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A ansiedade na iniciação esportiva: estudo de revisão

La ansiedad en la iniciación deportiva: un estudio de revisión

 

*ULBRA

**ESEF/UFRGS

***UERJ

(Brasil)

Graduado Max de Mello Campani*

Dr. Rogério da Cunha Voser**

Dr. José Augusto Evangelho Hernandez***

Dra. Aline Nogueira Haas**

rogerio.voser@ufrgs.br

 

 

 

 

Resumo

          Este artigo de revisão de literatura teve por objetivo geral Investigar quais são os fatores determinantes da ansiedade em competições de iniciação esportiva. A ansiedade pode estar presente em muitos momentos de nossas vidas, fazendo parte da personalidade do individuo. A criança, quando pratica esporte, sentirá diferentes níveis de ansiedade que poderão prejudicá-la ou beneficiá-la. Muitas vezes, o profissional que trabalha com a iniciação esportiva não sabe quais são os fatores que levam a criança a sentir ansiedade. Por isso, consideramos muito importante poder detectar esses fatores, através de estudos científicos que visam aprofundar o assunto em questão. Para tanto foi abordado alguns fatores determinantes da ansiedade em competições de iniciação esportiva, tais como: a influência dos pais, torcida, técnico e da competição.

          Unitermos: Psicologia. Ansiedade. Iniciação. Esporte. Crianças.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 157 - Junio de 2011. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    O número estimado de crianças envolvidas nos programas de iniciação esportiva, nesta última década do milênio, é impressionante. De acordo com Gould (1987), a estimativa seria de algumas centenas de milhões de jovens em atividades esportivas no mundo. Becker Jr. e Telöken (2000) referem que como grupo, elas representam uma das forças mais poderosas e importantes da atividade humana.

    As crianças que freqüentam as primeiras séries das escolas de I Grau adoram a Educação Física e o esporte, colocando-os entre as atividades favoritas (THOMAS, LEE & THOMAS 1988). Muitas crianças estão significativamente envolvidas em esportes organizados em escolas e clubes. Para que se tenha uma idéia deste envolvimento, numa temporada de dezoito semanas, de acordo com Gould & Martens apud Becker Jr. e Telöken (2000), elas dedicam a seu esporte uma média de onze horas/semanais.

    Para a maioria das crianças, o nível máximo de participação ocorre aos doze anos, etapa em que ingressarão na adolescência. Na etapa do ensino médio ou universitário, os adolescentes referem muitas queixas e desmotivação com o desporto. Dos treze anos em diante há uma redução na participação no esporte, sendo que aos dezoito ocorre uma redução crucial na mesma (EWING e SEEFELD, APUD BECKER JR. e TELÖKEN, 2000).

    Com relação aos níveis de ansiedade, a literatura sugere que adolescentes tendem a demonstrarem-se mais ansiosos do que adultos, apresentando decréscimos nos níveis de ansiedade com o passar dos anos (CRATTY, 1997).

    Esses índices mais elevados seriam decorrentes da inexperiência de jovens em lidar com os desafios da vida cotidiana. Para atletas esta tendência também se confirma, sendo atletas jovens mais ansiosos que atletas adultos (SANTOS; PEREIRA, 1997), embora seja importante destacar que alguns estudos evidenciem que jovens atletas demonstram ansiedade pré-competitiva em níveis moderados. A literatura também sugere que a ansiedade se torna mais evidente e elevada na adolescência, tendendo a diminuir durante a fase adulta (CRATTY, 1997).

    A psicologia do esporte é uma área de conhecimento crescente em todo mundo. Norman Triplett dirigiu seu primeiro experimento de psicologia social e de psicologia do esporte estudando a presença de outros efeitos no rendimento de ciclistas em 1897. De lá para cá, a psicologia desportiva evoluiu muito, tendo, em 1965, ocorrido o primeiro Congresso Mundial de Psicologia do Esporte e, em 1967, o primeiro Encontro da Sociedade Norte-americana da Psicologia do Esporte e da Atividade Física. Coleman Griffith é considerado “pai” da psicologia americana do esporte, pois realizou uma série de pesquisas, promovendo o funcionamento do primeiro laboratório desportivo. Na atualidade, muitos profissionais trabalham em tempo parcial com desportistas, através de diversos organismos governamentais nacionais do esporte (WEINBERG E GOULD, 1996).

