efdeportes.com

Nível de coordenação motora em crianças que 

praticam futsal no município de Prudentópolis, PR

Niveles de coordinación motriz en niños que practican futsal en el municipio de Prudentópolis, PR

 

Universidade Estadual do Centro Oeste, UNICENTRO

Cidade de Irati, Paraná

(Brasil)

Odimilson Fabio Ramos

odimilson@hotmail.com

Luciano Menon

luciano.menon@bol.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo do presente estudo foi analisar o nível de coordenação motora em crianças que praticam futsal. O teste utilizado para avaliar o nível de coordenação motora foi o KTK (Körperkoordination Test für Kinder) elaborado e validado por Kiphard e Schilling (1974), no qual é composto por uma bateria de quatro testes: marcha à retaguarda ou retrocedendo (MR), saltos laterais (SL), saltos monopedais (SM) e transposição lateral (TL) e pode ser aplicado em crianças de 4,5 anos a 14,5 anos. A partir da soma dos resultados e das tabelas de valores normativos propostos pelos autores, obtém-se o quociente motor (QM) e o nível de coordenação motora de cada criança classificados em alta coordenação, boa coordenação, coordenação normal, perturbação na coordenação e insuficiência na coordenação. Considerou-se ainda as variáveis, idade, altura, envergadura, peso, com intuito de identificar possíveis relações e influências sobre o nível de coordenação motora das crianças. A amostra foi composta por 30 crianças de uma escola do ensino fundamental do município de Prudentópolis. Para a análise estatística será utilizado o programa SPSS, versão 13.0, com o Teste “t” de Student, considerando o nível de significância p<0,05. Após a análise e discussão dos dados, será possível evidenciar a influência do nível de coordenação motora com as demais variáveis analisadas.

          Unitermos: KTK. Coordenação motora. Futsal.

 

Abstract

          The purpose of this study was to analyze the level of motor coordination in children who practice Futsal. The test used to assess the level of motor coordination was the KTK (Körperkoordination Test für Kinder) developed and validated by Kiphard and Schilling (1974), which is composed of a battery of four tests: walking backwards or backwards (MR), lateral jumps (SL), jumps monopedais (SM) implementation and lateral (TL) and can be applied to children from 4.5 years to 14.5 years. From the sum of the results and tables of normative values proposed by the authors, produces the motor quotient (QM) and the level of motor coordination of each child classified as high coordination, good coordination, coordination normal, disruption in the coordination and failure in coordination. It was also considered the variables, age, height, size, weight, performance in order to identify possible relationships and influences on the level of motor coordination of children. The sample comprised 30 children from a school of elementary school, the council Prudentópolis of PR. For statistical analysis will be used the program SPSS, Version 13.0, with the Test "t" Student, considering the level of significance 0.05. After analysis and discussion of the data, you can highlight the influence of the level of motor coordination with other variables.

          Keywords: KTK. Motor coordination. Futsal.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 156 - Mayo de 2011. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    Desde cedo, por mais que seja inconsciente, aprendemos a engatinhar, pegar, manusear objetos mesmo sem a consciência se é certo ou errado, e ali estão nossos pais que nos primeiros anos de vida nos auxilia no dia a dia para que nossos movimentos começam a se aperfeiçoar, pois queira ou não o movimento é algo que estará presente em todos os momentos das nossas vidas.

    Segundo Thiers (1998), a liberdade do movimento é o encontro maior de todos os desejos e não tê-los é a ausência da vida. Se o desenvolvimento não ocorrer, poderá haver uma perda no desempenho das tarefas exigidas no cotidiano, e a criança poderá ficar inibida por não conseguir ter o mesmo domínio do colega e ter de certo modo, medo de fazer algo por falta de confiança, e ver o esporte como algo que a envergonhe e conseqüentemente não praticando, neste modo o risco do sedentarismo precoce aumenta ainda mais.

