1 / 1

1.     Introdução

    O funk é uma manifestação cultural social brasileira assim como o frevo, o olodum, a capoeira, o bumba meu boi, entre outras manifestações que permeiam este país.

    De acordo com SÁ (2007), o funk originou-se nos Estados Unidos e difundiu-se na cultura popular brasileira, principalmente no Rio de Janeiro onde surgiu no final da década de 70, e como qualquer outra música sofreu várias modificações, como supressões harmônicas e melódicas, tendo como foco um discurso sobre uma batida, além do conteúdo de forte teor erótico das letras, incluindo a intervenção freqüente de gemidos de contexto sexual na música, caracterizando o atual “Funk Carioca”.

    BRASIL (2000), relata que o Brasil é um país multifacetado, ou seja a população brasileira por ser constituída de vários povos, acabam por construir suas próprias características, fazendo com que o nosso país tenha grande diversidade cultural, religiosa, sexual, política e social, as quais devem ser respeitadas.

    Visto isto, este artigo se insere na possibilidade, de verificar as influências do “Funk Carioca”, e de suas características gerais, através do desenvolvimento precoce, da gravidez precoce e o consumo de alcoól em Crianças e Adolescentes.

2.     A ligação entre o desenvolvimento precoce e o funk carioca

    Antes de entendermos o que é o desenvolvimento precoce, deveremos entender o significado da palavra desenvolvimento, que está ligado as nossas alterações orgânicas, ou seja, desde o processo germinativo, passando pelo período embrionário, fetal e o parto, que são representados pelo período pré-natal até o pós natal (pós nascimento) (OLIVEIRA, 2006; RIGOLIN, 2006).

    Cada indivíduo tem suas características biológicas e seu tempo biológico para atingir seu estado maturacional (desenvolvimento completo), ou seja, pessoas da mesma idade podem estar em diferentes fases de desenvolvimento (FLECK & KREAMER, 2006). Com isto podemos entender que cada um chegará a sua maturação (seu desenvolvimento completo) em tempos biológicamente diferentes, e podemos definir facilmente a diferença entre a idade cronológica ou seja, do tempo, e a idade biológica de cada um (TANNER, 1962).

    É necessário acrescentar que, cada indivíduo nasce com seus respectivos gens (genótipo), e que todos nós sofremos a influência do ambiente (fenótipo) constantemente, o qual nos estimula positivamente ou negativamente, entre outras palavras podemos denominar este processo de Individualidade Biológica (BEIGUELMAN, 2007; CAVALIERE, 2009).

    Um exemplo de estímulo positivo que podemos citar, ocorre quando um professor utiliza a liderança, e cria a possibilidade dos educandos produzirem, construirem e aprenderem a utilizar estes conhecimentos por toda a sua vida (CAVALIERE et al, 2009).

    Já o estímulo negativo pode ocorrer quando, o professor despeja toda a matéria no cérebro de seus discentes, utilizando a forma autoritária e abusiva de seu cargo, fazendo com que o aprendizado de seus educandos seja prejudicado. Este processo é conhecido também como transferência de conhecimentos, ou em outras palavras, banalização da aprendizagem (CAVALIERE et al, 2009).

    Depois de termos entendido como funciona basicamente o desenvolvimento e a Individualidade Biológica em crianças e adolescentes iremos abordar como pode ocorrer o desenvolvimento precoce em crianças e adolescentes que freqüentam o “Funk Carioca”.

    O Funk assim como outros ritmos, a música é capaz de estimular o Hipotálamo - o qual é uma região do cérebro que permite induzir (hiperestimular) ou inibir (hipoestimular) hormônios, entre outras palavras é um controlador de hormônios hipofisários, ou seja, controla a liberação de hormônios providos das hipófises posterior (neurohipófise), e anterior (adenohipófise), em que a posterior libera dois hormônios e a anterior libera seis hormônios que incluem também os hormônios Luteinizantes, também chamados de LH e os Fólico-Estimulantes também conhecido como FSH (CAVALIERE, 2009; GUYTON & HALL, 2000; MAGALHÃES, 2008; MARTINES & BERNARDI, 2001).

    Tanto o LH, quanto o FSH estão ligados respectivamente a reprodução masculina e feminina, e uma hiperestimulação do hipotálamo pode ser gerada pela vibração das ondas sonoras, e por impulsos nervosos enviados ao cérebro, originádos da mensagem que é transmitida através da música, e assim, de alguma forma podendo acelerar o desenvolvimento dos indivíduos expostos constantemente a estas condições. (CAVALIERE, 2009; MARTINES & BERNARDI, 2001).