    Desta forma, se faz necessário que os professores de educação física se utilizem destes conhecimentos através da psicologia do esporte para melhorar a performance de seus atletas, da mesma forma que poderá amenizar a interferência da parte psicológica no rendimento. E é a partir dele que este trabalho se desenvolve, principalmente no que diz respeito ao funcionamento psicológico de grupos, sejam eles grupos de desportistas profissionais ou de iniciação esportiva. Lidar com sonhos, sorrisos e lágrimas dos atletas, com reclamações de pais, informar sobre dificuldades e potencialidades dos treinadores, e, consequentemente, suas influências sobre o rendimento dos jogadores fazem parte do trabalho dos psicólogos do esporte.

    O que acontece com as pessoas que desistem do esporte, mesmo tendo grande talento para o mesmo? O que poderia estar acontecendo com um lutador de Taekwondo (arte marcial coreana) que, quase ao final do round, deixa de ganhar a luta praticamente vencida, proporcionando ao adversário que o faça? Estes são questionamentos que fazemos, pois sempre estivemos em contato com praticantes de diferentes esportes: jogadores de futebol, lutadores de artes marciais, entre outros. Compreendemos que há custos e benefícios em se fazer uma atividade desportiva ou física, e, muitas vezes, não sabemos o que está por trás de condutas autodestrutivas dentro da mesma. Será que os níveis de ansiedade a que somos submetidos durante competições esportivas podem nos levar a este tipo de atitude? Estudos na área da psicologia do esporte visam responder estas questões.

    Este estudo justifica-se, então, pelo interesse em aprofundar os conhecimentos sobre os fatores de ansiedade que influenciam as equipes de iniciação esportiva. A ansiedade pode estar presente em muitos momentos de nossas vidas, fazendo parte da personalidade do individuo. A criança, quando pratica esporte, sentirá diferentes níveis de ansiedade que poderão prejudicá-la ou beneficiá-la. Muitas vezes, o profissional que trabalha com a iniciação esportiva não sabe quais são os fatores que levam a criança a sentir ansiedade. Por isso, consideramos muito importante poder detectar esses fatores, através de estudos científicos que visam aprofundar o assunto em questão.

    Baseado nos pressupostos levantados anteriormente, busca-se responder o seguinte questionamento: Quais são os fatores que determinam a ansiedade em competições de iniciação esportiva?

1.1.     Objetivos

1.1.1. Objetivo Geral

  • Investigar quais são os fatores determinantes da ansiedade em competições de iniciação esportiva.

1.1.2. Objetivos específicos

  • Analisar os aspectos referentes à ansiedade e à competição de iniciação esportiva;

  • Descrever a relação entre ansiedade e desempenho;

  • Identificar qual é a influência dos pais, da torcida e do técnico na ansiedade em competições de iniciação esportiva;

  • Caracterizar o grau de importância da competição de iniciação esportiva e sua influência na ansiedade.

2.     Metodologia

2.1.     Caracterização da investigação

    Este estudo se caracteriza por ser uma pesquisa bibliográfica (LAKATOS, E. M. e MARCONI, 1991) que visa realizar uma avaliação crítica na literatura existente na área da Competição em Iniciação Esportiva relacionada com os fatores de ansiedade, buscando um maior aprofundamento sobre o assunto e justificando a importância do mesmo.

2.2.     Plano de coleta de dados

    Para realizar a pesquisa atual, os procedimentos que foram utilizados são citados a seguir:

2.2.1.     Identificação das fontes

    Através de procura na Internet, em bibliografia citada em livros referentes ao assunto, em revistas científicas e realizando contatos com outros profissionais da área.

2.2.2.     Localização das fontes

    Através dos fichários de bibliotecas para obtenção de livros e periódicos, em livrarias localizando publicações recentes e atuais sobre o assunto e na Internet em sites atualizados e informativos.

2.2.3.     Compilação

    Leitura do material selecionado, a fim de identificar informações, estabelecer relações entre as informações obtidas, analisar a consistência das informações.

    A leitura do material segue uma determinada seqüência: Leitura exploratória, Leitura seletiva, Leitura analítica e Leitura interpretativa.

2.2.4.     Fichamento

    Procedimento que ocorre após a leitura do material e se faz a confecção das fichas através da identificação das obras consultadas, do registro do conteúdo da obra, do registro dos comentários em relação à obra, colocando em ordem os registros e classificando as fichas.

2.2.5.     Análise e interpretação

    Foi realizada a crítica do material bibliográfico consultado, sendo considerado um juízo de valor sobre determinado material científico.

2.2.6.     Redação

    Etapa final da pesquisa, na qual o artigo foi redigido dentro das normas exigidas pela a ABNT.

