efdeportes.com

Relatos de experiências vivenciados durante o banho

no leito em um hospital metropolitano de Belém, PA

Relatos de experiencias durante el baño en la cama en un hospital metropolitano de Belém, PA

 

*Enfermeiro Graduado

pela Universidade do Estado do Pará (UEPA)

**Acadêmica de Enfermagem

da Universidade Federal do Pará (UFPA)

(Brasil)

Neiva José da Luz Dias Júnior*

Geyse Aline Rodrigues Dias**

Juliana de Paula Maciel**

Milena Silva dos Santos**

Ana Paula Bezerra Borges Coutinho**

neiva_jr@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva, cujo objetivo foi mostrar, através de relatos de experiências de quatro acadêmicas de enfermagem do segundo semestre da Universidade Federal do Pará, o sentimento despertado nesses acadêmicos ao realizar seu primeiro banho no leito em aula prática hospitalar, observando as divergências teórico-práticas neste procedimento, baseado na teoria humanista da Josephine E. Paterson e Loretta T. Zderad, com intuito de orientar os profissionais de saúde, humanizando o atendimento hospitalar. Conclui-se apresentando sugestões pautadas no conhecimento técnico-científico e ético sobre a importância do procedimento adequado.

          Unitermos: Cuidado de enfermagem. Humanização. Banho no leito.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 155, Abril de 2011. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    O tema em estudo vem mostrar os relatos de experiências vivenciados por quatro acadêmicas de Enfermagem na realização do procedimento de Banho no leito, durante suas aulas práticas hospitalares, inserido na atividade curricular de Introdução à Enfermagem que enfatiza os estudos iniciais da enfermagem como ciência e como profissão da área da saúde, visando à aquisição de conhecimentos básicos teórico-práticos para a análise do nível de assistência prestada ao paciente, reconhecimento de teorias da enfermagem e prática de procedimentos simples nos diferentes agravos à saúde, observando, registrando e comparando a rotina do profissional da área de saúde com os ensinamentos vivenciados em sala de aula, buscando a compreensão crítica da realidade.

    Dentro do proposto pela disciplina, está inserido a assistência holística no atendimento de suas necessidades humanas básicas e torná-lo capaz de realizar o auto cuidado. Todo cuidado de enfermagem é preventivo, curativo e de reabilitação.

    As necessidades humanas básicas é a assistência prestada pela enfermagem para ajudar no estado de integridade do indivíduo, conscientes ou inconscientes, decorrentes da instabilidade dos fenômenos vitais.

    E, visando sucesso na assistência ao ser humano, é necessário que se utilize o processo de enfermagem que são ações sistematizadas e dinâmicas que atendam as necessidades de cada indivíduo.

    Discutiremos a prestação de cuidado da necessidade de higiene e conforto com abordagem ao banho no leito de maneira técnica e científica e com depoimento de experiências de acadêmicas de enfermagem.

    O banho no leito é feito em indivíduos enfermos ou fisicamente incapacitados de realizar o auto cuidado, pois a higiene pessoal é um fator muito importante para o bem-estar do paciente.

    O tema em estudo foi escolhido pela observação do déficit da qualidade aplicada no banho no leito realizado nos pacientes em ambiente hospitalar e pelos sentimentos enfrentados pelos acadêmicos de enfermagem de insegurança e constrangimento diante de tal procedimento.

    No decorrer dos relatos de experiências profissionais, foi observado que o banho no leito, como procedimento ensinado em sala de aula, tem sofrido profundas modificações no campo prático, inclusive ferindo princípios básicos técnico-científicos importantes. Partindo dessa problemática traçamos os seguintes objetivos.

Objetivo geral

Objetivos específicos

Metodologia

    Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, visando uma análise cotidiana mediante pré-requisito teórico-prático, objetivando discutir e orientar a prática do banho no leito, conforme interpretações de relatos de experiência.

    A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes. O que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis (MINAYO, 2004).

    Os relatos foram fornecidos por quatro acadêmicas de Enfermagem do segundo semestre da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal do Pará.

    Para analisar e fundamentar o conteúdo dos relatos focalizamos o estudo em teorias de enfermagem de enfoque humanístico, não desmerecendo as demais categorias.

    As experiências foram fruto da realização de um banho no leito em pacientes internados em enfermarias de Clínica Médica em um Hospital Metropolitano de Belém, que segundo a teoria humanística é fundamental “... uma análise da situação humana, a partir da perspectiva da experiência própria do indivíduo.” (SHAFFER, 1978).