    Tudo isso é possível ocorrer pois a cóclea, é uma região de nosso sistema auditivo que permite transformar o som em impulsos nervosos, enviados para o cérebro através do nervo ótico, sendo que a hipófise posterior, também conhecida como neurohipófise, possui uma pequena porção que continua com o hipotálamo, e justamente esta pequena porção, denominada de infundíbulo, passam importantantes tratos nervosos e substâncias que irão atuar na hipófise anterior, conhecida também como adenohipófise, podendo aumentar a secreção de hormônios LH e FSH, colaborando para o desenvolvimento precoce (GUYTON & HALL, 2001; MAGALHÃES, 2008; RODRIGUES, 2008).

    Comentando mais sobre o desenvolvimento precoce, existe um exemplo tradicional, que é a ovulação precoce, provocada pelos Hormônios Luteinizantes (LH) e Fólico-Estimulantes (FSH), onde os óvulos da mulher são liberados pela Tuba Uterina (antiga Trompa de Falópio) mais cedo (BEZERRA & BEZERRA, 2000; GUYTON & HALL, 2000).

    A mulher nasce com uma quantidade de óvulos limitada, onde, com o passar do tempo vão diminuindo, apartir da primeira menstruação (menarca) (BEIGUELMAN, 2007). Com isto, entendemos que, se a mulher ovula mais cedo, poderá estar acelerando seu aspecto maturacional, pois chegará mais cedo a fase reprodutiva, e consecutivamente poderá estar antecipando os estágios de seu ciclo de vida, ou seja, o Ser Humano: nasce, cresce, se reproduz, envelhece e morre (BEIGUELMAN, 2007).

    Entretanto, é importante acrescentar que a reprodução, é uma das fases mais importantes dos Seres Humanos, onde logo após esta fase o corpo começa a perder algumas funcionalidades até a sua morte. (GUYTON & HALL, 2001; TANNER, 1962).

3.     A gravidez precoce e o funk

    Na puberdade o corpo do adolescente encontra-se em desenvolvimento, dando origem a algumas transformações biológicas acentuadas em termos de crescimento e maturação, tanto nos meninos, quanto nas meninas (RIGOLIN, 2006).

    É visível o desenvolvimento em adolescentes como o aparecimento da menarca (primeira menstruação), e a oigarca (primeira ejaculação) onde o corpo começa a se preparar para a reprodução, juntamente com o aparecimento das características sexuais secundárias do desenvolvimento, como: o desenvolvimento mamário, pubiano, testicular, pêlos faciais e axilares (TANNER, 1962).

    Contudo acima abordado, a gravidez precoce acontece em um corpo despreparado, em que seu organismo está em forma de mudanças, e agora possui outro corpo que necessita se formar, e isto é possível explicar pois todos os componentes orgânicos que deveriam estar em processo de desenvolvimento, irão limitar-se, dando oportunidade ao outro corpo de se desenvolver também, porém limitadamente (TANNER, 1962).

    Em se tratando de gravidez precoce podemos associar a taxa de natalidade no município do Rio de Janeiro, que segundo Cunha e Cunha (2009), analisaram o número de nascimentos entre 2004 e 2005 e levantaram que, a porcentagem de nascimentos prematuros é relativamente maior do que as demais Regiões Metropolitanas do Brasil. As mulheres jovens - entre 10 e 19 anos - são responsáveis por 1 de cada 5 crianças nascidas vivas, e nas idades entre 10 e 14 anos são responsáveis por pouco mais de 0,8%, o que indica uma precocidade na idade materna na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, já que a média entre todas as Regiões Metropolitanas é de 0,62% (CUNHA & CUNHA, 2009).

    Acrescentando que o Funk Carioca além de poder hiperestimular os hormônios Luteinizantes (LH) e Fólico-Estimulantes (FSH) como visto acima, pode também indiretamente colaborar com a gravidez precoce, pois o mesmo é capaz de estimular o exercício da sexualidade, através de movimentos sexuais e sensuais (sem pudores), executadas por quem dança o “Funk Carioca”, podendo esta, enviar estímulos a outras, através do sistema visual, pois este permite através de fotoreceptores que estão localizados na retina, os quais são responsáveis por receber e decodificar os estímulos externos, fazendo com que o indivíduo possa enxergar no claro e no escuro (GUYTON & HALL, 2000).

    O estímulo enviado pelos fotoreceptores passam a ser impulsos nervosos, então estes impulsos são propagados desde a retina até o córtex visual, conhecido também como córtex cerebral. Ele tem a função de processar os estímulos visuais, lembrando que antes desse processo ele passa pelo tálamo o qual é uma região do cérebro que tem função especializada em executar o processo, ou seja, com o tálamo podemos ver cores, movimentos, a distância, a profundidade entre outras características (GUYTON & HALL, 2000). Com isto, entendemos que através destas informações recebidas, o nosso cérebro é capaz de entender e identificar uma moça, um rapaz, um automóvel, entre outros (GUYTON & HALL, 2000).

