo: Manole, 2004.
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