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Qualidade de vida percebida por estudantes universitários londrinense

Calidad de vida percibida por los estudiantes universitarios de Londrina

Perceived quality of life by university students trom Londrina

 

PUCPR, Londrina

(Brasil)

Vinícius Hideki Teschima

Angela Farah Marçal

v.teschima@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo teve como objetivo investigar a qualidade de vida percebida e a relação com o nível de atividade física de 160 estudantes universitários londrinenses do curso de Esporte da UEL e de Administração da PUCPR/Londrina. O método utilizado foi a aplicação do questionário proposto pela Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-Bref) e do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ – Versão Curta). Os estudantes pesquisados eram predominantemente solteiros, variando entre 17-24 anos. A maioria dos estudantes de Administração residiam com a família, enquanto os estudantes de Esporte residiam em repúblicas ou sozinhos. O curso de Administração obteve melhores médias em todos os domínios de qualidade de vida em comparação aos estudantes de Esporte, com diferença significativa nos domínios “relações sociais” e “meio ambiente”, porém, obteve piores níveis de atividades física. Os resultados deste estudo mostraram uma possível influência do aspecto demográfico “moradia” no domínio “meio ambiente” nos estudantes universitários, assim como estudar em um instituição pública ou fazer um curso integral demonstrou ser fatores de comprometimento da qualidade de vida em todos os domínios. Mostrou também a baixa relação entre atividade física e qualidade de vida. Logo, são necessários novos estudos investigando a relação dos fatores sócio-demográficos com a qualidade de vida dos estudantes universitários e também as diferenças dos cursos e o nível de atividade física influenciando na qualidade de vida.

          Unitermos: Qualidade de vida. Atividade física. Estudante universitário. WHOQOL-Bref.

 

Abstract

          This study had the objective to investigate the perceived quality of life and its relation with the level of physical activity of 160 students from Londrina, who are doing the Sports course at UEL and the Business Administration course at PUCPR/ Londrina. The method used was a questionnaire proposed by World Health Organization (WHOQOL-Bref) and the Internaticional Physical Activity Questionaire (IPAQ – Short Version) was used for this purpose. The researched students were predominantly single, age between 17 and 24 years. Most of the Administration students lived with their familiy, while the Sport students lived with friends or by themselves. The Administration course got better averages in all the domains from quality of life if compared to the Sport students, with significant difference on social relations and environment domains. However it got worst level of physical activities. The results of this study have shown a possible influence of the demographic aspect ‘housing’ on the domain ‘environment’ on university students, and factors like studying in a state institution or doing a full-time course have demonstrated to affect the quality of life negatively in all domains. They also showed a low relation between physical activity and quality of life. Presently new studies are necessary to investigate the relation between the socioenvironmental factors and the quality of life of university students and also the diference among the courses and the level of physical activity influencing the quality of life. 

          Keywords: Quality of life. Physical activity. University student. WHOQOL-Bref.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 155, Abril de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Ao pensarmos em estudantes universitários nos vem à mente a imagem de um jovem com uma faixa etária entre 17 e 25 anos, passando por várias mudanças, caracterizadas como uma revolução biopsicossocial, sendo a fase de transição da adolescência para a idade adulta. Este estudante ao ingressar em um curso universitário, passa por diversas situações novas, com uma realidade muito diferente daquela vivida por eles até certo momento (CERCHIARI, 2004; FINATTI; ALVES; SILVEIRA, 2007).

    Essas mudanças envolvem maiores responsabilidade e conflitos, juntamente com a mudança do seu ambiente social e, na maioria das vezes, o distanciamento familiar, podendo gerar um estresse muito grande (CAVALCANTI, 2008).

    Sendo assim, há uma grande preocupação das universidades em relação aos seus acadêmicos sobre suas qualidades de vida (ALMEIDA, 2008). Mas será que esses universitários realmente se preocupam em ter uma boa qualidade de vida?

