Relação entre as TIC’s e a prática de atividade física em jovens da cidade de Prudentópolis, PR Relación entre las TIC’s y la práctica de la actividad física en jóvenes de la ciudad de Prudentópolis, PR |
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Universidade Estadual do Centro-Oeste, UNICENTRO Centro de Ciências da Saúde. Departamento de Educação Física (Brasil) |
Thiago Antunes dos Santos Luciano Menon |
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Resumo A presente pesquisa trata da atividade física e sua importância para a manutenção da saúde do educando, visto que esta prática é fonte inesgotável de saúde, principalmente na atual sociedade sedentária e consumista, onde luxo e conforto contribuem para que esta prática seja deixada de lado, gerando problemas de saúde cada vez mais graves entre a população. Com os avanços produzidos na tecnologia, computadores, jogos eletrônicos, novas tendências, novas formas de comunicação facilitam novos conhecimentos, porém modificam o estilo de vida do povo e os adolescentes, não ficaram de fora. A atividade física permite que as pessoas evitem uma vida ociosa e funciona como um mecanismo para a promoção da saúde das pessoas. Praticando algum tipo de atividade física, pode-se reduzir vários problemas de saúde e formar cidadãos conscientes e saudáveis. Esse estudo delimita o papel da atividade física entre os jovens; caracteriza a relação entre a prática de atividade física a atuação dos produtos eletrônicos na vida dos adolescentes. Neste enfoque, a presente pesquisa torna-se importante para que profissionais e estudantes da área de educação física e de saúde, possam se valer de informações importantes para o entendimento da disciplina de educação física e sua influência sobre a vida de crianças e adolescentes. Unitermos: Manutenção da saúde. Educação Física escolar. Tecnologias de informação e comunicação. Atividade física. Sedentarismo.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 156 - Mayo de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
A busca pelo “corpo perfeito” é, atualmente, uma das buscas mais importantes da sociedade contemporânea e ter um corpo “fora dos padrões” é, muitas vezes, sinônimo de falta de vontade, preguiça ou falta de autocontrole. Dessa forma, a sociedade tende a reagir de forma negativa com relação às pessoas que não conseguem alcançar os “padrões físicos” por ela exigidos.
Busca-se a perfeição do corpo, através de cuidados principalmente proporcionados através da prática de atividade física, também a usa como meio de promover sua saúde a um status em que melhor achar necessário, seja para melhorar sua condição física, ou para deixar seu corpo mais bonito. Além disso, a prática de qualquer atividade física permite que as pessoas tenham hábitos de vida melhores, além de mais qualidade de vida.
Contudo, a atual sociedade está dando pouco espaço para essa prática. As pessoas estão cada vez mais sedentárias e consumistas, usando do luxo e do conforto que, ao mesmo tempo, proporciona problemas de saúde cada vez mais graves entre a população. Nem mesmo os jovens ou crianças estão livres de problemas como a obesidade e os de risco coronariano, por exemplo.
E, sendo o profissional de educação física importante na formação dos alunos, e na conscientização quanto à importância de se manter hábitos saudáveis de vida, este estudo procura saber como a atividade física e os produtos eletrônicos estão envolvidos. Ou seja, analisar a atividade física diante da interferência da tecnologia sobre os adolescentes e a formação dos hábitos físicos dos mesmos.
2. Fundamentação teórica
A sociedade atual nos fornece uma gama muito grande de informações, que de certa forma interferem nos pensamentos e atitudes dos indivíduos. São informações fornecidas pelo grupo de amigos, relações sociais, mas principalmente pela mídia, as quais têm forte influência sobre a vivência das pessoas, que estão sendo sobrecarregadas com informações, são muitas as novidades e tecnologias que passam a influenciar na vida de cada um, o que reflete no modo de relacionamento do individuo com o mundo.