    Os nomes dos relatos foram trocados por nomes de planetas para preservação do anonimato.

Fundamentação teórica

O banho no leito

    O banho realizado no leito é um procedimento de enfermagem que visa retirar sujidades do corpo do paciente, que por alguma patologia encontra-se acamado, com objetivo de promover a higiene completa e o conforto ao mesmo.

    É também realizado como terapia específica. Neste caso, é necessária uma prescrição médica para os banhos destinados a estes fins.

    A realização do banho pode ser feito por técnicos de enfermagem, desde que estejam devidamente orientados pelo enfermeiro, a respeito das técnicas aplicadas e observações que devem ser feitas no corpo do paciente.

    Dar o banho no leito é um trabalho árduo, e por isso requer a mão-de-obra de um ou mais técnicos de enfermagem, que antes de iniciar devem avaliar o nível de consciência do paciente, caso este seja satisfatório deve-se estimular o auto-cuidado, para que o mesmo se sinta menos dependente de ajuda.

    Mediante os níveis de consciência do paciente, é seguido procedimentos de tipos de banhos diferentes. Se o paciente estiver totalmente dependente e necessite de cuidados de higiene total, realiza-se o banho completo na cama. Caso esteja acamado e seja auto-suficiente, sendo incapazes de alcançar algumas partes do corpo, realiza-se o banho parcial na cama, onde são lavadas apenas as partes inalcançáveis pelo paciente.

    Portanto, observa-se a importância de preservar a privacidade do paciente, por mais baixo que esteja seu nível de consciência, e em primeiro lugar o conforto que se deve proporcionar a ele após uma higiene completa.

    “O banho no leito não é apenas uma atividade para higiene corporal, mas uma ação terapêutica de Enfermagem, baseado num conjunto de conhecimentos científicos (...)” (MACEDO, 1980).

    Alguns profissionais da Enfermagem consideram que o banho no leito seja, simplesmente, a técnica, sem fundamento cientifico gerando insatisfação de realizá-lo. Isso mostra que, quando estudantes, não aprendem, realmente, a verdadeira finalidade de ação terapêutica do banho no leito que, além de proporcionar a higiene corporal do individuo, estimula a circulação sanguínea, substituindo as atividades físicas àqueles pacientes acamados, sendo, também, o momento ideal para realização do exame físico completo, pela observação e pelo toque de todo o corpo do paciente.

    É cada vez mais freqüente a discussão sobre a humanização no enfoque do atendimento hospitalar, e a Teoria Humanista prima por essa discussão.

    A Teoria Humanista foi publicada em 1976 e foi desenvolvido por Josephine E. Paterson e Loretta T. Zderad na obra Humanistic nursing, surge de uma base fenomenológica existencial inspirada em filósofos como Martin Buber, Gabriel Marcel e Frederick Nietzche.

    “É o resultado de anos de experiência em Enfermagem Clínica na reflexão e exploração dessas experiências como elas foram vividas com clientes psiquiátricos, estudantes, enfermeiras e outros profissionais que prestam auxílio.” (PATERSON, 1976, p.9).

    Para elas trata-se de uma teoria prática, pois a teoria de uma ciência da enfermagem progride a partir de experiências vivenciadas pelo enfermeiro e pelos enfermos na prática de enfermagem.

    Para POTTER (2005, p.1063), “Os cuidados de higiene são importantes para que o paciente se sinta confortável, e evitando que esses cuidados sejam simples rotina.” A visão da autora sobre higiene nos reporta nos preceitos da teoria humanista onde PATERSON afirma que a enfermagem é a resposta de cuidado a um chamado, no entanto, na interação EU-TU, a enfermeira deve compreender a experiência do outro, salientando sua individualidade e preservando o paciente.

    Na teoria humanista o cuidado deve conter a presença genuína, que nada mais é do que o envolvimento do enfermeiro no atendimento, não somente na técnica, mas também entre os seres.

    A discussão sobre a falta de humanização no atendimento, muitas vezes, converge com procedimentos cotidianos, como por exemplo, o banho no leito, não conseguimos muitas vezes perceber a presença genuína dos profissionais, neste atendimento, exteriorizadas em procedimentos simples, como por exemplo, a preservação da intimidade do paciente.

    “A teoria humanista e a prática da enfermagem exigem que o profissional seja capaz de, subjetivamente, vivenciar o outro.” (GEORGE, 1993).

