Contribuições da prática da musculação para a saúde óssea e prevenção da osteoporose dos idosos Aportes de la práctica de musculación a la salud ósea y la prevención de la osteoporosis de las personas mayores |
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*Discente da Faculdade de Educação Física da Universidade de Santo Amaro, UNISA **Orientadora e Docente da Faculdade de Educação Física da Universidade de Santo Amaro (Brasil) |
Elton Pinho Ferreira* Ivone de Almeida Marinho* Murilo José da Silva Souza* Simone Moreno dos Santos* Profª. Ms. Solange de Oliveira Freitas Borragine** |
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Resumo Este estudo tem o objetivo de analisar as contribuições da prática da musculação para a saúde óssea e prevenção da osteoporose dos idosos. Para este fim utilizamos como metodologia a revisão bibliográfica. O envelhecimento é um processo caracterizado pela diminuição gradativa das capacidades vitais, causando alterações fisiológicas, psicológicas e sociais, dentre as alterações provocadas por este envelhecimento podemos destacar a Osteoporose. A Osteoporose é caracterizada pela redução da densidade mineral óssea, levando o idoso a um aumento da fragilidade esquelética e do risco de fraturas. O exercício de força para idosos, desenvolvido na prática regular da musculação, pode ser um componente importante para minimizar os efeitos do envelhecimento, permitindo o fortalecimento e remodelagem óssea. O exercício resistido ou musculação propicia um melhor trabalho das estruturas ósseas do corpo do idoso, possibilitando seu desenvolvimento uniforme e apresentando resultados positivos com relação a sua eficiência. Sua prática pode proporcionar, portanto, um melhor aproveitamento do desenvolvimento e manutenção dos ossos nas fases de prevenção, manutenção e tratamento da osteoporose Unitermos: Idoso. Osteoporose. Musculação.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 155, Abril de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
De acordo com recentes pesquisas constata-se que a população de idosos vem crescendo muito, e uma das grandes contribuições para esse aumento na perspectiva de vida vem acontecendo, dentre outros fatores, em decorrência dos avanços da medicina e da veiculação pela mídia de um grande número de informações e estímulos sobre as possibilidades de se ter uma vida saudável, o que conseqüentemente possibilita um maior número de procedimentos e tratamento das doenças infecto-contagiosas e crônico-degenerativas.
A Política Nacional do Idoso do Brasil define como idosa, a pessoa com 60 anos ou mais, e sabe-se que junto ao processo de envelhecimento surgem as alterações fisiológicas, biológicas e psicológicas. Dentre as alterações provocadas por este envelhecimento podemos registrar as na massa óssea, no tecido adiposo, no sistema cardiorrespiratório, na força muscular, na flexibilidade, além das alterações hormonais e neuronais.
O envelhecimento causa uma série de mudanças no organismo provocando desequilíbrio que gera um declínio na produção dos hormônios, um dos fatores que causam a osteoporose. Logo, a osteoporose tornou-se uma doença com grande foco aos estudiosos, a partir do momento que passou a contribuir para a morbidade e mortalidade em pessoas da terceira idade, em decorrência do aumento da expectativa de vida
A osteoporose pode ser definida como a queda da densidade mineral óssea das pessoas saudáveis na terceira década de vida, caracterizando a deterioração do tecido ósseo, com conseqüente aumento na sua fragilidade e suscetibilidade para fraturas, provocando dificuldades para que os idosos exerçam suas atividades da vida diária.
A diminuição da densidade óssea pode acontecer devido a um conjunto de fatores, como mudanças nos hormônios que regulam o cálcio, diminuição da perfusão do tecido ósseo, mudanças nas propriedades do material mineral ósseo e uma redução do número de células e atividades metabólicas das células que produzem o osso. Essa diminuição pode estar associada não só ao processo de envelhecimento, como também a fatores genéticos; ao estado hormonal e nutricional; hábitos e estilo de vida; ao nível de atividade física; ao uso de medicamentos e às doenças.
Pesquisas cada vez mais específicas sobre esse assunto registram que uma das formas de se prevenir, combater e amenizar o problema está na prática regular de atividade física. Essa desenvolve um papel benéfico, uma vez que, mantendo-se um estilo de vida ativo e saudável o idoso pode retardar as alterações morfofuncionais que ocorrem com a idade.