    Ao aprender uma habilidade, as pessoas desenvolvem um padrão adequado de coordenação de movimento de acordo com suas possibilidades e necessidades, um exemplo disso são as crianças que aprende naturalmente algumas ações como engatinhar, sugar, manipular, necessárias para sua sobrevivência. No decorrer da vida essas necessidades são alteradas, assim como as habilidades, tornando-as precisas de mudanças e adaptações. Entretanto à medida que continuam a praticar tornam-se cada vez mais habilidoso. Para Gallahue (2001) a capacidade de coordenação motora é definida como a habilidade de juntar, em modelos eficientes de movimento, sistemas motores separados com modalidades variadas. Assim, quanto mais complexas as tarefas motoras, maior nível de coordenação será preciso para um desempenho eficiente. 

    Assim é para uma criança quando pratica um esporte, se não tiver um estímulo positivo, um ambiente que o favoreça e um feedback adequado, poderá ocorrer um processo errôneo da aprendizagem, em que ocasionará insucessos refletidos sobre a capacidade de executar padrões de movimento.

    Para Ferreirra (2000) a idade de onze e doze anos a criança apresenta maior amadurecimento bio-psico-físico e social, exercendo maior participação no conjunto da atividade que a envolve, senso crítico aguçado, tendo maior domínio sabre suas capacidades motoras.

    Neste contexto, devido à carência de estudos sobre esta temática, ouve uma preocupação em compreender melhor o nível de coordenação motora em crianças praticantes de Futsal.

    Porém o sedentarismo constitui um fator de risco para o desenvolvimento de doenças, que são apontadas como responsáveis, direta ou indiretamente, pelas elevadas percentagens de mobilidade e mortalidade.

    O estilo de vida é cada vez mais sedentários, devido à ausência de tempo, crianças ficam horas entretidas pela televisão e com o vídeo-game, deixando de lado brincadeiras que estimulam seu corpo e o espaço para as crianças brincarem são cada vez mais limitados devido o desenvolvimento industrial.

    Hoje a televisão é um grande fator no desenvolvimento da obesidade, pois, indiferente do futsal ou algo que exige muito do movimento, ela é um meio de lazer passivo (DÂMASO, 2005).

    Uma criança obesa significa tantas coisas para outra e é ai que ela se sente excluída da sociedade, por exemplo, hoje as indústrias têxtil, moveleira entre tantas outras não se preocupam que seu produto seja adequado a uma pessoa obesa, pois a lei do marketing é fazer produtos aliados a maioria, e conseqüentemente quem sofre com isso!

    O objetivo deste estudo foi o de avaliar o nível de coordenação motora em crianças praticantes de futsal no município de Prudentópolis-PR e comparar o resultado obtido de cada um em determinada posição, goleiros, fixos, alas e pivô.

Procedimentos metodológicos

Caracterizações da pesquisa

    O estudo caracterizou-se como uma pesquisa descritivo-exploratória, com abordagem quantitativa das informações, sendo que os estudos quantitativos são os que possibilitam a tradução em números das características ou informações coletadas. Esse tipo de estudo realiza descrições da situação e requer um planejamento flexível para possibilitar a consideração dos aspectos de um problema ou solução (CERVO e BERVIN, 1996).

    Também apresenta enfoques característicos de estudos transversais, de acordo com Thomas e Nelson (2002).

População e amostra

    A amostra deste estudo foi composta por crianças de 12 a 14 anos de idade, pertencentes a uma escola do Ensino Fundamental da cidade de Prudentópolis-Pr que praticam Futsal. A escolha da escola foi de forma intencional e das crianças de forma aleatória desde que pratiquem o esporte.

    Participaram do estudo 30 crianças, do sexo masculino. A caracterização geral dos participantes está representada na Tabela 1.

Tabela 1. Caracterização dos participantes da pesquisa

Instrumentos utilizados na coleta dos dados

    A aplicação do teste KTK foi realizada segundo a descrição sugerida por Gorla et al. (2003), da seguinte forma:

  • Equilíbrio em marcha à retaguarda: tem como objetivo a estabilidade do equilíbrio em marcha para trás sobre três traves de madeira, colocadas paralelamente, com 3m de comprimento, 5cm de altura e larguras de 6cm, 4,5cm e 3cm. À frente da trave foi colocada uma plataforma como superfície de apoio para saída. A criança saía da plataforma e caminhava à retaguarda sobre as traves sem tocar o solo durante todo o percurso. Foram avaliadas três tentativas por trave, após um ensaio antes da realização, no qual o aluno realizou um deslocamento à frente e retornava à retaguarda. Este teste iniciou-se na trave mais larga, pois à medida que a largura desta diminui, a dificuldade de sua execução aumentava.