    Desta forma, preservar a integridade moral, tanto no sentido da exposição física, como da intimidade do paciente, é dever do enfermeiro e de qualquer outro profissional de áreas afins, e a infração desta terá punição de acordo com o Código de Ética da Enfermagem.

    Segundo o código de ética “Orientar, na condição de enfermeiro, a equipe sobre sua responsabilidade, sobre o dever do sigilo profissional.” (Art.83, p.40)

    Portanto, o profissional de saúde deve ter em mente, que para realização do banho no leito, a higiene e, principalmente, o conforto do assistido, visando à manutenção de sua integridade física e, também, moral, resguardando sua intimidade em todos os âmbitos.

Relatos de experiências

Primeiro relato

    “Nosso orientador nos encaminhou para realizarmos um banho no leito, a paciente estava acamada há três anos seqüelada de AVC, não tínhamos luva de banho, toalha suficiente e o pior não tinha biombo, ela não falava, mas o seu olhar de dor e vergonha dispensava as palavras. Era uma enfermaria com mais ou menos seis leitos, tiramos a fralda havia duas ulceras de pressão na região sacra, havia apenas uma pessoa para fazer o curativo, e esta demorou cerca de 30 minutos após o banho, e ao chegar virou aquela senhora como se virasse um lençol e fez o curativo com ‘mão de ferro’ a paciente olhava-nos, comprimia os olhos e franzia a testa expressando dor,quando tudo acabou, senti um grande alivio.”

(TERRA)

    O Código de Ética da enfermagem afirma que devemos: “assegurar ao paciente uma assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência”. (Art.16, p.31)

    Devemos enfatizar aqui a responsabilidade do profissional em manter a integridade moral do paciente e o respeito a dor do mesmo, princípios que fazem parte da formação de todo profissional de saúde e apesar de, incutido nesta, é brutalmente infringido neste depoimento, revelando descaso pelo paciente.

Segundo relato

    “O primeiro banho no leito da minha jornada acadêmica ocorreu diante de um quadro dificultoso na ambiente hospitalar. Acreditava que todos os conceitos adquiridos em laboratório fossem ser empregados no campo de prática, mas diversos problemas existiam na ambiente. Não havia material suficiente para a realização do procedimento, além da falta de comunicação entre a equipe de enfermagem e certa insensibilidade quanto ao estado do paciente. A cliente apresentava alteração na necessidade humana básica de locomoção e mobilidade, devido à presença de úlceras de pressão na região sacra e seqüelas de AVC. O que mais me chamou atenção foi a falta de luvas de toalha para banho, pois nos obrigou a utilizar gorro para limpar a pele da paciente. Analisei esse fato como uma agressão superficial bastante dolorosa, principalmente pelo estado em que se encontrava a paciente. A realização do banho foi ainda mais dificultada, pois houve demora por parte da equipe de enfermagem quanto à realização de curativos nas lesões presentes no corpo da paciente. Aumentando, assim, o sofrimento da cliente e o tempo de exposição da mesma ao ambiente, que se encontrava aproximadamente com 10 pessoas, dentre as quais, profissionais da área hospitalar, pacientes e acompanhantes de enfermaria. A inexperiência talvez tenha me feito pensar de uma forma mais sensível e delicada quanto à situação, mas o ato de cuidar preconizado pela enfermagem, me faz pensar o quanto é importante conhecermos cientificamente as técnicas para aprimorar a prática com eficiência, proporcionando conforto e higiene ao paciente, além de tornar consciente a equipe, quanto à função e o serviço prestado, não prejudicando o cuidado ao cliente durante o banho no leito.”

(MERCÚRIO)

    O relato acima enfatiza a improvisação da assistência, devido a falta de materiais de consumo para a realização do procedimento, como luvas apropriadas para o banho no leito que foram substituídas por gorros afim de realizar o procedimento de limpeza cutânea do cliente com eficiência. No entanto a paciente foi submetida a uma agressão durante a realização do banho, por conta desta necessidade de improvisar quanto à substituição de determinados materiais.

    Os enfermeiros, algumas vezes, trabalham e mantêm a autoproteção continuamente, para as pessoas totalmente incapacitadas (OREM, 1971).

    Segundo POTTER (2005, p.1064) algumas condições colocam em risco a integridade da pele do paciente. Infelizmente algumas instituições, não conseguem manter um certo padrão, para oferecer ao paciente a assistência qualificada que necessitam, promovendo assim um déficit no cuidado e muitas vezes piorando o quadro clinico deste, aumentando sua permanência e taxa de infecção hospitalar. Assim a autoproteção contínua que o enfermeiro deve proporcionar a determinados pacientes não é realizada com eficiência, pois a integridade física do cliente é prejudicada pela utilização de materiais inadequados, que podem gerar danos como a agressão cutânea destacada no relato acima, por conta das condições oferecidas pela instituição.

