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O controle dos sintomas de estresse excessivo em 

adultos trabalhadores através da prática da dança de salão

El control de los síntomas de estrés excesivo en trabajadores adultos a través de la práctica del baile de salón

 

Acadêmicas do 8º período de Educação Física

da Universidade Estadual de Goiás, Unidade Eseffego

(Brasil)

Renata Caetano Otesbelgue

renataotesbelgue@gmail.com

Erika Mendes Costa

erikamendescosta@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O artigo teve por objetivo discutir se a prática da Dança de Salão pode atuar no controle de estresse excessivo de trabalhadores. Para análise do tema foram utilizadas como estratégias metodológicas as referências específicas relacionadas ao assunto, à aplicação de um Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL) e o questionário de pesquisa. Os resultados indicaram que a Dança de Salão pode ser um meio para que as pessoas adultas e trabalhadoras controlem os sintomas de estresse excessivo, podendo melhorar os quesitos físicos, psicológicos e sociais dos indivíduos.

          Unitermos: Estresse. Trabalhadores. Dança de Salão.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 155, Abril de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O artigo é resultado de uma pesquisa realizada no PELC- Programa de Esporte e Lazer na Cidade, no núcleo do município de Inhumas – GO, na turma de Dança de Salão, no ano de 2009, na categoria Adulta.

    O Programa Esporte e Lazer da Cidade é uma proposta do Ministério do Esporte, o qual segundo Gomes (2009) visa suprir a carência de políticas públicas e sociais que atendam às crescentes necessidades e demandas da população.

    Os núcleos do programa deveriam acontecer em locais de referência da comunidade. Assim, no núcleo de Inhumas ocorreu nos espaços disponibilizados por uma organização não governamental do município, denominada FAMI - Fundação de Assistência ao Menor Inhumense, a qual visava oportunizar atividades para os pais dos seus atendidos. Para atingir o interesse do público desejado foram oferecidas duas práticas corporais o Pilates (18h30min às 19h30min) e a Dança de Salão (20h00 às 21h30 min).

    Para ministrar as aulas de dança foi contratada uma professora com experiência na área, como Agente Social, sendo aqui uma das pesquisadoras desse artigo. Após algumas semanas de aulas, o vínculo professor – aluno foi sendo intensificado e a partir de conversas informais os discentes começaram a relatar fatos cotidianos aleatoriamente.

    Dentre os assuntos era muito comentado o cansaço, a irritabilidade e outros fatores devido ao trabalho. No grupo tinham variadas classes trabalhistas, como professoras dos Ensinos Fundamental e Médio, domésticas, cuidadores de idosos, costureiras, eletricistas, funcionários públicos, vendedores, pequenos empresários, feirantes e outros.

    Em certo dia de aula ocorreu um comentário de uma aluna, a qual relatou que o seu nível de estresse tinha elevado demasiadamente e que já estava sofrendo depressão necessitando da utilização de medicamentos. Porém a mesma trouxe que após a prática de algumas semanas de dança, o seu humor tinha melhorado bastante e que o seu sono havia voltado.

    O relato foi partilhado com uma acadêmica, sendo a outra pesquisadora desse estudo e com uma Psicóloga. Assim a partir das inquietações levantadas numa conversa do trio, surgiu a necessidade de pesquisar se mais pessoas apresentavam quadro de um início de elevação no nível de estresse na turma e se a Dança de Salão poderia oferecer algum benefício no controle do nível do mesmo.

Referencial teórico

    O homem dança desde a era primitiva, segundo Faro (1987), pelos mais diversos motivos, como invocar as forças naturais para o auxílio na caça, pesca e agricultura, preparar para a guerra, nos ritos de cura, e/ou pelo prazer de dançar nas atividades culturais desenvolvidas nesse período que podem ser retratados nas festas de casamento, nascituro e inumação.

    Dança, de acordo com Mendes (1985) é basicamente movimento e gestos. Porém, quaisquer movimentos e gestos constituem dança? Certamente que não. Dançar vai além de movimentos corporais, assim tal expressão necessita de determinada organização com certas regras e medidas; o que foi ocasionado durante o Renascimento.

    O Renascimento buscava o conhecimento racional das coisas e dos homens; a dança nesse período não poderia continuar de uma forma aleatória e descodificada. De acordo com Mendes (1985), Domenico Di Piacenza, movido pelo interesse da estruturação da dança produz o primeiro tratado da dança, definindo como balleto, uma sequência de passos organizados e escritos, servindo para o estudo de qualquer interessado.