  • Salto monopedal: foram utilizados 14 blocos de espuma, medindo 50 x 20 x 5 cm cada. O objetivo foi avaliar a coordenação dos membros inferiores, a energia dinâmica e a força. A criança tinha que saltar com uma perna de cada vez sobre um ou mais blocos de espuma colocados uns sobre os outros. Foram avaliadas três tentativas para cada perna, sendo que, se o aluno obtivesse êxito na primeira tentativa, alcançava 3 pontos, na segunda dois e na terceira um ponto.

  • Salto lateral: delimitou-se uma área no chão, de 60 x 50cm, com um sarrafo divisório de 60 x 4 x 2cm, objetivando detectar a velocidade da criança em saltos alternados. A criança tinha 15 segundos para saltar o mais rápido possível, de um lado a outro do sarrafo, com os dois pés unidos. Foram avaliadas duas tentativas, após um ensaio de aproximadamente cinco saltos.

  • Transposição lateral: objetivou avaliar a lateralidade e a estruturação espaço-temporal. A criança tinha 20 segundos para deslocar-se sobre duas plataformas de madeira (25 x 25 x 1,5cm que possuem, nos seus cantos, quatro pés com 3,5cm de altura) colocadas lado a lado com uma distância entre elas de 5cm. Foi necessária uma área livre de 5 a 6m para o seu deslocamento. Neste teste também foram avaliadas duas tentativas após o ensaio inicial.

    Os valores obtidos em todos os testes são analisados nas tabelas de referência do teste KTK.

Procedimentos para a coleta de dados

    Primeiramente, houve um contato com a direção da escola e o contato com os pais dos alunos selecionados para solicitar autorização para realização do estudo. Após consentimento da direção e pais, fez-se o agendamento de horários para a apresentação do estudo aos alunos e a entrega dos Termos de Consentimento Livre e Esclarecidos aos professores e aos pais ou responsáveis. Após o recolhimento dos termos devidamente preenchidos, deu o início a coleta que foi realizada nos meses de outubro e novembro de 2010.

    Os testes foram realizados na quadra esportiva da escola e em sala de aula, tendo como avaliador acadêmico e professor de graduação do curso de Educação Física da Unicentro. Os dados das como, sexo, idade envergadura peso, e prática esportiva foram coletadas por meio de uma ficha de registro de dados preenchida pelos pesquisadores de acordo com a resposta fornecida pelos alunos.

    Na avaliação das medidas de estatura e envergadura, o avaliado deveria ficar com a costa na parede, na posição anatômica com as pernas unidas (pés descalços), os braços ao longo do corpo (proximidade linha peitoral) e a cabeça posicionada paralelamente ao solo. A medida era obtida durante a inspiração, utilizando-se, para delimitar a estatura, um esquadro posicionado sobre a cabeça da criança localizado.

    As medidas da massa corporal foram realizadas com o menor número de roupas possível. Durante a avaliação, a criança deveria posicionar-se sobre o centro da balança na posição ortostática, de frente para o avaliador.

Apresentação e discussão dos resultados

    Os itens que compõem esse capítulo buscam apresentar e discutir os resultados obtidos durante a pesquisa. O propósito desse capítulo é trazer os dados recolhidos na pesquisa e compará-los para que se possa determinar qual é o número de atletas que demonstram altas e/ou baixa aptidão física.

Nível de coordenação motora em crianças praticantes de futsal

    O estudo realizado buscou-se analisar o índice de coordenação motora de 30 crianças do sexo masculino com 12 a 14 anos de idade. Este estudo avaliou a coordenação por meio da bateria de testes KTK, na qual se constatou que 50% das crianças possuíam quociente motor (QM) de coordenação normal, 33,33% boa coordenação 5% alta coordenação e 0% perturbações e insuficiência da coordenação, como mostra as tabelas a seguir.

