Perfil de aptidão física de adolescentes atletas e não-atletas da categoria infantil em handebol


	Perfil de aptidão física de adolescentes atletas e não-atletas da categoria infantil em handebol Nivel de aptitud física de jugadores adolescentes y no jugadores de la categoría infantil en balonmano
	Mestre/UFRGS – Porto Alegre, RS Mestrando/UFRGS – Porto Alegre, RS Especialista/UFRGS – Porto Alegre, RS **Graduado/UNIVATES – Lajeado, RS (Brasil)	Carlos Leandro Tiggemann* Matias Noll Karli Heller* Jorge Augusto Petry**** cltiggemann@yahoo.com.br
	Resumo O objetivo deste estudo foi verificar o perfil de aptidão física de atletas de handebol e não atletas, do sexo feminino, no âmbito escolar. Os procedimentos da coleta seguiram rigorosamente o modelo da bateria de testes propostos pelo Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR). Unitermos: Aptidão física. Adolescentes. Handebol.
	EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 157 - Junio de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O handebol foi introduzido no Brasil por volta do ano de 1930, sendo difundido inicialmente no estado de São Paulo onde, em 1940, foi fundada a Federação Paulista de Handebol (TRICHES & TRICHES, 2010). O handebol brasileiro cresceu muito nos últimos anos. Conforme Nogueira et al (2005), um destes motivos foram as conquistas a nível internacional ultimamente conquistadas, como o Bi-campeonato Pan-americano em 1999 e 2003 pela equipe feminina, credenciando-se para os Jogos Olímpicos de 2000 e 2004. Atualmente, este esporte já se consolidou em um grande número de escolas de ensino fundamental, assim como em clubes.

    Conforme Vasques et al (2005), o handebol pode ser caracterizado pela alternância entre a parte ofensiva e a defensiva, visto que, ocorre uma elevada variação entre sistemas de ataque e defesa.

    No âmbito escolar, o handebol contribui de forma significativa no desenvolvimento das capacidades coordenativas dos seus praticantes, bem como sobre a percepção e conhecimento do seu próprio corpo (TRICHES & TRICHES, 2010). Do mesmo modo, o handebol é um jogo de extrema importância na atividade motora da criança, no desenvolvimento da tomada de decisão, e no exercício do cumprimento de suas regras, e na caracterização das noções espaciais e de espaço de jogo (TRICHES & TRICHES, 2010).

    Este esporte, conforme Nogueira et al (2005), exige um baixo dispêndio de material para que possa ser praticado, suas regras são fáceis de serem assimiladas pelos escolares, e é um esporte dinâmico que tem grande adesão nos locais onde é oferecido.

    Deste modo, devido a pequena publicação de estudos que investigam escolares praticantes de handebol, justifica-se o presente estudo, com o objetivo de identificar o perfil antropométrico e de aptidão física de atletas e não atletas do sexo feminino, praticantes de handebol no âmbito escolar.

Procedimentos metodológicos

    A amostra foi selecionada de forma intencional, composta por 33 estudantes do sexo feminino, da categoria infantil (14 e 15 anos), estudantes do Instituto de Educação Cenecista General Canabarro (IECEG), do município de Teutônia no Rio Grande do Sul.

    Os dados da amostra estão descritos na Tabela 1.

    Foram consideradas atletas as estudantes que treinavam a pelo menos 6 meses e que participaram da etapa de handebol do IV JITEU (Jogos Interescolares de Teutônia). Outro aspecto interessante de caracterização da amostra, quanto ao aspecto esportivo, é o desempenho desta equipe na referida competição, a qual foi campeã.

Tabela 1. Distribuição da amostra conforme idades, categorias e condição atlética.

    Para a coleta dos dados, foram realizados diferentes testes e procedimentos. Em relação à antropometria, as seguintes variáveis foram mensuradas: massa corporal, estatura, o cálculo do índice de massa corporal e envergadura. Quanto à aptidão física, as variáveis mensuradas foram: flexibilidade, força/resistência abdominal, força explosiva de membros inferiores, força explosiva de membros superiores, agilidade, velocidade de deslocamento e resistência aeróbia.

    Os procedimentos da coleta seguiram rigorosamente o modelo da bateria de testes propostos pelo Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR), descritos no Manual de Aplicação de Medidas e Testes Somatomotores detalhados na Revista Perfil (2002). Os dados foram coletados no turno da manhã e por apenas dois avaliadores, ambos profissionais de Educação Física, devidamente treinados e com experiência neste tipo de avaliações. As variáveis mensuradas, os testes utilizados e a respectiva unidade de medida estão expressos na Tabela 2.