    É importante citar que, nosso cérebro é capaz de interagir com outras áreas do cérebro, podendo se estender ao lóbo temporal, uma vez que as hipófises anterior, posterior e o hipotálamo encontram-se nesta região, podendo hiperestimular os hormônios LH (Luteinizantes) e FSH (Fólico-Estimulantes) provido da hipófise anterior (GUYTON & HALL, 2000).

    Somado ao que foi exposto acima, é importante destacar que além do “Funk Carioca” caracterizar-se pela referência explícita as práticas dos movimentos sexuais e sensuais, as letras do “Funk Carioca” também podem hiperestimular os hormônios LH (Luteinizantes) e FSH (Fólico-Estimulantes), através da decodificação das mensagens capitadas pelo sistema auditivo e propagadas até o cérebro através dos impulsos nervosos (FELIPE, 2006, MARTINES & BERNARDI, 2001).

4.     O alcool, o “funk carioca” e o desenvolvimento precoce

    Depois de termos entendido sobre como pode ocorrer a Gravidez Precoce associada ao ambiente de Funk, este tópico irá abordar sobre o uso do Álcool neste ambiente que pode estar também ligado ao Desenvolvimento Precoce.

    Edwards, Marshall e Cook (2005), relacionam que pessoas consumidoras do álcool etílico podem ser vítimas do próprio ambiente, e que fatores individuais têm pouca interferência nisto. Podemos ver este exemplo em uma situação social, quando uma pessoa que não está inicialmente com intenção de beber, mais estando acompanhada de seus amigos, os quais já têm o hábito de consumir, é provável que ela venha a beber estimulada por estes (ambiente), trazendo os efeitos da bebida consigo.

    É importante mencionar que a bebida alcoólica afeta tanto quem bebe socialmente, quanto quem bebe excessivamente (EDWARDS, MARSHALL & COOK, 2005).

    O álcool pode atingir sua concentração máxima na corrente sangüínea de 30 a 90 minutos, sendo que a taxa de absorção do álcool pode aumentar com a presença de dióxido de carbono e bicarbonato encontrado em bebidas espumantes, assim como a ausência de alimentos, aumento da temperatura corporal, a inatividade física e ausência de açúcar no álcool (EDWARDS, MARSHALL & COOK, 2005).

    EDWARDS, MARSHALL & COOK (2005), adicionam ao parágrafo anterior, que os níveis de pico no sangue são maiores se a mesma quantidade de álcool for ingerida em uma única dose do que em diversas pequenas doses.

    Para acrescentar, a concentração de álcool no sangue nas mulheres é maior que a dos homens, devido à ausência do hormônio da testosterona, que provoca uma diminuição da massa muscular, não desenvolve a hipertrofia vocal, não possui pêlos pubianos, axilares e faciais (GUYTON & HALL, 2000, EDWARDS, MARSHALL & COOK, 2005). Com isto podemos perceber que a mulher tem facilidade de desenvolver em seu organismo uma quantidade maior de gordura corporal e que após uma dose equivalente de álcool do que os homens, seu organismo acaba facilitando a absorção do álcool etílico e esta absorção também pode ser aumentada através da influência do ciclo menstrual na mulher (GUYTON & HALL, 2000, EDWARDS, MARSHALL & COOK, 2005).

    Dentro de todos os efeitos farmacológicos que o Álcool consegue atingir, é possível destacar neste estudo o efeito no Sistema Nervoso Central (S.N.C). Edwards, Marshall e Cook (2005), relatam que ataxia, desatenção e reflexos retardados são evidentes quando os níveis de Álcool no sangue chegam ao redor dos 50mg%, e ao subir este nível por volta de 50 a 100mg% ocorrem às mudanças de humores e de comportamentos.

    Contudo visto acima, é provável que o Álcool no ambiente de Funk venha fazer com que os indivíduos tenham uma maior suscetibilidade ao desenvolvimento precoce, pois se ele é capaz de alterar e gerar em um indivíduo mudanças de comportamentos e humores pode ser capaz, de estimular o desenvolvimento da libido no ambiente de “Funk Carioca” em conjunto com a dança sensual.

5.     Considerações finais

    Depois de termos analisado a importância do estudo do “Funk Carioca” e o desenvolvimento precoce em crianças e adolescentes vimos que a Educação Física está muito além dos esportes que possuem a terminologia “bol”, como: handebol, basquetebol, voleibol e futebol e que as crianças e os adolescentes podem estar submetendo-se ao risco de antecipar suas precocidades, podendo também se estender ao antecipamento dos estágios do ciclo da vida.