Tabela 1. Nível geral de coordenação motora em crianças

    A tabela acima nos traz dados sobre o nível de coordenação motora em crianças, ela nos traz um número total de 30 indivíduos, os quais compõem 100% da amostragem. Percebe-se, apoiado na tabela, que 50% dos indivíduos apresentam um nível considerado normal no que se refere à coordenação motora. Também percebe-se um número considerável de indivíduos que apresentam uma boa coordenação motora, alcançando o nível de 33,33% dos escolares. Em número menor, porém significativo, a tabela contém o número de 5 indivíduos que apresentam um alto nível de coordenação, atingindo o número de 16,66% do total de indivíduos. Nenhum dos indivíduos demonstrou perturbação e insuficiência motora.

Tabela 2. Nível de coordenação motora em crianças, por posições

    A tabela 2 nos traz os dados do nível de coordenação motora em crianças por posições, mas diferentemente da tabela n° 1 que dividia os indivíduos pelo nível da coordenação. O índice perturbação e insuficiência na coordenação motora não constam. Os que apresentaram níveis considerados normais têm na seqüência: goleiro – 26¢%; fixo – 33%; ala esquerda – 13%; ala direita – 13%; pivo – 13%. Percebe-se que a maior parte dos atletas da posição fixa se insere nesse nível. Os indivíduos que se enquadram no nível de boa coordenação seguem: goleiro – 0%; fixo – 10%; ala esquerda – 20%; ala direita–20%; pivo – 50%. Nesse caso esse nível de coordenação se encontra em maior concentração nos atletas da posição pivo. Apenas cinco dos atletas da posição pivô atingiram o nível que os considerou com alta coordenação motora.

Considerações finais

    Com base nos resultados obtidos neste estudo, pôde-se chegar a algumas considerações, no nível de coordenação em relação à posição do atleta.

    Em relação ao nível geral de coordenação da amostra, os atletas demonstraram pouco equilíbrio entre as classificações de alta coordenação, boa coordenação e coordenação normal, sendo que a amostra não apresentou nenhum caso de insuficiência e perturbação na coordenação.

    O melhor índice apresentado foi os atletas de posição pivô, relacionado principalmente na alta coordenação e boa coordenação

    De fato, o desenvolvimento de atividades realizado apresentou diferenciação dos resultados quando comparados uma posição com a outra e foi de suma importância para seqüência do projeto de futsal, e sem contar que hoje a estudo que tem provado que quando mais recente for a base motora da criança, melhor desempenho ela terá quando chegar ao momento de se especializar em um determinado esporte, por isso incentivar sempre a criança mesmo que ela não queira, pois hoje não há muita diferença, mas para a seqüência da sua vida você terá participação direta do sucesso dela..

Referências bibliográficas

  • CERVO, A.L. e BERVIN, P.A. Metodologia Cientifica, 4° edição São Paulo: Makron Books, 1996.

  • DAMASO, A. e TOCK, L. Obesidade: perguntas e respostas, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005

  • FERREIRA, F.R. Futsal e a Iniciação, 4° edição Rio de Janeiro: Sprint 2000

  • GALLAHUE, D. e OZMUN, D. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte Editora, 2001.

  • GORLA, J. I. et al. O Teste KTK em estudos da coordenação motora. Conexões, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 29-38, 2003.

  • KIPHARD, E. J. SCHILLING, V. F. Köper-koordinations-test für kinder: KTK. Beltz Test Gmbh, Weinhein, 1974.

  • THIERS, R. Sociopsicomotricidade. 2°ed. São Paulo: LTDA, 1998.

  • THOMAS, J. R.; NELSON, J. K. Métodos de pesquisa em atividade física. 3 edição. Porto Alegre: Artmed, 2002.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 156 | Buenos Aires, Mayo de 2011  
© 1997-2011 Derechos reservados