Diferentemente do que se observava há alguns anos atrás, atualmente se vê que os idosos vêm procurando a musculação como prática de atividade física para minimizar os problemas de saúde que surgem com o passar do tempo, logo, julgamos importante buscar subsídios que confirmem os resultados desta por esses indivíduos, principalmente no que se refere aos problemas de osteoporose.
Acreditamos que, com a orientação do profissional de Educação Física, a prática regular da musculação pelos idosos pode proporcionar resultados positivos, possibilitando amenizar os problemas de saúde que costumam aparecer com o processo de envelhecimento, como a osteoporose.
O Idoso e o processo de envelhecimento
Dentre os termos mais utilizados para especificar o indivíduo envelhecido, podemos citar: idoso, ancião, velho, pessoa de idade avançada ou pessoa da terceira idade. Embora todos estes termos descritos sejam adotados, utilizaremos nesta investigação o termo, “idoso”, por entendermos que esta palavra é a que traduz, neste momento, o sentido da passagem do tempo na vida humana em nossa sociedade. (BALESTRA, 2002)
Fisiologicamente, o organismo sofre alterações provenientes do processo natural de envelhecimento e essas modificam o desempenho e a capacidade do indivíduo.
Para Campos et al (2009) e Zazula e Pereira (2003) a população da terceira idade tende a ter sensação de inutilidade, uma vez que a saúde se torna mais frágil, ocorrendo a diminuição da flexibilidade, da coordenação motora e da agilidade e, como conseqüência desse envelhecimento, surgem as doenças crônico-degenerativas advindas de hábitos de vida inadequados como: tabagismo, ingestão alimentar incorreta, ausência de atividade física regular etc (FARO Jr., LOURENÇO & BARROS NETO, 1996 apud SANTOS et al, 2009), onde alterações nos parâmetros antropométricos e fisiológicos propiciam um aumento no percentual de gordura, redução da eficiência cardiovascular, diminuição da massa muscular e densidade mineral óssea, lesões degenerativas variadas, dentre outros agravantes.
Esse processo é irreversível, porém pode ser acelerado ou desacelerado por fatores ambientais e comportamentais, exercendo grande influência de acordo com os hábitos adquiridos pelo idoso ao ter uma vida menos ou mais ativa. (NAHAS, 2003 apud PASCOAL, SANTOS E BROEK, 2006).
Conforme Hayflick (1997) apud Balestra (2002) observa-se que não é tarefa fácil delimitar quando uma pessoa se torna idosa, pois não existem marcadores biológicos capazes de mensurar com exatidão o que é envelhecimento por idade ou envelhecimento patológico. Não há um consenso sobre a idade cronológica em que se inicia a chamada terceira idade. Do ponto de vista cronológico, de acordo com Duarte (1999) citado por Pascoal, Santos e Broek (2006), chama-se idoso o indivíduo de faixa etária em torno dos 65 anos, aproximadamente.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define como idoso as pessoas com idade a partir dos 60 anos em países em desenvolvimento (como no caso do Brasil), e a partir dos 65 anos, em países desenvolvidos (IBGE 2000).
Com o envelhecimento é possível perceber alterações cardíacas, como o aumento da massa cardíaca; observa-se redução na força muscular entre 30 e 40% e perda da massa óssea, podendo caracterizar a osteoporose, aumentando a incidência de alterações na biomecânica e na cartilagem articular, cansando assim diminuição da função motora e flexibilidade (NÓBREGA et al. 1999).
Para Costa (2004) apud Pinto et al (2008)
O envelhecimento está associado a uma variedade de limitações físicas e psicológicas, em conseqüência disso torna-se difícil para estes indivíduos desempenharem certas ações tornando-os incapacitados para a realização de atividades físicas, prejudicando assim sua qualidade de vida (p.1)
De acordo com os autores, são grandes as modificações que ocorrem no organismo dos idosos e essas podem ser observadas em todos os aparelhos e sistemas: muscular, ósseo, circulatório, pulmonar, endócrino e imunológico. Caracterizam-se pela perda das reservas funcionais, embora dependam também dos determinantes genéticos que regulam a longevidade e as condições e estilo de vida.