    Qualidade de vida foi definida pelo Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL GROUP, 1995) como a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.

    Em relação à qualidade de vida dos estudantes universitários, Harnett (1972 apud OLIVEIRA, 1999, p. 22) foi o primeiro a abordar esse tema, em editorial do Journal of the American School Health Association, citando a necessidade de se estudar a qualidade de vida dos estudantes universitários.

    No Brasil, é possível encontrar algumas pesquisas relacionadas à qualidade de vida dos estudantes universitários, mas ainda faltam pesquisas abordando todas as regiões brasileiras e os mais variados cursos, sendo os cursos da área da saúde (Medicina, Fisioterapia, Enfermagem, Educação Física) os mais estudados. Ainda assim, podemos destacar os estudos de Oliveira (1999, 2006), Cerchiari (2004), Cavalcanti (2008) e Almeida (2008) por terem apresentado estudos relevantes nesta área.

Objetivos

  • Analisar a qualidade de vida percebida dos estudantes universitários da cidade de Londrina, Paraná.

  • Comparar a qualidade de vida percebida por estudantes do curso de graduação em Esporte pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e por estudantes do curso de graduação em Administração do período matutino da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, campus Londrina (PUCPR/Londrina).

  • Analisar a relação da qualidade de vida com o nível de atividade física.

  • Comparar o resultado entre os domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente.

  • Análise dos resultados gerais de cada um dos cursos.

Materiais e método

    Foram avaliados a qualidade de vida dos acadêmicos do curso de Esporte da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e acadêmicos do curso de Administração do período matutino pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná - campus Londrina (PUCPR/Londrina), e posteriormente seus resultados foram comparados.

    A amostra foi composta por 76 estudantes do curso de Esporte da UEL, sendo 16 mulheres e 60 homens, e por 84 estudantes do curso de Administração do período matutino da PUCPR/Londrina, sendo 47 mulheres e 37 homens. Todos os estudantes tinham idade entre 17 e 29 anos. Nesta pesquisa, participaram alunos de todos os anos da graduação, em ambos os cursos.

    Para participar da pesquisa, os estudantes preencheram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, na qual cita todos os procedimentos do estudo.

    Os sujeitos participantes da pesquisa responderam a três questionários: sócio-demográfico, WHOQOL-bref, questionário de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde abreviado e IPAQ, questionário internacional de atividade física, versão curta.

    Para a classificação econômica foi usado os critérios de classificação econômica Brasil da ABEP (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa) adaptado, aonde é obtido a classe econômica do indivíduo através das posses de itens, classificando-o em classes A, B, C, D e E, sendo A a maior classe e E a menor.

    Para o tratamento estatístico das informações, foi utilizado o software computadorizado Statistical Package for the Social Science (SPSS) 15.0. Para comparação entre os domínios, foi feita a análise de variância (ANOVA), seguido pelo teste de Tukey. Para comparação entre os grupos foi utilizado o teste T. O teste de correlação de Spearman foi usado para a correlação do nível de atividade física com os domínios. Todos os testes utilizaram o nível de significância de 5%.

Resultados e discussão

    A caracterização do grupo amostral em relação os fatores sócio-demográficos é apresentado no quadro 1.

Fatores

Esporte

Administração

n

Masculino

60

37

Feminino

16

47

Idade (%)

< 20 anos

38,2

51,2

Entre 20 e 24 anos

56,6

46,4

Entre 25 e 29 anos

5,2

2,4

Estado civil (%)

Solteiro

98,7

95,2

Casado(a)/Vivendo com parceiro(a)

1,3

4,8

Residem (%)

Com familiares

22,4

92,9

República / Sozinho

77,6

7,1

Classificação Econômica (%)

A

27,6

63,1

B

60,5

36,9

C

11,9

0,0

Quadro 1. Caracterização do grupo amostral em relação aos fatores sócio-demográficos

    Devemos destacar a diferença que se apresenta na residência e na classe econômica, enquanto no curso de Esporte a maioria reside em repúblicas ou sozinho, os estudantes de Administração residem com familiares e também apresentam um nível econômico maior.