2.1. Atividade física
O movimento faz parte da essência do homem. Desde que nasce o ser humano busca, através de movimentos diversificados, explorar e relacionar-se com o mundo. Conforme cita Saba (2003, p. 46): “é natural ao homem movimentar-se. Para realizar nossas tarefas do dia-a-dia, andamos, subimos escadas, movemos os braços, agachamo-nos, sentamo-nos...”. Movimentos que vão sendo aprimorados ao longo do processo de desenvolvimento da criança, passando a utilizar-se de movimentos globais para posteriormente empregar a coordenação motora fina e outras competências mais.
E, conforme Saba (2003, p. 46), “chamamos de atividade física toda ação humana que envolva movimentação e acelere os batimentos cardíacos acima da freqüência de repouso”. Ou seja, a atividade física, conforme Saba (2003, p. 46) também serve para atender às necessidades que o homem possui em sua vida diária.
A atividade física é o corpo em movimento, em ação. São os músculos esqueléticos do corpo (aqueles que podemos controlar voluntariamente) gastando energia, contraindo-se e relaxando, numa seqüência coordenada entre a ação do tecido muscular e os tendões e os ossos.
2.2. Obesidade
O conceito de obesidade foi revisto nas últimas décadas, utilizando-se novos métodos e definições para identificar a pessoa “gorda”, principalmente deixando de lado apenas a avaliação que relaciona os fatores peso e altura, incluindo outras variáveis antropométricas que
analisam quantitativamente as diversas frações do peso corporal e que medem separadamente o peso das diferentes massas que compõem o corpo (a massa muscular, o peso ósseo, a gordura corporal e a massa residual (LEITE, 2000, p. 191).
A obesidade vem sendo tratada como o excesso de gordura corporal no peso corporal total e não mais como sendo apenas representada pelo excesso do peso corporal para uma certa estatura, como vinha acontecendo. Ou seja, a composição corporal deve ser minuciosamente analisada antes de se considerar uma pessoa como obesa, pois
é importante que saibamos diferenciar o indivíduo com excesso de peso corporal com notável desenvolvimento muscular (overweight) do indivíduo com significativo excesso de gordura corporal (obese, overfat) (LEITE, 2000, p. 191).
A obesidade deve considerar em sua análise: percentual de gordura maior que 25% em homens e 30% em mulheres; índice de massa corporal ultrapassando 30 kg/m²; excesso de peso corporal acima de 20%; dobra cutânea tricipital + subescapular maior que 69 mm.
A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura a um nível tal que a saúde fica comprometida. É um dos maiores problemas que atinge a população mundial, afetando todas as classes sociais, é hereditária, causando problemas psicológicos, frustrações, infelicidade, além de diversas doenças. A obesidade tem relação com o sedentarismo, a disponibilidade de alimentos, erros alimentares e pelo ritmo e estilo de vida do indivíduo. Constitui um grande risco para a saúde, quando não tratado corretamente, compromete o coração, as artérias, principalmente as coronárias, fígado, articulações, sistema endócrino. Pode-se dizer que uma pessoa é obesa quando supera 20% do peso considerado ideal.
Para Nieman (1999) muitos são os perigos relacionados à obesidade, que constitui um dos problemas mais importantes do mundo atual. Isso porque, junto com a obesidade surgem problemas relacionados à saúde da população que estão muito presentes em nossa sociedade, como: dificuldade emocional, aumento de osteoartrite, aumento da incidência de hipertensão arterial, aumento dos níveis de colesterol e outras gorduras no sangue, aumento do diabetes e de doenças cardíacas, aumento do câncer e de mortes prematuras.
Um estilo de vida fisicamente inativo é um fator de risco para o ganho de peso com a idade; além disso, indivíduos obesos são, em geral muito sedentários, já que o excesso de massa corporal é um obstáculo para a adoção de um estilo de vida fisicamente mais ativo. E mais, o sedentarismo, nas pessoas com sobrepeso ou obesidade, aumenta a probabilidade de morbidades, comuns ao excesso de peso, ou de morte prematura (BOUCHARD, 2003, p. 03).