    “A higiene pessoal afeta o conforto, a segurança e o bem-estar de um indivíduo.” (POTTER, 2005, p. 1058).

    A autoproteção produzida pelo enfermeiro para com o cliente é fundamental no momento em que há necessidade de se observar o paciente como um todo, como pessoa que necessita de cuidados específicos e eficientes para manter o equilíbrio físico mediante os diversos níveis de assistência.

Terceiro relato

    “Minha primeira experiência de dar banho no leito foi traumática, pois me deparei com a impossibilidade técnica de aplicar na prática o conhecimento teórico, visto que não se tinha os materiais necessários como lençóis, toalha, biombo e esponja de banho, ocasionando assim a realização de um procedimento tendo que ser feito a base do improviso. Devido a essa evidente escassez de materiais, teve-se que usar lençóis já usados anteriormente, para enxugar a cama e a própria paciente. E decorrente a falta de biombo a intimidade da paciente não pôde ser preservada, contradizendo desta forma toda a ética de tal procedimento.”

(VÊNUS)

    Conforme a análise do relato, pode-se destacar a escassez de materiais no ambiente hospitalar, fazendo com que ocorra uma deficiência na realização do procedimento.

    O Código de Ética da Enfermagem prevê que é direito do enfermeiro, “Recursar-se a desenvolver atividades profissionais na falta de material ou equipamentos de proteção individual e coletiva definidos na legislação específica.” (Art. 64)

    A citação acima quebra um fundamento essencial da enfermagem que é assistir o paciente e não permitir que ele sofra qualquer dano causado por deficiência dos serviços. Sabemos que o enfermeiro é aquele profissional que tem como uma de suas funções atender as necessidades humanas básicas do indivíduo, mas isso só é possível com uma boa ou razoável estruturação hospitalar. Mas, se isso não existir, como fica o paciente? Já que o código de Ética protege o enfermeiro na omissão do procedimento. Como fica o paciente?

    Percebemos uma contradição entre o Código de Ética e a verdadeira função do enfermeiro, que é suprir as necessidades do cliente.

    O que, na verdade, não será ético? Recussar-se de realizar as atividade ou fazê-lo pelo método do improviso?

Quarto relato

    “Foi bastante difícil, pois era uma paciente idosa, acamada, num estado terminal, recebendo alimentação através de sonda, hidratação venosa central. Éramos cinco acadêmicas sem experiência que fomos colocadas a frente daquela situação com a paciente no estado citado. Tivemos diversas dificuldades e deficiências, pois além de ter sido nosso primeiro banho, o hospital não fornecia material necessário para que o banho ocorresse de forma adequada e com privacidade. Num primeiro momento, houve um pouco de constrangimento, pois de certa forma invadimos a privacidade da paciente. Juntamente com esse constrangimento, tivemos a insegurança, pois foi um procedimento novo, e que a gente faz com medo de fazer alguma coisa errada. Foi muito cansativo, demoramos mais de uma hora até terminarmos tudo. Mas o pior, foi ao termino do banho, quando parei para pensar em tudo que tínhamos feito naquela paciente, que não foi nada agradável. Essa experiência significou muito, pois me fez ver que o ser humano, mesmo que, em estado terminal, nos afeta pelas atitudes que tomamos com eles.”

(SATURNO)

    “Diante de uma situação desconhecida, ao realizar um procedimento novo, o estudante torna-se inseguro, assustado e ansioso, ansiedade que pode ser benéfica, estimulante e motivadora, além de ser elemento essencial para o bom desempenho técnico do aluno, desde que seja de baixa ou média intensidade.” (CARVALHO, et al, 2004).

    Durante o aprendizado, os acadêmicos presenciam freqüentemente novas problemáticas que manifestam o medo e o receio. E, quando se deparam com o paciente hospitalizado e dependente de cuidado, a insegurança em fazer o procedimento aumenta, pois o aluno acredita que não seja capaz o suficiente para utilizar as técnicas adequadas e suprir a necessidade do indivíduo, principalmente, no banho no leito, onde existe uma grande manipulação do paciente.