    Assim, podemos afirmar que a maioria dos estudantes de Esporte não residia em Londrina antes de ingressar no curso. No entanto, os estudantes de Administração demonstraram residir em Londrina e região com familiares mesmo antes de ingressar no curso.

    A caracterização do grupo amostral em relação ao nível de atividade física é apresentado no Quadro 2.

Curso

Sedentário

Irregularmente Ativo

Ativo

Muito Ativo

Esporte

0

14

18

44

Administração

10

21

27

26

Quadro 2. Caracterização do grupo amostral em relação ao nível de atividade física

    Analisando o quadro 2, podemos perceber que os estudantes de Esporte demonstraram ser mais ativos do que os estudantes de Administração, destacando a diferença entre os grupos de sedentários e de muito ativos.

    Na tabela 1 são apresentados o número de alunos da amostra, os resultados das médias e o desvio padrão dos escores de todos os domínios para cada curso.

Tabela 1. Número de alunos, valores de média, desvio-padrão e comparação das médias dos domínios entre

 os cursos através do teste “t” relacionados à percepção da qualidade de vida de universitários de Londrina

    Na tabela 2 são apresentadas as comparações das médias do escore dos domínios de qualidade de vida dos diferentes cursos entre si.

Tabela 2. Comparação das médias dos domínios de qualidade de vida entre os cursos

    Analisando as médias obtidas pelos dois cursos, pode-se dizer que, de forma geral, os universitários de Londrina demonstraram uma boa percepção na qualidade de vida, não apresentando muitas diferenças nos escores de outros estudos com população universitária, como naqueles realizados por Zamarin; Miranda; Velardi, 2006; Cieslak et al, 2007; Almeida, 2008; Eurich; Kluthcovsky, 2008; Costa et al, 2008; Ecave et al, 2009.

    Observando os dados da tabela 1, pode-se perceber que os universitários do curso de Administração obtiveram melhores médias em todos os domínios se comparados aos universitários do curso de Esporte, destacando os domínios “relações sociais” e “meio ambiente” que apresentaram diferenças significativas.

    Analisando os dados da tabela 2, pode-se perceber que o curso de Administração no domínio “relações sociais” apresentou a maior média e no domínio “psicológico” a menor média, mas não tendo diferença significativa entre os domínios.

    A tabela 3 apresenta o teste de correlação de Spearman, correlacionando o nível de atividade física dos universitários com seus escores dos domínios de qualidade de vida.

Tabela 3. Valores das correlações de Spearman entre os domínios de qualidade de vida e o nível de atividade física (AF) entre os universitários

    Analisando os dados da tabela 3 pode-se destacar a baixa correlação existente entre atividade física e os domínios, assim como no estudo de Cieslak et al. (2007) e Xavier et al. (2009) nos quais os resultados obtidos não foram muito diferentes. Esse resultado pode ser explicado por Zamarim et al. (2006) que explica que a qualidade de vida é multifatorial, sendo que cada domínio é compreendido por várias facetas (FLECK, 2000).

    Apenas no domínio “psicológico” obteve-se uma correlação significante com o nível de atividade física, podendo ser explicado por Werneck et al. (2005) e Koslowsky (2004) que apontam a atividade física como uma promoção da saúde mental, melhorando o humor, reduzindo a ansiedade, reforçando a auto-estima e melhorando a sensação de estar vivendo um estilo de vida mais saudável.

    Assim como no estudo de Zamarim et al. (2006), a atividade física não apontou ser um importante aspecto influenciador no domínio “físico”. Porém, Silva (2007) demonstrou que pessoas muito ativas apresentaram maiores escores de qualidade de vida em relação aos inativos com números significativos, exceto no domínio “relações sociais”.

