Aspectos motivacionais dos alunos do ensino médio nas aulas de Educação Física Aspectos motivacionales de los alumnos de escuela media en las clases de Educación Física |
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*Autores. Profissionais de Educação Física graduados na FEBE – Centro Universitário de Brusque **Orientador. Professor Mestre do Curso de Educação Física do Centro Universitário de Brusque. Brusque, SC (Brasil) |
Marcelo Alves Boera* Marcelo Loss Picolli* Rafael Maçaneiro* André de Oliveira Braz** |
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Resumo O presente trabalho pretende identificar os aspectos motivacionais dos alunos do ensino médio da escola de educação básica Santa Terezinha nas aulas de Educação Física. Os dados encontrados neste trabalho poderão dar uma noção de quais os principais fatores que levam os alunos a aderir ou não a prática da Educação Física escolar e poderá ser uma ferramenta útil para que o professor faça seu planejamento de aulas visando a maior participação possível dos alunos em aula. O estudo proposto foi realizado no município de Brusque-SC, na Escola de Educação Básica Santa Terezinha, com os alunos do 1º, 2º e 3º anos do ensino médio do período noturno no ano de 2007, onde a falta de participação em aula foi observada com maior freqüência. Como instrumento de coleta de dados optou-se pela técnica do questionário, pois segundo Barros e Lehfeld (2004), o questionário apresenta a vantagem de atingir um grande número de pessoas investigadas, além de podermos direcionar as perguntas ao objetivo principal da averiguação, dando respostas mais diretas e exatas confirmando ou contrariando as hipóteses levantadas. A amostra foi composta por todos os alunos matriculados no ano letivo de 2007. Além do mencionado os dados serão tabulados em planilha de dados Excel 5.0 e apresentados através de tabelas. Grande parte dos pressupostos foi confirmada após a análise dos dados colhidos no questionário. Nas conclusões obtidas com este, notou-se que dentre os vários fatores que levam o aluno a aderir ou não à pratica de Educação Física o contexto familiar, social e escolar são fatores influentes para a adesão ou não deste aluno nas aulas de Educação Física, e cabe ao educador o importante papel de encontrar soluções viáveis para garantir uma participação maciça dos estudantes em suas aulas. Unitermos: Ensino Médio. Educação Física. Motivação.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 156 - Mayo de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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A literatura questiona que a Educação Física trata da cultura corporal de movimento e que nesse ciclo de ensino, manter a motivação dos alunos frente a esse componente curricular, é um grande desafio para os professores. Sabemos que as escolhas de conteúdos e estratégias têm um lugar primordial nesse processo.
O professor necessita manter-se sempre atualizado buscando uma interação constante com o aluno e esta interação é favorecida e facilitada quando ocorre uma contextualização dos objetivos das aulas com o cotidiano dos alunos, através de temas que atendem os interesses deles.
A postura do professor, frente aos conteúdos e métodos da educação física deve ser a de um pesquisador incansável, com profundo conhecimento especifico e uma visão de totalidade. É nesta visão de totalidade que se deve a especificidade dos conteúdos da Educação Física num meio, para que além de ter um fim motivacional especifico e um significativo próprio, devera constituir-se num, para que o aluno se produza, no coletivo, enquanto cidadão, Desta forma, a aula de Educação Física passa a ser um espaço mais criativo, tanto para os alunos como para os professores, oportunizando a produção individual e coletiva (PCSC, 1998. p.436).
De Santo (1993), afirma que a Educação Física no Ensino Médio deve se aprofundar nos conhecimentos sobre o movimento humano e com este saber em mãos, os alunos podem aumentar as possibilidades de escolha de como, quando e em que condições eles desejam se envolver ou praticar a atividade física. Portanto, procurando uma proposta de ensino que motive o aluno a criatividade e na sua auto-estima, através de novas formas de aprender e que consiga manifestar mais os seus anseios a determinada atividade.
A resposta que se procura muitas vezes na perspectiva de que se consiga impulsionar o estimulo de interesse aos alunos para um envolvimento constante nas aulas de educação física, procurando avançar na conquista de tornar mais presente à motivação durante as aulas. Para que haja o envolvimento dos alunos, Paim (2001.p.73-79), conclui: “o conhecimento da motivação pelos professores de Educação Física é de grande importância para que se possa estimular o interesse dos alunos”.