3.     Revisão de literatura

3.1.     Ansiedade

    Para melhor estudar os transtornos ansiosos devemos tentar definir o termo Ansiedade. Do latim Anxietate, ansiedade tem várias definições nos dicionários não técnicos: aflição, angústia, perturbação do espírito causada pela incerteza, relação com qualquer contexto de perigo, etc. Levando-se em conta o aspecto técnico, devemos entender ansiedade como um fenômeno animal que ora nos beneficia ora nos prejudica, dependendo de sua circunstancialidade ou intensidade, podendo tornar-se patológica, isto é, prejudicial ao nosso funcionamento psíquico (mental) e somático (corporal). Quando a ansiedade torna-se patológica passamos a considerá-la um sintoma ou um transtorno, e daí podemos incluí-la num grupo de distúrbios, ora denominados Transtornos Ansiosos (LINDGREEN, 1965).

    De acordo com Singer (1977) a ansiedade é uma expressão da personalidade de um indivíduo. A extensão na qual a ansiedade é manifesta em uma situação particular deve ser considerada em relação à pressão imposta, ao nível de habilidade da atleta e à natureza da atividade. A interatuação dinâmica de fatores revelará desempenhos esperados e, assim, é necessário examinar separadamente cada um deles e, depois, analisá-los de uma forma global.

    Segundo Magill (1984) definir ansiedade é refletir uma inclinação teórica quanto ao termo. Ansiedade deve ser considerada em termos de ser um traço ou um estado. A ansiedade de traço é semelhante a uma característica da personalidade. É a predisposição geral de uma pessoa para perceber uma situação ameaçadora ou não. Uma pessoa com alto nível de ansiedade de traço tenderá a sentir maior quantidade de situações como ameaçadoras que uma pessoa que se situa em nível baixo na escala de ansiedade de traço. Ansiedade de estado por outro lado, é como o indivíduo reage a uma situação, isto é, o estado emocional de um indivíduo que experimenta sentimentos de apreensão, tensão, nervosismo, preocupação ou medo.

    O mesmo autor determina que a ansiedade de estado está intimamente ligada ao conceito de ativação ou incitação. Apesar de a incitação ser um contínuo de estados emocionais variando do sono a excitação intensa, a ansiedade de estado é uma forma de incitação produzida pela percepção de perigo. A ansiedade de estado deve ser considerada como um efeito negativo; níveis muito elevados são extremamente desagradáveis ao indivíduo. O mesmo não pode ser afirmado para altos níveis de ativação.

    Esta distinção entre ansiedade de traço e a de estado foi desenvolvida em conseqüência do trabalho de Charles Spielberger apud Magill (1984). Ele proporcionou uma analogia útil para auxiliar a distinção entre ansiedade de traço e a de estado: A ansiedade de estado está para a de traço da mesma maneira que a energia cinética está para a energia potencial. A ansiedade de estado é semelhante à energia cinética, isto é, energia potencial ou disponível para ação quando o estímulo apropriado aparece.

    Cratty apud Machado (1997) cita que estudos sobre ansiedade revelam a presença desta em momentos que antecedem, durante e após as competições. Estes momentos são tidos como situações tensionantes, ou seja, a ansiedade ocorre sempre por um “medo” do futuro, de algo que estará por vir, que já acontece ou de situações outras que advirão em função destes.

    Segundo Machado (1997) é sabido que o atleta entra em estado de ansiedade por não saber o que acontecerá na competição. Em seu decorrer, esta ansiedade se transforma, dando lugar a certo relaxamento e após o término seu nível volta a oscilar, pela expectativa da repercussão do resultado. Futuramente, este estado final voltará a interferir no evento, uma vez que será o ponto de partida para nova preparação e disputa, podendo alterar o desempenho do aluno, tanto positiva como negativamente.

    A ansiedade é uma forma de expressão, diante dos efeitos da ação e vivência dos processos emocionais. Davis Gill (1983), em seus estudos com relação às tensões dos atletas, indica que se a situação esportiva for considerada como ameaçadora para o atleta, essa condição refletirá na elevação dos níveis de ansiedade - estado. Esses aumentos serão melhor observados quando os indivíduos passarem de situações de treinos para competições.

    Para Guillén apud Becker Jr. (1992), existem conseqüências comportamentais que são produto do estresse, que são claramente visíveis para qualquer observador: rápidos movimentos com os pés, tremores, aumento do piscar de olhos, bocejos repetidos, andar de um lado para outro, e roer as unhas.