    A dança de salão ou dança da corte, conforme Faro (1987) nasce antecedente ao período renascentista, sendo apenas sistematizado durante o mesmo. Na Alta Idade Média os dançarinos passaram a dançar nas feiras, nos limites dos castelos e nos pequenos burgos, caindo no gosto dos nobres, porém estes no imaginário da superioridade de classes, não poderiam submeter-se a tais práticas, passando assim a refinar os movimentos das danças populares, para que os mesmos pudessem ser expressos pelos integrantes da corte.

    No Brasil, ainda segundo Faro (1987), a dança também teve seu lugar com grande expressividade. A dança de salão a partir dos colonizadores europeus começa a ser difundida naquele, nos bailes promovidos pela nobreza, ganhando maior espaço e ênfase a partir da vinda da família real para terras brasileiras. Os ritmos da dança são disseminados por todo o país ao longo dos tempos.

    Almeida e Rocha (2007) trazem que o ritmo trabalhado nos salões tem em sua maioria a marca de serem frutos do povo, influenciados pelas tradições, símbolos e valores culturais, tendo representações diversificadas em cada região brasileira. Destacando o Forró no Nordeste, o Calypso no Norte, o Sertanejo no Centro-Oeste e o Samba de Gafieira no Sudeste, os quais ganham grande repercussão não somente regional, mas, em nível de Brasil.

    Na modernidade brasileira a mídia tem servido de canal para divulgar a dança de salão, a qual está viva e soube romper com maestria as portas do século XXI. As representações mais marcantes, segundo Almeida e Rocha (2007), foram retratadas nas novelas globais como “Dancing Days” e “Rainha da Sucata”, que popularizaram a Discoteca e a Lambada; “Salsa e Merengue” e “Laços de Família” mostraram os ritmos caribenhos e o “Samba Liso” e no programa “Domingão do Faustão” no quadro “Dança dos Famosos”, a partir destas influências a sociedade se atenta e passa a aderir com maior ênfase a tal prática.

    As pessoas buscam a pratica da dança de salão por diversos motivos. Segundo Rosseti et al (2008), um deles é para quebrar a rotina de trabalho que pode submeter esse indivíduo a situações que acarretam estresse excessivo causando prejuízos.

    O Estresse é segundo Seyle apud Mello Filho (1988), o conjunto de reações que um organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço para a adaptação, sendo um processo natural da vida, portanto algumas situações com fator emocional demasiado podem acarretar prejuízos no organismo do homem.

    Hans Seyle, conforme Angerami e Camelo (2004), foi o primeiro cientista a utilizar o termo “stress” na área de saúde. Este médico endocrinologista realizou investigações laboratoriais definindo para além do conceito, que o estresse produzia reações de defesa e adaptação frente ao agente estressor, descrevendo a partir deste fato a Síndrome Geral da Adaptação (SAG).

    A teoria de Seyle segundo Almeida (2005), esta dividida em três estágios: reação ao alarme, resistência e exaustão. O primeiro estágio consiste no reconhecimento do estressor e no preparo para a ação, o segundo é o estágio da adaptação e se o organismo realizá-lo de maneira bem sucedida o nível de estresse voltara à normalidade e o terceiro estágio ocorre quando a tentativa de adaptação falha e o estressor permanece no organismo.

    A psicóloga estudiosa Lipp, de acordo com Angerami e Camelo (2004), para além dos três estágios de Seyle, identificou mais uma fase do processo de estresse, sendo denominada de quase-exaustão, por se encontrar entre os estágios de resistência e o de exaustão. A fase de quase-exaustão é caracterizada por um enfraquecimento da pessoa quando ela não consegue adaptar ou resistir ao estressor.

    Os sinais e sintomas do estresse que ocorrem com maior freqüência, segundo Lipp apud Rossetti et al (2008) são aumento da angustia, insônia, dificuldades interpessoais, hiperatividade, náuseas, preocupação excessiva, inabilidade de concentrar-se e outros.

Metodologia

    O estudo foi realizado no Programa de Esporte e Lazer - PELC na Cidade de Inhumas – GO, na modalidade de Dança de Salão, onde a pesquisa foi aplicada pela professora/pesquisadora do grupo.

    A pesquisa ocorreu disposta em dois momentos. O primeiro foi o momento de seleção e o segundo de verificação.

    No momento inicial foram selecionados indivíduos adultos jovens e intermediários que apresentassem estar numa situação de estresse. Para verificar o estresse foi utilizado o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL).

    O presente instrumento, de acordo Angerami e Camelo (2004), foi validado e padronizado para o Brasil em 2000, e a partir daí tem sido utilizado em grande escala nas clínicas e em pesquisas sobre estresse. Ele proporciona uma bateria de diagnóstico que avalia se a pessoa tem estresse ou não, em qual fase encontra-se e se o fator estressante manifesta-se por meio de sintomatologia na área física ou psicológica.