Na conquista de ter o aluno mais presente de corpo e mente nas aulas de Educação Física, procura grandes impulsos para despertar o interesse do aluno nas atividades, que estão relacionados muitas vezes a dois tipos de motivação, intrínseca e extrínseca que de certa forma venham identificar e influenciar sua criatividade, sua capacidade e sua potencialidade mediante o que lhes são propostos.
Assim, muitas vezes pode retratar uma falta de motivação para a prática nas aulas de Educação Física, que possam ter caminhos de compreensão junto a mecanismos de incentivos que influenciam a motivação e o desempenho de métodos relacionados ao ensino – aprendizagem. No entanto, procura-se de forma prática, proporcionar através de dados e variáveis que solucionem ou venham a minimizar a falta de interesse dos alunos durante as aulas, proporcionando, assim, ao professor um melhor planejamento e elaboração de atividades que venham a despertar no aluno o interesse pela aprendizagem e o interesse pela disciplina de Educação Física.
Fundamentação teórica
A Educação Física é o conjunto de atividades físicas, metódicas e racionais, que se integram ao processo de educação global, visando ao pleno desenvolvimento do aparelho locomotor, bem como o desenvolvimento normal das grandes funções vitais e ao melhor relacionamento social, (HURTADO, 1983. p. 38).
Considerando do ponto de vista pedagógico, a Educação Física objetiva o envolvimento corporal do aluno como uma totalidade, para que o aluno se conscientize de que forma o seu corpo vai agir a determinada atividade, possibilitando assim, um maior envolvimento consigo mesmo e com o que está ao seu redor.
Desta forma, a Educação Física esta relacionada ao corpo como um todo, ao mesmo tempo em que está ligada a uma aprendizagem abrangente no que tange a saúde e qualidade de vida, mostrando através de formas fragmentadas a valorização do corpo.
Para Pain (1988, p.7) “nenhuma aprendizagem deixa de passar pelo corpo e também pela constituição de esquema. Qualquer que seja a qualidade da aprendizagem, o corpo é uma parte dela”.
A consolidação do Ensino Médio como etapa da educação básica de todos os cidadãos e cidadãs é um objetivo não somente do governo, mas também de toda a nossa sociedade. (PCSC, 2005)
Portanto, ciente da necessidade de ter ações que percebam a importância de lutar para que, cada vez mais pessoas estejam dentro de uma sala de aula, favorecidas por um Ensino Médio que se comprometa na construção de cada cidadão, a qual a sociedade vem se esforçando para colocarem cada vez mais jovens nas salas de aula bem como proporcionando um ensino com qualidade para estas pessoas.
No ensino médio, o ingresso dos alunos com algumas experiências no que diz respeito aos conhecimentos sobre o corpo, aptidão física, saúde, esportes, danças, lutas, ginástica e movimentos com os ritmos. A escola deve promover a ampliação desses conhecimentos, permitindo e estimulando a sua utilização em situações sociais. O professor deve criar situações que coloquem esses conhecimentos em questão, ou seja, situações que solicitem do jovem a resolução de um problema, principalmente no plano estratégico (caso o conteúdo seja o esporte), no plano motor (se o tema tratado for a ginástica), ou no plano conceitual (em uma situação de analise de um tema cientifico). (MATTOS, 2004, p.17)
Desta forma, para desenvolver e propor diversidades na prática educacional elabora-se um planejamento de atividades, os quais os conteúdos venham proporcionar ao aluno uma participação mais constante e efetiva no processo de aprendizagem, a qual a Educação Física principalmente no Ensino Médio, é um componente que em grande parte das vezes, é marginalizado, discriminado, esquecido e muitas vezes não levado em conta para que um trabalho de objetividade seja feito com os alunos, chegando até por vezes a ser excluído dos projetos político pedagógico de algumas escolas.
Existe outro fator de relevante importância na adesão nas aulas de educação física, que é o professor. Para a PCSC (2005), em relação ao perfil do professor do ensino noturno, uma grande maioria concluiu o ensino superior, porém nem todos estão de fato preparados para tal atividade, pois lhes faltam formação continuada entre outras exigências do turno a fim de enfrentarem as mudanças. Existem também alguns professores que enfrentam jornadas duplas de trabalho ou até tripla, o que piora a qualidade do ensino, e torna quase impossível a especialização do professor devido à falta de tempo.