    De acordo com Frischknecht (1990) quando se está ansioso, os batimentos cardíacos aumentam, se consome mais oxigênio, a pressão arterial aumenta, a respiração se torna mais rápida. Podem acontecer náuseas, delírio, secura de boca, sensação de cansaço ou fraqueza. Com freqüência boceja-se, começa-se a tremer ou a entrar em atividade nervosa como roer unhas, agitar as pernas, etc. Pode-se ter fezes soltas, urinar freqüentemente e suar profundamente. Também sentir dificuldades de respirar e de adormecer, porque a tensão muscular inevitavelmente aumenta.

    Fazendo uma relação ansiedade – desempenho percebe-se que inúmeros fatores contribuem para a diminuição do desempenho como poderemos ver no capítulo seguinte.

3.2.     Relação Ansiedade – Desempenho

    Cratty (1997) relata que permanecem incertezas sobre a validade dessas medidas objetivas, em função do grande número de variáveis que podem causar ansiedade em determinada situação e dos inúmeros tipos de situações competitivas que os atletas enfrentam, levando em consideração as diferenças individuais relativamente à ansiedade. O autor traz ainda, que o atleta possui uma tendência a adaptar-se a competições sucessivas, o que, somado à questão anterior, faz a tarefa de avaliar a ansiedade, através de questionários, ser algo muito difícil de alcançar.

    Já Moraes (1990) afirma que existe evidentemente uma relação entre ansiedade e desempenho, e que esses parecem variar de acordo com vários outros fatores como tipo de esporte, dificuldade da tarefa, traço de personalidade do atleta, ambiente, torcida. Salientando, consequentemente, que técnicas de intervenção podem ajudar os atletas a controlarem seus níveis de ansiedade, contribuindo para um melhor desempenho.

    Concordando com as afirmações anteriores, Guzmán, Amar e Ferreras (1995) referem que certamente, nas competições desportistas, um alto nível de ansiedade é fator interveniente no desempenho esportivo. Consideram que a sintomatologia da ansiedade produz efeitos negativos no rendimento do desportista como a inibição de suas habilidades motrizes finas, a diminuição da capacidade de tomada de decisão. Os sintomas que referem ser causados pela ansiedade são físicos e psicológicos, sendo psicológicos divididos em dias anteriores e momentos anteriores à competição.

  • Físicos: aceleração da pulsação por minuto, aumento da pressão sangüínea, aumento da tensão muscular, dificuldades respiratórias, sudorese, enjôos náuseas e boca seca.

  • Psicológicos momentos antes da competição: desconfiança, pensamentos negativos, preocupação irritabilidade, dificuldades em estabelecer atenção, aumento de conflitos pessoais e diminuição da capacidade de processar a informação.

  • Psicológicos dias antes da competição: alterações de pensamento, diminuição do comportamento de autocontrole, cansaço, insônia, dificuldades de relaxar, distração, preocupação e irritação.

    Os pesquisadores Marquez e Tabernero (1994) acreditam que aprofundando-se os conhecimentos a respeito das diferentes dimensões da ansiedade e dos instrumentos que a medem, pode-se utilizar técnicas de redução de ansiedade, diminuindo a intensidade da mesma de forma eficaz e individualizada, desta forma, proporcionar-se-á uma otimização do rendimento dos desportistas.

    Martens (1982) considera que existem muitas causas para o aparecimento da ansiedade antes da competição, mas acredita que elas se reduzem a dois fatores: a incerteza que os indivíduos possuem acerca do resultado; e a importância que o resultado representa para os indivíduos. O autor certifica que existe um nível ótimo de ativação para executar as habilidades desportivas, sendo que o mesmo varia para cada modalidade desportiva, e de atleta para atleta. Em função desta variabilidade, pensa que embora muitos investigadores sejam capazes de medir o nível de ativação e ansiedade, até o momento, não se tem sido capaz de determinar os estados ótimos. A lacuna entre estar insuficientemente excitado, estar excitado otimamente, e estar exageradamente excitado, é muito pequena.

    A seguir, abordaremos aspectos relativos à iniciação esportiva e a especialização precoce para que possamos compreender melhor o tema proposto.