    Neste artigo científico destaca-se também que futuros estudos poderão ser pesquisados de forma direta (exames laboratoriais) e indiretamente (anamnese – questionários) e que cada uma delas tem suas tendências, já que os exames laboratorias apesar de mencionar que os níveis de LH e FSH poderão ser aumentados necessitará de tempo, consentimento e locomoção dos indivíduos até o laboratório que fará os exames.

    Já as anamneses (questionários), possuem maior facilidade, pela viabilidade dos indivíduos que poderão responder rapidamente sem a necessidade de exames laboratorias, porém não conseguirá identificar os níveis de aumento dos hormônios LH e FSH caso seja comprovado positivamente.

    E por último, destaca-se também neste estudo que há necessidade de pesquisar sobre outras danças em países latino-americanos, como o Reguetón, criado em Porto Rico, e que se desenvolveu também nos países pertencentes ao MERCOSUL, para poderem ser estudados e comparados com o “Funk Carioca”.

Referências bibliográficas

• BEIGUELMAN, Bernardo. A interpretação genética da variabilidade humana. On Line. Disponível em: http://www.desvirtual.com/bbeiguel/ebook.htm. Acesso em 30 Out. 2008.

• BEIGUELMAN, Bernardo. Genética de populações humanas. On Line. Disponível em: http://www.desvirtual.com/bbeiguel/ebook.htm. Acesso em 30 Out. 2008.

• BEIGUELMAN, Bernardo. O estudo de gêmeos. On Line. Disponível em: http://www.desvirtual.com/bbeiguel/ebook.htm. Acesso em 30 Out. 2008.

• BEZERRA, Armando José China. BEZERRA, Ricardo Flávio de Araújo. Epônimos de uso corrente em Anatomia Humana: um glossário para Educadores Físicos. Revista Brasileira de Ciências e Movimentos. Brasília: 2000.

• BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física. DP&A. Rio de Janeiro: 2000.

• BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: introdução. DP&A. Rio de Janeiro: 2000.

• BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: pluralidade cultural e orientação sexual. DP&A. Rio de Janeiro: 2000.

• CAVALIERE, Ezio Junior. A Diferença entre os Gêmeos Monozigóticos. In: EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, N. 133, Junho: 2009. http://www.efdeportes.com/efd133/a-diferenca-entre-os-gemeos-monozigoticos.htm

• CAVALIERE, Ezio Junior.et al.. A Afetividade e Aprendizagem na Docência do Ensino Superior. In: EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, N. 131, Abril: 2009. http://www.efdeportes.com/efd131/a-afetividade-e-aprendizagem-na-docencia-do-ensino-superior.htm

• CUNHA, Estela M. Garcia Pinto da. CUNHA, José Marcos Pinto da. Sumário de Dados das Regiões Metropolitanas – Projeto de Investimento da Qualificação do SUS (QUALISUS). On Line. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/RIO%20DE%20JANEIRO.pdf . Acesso em 19 Jul. 2009.

• EDWARDS, Griffith. MARSHALL, E. Jane. COOK, Christopher C. H. O Tratamento do Alcoolismo – Um Guia Para Profissionais da Saúde. Quarta Edição. Artmed. Porto Alegre: 2005.

• FELIPE, Jane. Afinal quem é mesmo pedófilo?. Rio Grande do Sul: 2006.

• FLECK, Steven J. KREAMER, Willian J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. Terceira Edição. Artmed. Porto Alegre: 2006.

• GUYTON, Arthur C. HALL, John E. Tratado de Fisiologia Médica. Décima edición. Mc Graw Hill. México: 2000.

• MAGALHÃES, Viviane. A Influência do Estresse na Qualidade de Vida dos Portadores de Fibromialgia – Atuação Fisioterápica. Rio de Janeiro: 2008.

• MARTINES, Cláudia Ribeiro. BERNARDI, Alice Penna de Azevedo. A Percepção Diferenciada do Barulho: Estudo Coparativo com Jovens Freqüentadores e Funcionários de Casas Noturnas da Cidade de São Paulo. São Paulo: 2001.

• OLIVEIRA, Luiz José Fernando de. Reflexões sobre crescimento e desenvolvimento em crianças e adolescentes. São Paulo: 2006.

• RIGOLIN, Luiz Roberto da Silva. Desempenho esportivo: Treinamento com crianças e adolescentes. São Paulo: 2006.

• RODRIGUES, Felipe V. Fisiologia da Música: Uma Abordagem Comparativa. São Paulo: 2009.

• SÁ, Simone P. de. Funk carioca: música eletrônica popular brasileira. Curitiba: 2007.

• TANNER, J. M. Crescimento em Adolescentes. Guanabara Koogan. São Paulo: 1962.

Outros artigos em Portugués

	Búsqueda personalizada
EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 155 | Buenos Aires, Abril de 2011 © 1997-2011 Derechos reservados