De acordo com Macedo et al (2008) vale ressaltar que o envelhecimento, além de alterações biológicas, traz mudanças psicológicas e sociais que afetam o relacionamento do idoso consigo mesmo, com a família, amigos e a sociedade.
Entre as várias transformações biológicas que acometem o indivíduo no envelhecimento, a osteoporose sem dúvida é uma das que mais se destaca, pois está relacionada a locomoção e à independência em suas atividades motoras. (ZAZULA, F. C.; PEREIRA, M. A. S, 2003)
Assim, apesar de verificarmos uma série de comprometimentos inevitáveis devido ao processo de envelhecimento, é fato que uma das doenças que grande parcela da população idosa apresenta ou virá a apresentar com conseqüências mais ou menos graves é a da diminuição da massa óssea.
O processo de envelhecimento e a osteoporose
A osteoporose é uma doença metabólica do tecido ósseo, caracterizada por perda gradual da massa óssea, ou seja, da densidade mineral óssea, em resposta ao desequilíbrio entre a atividade das células do tecido ósseo responsáveis pela sua formação e reabsorção, denominadas osteoblastos e osteoclastos enfraquecendo os ossos por deterioração da microarquitetura tecidual, tendo como conseqüência o aumento da fragilidade óssea e o risco de fraturas. (PINTO NETO 2002; SILVA, OSÓRIO e MONTEIRO 2007).
Essa doença tornou-se um problema que vem aumentando entre os idosos em decorrência do aumento da expectativa de vida, e tem sido um grande fator de morbidade e mortalidade nesta faixa etária, sua causa ainda não é de total conhecimento, mas conforme registros de Hebert e Xavier (2003) apud Santos e Borges (2010), Radominski et al (2002), existem alguns fatores que contribuem para o surgimento da osteoporose como: a idade; baixo peso; fatores ligados a genética familiar; deficiência estrogênica costumam influenciar a doença durante a menopausa; hereditariedade; uma alimentação inadequada; ingestão excessiva de álcool e cafeína; tabagismo; sedentarismo e ser de raça branca ou asiática, logo os negros possuem menos riscos, pois têm maior índice de massa óssea.
Os ossos estão em constantes remodelagens e são estimulados pelos osteócitos (células dos ossos), essas se subdividem em duas que são chamadas: osteoclastos, responsáveis pelo deposito de cálcio no osso; e os osteoplatos, que fazem o papel inverso, retirando o cálcio do osso e agem durante toda a vida. (ELSANGEDY, KRINSKI e JABOR, 2006)
De acordo com Elsangedy, Krinski e Jabor (2006), a ativação de uma ou outra célula depende dos estímulos do organismo, esse processo de retirada e reposição de cálcio recebe o nome de “turn-over”. Os osteoclastos tem uma ação muito importante, onde, caso o indivíduo não tenha cálcio em uma quantidade regular, os osteoclastos serão estimulados a retirar dos ossos, causando uma perda elevada de cálcio. Neste caso é importante que a pessoa intensifique sua alimentação e a prática de exercício físico para repor essa perda.
A osteoporose é definida como doença desde 1994, pela Organização Mundial da Saúde. Os dados da Fundação Internacional de Osteoporose - IOF (2003) apud Cunha et al (2007) apresentam uma projeção com relação ao Brasil, citando que 10 milhões de pessoas possuem osteoporose, logo, um valor aproximado de uma para cada dezessete pessoas tem osteoporose.
Creighton, Morgan, Boardley (2001) e Ganong (1999) apud Cadore, Brentano e Kruel (2005 p. 373) ressaltam que “a manutenção da densidade mineral óssea (DMO) é muito importante para a prevenção da osteoporose, no qual a matriz e os minerais ósseos são perdidos devido ao excesso de reabsorção óssea em relação à sua formação”.
A perda da densidade mineral óssea (DMO), segundo Freire e Aragão (2004) é uma conseqüência inevitável do processo de envelhecimento. Nos indivíduos com osteoporose a perda é tão importante que a DMO cai abaixo do limiar, sendo considerada uma doença perigosa e silenciosa, pois costuma ser descoberta apenas quando o individuo sofre algum tipo de fratura principalmente em locais como quadril, vértebras e antebraço.