3.3.     Iniciação esportiva e especialização precoce

    A cada temporada que se inicia, um número enorme de crianças aparece para aprender algum esporte e, talvez, chegar a ser um atleta de alto nível. Segundo Becker Jr (2000), elas são submetidas a uma autêntica Peneira, que vai eliminando a grande maioria para conseguir-se um grupo de qualidade. Isso só não acontece em escolinhas esportivas, cujo interesse é o de manter um número máximo de crianças a qualquer preço

    A preocupação dos que trabalham nas escolinhas, tem sido a de aperfeiçoar cada vez mais, a metodologia de avaliação das crianças, sem levar em conta o sentimento que cada uma delas vivência no processo. Cratty (1997) diz que raramente o impacto da luta competitiva nos jovens participantes é neutro, seja em seus corpos ou personalidades. Na verdade, o esporte competitivo compara o desempenho do pequeno atleta frente a outros ou contra marcas (padrões). Essa comparação pode ser entre grupos. A criança faz comparações para ganhar mais informações a respeito de seu nível de capacidade. Neste sentido ela tem muito mais informações sobre a influência dos seus chutes no futebol e arremessos no basquetebol, contra adversários, do que arremessando uma pelota em distância, sozinha. Por isso, prefere competir com outras do mesmo nível de aptidão, para testar seu valor. Muitas vezes isso não ocorre, o que pode implicar em traumas mais severos para os que levam desvantagens, em geral os mais jovens e menores (GELFAND & HARTMANN APUD BECKER JR, 2000).

    É verdade que crianças mais hábeis podem oferecer um modelo para as menos hábeis e melhorar o seu desempenho, mas, no momento de competir individual ou coletivamente, deve-se tentar emparelhar as forças. Vencer um adversário demasiadamente fraco não aumenta a auto-estima do vencedor, o perdedor fica humilhado e sua auto-estima e reduzida. Observa-se, assim, a necessidade de colocar atletas e equipes mais parelhas para as competições infantis. Mesmo assim, isso não garante um clima ideal de prática esportiva entre as crianças, pois a maioria dos sentimentos negativos vivenciados pelas crianças após as competições esportivas são devidos a ênfase que dão os pais, treinadores e dirigentes à vitória (BECKER JR & TELÖKEN, 2000).

    Voser (2001) diz ainda que como em qualquer início de uma atividade nova, é necessário um período de adaptação. Geralmente, a primeira semana de iniciação é um período destinado à ambientação (desporto, professor, colegas, regras). Para a criança, é um momento muito difícil, onde ela deverá sentir um clima de afeto e segurança para que se estabeleça um bom nível de relacionamento com o professor e colegas. Neste período, deve-se evitar um grau elevado de exigências. As aulas e os treinos poderão ter tempos reduzidos se for necessário. Neste caso, as atividades mais indicadas serão aquelas que possibilitam a interação do grupo, através de atividades recreativas, de familiarização com a bola e quadra para que, mais tarde, o aluno possa se adaptar ao jogo.

    Para Personne apud Vargas Neto e Voser (2001), iniciação esportiva precoce é a atividade esportiva desenvolvida antes da puberdade e caracterizada pela alta dedicação aos treinamentos (mais de 10 horas semanais). Mas, principalmente, por Ter uma finalidade eminentemente competitiva. Já Kunz apud Vargas Neto e Voser (2001), referindo-se a treinamento especializado precoce, entende que se esse ocorre quando as crianças são introduzidas, antes da fase pubertária, a um processo de treinamento planejado e organizado em longo prazo (Entendemos que dificilmente esse processo é organizado e planejado a longo prazo. Quase sempre ocorre uma falta de planejamento, e mesmo quando este existe, normalmente é a curto prazo e buscando resultados imediatos). Esse processo se efetiva em um mínimo de três sessões semanais, com o objetivo de Ter um gradual aumento do rendimento, além da participação periódica em competições.

    Duas conclusões podem ser tiradas dessas citações. Em primeiro lugar, existe uma certa confusão conceitual com referência aos temas Iniciação Esportiva Precoce e Treinamento Especializado Precoce, pois ambos definem o mesmo processo, ainda que não signifiquem a mesma coisa. Em segundo lugar, entende-se, pelas definições, que outros diferentes e importantes aspectos formativos são deixados de lado ou, na melhor das hipóteses, são considerados valores secundários.

    Vários autores relatam que ainda existem inúmeros fatores geradores de ansiedade na iniciação esportiva, os quais são citados a seguir.

3.4.     Fatores determinantes da ansiedade em competições de iniciação esportiva

3.4.1.     A influência dos pais

    Segundo Machado (1997), o ser humano é um ser sociável e devido a isso vive em sociedade, sendo passível de sofrer influências que vão afetá-lo de várias maneiras, em vários níveis e nas mais variadas situações. O mesmo autor relata que a interação da criança na sociedade sofre primeiramente influência dos pais, depois da escola, do professor e de outros grupos como, por exemplo, de uma equipe esportiva.

