Introdução
Segundo CRESCENTE et al. (2006) o futebol sempre foi um esporte bem
conhecido e é o mais praticado no mundo, além de o mais divulgado, com mais de
200 milhões de atletas, em 204 países filiados a FIFA, que são treinados e
jogam regularmente. Mas para que isto possa ser realizado com êxito e os
atletas possam dar resultados utilizar métodos de avaliação física, tática
e técnicas além das técnicas de treinamento, e a cada dia se cria um método,
se aprimora um jeito de melhorar o desempenho de atletas de rendimento, para que
desta maneira possa se chegar a um melhor treinamento e, portanto a um melhor
resultado nos jogos.
A Medicina do Esporte, atualmente, através da fisiologia do exercício tem se
preocupado em estudar os fatores que influenciam no desempenho de atletas de “performance”
para assim propor testes e métodos que possam adequadamente realizar esta
monitorizarão e controle do esforço realizado pelos jogadores.
Segundo CRESCENTE et al.,(2006). Entre os vários fatores, variáveis,
que podem influenciar no desempenho de um atleta, temos a condição física
avaliada pela freqüência cardíaca, VO2 máximo, limiar lático, limiar
ventilatório e limiar anaeróbio. Temos também outros fatores que este artigo
não enfatizará, mas que são de grande importância para a melhora da
condição física de um atleta como: o psicológico, as variáveis
antropométricas, metabólicas e neuromusculares.
A variável metabólica é a capacidade de o atleta produzir energia para as
suas ações motoras. Ela pode ser dividida em capacidade e potência aeróbia (VO2 máx.), capacidade e potência anaeróbia e limiar anaeróbio.
O desempenho de um jogador de futebol pode ser bem determinado ao medirmos o seu VO2
máximo e o seu Limiar Anaeróbio. O Limiar Anaeróbio pode ser definido
como a intensidade de esforço em que aumenta progressivamente a concentração
de ácido lático no sangue, a partir de uma condição estável, até o
esforço máximo.
Este momento, em que ocorre o Limiar Anaeróbio, pode ser medido de maneira
direta ou indireta. No direto, método metabólico mede no sangue a quantidade
de ácido lático acumulado. Já no indireto medimos situações que ocorrem no
momento desse acúmulo, como aumento da ventilação, perda da linearidade da
freqüência cardíaca e alterações na saliva, glicemia e catecolaminas, etc.
Estes métodos podem ser realizados através de testes laboratoriais ou em
testes de campo. Em laboratório existe a necessidade de equipamentos especiais
e conhecimento pelo atleta da execução dos procedimentos. Testes de campo são
mais fáceis de executar, exigem menos equipamentos e o atleta executa o
procedimento no seu próprio local de treino ou trabalho com a orientação
apenas do profissional da área, o preparador físico, o fisiologista e o
técnico.
Entre os testes de campo encontramos aqueles que utilizam o desempenho do
jogador em corridas com distâncias determinadas, corridas com coleta de lactato
e corridas com controle da freqüência cardíaca. A exemplo temos o teste de
Cooper.
No futebol, portanto, aqueles profissionais que trabalham na preparação
física, tática e técnica procuram utilizar o procedimento que seja mais
acessível, que possa ser executado em seu local de trabalho, que sirva para
orientar o treinamento de seus atletas e que melhor mostre os efeitos deste.
Este estudo tem como objetivo analisar várias variáveis no futebol e poder
mostrar algumas avaliações para se obter um bom condicionamento físico.
Metodologia
Características
do estudo
Este estudo caracteriza-se por ser um artigo de revisão a cerca da bibliografia
existente com base em outros artigos científicos, sites da internet, revistas e
periódicos.
Avaliação
da freqüência cardiaca
De acordo com o Dicionário Enciclopédico Tubino do Esporte,
Freqüência cardíaca é o número de vezes que o coração bate ou completa um
ciclo cardíaco em um minuto. A velocidade do coração é mais baixa quando
está em repouso e aumenta quando o nível de atividade se intensifica
A avaliação pode ser feita através de um cálculo em que se diminui a idade
de 220 e se obtém a freqüência cardíaca máxima, com o uso de um
cardiofreqüencímetro pode-se controlar a freqüência e fazer um determinado
treinamento usando a freqüência alvo, Sabemos que as pesquisas mais
freqüentes aconselham uma faixa de intensidade de treinamento entre 40 e 85% da
FC máx prevista (CARNEIRO, 2002) aquela dada através do cálculo usando a
idade .
Avaliação
do VO2 máximo
É definida conforme MARINS (1998) como a mensuração e interpretação da
capacidade de mobilização metabólica a partir do resultado obtido de um
protocolo (teste) específico.
LEITE, 1986 apud MARINS,(1998)Afirma que a quantidade de O₂ que um
indivíduo consegue captar do ar alveolar, transportar aos tecidos pelo sistema
cardiovascular e utilizar a nível celular na unidade de tempo.
