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Introdução

    O envolvimento de pré-adolescentes no desporto competitivo é um fenômeno relativamente recente. SOBRAL (1993), afirma que o comprometimento da criança com a prática desportiva regular iniciou-se após a realização dos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960. Nos últimos anos, a atividade desportiva organizada em idades mais baixas aumentou muito rapidamente (THOMSON, 1996). Fato que exige do profissional de Educação Física junto com suas respctivas escolas/colégios dedicar-lhe cada vez maior atenção.

    Embora, HALBERT (1984) afirme que mais importante do que discutir a sua aceitação é criar as condições para fazer dela uma experiência positiva.

    Para KURZ (1988), o desporto de rendimento tem significado pedagógico e pode ser estruturante para a formação e desenvolvimento da criança, desde que organizado de forma adequada e ajustado às condições e características da criança, ao seu mundo. Para WHITE (2008(1)) o espírito e a alma encontram expressão mediante o corpo, tanto o vigor mental como o espiritual dependem em grande parte da força e atividade física. O que quer que promova a saúde física promoverá o desenvolvimento de um espírito robusto e um caráter bem-equilibrado. Sem saúde ninguém pode compreender distintamente suas obrigações, ou completamente cumpri-las para consigo mesmo, seus semelhantes ou seu Criador. Portanto, a saúde deve ser tão fielmente conservada como o caráter. Por isso que a competição passa a ter uma função formativa e estruturante da personalidade, torna-se necessário promove-la de forma criteriosa e cuidadosa.

    O que temos observado na prática sobre a participação de crianças e jovens em competições desportivas é uma sobrevalorização das competições. O ambiente, em que ocorrem estas competições, apresenta pressões e expectativas excessivas centradas na obtenção da vitória e do sucesso em crianças e jovens que ainda apresentam limitada estabilidade psicológica.

    Para WHITE (2008(2)), Deus nos concede talentos a fim de serem usados sabiamente, e não para serem mal empregados. A educação não é senão um preparo das faculdades físicas, intelectuais e morais, para o melhor desempenho de todos os deveres da vida.

    Segundo MARQUES (2004), não se trata de fomentar uma cultura da concorrência que promova a acentuação das manifestações de exclusão que existem na sociedade. Queremos, pelo contrário, que o desporto seja um instrumento de aproximação, de cooperação e de diálogo entre todos.

    É por isso, parecemos não apenas importante apoiar a formação da criança com competências adequadas para a sua prática, mas também dotá-la de uma correta visão sobre o desporto. Sem o sacralizar, já que sendo uma criação do homem não é por isso perfeito.

    A linguagem do corpo é o instrumento de comunicação privilegiado pela criança. Todos os que viveram a infância, sem limites, sem constragimentos, o compreendem. O desporto é uma das manifestações mais interessantes e representativas da cultura do corpo, por isso tem um grande significado para nós e um interesse particular para os mais jovens. Por essa importância que o desporto tem para a formação do aluno, que estamos analisando a importância que ele tem para fidelização do aluno para as nossas escolas/colégios da Associação Central Sul-Rio-grandense.

Problemática

    Será que a atividade esportiva extraclasse tem uma importância significativa para a fidelização de alunos na rede de educação adventista da Associação Central Sul-Rio-grandense (ACSR)?

Hipótese

    Haverá uma importância significativa da atividade esportiva extraclasse, para a fidelização de alunos na rede de educação adventista da associação central Sul-Rio-grandense (ACSR).

Objetivos

• Geral – Identificar há importância que a atividade esportiva extraclasse tem na permanência do aluno nos colégios adventistas da Associação Central Sul-Rio-grandense (ACSR);

• Específicos - Identificar se a atividade esportiva extraclasse contribui para a formação do caráter do aluno das escolas adventistas da ACSR;

  • Identificar se a atividade esportiva extraclasse contribui para a integração entre as escolas adventistas da ACSR;

  • Identificar se a atividade esportiva extraclasse contribui para a amizade entre os alunos dos colégios adventistas da ACSR;

  • Identificar se a atividade esportiva extraclasse coopera para o aumento da auto-estima dos alunos das escolas adventistas da ACSR.

População e amostra

    A população desta pesquisa será composta por alunos de três Colégios Adventistas da Região Metropolitana, que fazem parte da Associação Central Sul-Rio-grandense (ACSR), todos estes participaram e/ou participam de atividades esportivas extraclasse, como o festival de atletismo. Totalizando o número de 822 alunos de ambos os sexos, de 5ª série do ensino fundamental até o 3º ano do ensino médio. Dentro desta população foi selecionado como amostra para essa pesquisa o número de 104 alunos entre ambos os sexos, de 5ª série do ensino fundamental até o 3º ano do ensino médio que tiveram participação no último ou em edições anteriores do festival de atletismo.