As causas citadas pelo autor, para a obesidade, são as influências genéticas dos pais que explicam até 25% das diferenças de obesidade entre as pessoas; as dietas ricas em gorduras e calorias e o gasto energético insuficiente para manter a vida e as funções orgânicas normais.
2.3. Os produtos eletrônicos e as TIC’s
Segundo o dicionário Aurélio, tecnologia é o conjunto de conhecimentos, direcionados por princípios científicos, que se aplicam a um determinado ramo de atividade. “Tecnologia (do grego τεχνη — "ofício" e λογια — "estudo") é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento” (SILVA; MOREIRA, p. 02).
A tecnologia vem evoluindo através dos tempos, com invenções inovadoras e importantes que se tornam objeto de desejo para que o luxo e a comodidade satisfaçam as necessidades das pessoas que buscam incansavelmente o acesso imediato às informações.
Junto ao desenvolvimento tecnológico estão as tecnologias da informação e comunicação, comumente chamadas de TIC’s, que procuram tornar mais acessível às pessoas a informações e serviços.
Segundo Mendes (2008, p. 01), esse termo se refere à:
TIC é a abreviação de "Tecnologia da Informação e Comunicação". (...) é um conjunto de recursos tecnológicos que, se estiverem integrados entre si, podem proporcionar a automação e/ou a comunicação de vários tipos de processos existentes nos negócios, no ensino e na pesquisa científica, na área bancária e financeira, etc. Ou seja, são tecnologias usadas para reunir, distribuir e compartilhar informações, como exemplo: sites da Web, equipamentos de informática (hardware e software), telefonia, quiosques de informação e balcões de serviços automatizados.
Ou seja, a vinculação de equipamentos de computação que permitem a comunicação entre si, cria sistemas de informação em rede baseados em um protocolo comum que alteram radicalmente o acesso à informação e à estrutura da comunicação, estendendo redes a muitas partes do mundo.
Outra definição pode ser tida, através de Vieira (2006, p. 05)
As TICs podem ser definidas como tecnologias e instrumentos usados para compartilhar, distribuir e reunir informação, bem como para comunicar-se umas com as outras, individualmente ou em grupo, mediante o uso de computadores e redes de computadores interconectados (via Internet).
Percebe-se, então, que a expressão TIC é usada para abranger as inovações tecnológicas e a tendência atual da informação e da comunicação, que se transformam rapidamente na chamada “Sociedade da Informação e Conhecimento” que se estabelece através dessas “novas mídias”, propiciada pela Internet e sistemas digitais.
Segundo Nahas (2006), a tecnologia acaba se tornando um mecanismo poupador de energia muscular entre os jovens e adolescentes:
o telefone, agora de acesso cada vez mais popular;
os veículos automotores e seus equipamentos mecânicos e eletro-eletrônicos presentes nos modelos mais recentes;
os drive-ins, em bancos, lanchonetes, cinemas, agências do correio, etc;
os elevadores, escadas rolantes e esteiras rolantes;
o controle remoto em geral: para televisores, portões, cortinas e até fornos de micro-ondas;
a internet, com seus shoppings virtuais, banco eletrônico ou home banking, correio eletrônico, etc;
os jogos eletrônicos, que vêm substituindo as brincadeiras infantis e jogos ao ar livre.
Diante dessa consideração, torna-se impossível de negar a importância que os produtos tecnológicos e de informática possuem diante da humanidade, ao se considerar que os mesmos garantem ao ser humano condições maiores de conforto, segurança e rapidez no processamento e distribuição das informações.
3. Considerações finais
As TIC’s tais como foram citadas no presente estudo, estão presentes nas vidas das pessoas de todos os centros urbanos, sejam eles de pequeno ou grande porte. Isso tem causado grandes mudanças nos hábitos desses indivíduos, principalmente no que se refere à prática de atividade física e a hábitos de vida saudáveis que garantem maior qualidade de vida à população.