    Marques (2000) reforça ainda que os pais tenham papel fundamental para o bem estar do filho. Esse bem estar, também, se refere ao esporte. No entanto, dependendo do tipo de apoio que vai receber dos pais é que a criança vai conseguir o prazer de praticar a sua modalidade física preferida. Analisando a conduta de pais de jovens desportistas, verifica-se que existem os que se dedicam a apoiar com sobriedade, outros que nunca estão presentes e ainda outros que só perturbam por sua conduta totalmente desequilibrada.

    Já Becker Jr e Telöken (2000) acham que as relações entre pais e filhos são por si só muito complexas. Às diferenças evidentes de idade, formação, interesses, etc., têm que ser somadas uma alta carga emocional e a convivência diária. Na prática esportiva dos filhos pode observar-se a complexidade e mais, levando-se em consideração que existe uma avaliação constante já que tanto o rendimento como o resultado, estão presentes em qualquer manifestação esportiva. Os mesmos autores dizem ainda que em muitos casos esta legítima inquietação se traduz por pressão em conseguir resultados de forma imediata, contribuindo assim a criar um clima altamente exigente e orientado muito claramente ao resultado. Tudo isso ajuda para que nas competições infantis, se observe muito freqüentemente uma excessiva ansiedade por ganhar uma partida ou conseguir uma marca, haja um aumento dos comportamentos violentos e uma carência cada vez mais notável de comportamento esportivo: o fair-play.

    Podemos perceber que os pais têm diversas funções em relação ao filho no esporte como foi explanado anteriormente. Também pode-se citar mais duas funções como técnico e torcedor. De Rose Jr. (1994) relata que os pais possuem atitudes semelhantes aos técnicos, “orientando” os filhos da arquibancada, exigindo uma determinada pontuação e atitudes de “homem” entre outras coisas. Estes comportamentos vão proporcionar indivíduos ansiosos que competem não para o seu próprio beneficio, mas para agradar os pais.

    Concordando com De Rose Jr., Machado (1997), cita, também, os pais como técnicos, dando respostas aos problemas táticos que trazem, como conseqüência, indecisão à cabeça do atleta, uma vez que essas táticas são diferentes das do treinador. Este autor coloca ainda que os pais, com todas suas influências, são os torcedores mais ácidos. Para ele, infelizmente, até os pais vem a pressionar seus filhos por uma performance e desempenho mais apurada, esquecendo-se de que ali temos uma criança crescida, maturando-se gradativamente, sem condições e estrutura suficiente de responder com precisões emocionais e nem físicas.

    Hellstedt apud Marques (2000) acrescenta outra função dos pais que é de atleta invisível, devido à grande interferência deles frente aos resultados do filho. Smoll apud Almeida (1991) argumenta também, que os pais se identificam com os filhos, perdendo a sua própria característica, valorizando a si próprio em função dos resultados que os filhos conseguem obter, exercendo, assim uma grande pressão sobre estes e prejudicando a criança e o desporto.

3.4.2.     A Influência da Torcida

    Desde a mais tenra infância, a criança está consciente da presença dos outros. Já no segundo mês, sorrirá de volta para seus pais. A ambientação social fornecida pela família modela seu comportamento, sua vontade de explorar e, provavelmente, o grau no qual ela se empenha em atividades físicas, à medida que cresce (CRATTY, 1997). O mesmo autor diz ainda que os métodos de educação infantil, bem como as relações entre pais e filhos, podem influenciar a reação do atleta mais tarde quando se defrontar com uma torcida ao se atuar num esporte.

    Conforme Singer (1977) a influência da torcida vai depender significativamente do nível de aprendizagem em que o atleta se situa. Nos atletas, que se encontram em um estágio inicial de aprendizagem, a influência da torcida poderá repercutir de maneira prejudicial no seu desempenho, visto que ele ainda não está preparado para deparar-se com grandes torcidas. Outro ponto importante a ser observado em competições é o contato do atleta com as emoções sentidas pelos espectadores. A torcida dos espectadores pode proporcionar uma sensação de segurança e confiança para o atleta, da mesma forma que a decepção e raiva do espectador pode “desmoralizar” o atleta, fazendo-o perder a confiança e o sentimento de segurança.

    Pesquisa realizada por Marques (2000) diz que nesta fase da vida os jovens adolescentes têm várias outras prioridades antes da torcida. O jovem atleta se preocupa bem mais em ser aceito no grupo esportivo do clube que freqüenta, da equipe esportiva do colégio, do reconhecimento de atleta pelo treinador, do prestigio que tem em ser um bom jogador do que com a torcida. Esses fatos relataram ser extremamente importante, pois o atleta desprende muita energia para conseguir atingir essas metas. Esses objetivos não são fáceis de serem atingidos pelo jovem, além de determinar como serão tratados pelas outras pessoas, com quem irão conviver entre outras coisas. O jovem tem bem clara esta situação e se preocupa bastante com isso.