Segundo Niema (1999) e Nunes (2001) apud Silva, Osório e Monteiro (2007, p. 2) “as mulheres apresentam uma tendência maior a desenvolverem a osteoporose do que os homens”. Em geral, elas possuem um pico de massa óssea bem menor e uma perda óssea mais acelerada após o período da menopausa precoce ou natural, a retirada do útero ou ovário, e a amenorréia (falta de menstruação), que estão intimamente relacionadas com a diminuição do hormônio estrogênio, são os fatores que mais determinam o desenvolvimento da osteoporose nas mulheres. O estrogênio tem uma ação protetora sobre o tecido ósseo, reduzindo a ação dos osteoclastos e, conseqüentemente, a reabsorção óssea.
Campos (2001) apud Silva, Osório e Monteiro (2007) apresentam que a maneira de diagnosticar a doença é a densitometria óssea, que é uma espécie de raios-X que mede a densidade mineral do osso. O exame radiográfico deve detectar deformidades ósseas ou fraturas para que o tratamento seja prontamente instituído quando indicado. Este exame deve ser realizado periodicamente pelo idoso para acompanhamento da evolução da doença.
Apesar de ser considerada uma patologia invisível, a osteoporose apresenta alguns sinais que não podem ser desprezados como baixa tolerância a exercício simples, perda de peso, dores na região lombar, mudanças na postura (curvaturas), dores com localizações indefinidas em braços ou pernas e diminuição da estatura. (COHEN 1988 apud CUNHA et al, 2007)
A osteoporose e a prática da musculação
Treinamento contra a resistência, treinamento resistido ou musculação são termos utilizados para descrever uma variedade de meios de treinamento de força, resistência ou potência muscular.
Para designar exercícios localizados com carga, geralmente realizados com pesos ou máquinas, Santarém (2003) apud Cunha et al (2007) apresentam que musculação é definida como uma forma graduável de resistência à contração muscular para estimular a massa muscular e óssea, assim como a força, a resistência e a potência muscular.
Guedes (1997) apud Rizzetto (2010 p. 5) conceituam musculação como “execução de movimentos biomecânicos localizados em segmentos musculares definidos com a utilização de sobrecarga externa ou do próprio corpo”.
Monteiro et al (2008) registram que o treinamento resistido pode ser realizado de forma dinâmica, com uso de implementos específicos ou cargas livres, com o objetivo de aumentar tanto a capacidade quanto a habilidade para uma determinada carga para um movimento específico.
De um modo geral, é de senso comum que a musculação serve para indivíduos jovens, com o objetivo de apenas esculpir corpos, a exemplo dos halterofilistas e fisiculturistas.
Silva, Osório e Monteiro (2007), ao contrário do que muitos pensam, registram que são inúmeros os benefícios que o treinamento de força promove para a prevenção e controle da osteoporose, como o aumento da DMO, aumento da síntese de colágeno, aumento da atividade dos osteoblastos, aumento do estimulo para a fixação do cálcio no osso, aumento do tamanho e da força do osso, aumento da massa muscular, melhor equilíbrio, aumento da estabilidade postural, maior agilidade e flexibilidade.
Atualmente, de acordo com Domenico e Schütz (2009) a musculação é uma atividade física muito indicada para indivíduos que ingressam na terceira idade. Sabe-se que o treinamento com pesos é muito eficaz na prevenção e tratamento de doenças como a obesidade, hipertensão arterial, diabetes e osteoporose.
Silveira (2001) apud Campos et al (2009 p.1), afirmam que a modalidade mais adequada para diminuir a incapacidade muscular e suas conseqüências na terceira idade é a musculação, pois aumenta ou melhora os níveis de força, preservam os tecidos musculares e previnem e auxiliam o tratamento da osteoporose.