Através da presente pesquisa, percebe-se que os meios de comunicação são os maiores divulgadores da tecnologia e que a mídia oferece os mais diversos tipos de produtos, colaborando ainda mais para a geração de uma população consumista.
Esse fator é presenciado desde a infância e se acentua muito na adolescência, onde o grupo social determina quais são os equipamentos que devem possuir em suas casas e dos quais devem se utilizar.
O fato do poder aquisitivo da população ser considerado baixo, não significa deixar de adquirir à tecnologia, pois, existem diversas formas de pagamentos, permitindo ao consumidor adquirir um equipamento mesmo que tenha um preço elevado. Já os indivíduos que não adquirem a tecnologia, podem fazer uso destes meios, em casas de amigos, lan house, casas de jogos (videogame), etc.
A diversão fornecida pelas TIC’s é sedentária e não exige qualquer tipo de esforço físico para queimar as calorias ingeridas, originadas de uma má alimentação, ocasionam-se sérios problemas para a população atual como a obesidade entre as crianças e adolescentes que está aumentando.
Hoje as crianças e adolescentes, em muitos casos, preferem jogos eletrônicos ao invés de brincar nas ruas, passando tempo e horas prolongadas entretidos com os games, que embora tenha seus benefícios, tem também seus malefícios, como a inatividade física.
A preocupação com o equilíbrio para conseguir aproveitar o melhor da tecnologia sem sofrer com as conseqüências que o uso desregrado desta pode causar aos adolescentes e crianças. Em contrapartida que ele melhor se encaixar, criando uma criança com hábitos saudáveis, e mais tarde um adulto com hábitos saudáveis e prevenindo quanto a conseqüências que cabe o incentivo á pratica de esportes ou algum tipo de atividade física em uma vida sedentária podem causar.
Vê-se que o profissional de educação física, juntamente com a família e a escola, tem em suas mãos uma grande responsabilidade a de conscientizar estes educandos a fim de levá-los à qualidade de vida através da prática de atividades físicas e de uma alimentação saudável.
Referências
BARROS. M.V.G. e NAHAS. Reprodutividade do Questionário Internacional de Atividade Física (QIAF-Versão 6): um estudo piloto em jovens no Brasil. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Disponível em: http://www.ucb.br/mestradoef/RBCM/9/9%20-%203/completo/c_9_3_6.pdf Acessado em 07/07/2010.
BOUCHARD, C. Atividade física e obesidade. São Paulo: Manole, 2003.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. Fundamentos de metodologia científica. 3.ed., São Paulo: Atlas, 1991.
LEITE, P. F. Aptidão física, esporte e saúde. 3.ed., São Paulo: Robel Editorial, 2000.
MENDES, Alexandre. TIC - Muita gente está comentando, mas você sabe o que é? 27/03/2008. Disponível em: http://imasters.uol.com.br/artigo/8278. Acessado em 10/10/2008.
NAHAS, Markus Vinicius. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 4. ed. rev. e atual. Londrina: Midiograf, 2006.
SABA, F. Mexa-se. Atividade física, saúde e bem-estar. São Paulo: Takano, 2003.
SILVA, Gustavo Anderson; MOREIRA, Luciano dos Santos. A influência da tecnologia na vida de crianças e adolescentes dos pequenos centros urbanos. Disponível em: http://www.artigos.com/artigos/sociais/sociedade/a-influencia-da-tecnologia-na-vida-de-criancas-e-adolescentes-dos-pequenos-centros-urbanos-1869 /artigo/. Acessado em 01/10/2008.
VIEIRA, Vera. O que tem a ver gênero com TICs? Disponível em: http://www.redemulher.org.br/Vera02.htm. Acessado em 10/11/2008.
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