    A competição é algo muito presente na nossa sociedade e é preciso lutar bastante para conseguir alcançar os objetivos. Os jovens que competem na iniciação esportiva sabem que os benefícios são grandes principalmente o prestigio que conseguem ao atingir um destaque na competição. Na adolescência esta luta no esporte é um pouco solitária uma vez que todos os seus companheiros também estão nesta mesma busca. Os únicos verdadeiros torcedores nesta caminhada são os pais o e treinador (MARQUES, 2000).

3.4.3.     A Influência do Técnico

    Os estudos que buscam as principais fontes de ansiedade e estresse para os jovens desportistas apontam o treinador como um dos principais fatores. Pierce e Stratton apud Becker Jr. (2000), examinando 543 jovens, verificaram que as principais preocupações durante a prática desportiva eram: não jogar bem (63,3%), erros nas ações (62,5%), pressões de treinadores (24,9%), pressões de colegas (24,7%) e pressões de pais (11,2%).

    Uma pratica muito freqüente aos treinadores do esporte infantil é criticar de maneira dura a criança que comete um erro técnico ou tático durante o treinamento ou na competição (SMITH, SMOLL & CURTIS, 1979).

    A situação mais crucial, geradora de inúmeros conflitos entre o treinador e as crianças, geralmente ocorre após competições com derrotas e fracassos individuais entre os membros da equipe. Neste momento em que o treinador deveria ser aquela pessoa com equilíbrio para providenciar apoio aos seus atletas derrotados, vários perdem o equilíbrio emocional e agridem verbalmente os seus comandados ou ainda o arbitro. Estas condutas inadequadas vão fazendo fissuras na relação do treinador com as crianças, podendo gerar redução de auto-estima e depressão das mesmas, bem como um clima de total insegurança (BECKER JR., 2000).

    O técnico deve, também, tornar claro aos seus atletas o verdadeiro potencial dos adversários, explicitando os aspectos fortes e fracos, salientando as táticas da partida. O principal objetivo do técnico é alcançar as metas propostas do desempenho dos atletas e não o resultado final ou se o adversário é bom ou ruim, conforme esclarecem Viana apud Buriti (1997).

    De Rose Jr. (1994) ressalva a incoerência entre o que o técnico explana nos treinos e o que é cobrado no jogo. O técnico exagera nas suas atitudes e solicitações, utilizando técnicas nada recomendáveis para os atletas conseguirem, de qualquer maneira, ganhar. O autor acredita que seja pelo medo de perder o cargo que o treinador haja dessa maneira (gritando, insultando, intimidando, etc.), trazendo conseqüências negativas sobre o jovem.

    Tanto o técnico como o atleta estão sujeitos a sofrerem influências que podem afetá-los ou não, levando-os a agir ou se posicionar de determinada maneira conforme seus desejos e anseios. Ambos podem se influenciar, ou um ao outro, ou ainda outras pessoas podem influenciá-los, diante de diversas situações (MACHADO,1997).

3.4.4.     Importância da Competição

    Um fator importante será a natureza do evento. A importância que este evento tem para o atleta e, ao mesmo tempo para o torcedor, podendo causar níveis de ansiedades variados entre eles que, por sua vez, passa a prejudicar a atuação do atleta (MACHADO, 1997).

    A competição é um fenômeno universal que faz parte da historia da raça humana. Competir sugere a busca de um determinado objetivo e significa rivalizar, lutar e tentar conseguir uma façanha ou proeza. São inúmeros benefícios que o esporte e a competição são capazes de possibilitar ao ser humano; em muitos casos, esses são deturpados quando a sua prática visa o prestígio social ou quando seus rumos são alterados pelas influencias políticas, econômicas e culturais (VARGAS NETO E VOSER 2001).

    Os mesmos autores relatam ainda que a competição se torna negativa quando a orientação está voltada exclusivamente para o produto (resultado final). Nesse enfoque, o esporte está acima da criança, sendo a mesma apenas vista como um atleta em potencial ou um simples objeto de treinamento.

    Magill (1984) afirma ainda que a ansiedade também parece interagir com duas variáveis de situação muito importantes: a importância da situação para o indivíduo e a incerteza do resultado da competição. Qualquer tentativa para determinar se uma pessoa com um dado nível de ansiedade de traço apresentará um alto nível de ansiedade de estado em uma dada situação deverá levar em conta estas duas variáveis.