A saúde óssea é promovida pelas atividades físicas de sustentação de peso que utilizam a força e a potência muscular, exercendo força sobre o esqueleto acima das quantidades normais. (MACEDO et al, 2008)
Farias e Rodrigues (2009) concordam ao dizer que “o treinamento resistido pode prover estímulos para a formação de massa óssea e diminuir os fatores de riscos relacionados à osteoporose, além de compensar a sarcopenia, tipicamente associada com envelhecimento sedentário”. (p. 6)
Para Santarem (2001) apud Elsangedy, Krinski e Jabor (2006 p.1) “a utilização de exercícios resistidos tem demonstrado importante relevância na manutenção da massa óssea, por promover estímulo mecânico que leva à osteogênese, reduzindo a incidência de osteoporose”.
Bompa e Cornacchia (2001) apud Silva, Osório e Monteiro (2007) confirmam que o treinamento de força, realizado com o aumento da carga de forma progressiva e no período adequado, apresenta um efeito positivo na densidade mineral óssea, contribuindo na formação de ossos fortes e resistentes, prevenindo a osteoporose.
O treinamento de força possibilita um efeito benéfico em indivíduos da terceira idade, tanto na redução da perda óssea, quanto no incremento da massa óssea, proporcionando um aumento de força, massa muscular, equilíbrio, estabilidade postural, flexibilidade, promovendo maior acervo motor e reduzindo o risco de quedas associado com lesões e fraturas. (NIEMAN, 1999; NUNES, 2001; BALSAMO; SIMÃO, 2005 apud SILVA, OSÓRIO E MONTEIRO 2007)
Cunha et al (2007) registram que um programa de exercícios resistidos para o idoso necessita ser cuidadosamente avaliado dentro dos princípios fundamentais do planejamento de um programa de treinamento de força, e a intensidade do treinamento deve ser suficientemente forte para que o corpo se adapte às cargas impostas progressivamente ao longo dos anos, possibilitando a manutenção de um ótimo estado de saúde, boa capacidade funcional, e conseqüentemente uma vida mais digna e independente. (DOMENICO E SCHÜTZ, 2009)
Durante a prática da musculação, como apresentam Cunha et al (2007), além do aumento da força e resistência, ocorre uma melhora muito significativa nos fatores relacionados ao equilíbrio estático e dinâmico, os exercícios de musculação aplicados em diferentes planos, melhoram os reflexos e a retomada do equilíbrio, prevenindo possíveis quedas e evitando lesões.
De acordo com Cunha et al. (2007), apesar de sua resistência a pressões por ser bastante consistente, o tecido ósseo é adaptável e plástico e pode aumentar seu tamanho e densidade através dos estímulos que são submetidos como a pressão e o impacto. Já a falta de estímulos devido ao sedentarismo, ocasiona contraposição a gravidade, imobilização e submissão a cargas e traumas muito altos, fazendo com que ocorra um trauma ou declínio da massa óssea.
Os traumas impostos durante a musculação são maiores que as cargas aplicadas habitualmente ao osso e estimulam os depósitos ósseos a exercerem a reabsorção de cálcio por meio dos osteoblastos e de acordo com a elevação crescente da carga, assim, quanto maior o estimulo melhores serão os efeitos. “A força e a massa muscular têm uma relação direta com a massa óssea” (LEWIN e col., 1997 apud CUNHA at al 2007, p. 22). Com a tensão imposta, os osteoblastos começam a formação do processo ósseo, depositando fibras colágenas na matriz óssea. (CUNHA et . al., 2007).
Considerações finais
A pesquisa nos permite confirmar os benefícios que a musculação proporciona aos idosos, principalmente aos já portadores de osteoporose. Sua prática regular possibilita resultados consideráveis, tanto no processo de prevenção da doença, quanto no tratamento, onde podemos identificar o controle na perda de massa óssea e seu possível aumento.
É importante focar os esforços na prevenção da doença, incentivando a prática de exercício físico desde a infância para a conseqüente aquisição de hábitos saudáveis.
O exercício resistido ou musculação propicia um melhor trabalho das estruturas ósseas do corpo, possibilitando seu desenvolvimento uniforme, apresentando uma diferença muito positiva com relação a sua eficiência. Sua prática regular pode proporcionar, portanto, um melhor aproveitamento do desenvolvimento e manutenção dos ossos nas fases de prevenção, manutenção e tratamento da osteoporose.
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