Entender a motivação através de estudos muitas vezes tem sido um dos temas mais pertinentes na historia de investigações na linha do desporto em geral e na área da educação, a qual muitas vezes surge questionamento em termos de percepções e pensamento relacionado a uma qualidade inata de cada aluna, onde suas ações e motivos às vezes podem ser atribuídos a sensações de prazer ou não durante a aprendizagem.
A motivação pode ser descrita como um processo interno que regula e orienta um determinado movimento, que de alguma forma pode ter reações internas ou externas através de comportamentos que o aluno pode demonstra na sua maneira de agir.
“Posteriormente, a necessidade e motivos têm sido construções utilizadas para explicar oscilações em curvas de aprendizagem, em diferenças de desempenho e percepção de contexto”. CRATTY (1973. p.255).
A motivação é conceituada como o processo que leva as pessoas a uma ação ou inércia em diversas situações. Este processo pode ser ainda o exame das razões pelas quais se escolhe fazer algo, e executar algumas tarefas com maior empenho do que outras, (CRATTY, 1984).
Conforme Magill (1984), a motivação pode ser definida como as causas que afetam o início, a manutenção e a intensidade do comportamento ou de uma ação levando assim o indivíduo a uma aprendizagem psícomotora, sendo assim, a motivação gera aprendizagem, e a aprendizagem gera motivação.
Cratty (1984) propõe que a motivação é um fator que leva as pessoas a realizar uma ação, que pode ser motora ou psicológica, e dependendo do grau ou da intensidade desta motivação a ação será ou não realizada, e com maior ou menor desempenho, o que em determinadas atividades é de caráter decisivo.
Delimitação do problema
Observou-se que a motivação pode estar dentro do contexto participativo dos alunos, sendo assim procuramos com esta pesquisa, investigar a relação entre a motivação e a participação dos alunos nas aulas de Educação Física do Ensino Médio da escola de Educação Básica Santa Terezinha.
A motivação é um fator dinâmico que muitas vezes está relacionada a reações que de alguma forma vai influenciar no comportamento ou na conduta de um indivíduo para um objetivo que se deseja alcançar. Portanto, para fortalecer um comportamento diferenciado para cada ação o aluno busque estimulo inovador e abrangente que oscila das mais variadas formas de agir e ao mesmo tempo, vão satisfazer e criar .
Pressupostos
Com base na observação e diálogo com professores, percebemos que alguns alunos não participavam das aulas de Educação Física, devendo ter algum motivo específico. Desta forma, chegamos à conclusão de que era de suma importância, descobrir o motivo desta falta de participação nas aulas.
Levando-se em conta que grande parte dos alunos do ensino médio estão na adolescência e conseqüentemente em idade de ingressar no mercado de trabalho, devido ao problema em conciliar vida social, sentimental, profissional e familiar com sua rotina escolar, acabam gerando uma gama de fatores que influenciam a participação destes jovens nas aulas de Educação Física.
Outro motivo desta falta de motivação, porém não menos importante, é o fato de como estes alunos eram tratados pelos seus professores quando crianças, o que acaba afetando de forma direta sua opinião sobre esta aula.
Sendo assim, é necessário descobrir o porquê desta falta de motivação que atinge os jovens afastando-os das aulas de Educação Física, vejamos então algumas hipóteses, levantados quanto ao tema em questão:
Alunos cansados após um dia de trabalho;
Alunos que realmente não gostam de atividade física;
Falta de materiais didáticos ou estrutura para aulas práticas;
Professores despreparados quanto à metodologia e prática pedagógica;
Alunos que enfrentam problemas familiares;
Alunos desmotivados devido a sua aparência ou condição física;
Alunos mal-tratados ou humilhados por professores de Educação Física;
Professores desmotivados pela falta de material de trabalho.
Objetivos
Objetivo geral
Identificar os fatores que podem motivar ou desmotivar os alunos de Ensino Médio noturno da escola Santa Terezinha a participarem das aulas de Educação Física.
Objetivos específicos
Verificar quais os motivos determinantes para a não participação do aluno nas aulas de Educação Física.
Verificar quais as rotinas diárias, escolares e laborais dos alunos.
Verificar se o professor possui domínio sobre os assuntos abordados em aula.
Verificar se o material disponível e estrutura física para as aulas de Educação Física interferem na motivação dos alunos.