    O ISSL é estruturado em três quadros que apresentam duas divisões que são sintomas físicos e psicológicos de cada fase do estresse, que segundo Seyle apud Almeida (2005), são três (alerta, resistência e exaustão), porém Lipp apud Angerami e Camelo (2004), ponderou uma nova fase, conhecida como “quase-exaustão”. O quadro 1, trata dos sintomas relativos a 1º fase do estresse, o quadro 2, representa os sintomas da 2º e 3º fases, e o quadro 3, com sintomas da 4ª fase do estresse.

    Segundo o diagnóstico do ISSL em critério somático os sintomas físicos possuem 34 itens já os psicológicos possuem um total de 19 itens de sintomas indicadores.

    O segundo momento da pesquisa, depois de selecionado o grupo, preocupou-se em verificar os benefícios físicos, psicológicos e sociais da Dança de Salão como amenizadora do estresse quando esse alcança níveis excessivos. O meio de coleta de dados foi um questionário, aplicado após trinta e cinco aulas de Dança de Salão.

    As questões foram fechadas, dispostas em três indagações com possibilidade de mais de uma opção como resposta, as quais buscaram levantar se os sintomas estressantes apontados pelo inventário de Lipp tinham sido substituídos por características contrárias aos mesmos após a dança. Por exemplo, a questão 1 trazia o seguinte questionamento: “Você percebeu algum benefício após a iniciar a prática da Dança de Salão? Quais?” e listava como resposta em caso positivo: “dormir melhor”, “maior disposição para realizar atividades diárias” e outras.

    Os sujeitos da amostra estudada assinaram o consentimento por escrito e participaram da pesquisa por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), de acordo com a Resolução 196/96.

    Os dados foram tratados com uso do programa Microsoft Office Excel 2007. A apresentação dos resultados da pesquisa foi feita por meio de gráficos do tipo coluna e discutidos através do método de análise de conteúdo, o qual segundo Bardin apud Triviños (1987) procura pré-analisar, descrever e analisar o conteúdo mediante o referencial utilizado.

Apresentação de resultados e discussão

    A pesquisa iniciou com o convite aos alunos da turma que se encontravam na fase adulta, estando entre adulto jovem (20 a 40 anos) ou adulto intermediário (40 a 65 anos) e que estivessem trabalhando numa determinada ocupação profissional. Ressalta-se que o público encontrado dentro dessas características foram 24 alunos no total de ambos os sexos.

    A primeira fase da pesquisa apontou através do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp que dos 24 participantes, 5 não se encontravam em situação de estresse; sendo assim dispensados do segundo momento desse estudo, visto que o objetivo é discutir se a prática da Dança de Salão pode atuar no controle de estresse excessivo de trabalhadores.

    Dentre os 19 indivíduos restantes, foram encontradas pessoas com estresse e em situações de estresse nas fases de alerta e de resistência. As características apontadas podem ser visualizadas na figura 1.

Figura 1. Gráfico do estresse

    Dos 19 indivíduos participantes da segunda fase da pesquisa, 9 deles estão com estresse, quantidade que ultrapassa a metade da amostra, 7 integrantes estão na fase de alerta e 3 alunos estão na fase de resistência. Destaca-se ainda, que nenhum dos participantes da pesquisa está na fase de quase exaustão ou exaustão.

    Após a seleção os alunos foram comunicados que deveriam participar de forma prática de trinta e cinco aulas de Dança de Salão, podendo ter apenas cinco ausências durante esse processo, podendo desistir de participar da pesquisa a qualquer momento. Ressalta-se, porém, que não ocorreu desistência e foi apresentada fidedignidade ao critério de participação.

    O questionário de verificação foi aplicado um dia após a trigésima quinta aula, apontando os resultados mostrados na figura 2.

Figura 2. Pergunta 1: Você percebeu algum benefício físico após iniciar a prática da dança de salão? Quais?

    Questionados se obtiveram algum benefício físico após o início da dança de salão, a maioria das respostas foram positivas. Do total de participantes, 17 afirmam ter obtido algum benefício físico e apenas 2 não os tiveram.

    Ao perguntar quais benefícios físicos foram obtidos, os participantes apresentaram 13 respostas onde afirmam estar dormindo melhor, 12 respostas que dizem ter aumentado a disposição para realizar atividades diárias, 10 respostas positivas para o aumento do apetite, 14 respostas expondo ter melhorado a capacidade mental, 10 respostas que afirmam ter emagrecido, 9 que dizem ter melhorado o relaxamento corporal e 11 respostas positivas para o desaparecimento de patologias (doenças).