Pode ser expresso em L.min-1 (capacidade aeróbica bruta) ou em ml.(kg.min)-1
(capacidade aeróbica relativa). Para a conversão de uma em outra utiliza-se as
fórmulas:
VO2max L.min = Peso kg x
VO2
max ml (kg.min) / 1000
VO2
max ml (kg.min) = VO2
L.min x 1000 / peso kg
Jack Wilmore (2001). Afirma que VO2
é a maior taxa de consumo de O2
que é possível de ser atingido durante o exercício máximo ou exaustivo
Para a determinação do VO2
Max. Pode se realizar uma sessão de
exercício contínuo e progressivo até exaustão.
Klissouras (1971). Afirma que para indivíduos saudáveis, mais de 90% da
variabilidade do VO2
Max. são determinados geneticamente.
Podemos fazer a avaliação de dois tipos:
-
Avaliação
direta é aquela que é feita através de
métodos químicos e físicos / maior precisão, porém alto custo e pouco
viável para grandes populações. Ex: Ergoespirometria (Analisador de
Gases).
-
Avaliação
indireta é aquela que a predição
de valores de VO2
max está baseada na relação linear existente entre
capacidade de realização do trabalho muscular e as variações de
freqüência cardíaca. Esse tipo de avaliação é feito utilizando-se
nomogramas, fórmulas e análises de regressão, desenvolvidas a partir de
medidas diretas.
Avaliação
do limiar lático
O limiar lático é baseado sobre níveis de lactato
nos músculos e no sangue, no site www.lactate.com/ptcarla.html, acredita-se
que o melhor modo de medi-lo é diretamente, através de análise de lactato.
Quando os níveis de lactato nos músculos estão em estado de equilíbrio
(steady state) também estará o lactato sangüíneo. Achando o máximo valor em
estado de equilíbrio se terá achado o limiar lático.
O teste plota freqüência cardíaca versus trabalho usualmente em um ciclo
ergômetro. Em algum ponto o aumento na freqüência cardíaca diminui. Conconi
diz que este ponto, que ele chama de ponto de defleção da freqüência
cardíaca, corresponde ao limiar lático. Este ponto tende a ser muito próximo
do VO2
máximo e em atletas bem condicionados, o limiar lático irá ser mais
alto e perto do VO2
máximo.
Avaliação
do limiar ventilatório
O limiar ventilatório aeróbio (LV) é determinado pela perda da linearidade
entre ventilação pulmonar (VE) e o consumo de oxigênio (VO2) verificado
pelo menor equivalente ventilatório de oxigênio (VO2).
O limiar ventilatório anaeróbio é determinado pela perda da linearidade entre
ventilação pulmonar e a produção de dióxido de carbono verificado pelo
menor equivalente ventilatório de dióxido de carbono seguido de seu aumento
crescente e pela verificação do maior valor da fração expirada de dióxido
de carbono seguido de sua diminuição abrupta (BHAMBHANI, Y. 1985)
Avaliação
do limiar anaeróbio
É utilizado para identificar, em testes de esforço, os limites de intensidade
onde ocorrem variações abruptas da concentração de ácido láctico
sanguíneo, com importantes repercussões fisiológicas.
Pra CONCONI et al. (1982) o Limiar Anaeróbio, pode ser
medido de maneira direta ou indireta. No direto, método metabólico, medimos no
sangue a quantidade de ácido lático acumulado. Já no indireto medimos
situações que ocorrem no momento desse acúmulo, como aumento da ventilação,
perda da linearidade da freqüência cardíaca e alterações na saliva,
glicemia e catecolaminas, etc.
ROI et al. (1997) propõem um valor ideal de limiar anaeróbio para atletas de
futebol. GODIK, Mark A., (1996). Mostra que o ideal para a prática do futebol
seria ter uma velocidade correspondente ao limiar de 4,0 m/seg (14,4 km/h), ou
seja, que a partir dessa velocidade, intensidade de esforço, o metabolismo
passaria a ser predominante anaeróbio. RAMOS ALVAREZ, J.J. (1995). Também
indica a velocidade de limiar entre 13 e 15 km/h como ideal para o futebol e
finalmente ROI, G.S, et al.(1997) afirma em seu estudos que ao avaliarem suas
equipes encontraram uma velocidade (limiar) de 14,5 km/h e 13,3 km/h.
O limiar anaeróbio esta relacionado com a capacidade de tolerar esforços de
longa duração atrasando o incremento do componente lento do VO2
em direção
ao VO2
max e, conseqüentemente, o início precoce de acidose láctica,
permitindo ao atleta realizar esforço sem fadiga excessiva (SILVA, Paulo
Roberto Santos, 2002).Por esse motivo que se deve fazer a sua avaliação para
poder termos um parâmetro do que o atleta é capaz de fazer ou de alcançar.
Conclusão
Percebemos que há várias formas de verificar as capacidades fisiológicas e
motoras de um atleta, mas mesmo assim, ainda não temos parâmetros
internacionais para ficarmos seguros com os resultados e ficamos com muitas
dúvidas, tudo pelo simples fato chamado de princípio da individualidade
biológica, que não deixa que um exame sirva de base para outros.
O único meio que possivelmente resolveria a questão seria a composição de
uma força-tarefa reunindo a experiência de todos os profissionais do universo,
para desenvolver uma bateria uniforme de testes, a fim de garantir um padrão
internacional para verificar o desempenho atlético de um atleta.
Contudo, vemos que é de extrema importância fazermos as avaliações para
direcionarmos o nosso atleta para um bom resultado.
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