Verificara se existe relação entre as variáveis.
Método
Campo de observação
O estudo proposto foi realizado no município de Brusque-SC, na Escola de Educação Básica Santa Terezinha, com os alunos do Ensino Médio do período noturno, sendo os alunos do 1º, 2º e 3º anos, onde o fato foi observado com maior freqüência. A amostra foi composta por todos os alunos matriculados no ano letivo de 2007.
Instrumentos de coleta de dados
Como instrumento de coleta de dados optou-se pela técnica do questionário, pois segundo Barros e Lehfeld (2004), o questionário apresenta a vantagem de atingir um grande número de pessoas investigadas, além de podermos direcionar as perguntas ao objetivo principal da averiguação, dando respostas mais diretas e exatas confirmando ou contrariando as hipóteses levantadas. Ainda segundo os autores esta técnica é muito aplicável quando se tem uma amostra dispersa e se procura uma grande gama de informações. Ele foi composto por questões que contemplem inicialmente o objetivo geral e os objetivos específicos.
Critérios para análise dos dados
Para a análise dos dados foi utilizada a técnica da análise de conteúdo, juntamente com o método dialético, pois segundo Marconi & Lakatos (2001), este método penetra o mundo dos fenômenos através de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade. Além do mencionado os dados serão tabulados em planilha de dados Excel 5.0 e apresentados através de tabelas.
Descrição das etapas da investigação
Escolha do tema
Seleção de bibliografias pertinentes ao tema;
Fichamento das leituras;
Elaboração do questionário;
Aplicação do questionário,
Tabulação dos dados
Análise dos dados coletados;
Redação do trabalho final;
Entrega do trabalho final.
Apresentação e discussão dos resultados
Tabela 1. Você se sente motivado a participar das aulas de Educação Física?
Conforme os dados da tabela 1 pode-se verificar que entre os alunos do ensino médio noturno a motivação para as aulas de Educação Física é relativamente alta. 47% dos alunos responderam diretamente que “Sim”, que estão realmente motivados para as aulas. 47% destes alunos responderam “As vezes”, mostrando uma indecisão na participação efetiva nas aulas de Educação Física, demonstrando que seu envolvimento pode ser associado a outros fatores que interferem na sua escolha e participação nas aulas. Somente 6% dos alunos responderam não, sendo desta forma um percentual relativamente pequeno que realmente não se integram com a disciplina.
Tabela 2. O professor demonstra domínio ao explicar os conteúdos apresentados?
De acordo com a tabela 2, pode-se afirmar que 69% dos alunos do Ensino Médio Noturno, responderam que “Sim”, que o professor demonstra domínio sobre os conteúdos apresentados, 10% dos alunos acham que “Não”, que o professor não demonstra domínio sobre os conteúdos apresentados e 21% dos alunos responderam “Às vezes”, ou seja, que nem sempre o professor demonstra domínio sobre os conteúdos apresentados.
Analisando os dados desta tabela com os dados da tabela 1, pode-se unir as respostas mostrando talvez que o gostar da Educação Física pode estar também acompanhado do domínio do professor do conteúdo ministrado, a forma como ele apresenta o conteúdo, as atividades elaboradas, entre outros aspectos.
Somando o gosto dos alunos com o domínio do professor sobre a disciplina faz com que o percentual de alunos motivados seja alto e também a sua participação nas aulas será mais efetiva.
Tabela 3. O professor interage com os alunos tirando dúvidas sobre a matéria?
De acordo com a tabela 3, os dados afirmam que 68% dos alunos acham que “Sim”, que o professor interage com seus alunos tirando suas dúvidas sobre as atividades, agindo assim de modo a incentivar e colaborar para a aquisição das habilidades, desenvolvendo os conteúdos e tentando atingir os objetivos propostos no plano de aula. 18% dos alunos acham que somente “Às vezes” o professor interage com eles tirando dúvidas e dirimindo as dificuldades existentes. Somente 14% dos alunos acham que “Não”, que realmente o professor não interage com a turma, existindo pouca participação e envolvimento do professor e dos alunos.
Tabela 4. O horário das aulas é o único horário que você dispõe para praticar atividades físicas?
