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Voleibol: sistema de jogo 5 x 1

Voleibol: el sistema de juego 5 x 1

Volleyball: game system 5 x 1

 

Mestre em Ciências da Motricidade Humana

Pós-graduado em Anatomia e Cinesiologia Humana

Pós Graduado em Musculação e Treinamento de Força

Professor Universitário. Técnico de Voleibol Nível IV, pela CBV

Auxiliar técnico da Seleção Carioca de Voleibol (2006 e 2007)

Auxiliar técnico da equipe Flamengo/Governo do Estado do Rio (2005/2006)

Técnico das equipes de Campos desde 1995

Ronaldo Nascimento Maciel

rnmvolei@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Sistema de jogo pode ser definido como a organização estrutural de uma equipe, de forma que se consiga o melhor aproveitamento dos atletas disponíveis. No voleibol atual, a maior parte das equipes consideradas de alto rendimento utilizam o sistema de jogo 5 x 1. As equipes que a utilizam geralmente apresentam uma estrutura em que os atletas são classificados como: um levantador, um atacante oposto, dois atacantes de ponta e dois atacantes centrais. Ainda existe a presença do líbero, que é um atleta com características e regras totalmente diferenciada em relação aos demais. Como qualquer sistema, o 5 x 1 apresenta deficiências, porém entende-se que suas vantagens superam as desvantagens, como pode ser comprovado pela sua larga utilização.

          Unitermos: Voleibol. Sistema de jogo 5 x 1. Atletas. Equipes. Especificidade.

 

Resumen

          El Sistema del Juego se puede definir como la organización estructural de un equipo, de modo que consiga el mejor uso de los jugadores disponibles. En el Voleibol actual, la mayoría de los equipos considerados de alto rendimiento utilizan el sistema de juego de 5 x 1. Los equipos que lo utilizan por lo general tienen una estructura en la que los jugadores se ubican como: un levantador, uno atacante opuesto, dos atacantes de punta y dos delanteros centros. Además está la presencia del líbero, que es un jugador con características y reglas completamente diferentes en relación a los demás. Como cualquier otro sistema, el 5 x 1 presenta fallas, pero se entiende que las ventajas compensan las desventajas, como puede ser evidenciado por su amplio utilización.

          Palabras clave: Voleibol. Sistema de juego 5 x 1. Jugadores. Equipo. Especificidad.

 

Abstract

          Game system can be defined as the structural organization of a team, so that it gets the best use of available athletes. Volleyball now, most of the teams considered high yield using the game system 5 x 1. Teams that use it generally have a structure in which the athletes are classified as a setter, a opposite attacker, two attackers pointers and two strikers central. There is still the presence of the libero, who is an athlete with features and completely different rules in relation to others. Like any system, the 5 x 1 is flawed, but it is understood that the advantages outweigh the disadvantages, as can be evidenced by its wide use.

          Keywords: Volleyball. Game system 5 x 1. Athletes. Teams. Specificity.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 156 - Mayo de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Um dos aspectos característicos da evolução do voleibol é o aumento das exigências do domínio da técnica e tática de jogo, o que veio repercutir no nível de especialização das funções que o atleta executa na equipe (ROCHA e BARBANTI, 2007). Baseado nesta premissa houve ao longo do tempo uma busca pelo sistema de jogo que poderia ser considerado ideal para a maximização do desempenho das equipes em quadra.

    Atualmente, podemos observar a utilização de diversos sistemas de jogo para a prática do voleibol. Esses sistemas variam conforme o nível técnico dos atletas disponíveis e de acordo com a preferência do Profissional responsável pela condução da equipe.

    Sendo assim, o objetivo deste estudo, caracterizado como de revisão de literatura, é de analisar criticamente o sistema de jogo 5 x 1, que é o mais utilizado por equipes de alto rendimento.

Materiais e métodos

    Para este trabalho de pesquisa, do tipo analítica, de revisão, foram pesquisados artigos indexados nas principais bases de dados disponíveis, utilizando-se no campo “palavras de títulos” os termos voleibol, funções e sistemas de jogo. Foram ainda usados alguns dos principais livros textos que discorrem sobre as áreas acima mencionadas.

Revisão da literatura

    Sistema de jogo pode ser definido como a combinação de padrões para a organização estrutural e utilização adequada dos componentes de uma equipe, de forma que se consiga o melhor aproveitamento dos atletas disponíveis, levando em consideração suas características técnicas, físicas, táticas e psicológicas (MACIEL, MORALES e GUARANYS, 2010; RIBEIRO, 2004). Está relacionado à distribuição das funções e responsabilidades de cada indivíduo dentro da quadra, que deve ser a mais harmônica e equilibrada possível (BIZZOCCHI, 2004).