    Após realizar extensas pesquisas Magill (1984) afirma que quanto mais importância um indivíduo confere a uma situação, maior será a probabilidade de que ele venha a exibir ansiedade de estado em alto nível. Obviamente, uma pessoa com ansiedade de traço elevada tenderia a encarar mais situações como importantes que a pessoa com baixo grau de ansiedade de traço.

    Concordando com os autores acima Lowe e McGrath (1971) se referem à importância da competição, assinalando que quanto mais relevância tiver maior será o nível de ansiedade nos esportistas. É evidente que na medida em que um acontecimento, de qualquer tipo, se constitua em relevante, provocara níveis mais elevados de ansiedade que se for considerado de menor relevância.

4.     Conclusão

    O fator ansiedade pode interferir muito em competições de iniciação esportiva, pois as experiências vividas nesse ambiente são novas para o jovem atleta. Segundo os autores estudados, o medo do que pode acontecer na competição eleva o nível de ansiedade, prejudicando, muitas vezes, o desempenho das habilidades e interferindo no desempenho motor do atleta. O ambiente da competição deve ser propício para uma prática tranqüila, onde a criança possa estar confiante e segura do que aprendeu.

    Podemos verificar que a ansiedade é conseqüência entre outras razões, das expectativas de outras pessoas e das expectativas auto-impostas pelo jovem. Anteriormente vimos que os esportistas em muitas ocasiões se sentem pressionados pelas pessoas que o rodeiam. As pessoas que estão próximas dele, seu treinador, seus pais, amigos ou companheiros, e, portanto, que mais lhe influem, tanto pela proximidade quanto pela importância que têm.

    Identificamos na literatura pesquisada que vários fatores influenciam para o aumento da ansiedade: os pais, o técnico, a importância da competição, a torcida. Esta sugere, ainda, que o incremento da pressão familiar para que as crianças participem em programas esportivos está associado aos altos níveis de ansiedade estado destas. Concluímos, assim, que as atitudes e comportamentos dos pais são uma das causas principais de ansiedade no jovem esportista.

    Os treinadores, além dos pais, também são agentes geradores de ansiedade, através das relações inadequadas que estabelecem com a criança ou desta com seus companheiros. Segundo observamos as crianças têm necessidade de obter avaliações positivas dos adultos e, mais concretamente dos treinadores, que podem provocar um estado de ansiedade ao não receber a resposta desejada.

    Os motivos para a prática do esporte, apontados anteriormente em investigações consultadas, pelas crianças, é o de fazer novos amigos e também o de poder estar com eles. Quando isso não ocorre o jovem pode se sentir mal. Também pode acontecer que a criança busque aprovação social entre os companheiros e não obtenha conforme citam autores anteriormente, ocasionando em que os níveis de ansiedade de estado podem aumentar.

    As situações gerais que provocam ansiedade são todas aquelas em que existe incerteza (resultado da competição, etc.), nas situações novas e de troca (perto de um torneio, necessidade de classificar-se, etc.), nas que existe falta de informação (categoria do adversário, etc.), nas que há uma sobrecarga de informação (por exemplo, informação ao mesmo tempo do treinador, pais, companheiros, etc.) e nas que faltam condutas para fazer frente e manejar a situação (uma situação limite, uma tarefa critica como cobrança de pênaltis e que não foi treinado).

    Quanto aos determinantes pessoais, é claro que a ansiedade se relaciona com certos fatores do sujeito como auto-estima e a orientação para o resultado. Neste sentido, acreditamos que as crianças com baixa auto-estima mostram mais ansiedade antes e durante a competição embora não depois da mesma. Mencionamos, também, que as crianças que estão orientadas ao domínio da tarefa mostram menos ansiedade do que as que estão orientadas ao resultado (importância atribuída para vitoria e o fracasso).

    Verificamos ainda que antes da competição as crianças com baixa expectativa de êxito apresentam mais ansiedade estado do que as com altas expectativas frente ao evento. Relacionando-se a ansiedade com a alegria e diversão, verificamos, também, que as pessoas que participam e assistem à partida ou como algo alegre e divertido mostram menos ansiedade.

    Concluímos, então, que a ansiedade está presente em toda forma de competição esportiva, pois não sabemos o que acontecerá durante um jogo. No caso de uma iniciação, a competição torna-se ainda mais propícia para o aumento da ansiedade, pois são as primeiras experiências esportivas das crianças; é um momento onde todos os seus anseios estão “em jogo”, a alegria de jogar, a aquisição de habilidades, a competência no desenvolvimento de habilidades, a forma, status social, saúde, liberação de energia.

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