Segundo a tabela 4 percebe-se que, para 47% dos alunos a resposta é “Sim”, que as aulas de Educação Física são os únicos momentos disponíveis durante o dia para fazer atividades físicas. Analisando a complexidade do assunto, sabe-se que 47% destes alunos que não dispõem de muito tempo para praticar atividades físicas, ou seja não tem muito tempo para cuidar de sua própria saúde, é bastante alto e preocupante, pois ela é um dos fatores para uma qualidade de vida, bem estar e boa saúde. 34% de alunos que responderam “Não”, que este não é o único horário, e que têm possibilidade de fazer atividades físicas em outros horários, sendo que 19% que responderam “Às vezes”, às vezes podem fazer atividades em outros horários, as vezes não.
Tabela 5. A escola dispõe de material e espaço físico para cada atividade da aula?
De acordo com a tabela acima, 57% dos alunos julgam que a escola dispõe de espaço físico para a prática das atividades propostas pelo professor, enquanto 7% dos alunos acham que a escola não dispõe de espaço físico, e 36% dos alunos acham que há espaço físico para a prática de quase todas as atividades.
O espaço físico também pode ser fato preponderante para a participação e envolvimento nas atividades a serem realizadas. Um espaço que reserve e seja propicio para a prática de atividades físicas variadas pode contribuir muito para o desenvolvimento das crianças e conseqüentemente melhores aulas de Educação Física.
Tabela 6. Você pratica atividades físicas sempre que possível?
Verificando a tabela 6, constamos que 58% dos alunos responderam que “Sim” que praticam atividade física sempre que possível mantendo assim certa freqüência. 10% dos alunos responderam que “Não” que não praticam atividade física com freqüência, enquanto 32% dos alunos responderam “Às vezes”, ou seja, nem sempre praticam atividades físicas.
Com estes dados pode-se afirmar que esta sendo dado pouca importância para as atividades físicas pelo ensino médio, provavelmente pelo fato de eles não conhecerem os benefícios de se ter um estilo de vida ativo através da prática de exercícios físicos.
Tabela 7. Você gosta de alguma modalidade específica? Qual?
Os dados da tabela 7 nos mostram que uma grande porcentagem dos alunos 86% tem preferência por uma modalidade esportiva específica, enquanto 14%, disseram não ter preferência por esta ou aquela modalidade. Percebe-se que o professor que conhece bem a sua turma, pode-se utilizar deste dado como estratégia para montagem de planos de aula.
Tabela 08. O professor trata a todos os alunos com igualdade?
Conforme dados da tabela 8 pode-se verificar que entre os alunos do ensino médio noturno o professor trata todos os alunos com igualdade, tendo assim um percentual relativamente alto (79%). Os alunos responderam de forma direta que o professor “Não” diferencia em momento algum um ou outro aluno. 16% destes responderam que “Às vezes” o professor trata com desigualdade os alunos, não sendo definido de que forma acontece esta diferenciação. Isto podem estar relacionado a diversos fatores, como pessoal, motivacional, relacionamentos, afetividade, entre outros. Somente 5% dos alunos responderam diretamente que “Não” sendo desta forma um percentual pequeno que afirmam que o professor trata os alunos com desigualdade.
Tabela 09. Você pratica Educação Física mesmo após ter trabalhado durante o dia?
Com os dados da tabela 09 pode-se verificar que entre os alunos do ensino médio noturno, mesmo com o trabalho durante todo o dia, a freqüência nas aulas é relativamente alta. 63% dos alunos responderam “Sim”, totalizando uma f = 107, participam das aulas de Educação Física oferecidas pela rede de ensino. 27% destes alunos responderam “Ás vezes”, isto é, após o trabalho sentem-se motivados em participar das aulas de Educação Física. Isto acontece em virtude da própria rotina do trabalho durante o dia, os quais a grande maioria dos alunos trabalha, causando talvez em alguns deles um leve cansaço. 10% responderam “Não”, sendo assim um percentual pequeno.
Tabela 10. Após o término das atividades, você se importa de voltar suado para assistir as aulas?
Conforme dados da tabela 10 pode-se verificar que entre os alunos do ensino médio noturno desta escola existe uma insatisfação relativamente alta em relação ao retornar após a aula de Educação Física à sala para as aulas das demais disciplinas. 47% responderam que “Sim” importa-se em voltar para sala de aula suado. 31% responderam que não, demonstrando-se indiferentes ao retorno para sala de aula, suados após a aula de Educação Física. 22% responderam que “Às vezes”, se importam em voltar suado para sala de aula.