Procedimento

    O procedimento de investigação deste projeto foi realizado no período de 01 a 12 de junho de 2010, através do Questionário de Pesquisa que os alunos da amostra responderam e entregaram para os professores pesquisadores. A análise dos dados e a conclusão dos resultados foram feitos no período de 15 a 30 de junho de 2010.

Resultados

    No gráfico 1, se observa que os alunos questionados em sua maioria, nos diz que as atividades esportivas extraclasse é muito importante para o desenvolvimento do de seu caráter, sendo representado pelo índice de 52% dos questionados. Para 47% do total, a Educação Física é importante na formação de seu caráter, porém para 1% a Educação Física é nada importante para a formação de seu caráter.

Gráfico 1. Visão da Educação Física na formação do caráter

    No gráfico 2, observamos que os alunos questionados em sua maioria, nos diz que as atividades esportivas extraclasse foi um fator importante para permanência ou escolha de uma Escola Adventista no seu desenvolvimento educacional. Representando na sua totalidade 47% dos entrevistados, sendo que do total geral dos entrevistados, 25% nos diz que foi um fator muito importante para a sua decisão de escolha ou permanência na escola e para 28% dos entrevistados as atividades esportivas extraclasse não teve importância nenhuma na decisão de escolha ou permanência na escola.

Gráfico 2. Decisão de escolha ou permanência na escola devido a atividades esportivas extraclasse

    O gráfico 3, mostra-nos que para 61% dos alunos questionados aceitariam o convite caso fossem algum dia convidado para representar a escola em um evento esportivo externo, mas 34% pensariam no assunto e 5% nunca iriam representar a escola caso fossem convidados.

Gráfico 3. Convite referente a representar o colégio em evento esportivo

    No gráfico 5, observamos que no que diz respeito ao grau de importância que cada questionado daria ao evento festival de atletismo, encontramos o índice de 49% dando a importância ao evento, 48% crendo que o evento é muito importante e apenas 3% crendo que o evento não é nada importante.

Gráfico 5. Grau de Importância dada ao evento festival de atletismo

    O gráfico 6, apresenta-nos o resultado do nosso questionamento referente aos participantes do festival de atletismo, no que mais marcou o participante em edições anteriores em que o mesmo havia participado. No que diz respeito a este questionamento observamos que temos 40% dos questionados que em suas lembranças o que mais lhe marcou foi o nível de uma competição sadia, porém para 37% foi às amizades conquistadas durante o evento e para 23% a organização do evento com tantos participantes.

Gráfico 6. O que mais marcou no festival em que participou

    No gráfico 7, observamos que os alunos questionados em sua maioria no que diz respeito ao que mais gostam nos festivais de atletismo, a maioria, 58% sentiram que gostam de tudo que envolve o evento, mas para 25%, foram às competições e para 17% é crescente participação de atletas e escolas no evento.

Gráfico 7. O que mais gosta nos festivais de atletismo

    Este gráfico o de número 8 apresenta o pensamento dos questionados no que diz respeito aos benefícios que ele o questionado viu de beneficio para ele quando, ele participou do festival de atletismo. 43% dos questionados disseram que foi o aumento da auto-estima, mas para 41%, foram às amizades que ele, o questionado fez durante o evento, 16% dos questionados dizem que o beneficio esta na certeza de terem escolhido a escola certa para desenvolverem-se.

Gráfico 8. Benefícios do festival de atletismo ao participante

    No gráfico 9, observamos que os alunos questionados em sua maioria acreditam que a escola beneficia-se no festival de atletismo com 63% da integração com outras escolas, 24% do conhecimento da escola junto à comunidade local e com 13% da fidelização de alunos a escola que ele desenvolve seus estudos.

Gráfico 9. Benefícios do festival de atletismo a escola

    O gráfico 10, o último deste nosso questionamento trás a observação sobre quem lucra mais com eventos semelhantes ao festival de atletismo, conforme os questionados 69% do lucro vai para os dois, alunos e escola, mas para 17% é somente a escola e para 14% é o aluno.

Gráfico 10. Quem lucra com eventos como o festival de atletismo

Conclusão

    De acordo com os resultados obtidos da pesquisa, onde os mesmos confirmam à hipótese que foi lançada neste trabalho de pesquisa, as atividades extraclasses esportivas têm sim uma significância importante para a fidelização dos alunos na Rede de Educação Adventista da Associação Central Sul-Rio-grandense, onde os dados obtidos vêm ao encontro do que diz WHITE (2008(3)), “a educação e preparo da juventude é uma obra importante e solene. O grande objetivo a alcançar deve ser o adequado desenvolvimento do caráter, de modo que o indivíduo esteja corretamente habilitado para desempenhar os deveres da vida presente e entrar afinal na imortal vida futura.”