Tabela 2. Variáveis mensuradas e respectivas siglas, testes utilizados e a unidade de medida

    Para o tratamento dos dados, inicialmente verificou-se a normalidade das distribuições pelo teste de Shapiro-Wilks, e a homogeneidade das variâncias, a partir do teste de Levene. Para a análise descritiva foram utilizadas a média e o desvio padrão.

    Após verificada a normalidade dos dados, a comparação entre os grupos (atletas e não-atletas) foi feita através da utilização do teste “t” para amostras independentes. Os dados foram tratados por meio do pacote estatístico SPSS18 utilizando um nível de significância de 5%.

Resultados e discussão

    Os dados da categoria infantil são apresentados na Tabela 3. Nesta categoria, os dados mostraram não haver nenhuma diferença significativa nas variáveis antropométricas, todavia o grupo de atletas apresentou valores superiores em todas as quatro variáveis. Quanto ao desempenho da aptidão física, as atletas foram superiores em todas as variáveis mensuradas, sendo que nas de RML, FMI, FMS, AGI e VEL esta diferença mostrou-se significativa em relação aos não-atletas.

Tabela 3. Média, desvio padrão e nível de significância das variáveis antropométricas e motoras de atletas e não-atletas do sexo feminino na categoria infantil

    Conforme Glaner (1996), os fatores principais que influenciam na capacidade de jogo dos atletas de handebol são: capacidade física, personalidade, aspectos técnico-táticos e corporais (estatura, envergadura, comprimento dos membros inferiores, entre outros). Dentre estes fatores, as características morfológicas são muito importantes no handebol, pois são elas auxiliam diretamente nas ações de jogo (GLANER, 1996). Os achados do presente estudo este de acordo com esta base teórica, visto as atletas apresentam médias mais elevadas nas variáveis antropométricas em relação as não-atletas.

    Dentre as variáveis analisadas, a massa corporal é fundamental, principalmente nas situações de 1x1, nas fintas e na marcação. Para tanto, conforme Vasques et al (2005) seleções de alto nível recorrem a jogadores mais pesados, principalmente se esta massa corporal for predominantemente decorrente da massa corporal magra. Do mesmo modo, a envergadura facilita o arremesso ao gol, pois quanto maior for o raio de ação, maior será a potência do arremesso, assim como também facilita a marcação, por exemplo nos bloqueios (VASQUES et al, 2005; GLANER, 1999).

    Conforme Glaner (1999), outra variável morfológica de grande importância para atletas de handebol é a estatura. Ela é importante para o sucesso do atleta de handebol, pois proporciona vantagem ofensiva, podendo lançar mais facilmente a bola sobre o bloqueio defensivo, além de proporcionar vantagem defensiva gerada por um melhor rendimento técnico do bloqueio elevado.

    Finalizando, verificou-se que os achados do presente estudo demonstraram não haver nenhuma diferença significativa nas variáveis antropométricas, todavia o grupo de atletas apresentou valores superiores em todas as quatro variáveis. Já quanto ao desempenho da aptidão física, as atletas foram superiores em todas as variáveis mensuradas, sendo que nas de RML, FMI, FMS, AGI e VEL esta diferença mostrou-se significativa em relação aos não-atletas.

Referências bibliográficas

CENESP/UFRGS - Setor de Pedagogia do Esporte. PROESP-BR - Projeto Esporte Brasil. Indicadores de saúde e fatores de prestação esportiva em crianças e jovens. Manual de Aplicação de Medidas e Testes Somatomotores. Revista Perfil, 2002;6:9-34 .

Glaner MF. Perfil moforlógico dos melhores atletas Pan-americanos de handebol por posição de jogo. Revista brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano, 1999:1(1), 69-81.

Nogueira TN, Cunha Junior AT, Dantas PMS, Fernandes Filhos J. Perfil somatotípico, dermatoglífico e das qualidades físicas da Seleção Brasileira de Handebol feminino adulto por posição de jogo. Fitness & Performance Journal, 2005:4(4); 236-42.

Trichês PBM, Trichês JR. Handebol: importância do esporte na escola. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, 2010; 15(148). http://www.efdeportes.com/efd148/handebol-importancia-do-esporte-na-escola.htm

Vasques DG, Antunes PC, Silva TJ, Lopes AS. Morfologia de atletas de handebol: comparação por posição ofensiva e defensiva de jogo. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, 2005; 10(81). http://www.efdeportes.com/efd81/handebol.htm

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