Tabela 11. Você procura usar roupas adequadas para as aulas práticas?
Através dos dados da tabela 11 pode-se verificar que entre os alunos do ensino médio noturno ao uso de roupas adequadas para as aulas práticas, é relativo baixo, tratando-se muitas vezes de ser aulas práticas. 41% responderam que “Às vezes” usam roupas adequadas para as aulas práticas de Educação Física. Entre estes alunos, 35% responderam que “Sim”, que usam roupas adequadas para a prática das aulas, e 24% responderam que “Não”.
No entanto, aos pontos que não são afirmativos ao uso adequado de roupas para as aulas de Educação Física pode estar associado ao dia a dia do aluno trabalhador, que normalmente sai direto do trabalho com sua roupa costumeira, não levando para a escola a roupa adequada para as aulas de Educação Física. Com esses dados podem-se verificar que a maioria dos alunos, o uso de roupas não é necessário nas aulas práticas de Educação Física no Ensino Médio noturno da Escola de Educação Básica Santa Terezinha.
Tabela 12. O professor divide os alunos de acordo com as habilidades ou capacidades de cada um?
Os dados da tabela 12 demonstram que entre os alunos do ensino médio noturno não há uma divisão de acordo com habilidades ou capacidades de cada um. 54% responderam diretamente “Não” que o professor não divide os alunos de acordo com suas habilidades ou capacidades. 25% responderam que “Sim” a uma divisão dos alunos conforme suas habilidades ou capacidades, proporcionando de certa forma uma falta de interesse dos alunos a praticarem determinada atividade na aula de Educação Física. 21% responderam que “Às vezes” o professor divide os alunos de acordo com suas habilidades ou capacidades, tornando um dos fatores que indiretamente favorece na desmotivação para uma participação mais quantitativa nas aulas de Educação Física.
Tabela 13. Sua família incentiva você a participar das aulas de Educação Física na escola?
Na tabela 13 se verifica que os alunos do ensino médio noturno têm incentivos da família ao aluno nas aulas de Educação Física, relativamente alto. 53% dos alunos responderam diretamente que “Sim”, ou seja, que os pais proporcionam alguma forma de incentivo à participação de seus filhos nas aulas de Educação Física. 28% responderam que “Não”, não havendo assim nenhum incentivo da família para as aulas de Educação Física e 19% responderam que “Às Vezes”, sentem-se motivados pelos pais a participar das aulas de Educação Física.
A participação do aluno nas aulas de Educação Física, de certa forma está ligada a um conhecimento mais integro da família a respeito da necessidade e a importância da participação do seu filho nas aulas de Educação Física, favorecendo de certa forma para que seja um motivo determinante para que o aluno tenha um interesse e uma freqüência maior nas aulas de Educação Física.
Tabela 14. Você se sente bem em participar das aulas de Educação Física com seus colegas?
Os dados da tabela 14 revelam que os alunos do ensino médio noturno sentem-se bem em participar das aulas de Educação Física com os seus colegas é considerável alta. 69% dos alunos responderam que “Sim”, que se sentem bem com os colegas nas práticas das atividades. 25% destes responderam que “Às Vezes”, por não terem muito haver na forma de pensar e agir com o colega na, hora em que o professor determina algum tipo de atividade em grupo que venha promover a interação entre os alunos, com isso cria certo desconforto para aqueles alunos que não tem muita afinidade com o outro. Apenas 6% responderam diretamente “Não”, que não sentem bem em participar das aulas de Educação Física com seus colegas, não tendo nenhuma afinidade.
Conclusões
Reconhecendo a importância da Educação Física na construção do aluno como cidadão em todos os seus aspectos, observamos o fato de que, os adolescentes do Ensino Médio noturno que exercem atividade profissional e não podem realizar atividades físicas a não ser no horário das aulas, muitas vezes estes estão privados das vivências que a prática desta disciplina proporciona para seu desenvolvimento afetivo, social e ao mesmo tempo ter uma qualidade de vida mais digna como cidadão.
A interação do professor com o aluno é evidente na disciplina de Educação Física, pois sempre se procura estreitar a relação de amizade do professor com o aluno, estimulando o espírito de cooperação e tornando a aula mais tranqüila e satisfatória.