Considerações finais

    Esta pesquisa desenvolveu-se numa metodologia de relatos de experiências vivenciadas por acadêmicas de enfermagem, onde podemos observar algumas problemáticas existentes na assistência de enfermagem na atuação do procedimento do banho no leito, uma necessidade humana básica que, muitos não sabem, mas tem uma importância substancial para o bem-estar e o progresso do paciente em sua melhora.

    Observamos que um dos maiores questionamentos feitos pelos relatores foi quanto ao descaso com relação à falta de materiais adequados para realização dos procedimentos, para que os mesmos sejam realizados com segurança.

    Para o banho no leito, esse questionamento é de alta relevância, pois uma das utilidades deste é uma melhora na integridade física do paciente e, sem material adequado, essa finalidade é quebrada. Se, no banho for identificada alteração na integridade da pele do paciente, o profissional deve providenciar cuidados que aumentem a cicatrização das superfícies lesadas e evitem infecções.

    Outro ponto abordado aos relatos foi quanto a insegurança da realização do procedimento por estudantes, pela primeira vez. Desta forma, os orientadores devem estimular um melhor aprimoramento das técnicas destes alunos, com práticas reais em sala de aula, antes das práticas hospitalares. E, também dar um maior apoio psicológico na questão da humanização para que essa insegurança seja diminuída. E, desta forma, o acadêmico possa passar segurança e dar apoio emocional ao paciente.

    Para realização adequada do banho no leito, orienta-se que os profissionais de saúde levem mais a sério todas as técnicas aprendidas quando estudantes para que possam exercê-las com a real finalidade, que é a promoção da higiene, aumentar a amplitude de movimentação das articulações, estimular o relaxamento, o conforto e o bem-estar do paciente.

    E, para que tudo isso ocorra, é necessário, considerar as preferências de higiene do paciente, bem como, o horário de sua realização, para que haja uma maior aceitabilidade do mesmo.

    É importante que, durante o banho, se estimule a participação do paciente; proporcione a privacidade com o fechamento de portas e janelas ou colocando o biombo e descobrir somente as partes a serem banhadas; manter a segurança com grades laterais levantadas, principalmente, para pacientes dependentes ou inconscientes.

    Compreendemos que, tomadas de decisões corretas e instrumentação adequada, leva-se o sucesso do procedimento, o que visa, portanto, uma assistência de enfermagem qualificada.

    Sendo assim, o banho no leito deverá ser realizado através de conhecimento científico e esforço conjunto em busca da assistência ao cliente de forma sistematizada.

Referências

  • CARVALHO, R.; FARAH, O. G. D.; GALDEANO, L. E. Níveis de ansiedade de alunos de graduação em enfermagem frente à primeira instrumentação cirúrgica. Rev. Latino-am. Enfermagem. 2004. nov/dez; 12(6): 918-23.

  • COFEN. Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. 2006

  • CUNHA, P.J.C.; ZAGONEL, I.P.S. A Relação Dialógica Permeando o Cuidado de Enfermagem em UTI Pediátrica Cardíaca. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 8, n. 02, p.292-297, 2006.

  • GEORGE, J. et al. Teorias de Enfermagem: Os Fundamentos para Prática Profissional. Artes Médicas. 1993. Porto Alegre.

  • MACEDO, M. C. S.; FIGUEIREDO, N. M.A.; KESTENBERG, C.C.; MARTINS, E. R. Banho no leito: Um Ritual de Iniciação para o Enfermeiro. Rev. Bras. Enfermagem. 1998. abr/jun; 51 (2): 291-304

  • MINAYO, M. C. S. Desafio do Conhecimento. Hercitec. 2004. São Paulo.

  • OREM, D.E. Nursing: concepts of pratice. New York: McGraw-Hill; 1971.

  • PATERSON, J.E.; ZDERAD, L.T. Humanistic Nursing. United. States of America: Wiley Biomedical Publication; 1976.

  • POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Grande Tratado de Enfermagem Prática. 3ªed. Santos. 1998. São Paulo.

  • POTTER, P. A.; PERRY, A.G. Fundamentos de Enfermagem. Tradução da 6ª Ed. Mosby. 2005. Rio de Janeiro.

  • SELLI, L. Bioética na Enfermagem. 2ªed. Unisinos. 2005. São Leopoldo-RS.

  • SHAFFER, J.B.P. Humanistic Psychology, Englewood Cliffs

  • TEIXEIRA, E. As três Metodologias. 4ªed. Vozes. 2007. Petrópolis, RJ.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 155 | Buenos Aires, Abril de 2011
© 1997-2011 Derechos reservados