    Quando um treinador começa o processo de preparação de uma equipe, um dos primeiros passos a ser dado é uma avaliação aprofundada e criteriosa das características do material humano que dispõe. A habilidade do treinador em diagnosticar como melhor podem ser aproveitadas as principais virtudes de cada atleta é primordial para que o sistema escolhido seja realmente aquele que maiores benefícios trará a equipe (ANFILO, 2003).

    No voleibol atual, a maior parte das equipes consideradas de alto rendimento utilizam o sistema de jogo 5 x 1. Esta proposta de jogo é baseada na formação que conta com apenas um levantador e cinco atacantes. O alto grau de especialização é a principal característica deste sistema, o que proporciona a equipe uma estrutura mais veloz e precisa no desenrolar do jogo, além de um maior sincronismo nas jogadas ofensivas (MILISTETD et al., 2009). Assim, os seus componentes devem ser capazes de executar diferentes ações inerentes às responsabilidades das funções que exercem na equipe (BOJIKIAN, 2005; BIZZOCCHI, 2004).

    Desta forma, as equipes que utilizam este sistema geralmente apresentam uma estrutura em que os atletas são classificados como: um levantador, um atacante oposto, dois atacantes de ponta e dois atacantes centrais, conforme podemos visualizar na figura 1 (GOUVÊIA e BELÉM, 2008). Ainda existe a presença do líbero, que é um atleta com características e regras totalmente diferenciada em relação aos demais, que pode ser utilizado a critério do treinador em substituição a qualquer atleta que, no momento da substituição, esteja na área defensiva da quadra (MACIEL, MORALES e GUARANYS, 2010; LIROLA, 2006).

Figura 1. Representação das funções dos jogadores no sistema de jogo 5 x 1, na passagem de rodízio em que o levantador está na posição 1

    As particularidades que dizem respeito a cada função serão apresentadas a seguir:

    O Levantador é considerado pelos especialistas o cérebro da equipe. Deve dominar com maestria a técnica do toque, ser ágil, ter capacidade de liderar a equipe e uma apurada visão periférica (RAMOS et al., 2004). De acordo com Rizola Neto (2003), este atleta deve ter uma ampla capacidade de analisar as condições que são apresentadas pelo jogo e manter sempre uma lucidez que o permita tomar as decisões mais adequadas para a sua equipe.

    Maciel et al. (2009) apontam para a necessidade deste atleta estabelecer um plano de jogo que possibilite a obtenção do máximo aproveitamento do sistema ofensivo de sua equipe. Assim, o levantador assume um papel central no desenvolvimento tático da partida e deve ser capaz de perceber fatores como o momento psicológico dos seus atacantes, configuração do bloqueio adversário, entre outros, para escolher a melhor opção de ataque em cada jogada.

    Rizola Neto (2003) alerta para a necessidade de que a qualidade de execução da técnica do levantamento seja treinada no limite máximo do atleta. O autor chama a atenção ainda para as diferenças do levantamento em relação ao momento do jogo. Estes são denominados de complexo um, que ocorre após a recepção, e complexo dois, que é quando a equipe está sacando (CASTRO e MESQUITA, 2008). Quando estamos no complexo um, o levantador deve buscar imprimir a maior velocidade possível e fazer as combinações de ataque mais ousadas. Já no complexo dois, após uma defesa, a aposta do levantador deve ser por opções mais precisas e seguras.

    O Atacante oposto é assim denominado por estar sempre em posição contrária a do levantador. Atua na extremidade da quadra, ocupando geralmente a posição dois quando está na zona ofensiva e a posição um na zona defensiva. É um jogador especialista no ataque, tanto na rede, quanto do fundo da quadra, onde minimiza a principal deficiência do sistema 5 x 1, que é o de ter apenas dois atacantes na rede nas passagens de rodízio que o levantador se encontra na área ofensiva (MACIEL et al., 2009).

    Devido ao acima exposto, o oposto é, entre todos os jogadores que compõem a equipe, aquele que possui a maior responsabilidade em relação ao ataque, principalmente no voleibol masculino (CÉSAR e MESQUITA, 2006). Desta forma, é interessante que o atleta que atue nesta função seja autoconfiante e tenha bem desenvolvidas as capacidades de alcance, potência e resistência, já que normalmente será o atacante que irá decidir o maior número de jogadas ofensivas da sua equipe (MILISTETD et al., 2009).

    Os Atacantes centrais atuam na maioria das ações na posição três e são os principais responsáveis pela composição do bloqueio da equipe, tanto no centro da quadra quanto nas extremidades (ROCHA e BARBANTI, 2007), e pela construção dos ataques das bolas mais rápidas, seja efetivamente atacando ou participando através das fintas. (CASTRO e MESQUITA, 2008). Os ataques dos centrais são os que apresentam o mais alto nível de aproveitamento no voleibol atual e a sua disponibilidade em participar da jogada ofensiva interfere na ação dos bloqueadores adversários (MACIEL et al., 2009).