    É preciso destacar que vários outros aspectos podem interferir nos domínios e conseqüentemente na qualidade de vida percebida, podemos assim, citar algumas diferenças entre os grupos que possivelmente resultaram nessas diferenças entre os domínios, como um curso ser integral o outro ser matutino, uma instituição ser pública e a outra privada, o curso de Esporte ser uma Ciência Biológica e Administração ser uma Ciência Social.

Considerações finais

    Uma vez que o objetivo deste estudo foi analisar a qualidade de vida percebida pelos universitários da cidade de Londrina, utilizando-se como amostra estudantes do curso de Esporte da UEL e do curso de Administração da PUCPR/Londrina, concluímos que a qualidade de vida percebida pelos universitários de Londrina é considerada boa. Levando-se em conta uma possibilidade de pontuação entre zero e cem, as médias dos domínios variaram entre 65,17 e 77,98.

    O curso de Administração obteve uma melhor percepção sobre qualidade de vida em relação ao curso de Esporte, sobretudo nos domínios “relações sociais” e “meio ambiente”, porém obteve piores resultados nos níveis de atividade física.

    Como se observou em estudos anteriores e também nessa pesquisa, o fator demográfico da moradia, mais precisamente com quem mora, e também o nível econômico, possivelmente influência no domínio “meio ambiente” e pode influenciar no domínio “relações sociais”.

    O domínio “meio ambiente” apresenta ser o maior problema do público universitário, devendo receber uma maior atenção das Instituições e das políticas públicas na tentativa de melhorar esse domínio.

    Também foi observado que estudar em período integral, em uma instituição pública, morar em repúblicas ou sozinho, ter um nível econômico baixo, demonstraram ser fatores de comprometimento da qualidade de vida.

    Assim como o nível de atividade física apresenta uma baixa relação com os domínios demonstrando apenas uma significância no domínio “psicológico”, não apresentou ser um aspecto importante no domínio “físico”.

    Pesquisas são centradas em problemas e toda pesquisa é também geratriz de problemas, portanto, é ressaltada a necessidade de novos estudos, relacionando os vários fatores que podem influenciar na qualidade de vida e nos domínios dos estudantes universitários, desde aspectos sócio-demográficos até diferenças entre os cursos.

Referências

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  • CAVALCANTI, S.C.M. Estudo comparativo da percepção de qualidade de vida dos estudantes da FOSJC-UNESP, cursos integral e noturno.São José dos Campos, 2008. Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista, 2008.

  • CERCHIARI, E.A.N. Saúde mental e qualidade de vida em estudantes universitários. 2004. Tese (Doutorado em Ciências Médicas) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2004.

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  • ECAVE, C. et al. Nível de qualidade de vida de universitários. Revista do Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida, n. 1, v. 1, 2009.

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  • FINATTI, B.E; ALVES J.M; SILVEIRA, R.J; Perfil sócio, econômico e cultural dos estudantes da universidade estadual de Londrina-UEL - indicadores para implantação de uma política de assistência estudantil. LIBERTAS – Revista do programa de pós-graduação em serviço social, Juiz de Fora, v.2, n.1, p.188 - 206, dez. 2007.

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  • HARNETT, A.L. The university and the quality of life. In: J Sch Health. 42(1) 35, 1972.

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  • WERNECK, F.Z; BARA FILHO, M.G; RIBEIRO, L.C.S. Mecanismos de Melhoria do Humor após o Exercício: Revisitando a Hipótese das Endorfinas. Rev. bras. Ci e Mov, v. 13, p. 135-144, 2005.

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  • XAVIER, L.F. et al. Correlação entre o nível de atividade física, qualidade de vida e fadiga ocupacional de técnicos de enfermagem. Universidade Estadual de Montes Claros, 2009.

  • ZAMARIM, M.A; MIRANDA, M.L.J.; VELARDI, M. Influências da prática de atividades físicas em academia na qualidade de vida de adultos universitários: um estudo comparativo. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto. ano 12. n. 47 out/nov/dez. 2006.

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