    Na seqüência do questionário de verificação, os alunos foram perguntados se perceberam algum benefício psicológico. O resultado pode verificado na figura 3 nos apontamentos a abaixo.

Figura 3. Pergunta 2: Percebeu algum benefício psicológico? Quais?

    Todos os 19 alunos afirmam ter percebido algum benefício psicológico após o início das aulas de dança de salão. Os benefícios foram os mais variados. Ocorreram 13 respostas onde os indivíduos afirmam estar menos irritado/irritada, em 12 respostas dizem sentir mais feliz e animado, 10 respostas que declaram uma maior desinibição, 14 respostas que apontam para a melhoria do humor, 10 respostas que dizem ter melhorado a auto-estima (estar se sentindo mais bonito/bonita, 9 respostas que afirmam ter aumentado a tranqüilidade para resolver os problemas diários, 11 respostas positivas para o fato de estar se sentindo menos ansioso/ansiosa e 14 para a questão de não estarem apresentando quadros depressivos. Os dados apontam que a prática da Dança de Salão de forma regular gera mudanças significativas nos estados psicológicos proporcionando um bem-estar mental.

    Para concluir o do questionário de verificação os indivíduos integrantes pesquisa responderam se foi percebido algum benefício social com o início da prática da dança de salão e novamente todas as respostas foram positivas. Os resultados deste questionamento podem ser verificados na figura 4.

Figura 4. Pergunta 3: Percebeu algum benefício social? Quais?

    Do total de integrantes questionados, obtivemos 15 respostas que afirmam ter feitos novos amigos na Dança de Salão, 10 respostas dizendo que passaram a estar mais dispostos a passear com o decorrer das aulas, 16 respostas positivas que declaram estar reagindo melhor no trabalho e 17 respostas que confirmar estar sentindo mais dispostos a dar atenção a própria família.

Considerações finais

    Na população estudada pode-se perceber que a prática da Dança de Salão pode gerar benefícios psicológicos, físicos e sociais, diante dos resultados apresentados e discutidos.

    Os argumentos até aqui expostos evidenciam que esta atividade física constitui uma alternativa relevante para gerenciar o estresse presente nos trabalhadores, assim como trazer outros benefícios que necessitariam de maiores estudos para uma consolidação precisa.

Referências

  • ALMEIDA, Cleuza Maria de. Um olhar sobre a prática da dança de salão. In: Revista Movimento e Percepção. São Paulo, v. 5, n. 6, jan-jun. 2005.

  • ALMEIDA, Cleuza Maria de; ROCHA, Márcio Donizetti. Dança de salão: instrumento para a qualidade de vida no trabalho. In: Revista Movimento e Percepção. São Paulo, v. 7, n. 10, jan-jun. 2007.

  • ANGERAMI, Emília Luigia Saporiti; CAMELO, Silvia H. Henriques. Sintomas de Estresse nos trabalhadores atuantes em cinco núcleos de Saúde da Família. In: Revista Latino-Americana de Enfermagem. São Paulo, v. 12, p.14-21, jan.-fev. 2004. Disponível em: www.eerp.usp.br/rlaenf. Acesso em: 02/10/2010.

  • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. São Leopoldo: Biblioteca da UNISINOS, 2009. Disponível em: http://www.unisinos.br/biblioteca Acesso em: 06/09/ 2010.

  • FARO, Antônio José. Pequena história da dança. 5ª Ed. São Paulo: Editora José Zahar, 2001.

  • GOMES, Joelma Cristina. PELC: módulo introdutório. Distrito Federal, 2008.

  • MELO FILHO, Fernando José de Oliveira. A dança de salão e o lazer: uma proposta de estilo de vida de uma empresa de grande porte. Disponível em: www.unesporte.org.br/anarel/relação_posteres.hpml. Acesso em: 04/07/2010 às 14:22:37.

  • MENDES, Miriam Garcia. A Dança. 1. ed. São Paulo: Editora Ática, 1985.

  • LIPP, Marilda Emmanuel Novaes. Lipp MEN. Inventário de Sintomas de stress para adultos de LiPP (ISSL). São Paulo: Casa do Psicólogo; 2000.

  • ROSSETTI, Milena Oliveira, et al. O inventário de sintomas de stress de Lipp (ISSL) em servidores da polícia federal de São Paulo. In: Revista Brasileira de Terapias Ocupacionais. São Paulo, v. 4, n. 2, 2008.

  • TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em Ciências Sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Editora Atlas S.A. 1987.

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