    Devem ser atletas velozes e com bom repertório técnico, que o permita variar os seus golpes durante a partida. Como geralmente são os atletas que dão lugar ao líbero no fundo de quadra, são atletas especialistas nas ações realizadas na rede (MILISTETD et al., 2009), o que faz com que tenham uma capacidade diferenciada na percepção das ações do jogo. A este respeito, um estudo de Maciel et al. (2009) sobre tempo de reação simples aponta os atacantes centrais como os jogadores com melhor velocidade de reação entre os atletas das diferentes funções.

    Por sua vez, os Atacantes de ponta participam efetivamente de duas funções importantes na equipe: a recepção e os ataques de extremidade, principalmente pela posição quatro,(ANFILO e SHIGUNOV, 2004). Praticamente todas as equipes utilizam os dois atacantes de ponta e o líbero como os atletas responsáveis pela composição do sistema de recepção da equipe (LIROLA, 2006). Stanganelli et al., 2006, chamam a atenção para a importância desta função devido à dependência da qualidade da recepção para o sucesso do ataque.

Figura 2. O sistema de recepção composto pelos dois atacantes de ponta mais o líbero, com o levantador na posição 1

    Pelo fato do líbero ser um jogador altamente especializado na recepção, há uma tendência da maioria dos saques ser feito nos ponteiros, o que aumenta a responsabilidade destes na recepção (LIROLA, 2006). Como temos dois jogadores que executam esta função na equipe, estes devem estar posicionados em diagonal, de forma que sempre um esteja na área ofensiva e o outro na área defensiva. Apesar de ambos participarem da recepção, muitos treinadores optam por uma formação em que o ponteiro que se encontra na área defensiva assuma uma maior responsabilidade na recepção, para que o atacante de ponta da área ofensiva tenha uma maior liberdade para atacar (MAIA e MESQUITA, 2006).

    Já o Líbero foi a função mais recentemente criada no voleibol. É um atleta especialista na recepção e na defesa e, pelas limitações impostas pela regra, somente pode atuar nas posições da área defensiva da quadra (CBV, 2004). Esta função foi criada em uma tentativa de diminuir a notória vantagem existente do ataque em relação ao sistema defensivo, proporcionando um maior equilíbrio nos rallys, o que poderia fazer com que a bola permanecesse mais tempo em jogo (LIROLA, 2006).

    Além da capacidade técnica de recepcionar e defender, o líbero funciona como um líder da equipe na zona defensiva da quadra (MILISTETD et al., 2009). Andrade et al. (2004) afirmam que o atleta para atuar nesta função deve ter uma grande capacidade perceptiva e alto domínio emocional para suportar o estresse causado pelas responsabilidades inerentes a esta posição.

    Geralmente o líbero substitui o atacante central, após este terminar sua ação no saque. Na recepção ele obedece às limitações impostas pelo rodízio, atuando principalmente nas posições um e seis. Já na defesa, se posiciona na maior parte das ações posição cinco da quadra, devido à alta incidência de ataques neste setor (LIROLA, 2006).

Considerações finais

    O sistema de jogo 5 x 1 é o mais utilizado atualmente no voleibol de alto rendimento. Todas as equipes que participam da atual superliga nacional utilizaram tal sistema, o que corrobora esta afirmação. Sua principal vantagem reside no fato de que, devido ao seu alto grau de especialização, os atletas que o compõem podem dedicar a maior parte do tempo em seus treinamentos às ações específicas inerentes as suas responsabilidades em quadra. A maior sintonia entre o levantador e os atacantes é um outro fator que viabiliza a sua utilização.

    Como qualquer sistema apresenta deficiências, como o fato de em três passagens de rodízio a equipe estar reduzida a apenas dois atacantes na rede, a realização de trocas mais complexas, como a infiltração do levantador quando este se encontra na área defensiva da quadra, além da alta sobrecarga psicológica imposta ao atleta que atua como levantador, já que este participa de praticamente todas as jogadas ofensivas da equipe. Porém, entende-se que suas vantagens superam as desvantagens, como pode ser comprovado pela sua larga utilização.

    Entretanto, deve ser ressaltada a importância do Profissional responsável pela formação da equipe atentar para o material humano que dispõe. Muitas vezes a tentativa de copiar modelos vigentes, que proporcionam sucesso em determinadas equipes podem levar a adoção de um sistema inadequado à realidade apresentada, o que poderá fazer com que todo o esforço e tempo dedicado a preparação da equipe não seja recompensado com os resultados esperados.

Referencias bibliográficas

Outros artigos em Portugués

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