A interação e a socialização entre os alunos também é fator preponderante para a prática de esportes e atividades em grupo e isto pode ser extremamente trabalhado nas aulas de Educação Física com atividades específicas para estes objetivos e para tal fim. Podemos observar que a relação de conceitos no tratamento do professor de Educação Física com os alunos já faz parte e está presente na relação afetiva com o aluno, favorecendo o andamento promissor da aula. Assim, a Educação Física no Ensino Médio torna-se um componente curricular cada vez mais relevante à formação integral do aluno.
Os hábitos familiares influenciam o jovem para uma vida ativa ou sedentária a falta de estímulo familiar para a prática de esportes na criança direciona o jovem a ser participativo ou não nas práticas da educação física escolar.
Cada atividade esportiva, seja ela de rendimento ou de lazer, necessita de equipamentos de proteção adequados como: capacetes, joelheiras ou simplesmente roupas adequadas, que além de proporcionarem uma maior segurança durante as atividades aumentam a qualidade das mesmas.
A grande maioria das escolas possui um planejamento que prevê sempre as mesmas atividades desportivas para os alunos, trabalhando uma modalidade específica em cada bimestre independentemente das preferências pessoais de cada um, sendo assim, o indivíduo não é direcionado para as práticas que lhe são prazerosas e muitas vezes deixam de participar das aulas por não gostarem ou não terem afinidade com a modalidade que está sendo ministrada no bimestre, o que causa desmotivação naquele aluno.
De acordo com os dados neste estudo verificamos que na maioria das vezes o espaço físico também pode ser fator preponderante para a participação e envolvimento dos alunos nas atividades que são realizadas, nota-se que com materiais suficientes, espaço e outros componentes que podem auxiliar e aumentar a motivação no sentido de realizar uma atividade física em um local propicio para a prática de exercícios variados, contribuindo muito para o desenvolvimento dos alunos e conseqüentemente a uma melhora nas aulas de Educação Física.
Os alunos voltarem suados após a aula de Educação Física para sala de aula é de certa forma causa um desconforto em alguns alunos para a continuidade das atividades escolares, porém, este retorno à sala aula ajuda a aumentar os estímulos de participação, cooperação, afetividade com o professor e colegas e o interesse pela própria disciplina. Desta forma, voltar suado para a sala de aula não dever ser visto como um empecilho, é preciso usar de alternativas para minimizar o problema e não aumentar a ausência de movimentos e participação dos alunos do Ensino Médio noturno.
Com o acompanhamento de um bom professor, que possua interesse na formação integral dos seus alunos, criatividade, embasamento teórico e força de vontade os alunos terão maior participação em aula e certamente os diversos fatores que influenciam negativamente quanto a sua prática, serão superados. Com isso conseguiremos estimular o interesse pela prática de atividades físicas e teremos jovens mais produtivos e participativos nas atividades propostas nas aulas de Educação Física.
Referências
BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de metodologia científica: um guia para a iniciação científica. 2. ed. ampliada. São Paulo:
CRATTY, B.J. Psicologia do Esporte. 2° Ed. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil. 1984.
CRATTY, B. Motivation. Movement Bhavior and Motor learning. vol.13. Philadelphia: ed. Lea & Febiger. 1973. p. 255-274.
DE SANTO, Dalberto, Luiz. Educação Física Escolar: Tendência e Perspectivas. Anais: I Semana de Educação Física Universidade São Judas, São Paulo. 1993. p. 39-45.
HURTADO, J.G.G.M. O ensino da Educação Física: uma abordagem didática. 2. ed. Curitiba: educa/Editer, 1983.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2001. p. 220.
MAGILL, R.A. Aprendizagem Motora: conceitos e aplicações. São Paulo: Edgard Blücher. 1984.
MATTOS, Mauro Gomes; NEIRA, Marcos Garcia: Educação Física na Adolecencia-Construindo o Conhecimento na Escola. Phorte Editora Ltda, 2004. p.17-18 e 94.
PAIM, M.C.C. Fatores motivacionais e desempenho no futebol. Revista de Educação Física/UEM. V.12, n.2, p.73-79, 2001.
PROPOSTA, C. S. C. Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. Disciplinas curriculares. Florianópolis: COGEN, 1998.
PROPOSTA, C.S.C. Estudos Temáticos, Florianópolis: IOESC, 2005. p. 192.
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