    Nosso trabalho de pesquisa também nos leva a concluir que o esporte e a integração das escolas da rede através do mesmo contribuem para a fidelização de nossos alunos, e que um dos meios para alcançar este grande objetivo é a criação de mais atividades esportivas extraclasse, como o Festival de Atletismo que serviu de parâmetro para a pesquisa. Concluímos ainda que os resultados apresentados nesta pesquisa nos afirmam que os alunos têm um acréscimo significativo na sua personalidade e caráter desenvolvendo sua auto-estima, confirmando a importância que tem para os alunos e para nós como instituição de educação confessional a educação integral, onde a busca pelo desenvolvimento de nosso educando deve ser de forma harmônica.

    E segundo WHITE (2008(3)) nos alerta, “Deus nos concede talentos a fim de serem usados sabiamente, e não para serem mal empregados. A educação não é senão um preparo das faculdades físicas, intelectuais e morais, para o melhor desempenho de todos os deveres da vida.”

    Em relação a coisas que marcam nossas vidas e por onde passamos, pudemos concluir que nossos educandos dão muita importância às amizades formadas e conquistadas, mas, porém, mais do que isto eles aprovam competições em que o mais importante é a amizade num ambiente sadio de competição e tudo que o envolve, ou seja, desde sua preparação nas escolas, até o ponto principal que culmina com o evento no local. No que diz respeito aos benefícios, se conclui que a escola e aluno se beneficiam com eventos da natureza do festival de atletismo, onde crê nosso educando que o beneficio da escola vem junto à integração da escola local com outras da rede e como beneficio seu quanto educando é a auto estima desenvolvida e ampliada.

    E finalmente, com base nas constatações evidenciadas por ocasião da análise dos resultados, passamos a sugerir alguns pontos importantes:

1. Que eventos como o festival de atletismo devem ser incentivados e apreciados em nossa rede, levando em consideração que o mesmo apresente-se sempre como um evento onde o desenvolvimento harmônico das faculdades de nossos educandos deva ser levado em conta.

2. Que devemos buscar desenvolver através do esporte extraclasse de participação, um plano de fidelização e de atração a novos alunos a nossa rede de escolas.

3. Que a atividade física em nossa rede deve ser levada a sério pelos dirigentes e professores responsáveis por ela nas escolas, pois nossos educandos crêem que a mesma é importantíssima para a sua formação e desenvolvimento.

4. Que a atividade física e eventos esportivos extraclasse devem ter como objetivo principal a condução de nosso educando ao mais alto grau de santificação ao lado de cristo e que se o evento não tiver esta conotação deve ser imediatamente banida de nossos pensamentos.

Referências bibliográficas

• SOBRAL, F. Os factores biossociais no rendimento desportivo dos jovens. In V. J. Adelino, J., Coelho, O. (Ed.), Seminário Internacional Treino de jovens. Lisboa: Centro de estudos e formação desportiva, Lisboa, pp. 61-64, 1993.

• WHITE, Ellen G. Educação: um modelo de ensino integral - tradução de Flávio Lopes Monteiro. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008(1).

• _________. Testemunhos Seletos, vol. 1 - tradução de Flávio Lopes Monteiro. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008(2).

• _________. Conselho sobre Educação – tradução de Flávio Lopes Monteiro. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008(3).

• THOMSON, R. W. Youth sport involvement in New Zealand: issues, images and initiatives. FIEP Bulletin, 66(1), 22-27, 1996.

• HALBERT, J. When should Children begin competing? A Coach’s perspective. In D. G. M. Weiss (Ed.), Sport for Children and Youths. The 1984 Olympic Scientific Congress Proceedings, Vol X, pp. 59-63: Human Kinetics Pubs. Champaign, Illinois, 1984.

• KURZ, D. Pädagogische Grundlagen des Trainings: Hofmann-Verlag, Schorndorf, 1988.

• MARQUES, António. Fazer da competição dos mais jovens um modelo de formação e de educação. in: Desporto para crianças e jovens: razões e finalidades / organizadores Adroaldo Gaya, Antonio Marques, Go Tani. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004;

• HARRE, D. Principies of sports training. Berlim: Sportverlag, 1982.

• WEINECK, J. Manual de Treinamento Esportivo. São Paulo: Ed. II, Editora Manole, 1986.

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 157 | Buenos Aires, Junio de 2011   © 1997-2011 Derechos reservados