Melhora da aptidão neuromuscular em indivíduos não treinados em força realizando o método das séries simples e múltiplas La mejora de la aptitud neuromuscular en personas no entrenadas en la fuerza realizando el método de series simples y múltiples |
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*Pós–graduando (lato sensu) em fisiologia do exercício Universidade Federal de São Carlos, SP **Doutor em Educação Escolar UNESP, Araraquara, SP ***Prof. Dnd. UNESP, Araraquara, SP ****Prof. MS do Centro Universitário de Araraquara (Uniara) *****Prof. MS da Universidade Federal de São Carlos, SP ******Doutor em Fisiologia do Exercício Universidade Federal de São Carlos, SP (Brasil) |
Willian Felício* Fabio Reina** Maria José Romanatto*** Cássio Mascarenhas Robert Pires**** Katia Cristina Cota Mantovani***** João Paulo Botero****** |
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Resumo O propósito do trabalho foi verificar o desempenho em indivíduos não treinados em força métodos realizando exercício resistido no método das séries e múltiplas nos seguintes exercícios: Leg press (LP) 45, cadeira extensora (CE), cadeira flexora (CF), puxador frente (PF), remada neutra (RN), supino reto (SR) e Peck Deck (PD), em 9 semanas de treinamento sendo três sessões/semana. Participaram do estudo 6 indivíduos da faixa etária de 40 a 55 anos sendo dividido em dois grupos, todos foram submetidos ao teste de 1 RM para obtenção da carga para os treinos sendo realizado cada teste de 48 h. Resultados: De acordo com que foi verificado utilizando este protocolo de treino com o volume diferente em cada grupo durante 9 semanas de treinamento nestes indivíduos não apresentaram diferenças em ambos os grupos mas dois aparelhos mostraram aumentos superiores com demais avaliados Peck deck e o Leg Press, isto devido maior grupamento muscular. Unitermos: Exercícios resistidos. Ganhos de força. Métodos de treino.
Abstract The purpose of this study was to evaluate the performance of individuals not trained in methods under performing resistance exercise in the method of multiple series and the following exercises: Leg press (LP) 45, leg extension (CE), leg curl (CF), front handle (PF), rowing neutral (RN), bench press (SR) and Peck deck (PD) in 9 weeks with three training sessions / week. The study was with of 6 individuals aged 40 to 55 years were divided into two groups all were tested using the 1 RM for securing cargo to the drills being performed each test 48 h. Results: According to what was observed using this training protocol with different volume in each group for 9 weeks of training in these subjects did not differ in both groups but showed increases above two devices with other evaluated Peck deck and this is due Leg Press major muscle group. Keywords: Resistance exercise. Strength agains. Training methods.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 155, Abril de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Uma boa qualidade de vida, no sentido da aptidão física, é a condição de poder realizar as atividades desejadas, do ponto de vista biomecânico e homeostático, sem riscos para a integridade do organismo, e do ponto de vista da aptidão física, o treinamento exercício resistido com pesos estimula o desenvolvimento da capacidade contrátil dos músculos esqueléticos, da sua capacidade metabólica, da flexibilidade articular, e de adaptações cardiovasculares necessárias para os esforços curtos repetidos e relativamente intensos além de ser eficiente para se aumentar forca, hipertrofia, potencia e resistência muscular, mas, dependendo dos objetivos e das diferenças individuais, os padrões de prescrição podem variar bastante (KRAEMER; RATAMESS, 2004; SIMAO et al., 2005). Uma serie de variáveis deve ser controlada na prescrição dos TER, dentre as quais se podem destacar a ordem dos exercícios, o numero de series e repetições, o intervalo entre as series e sessões, a freqüência semanal e a intensidade das cargas trabalhadas (ACSM, 2002; SIMAO et al., 2005). A alteração no volume de treinamento pode estar associada à alteração do numero de exercícios desempenhados por sessão, ao numero de repetições realizados por serie e ao numero de series desempenhadas por exercício (BIRD et al., 2005; KRAEMER; RATAMESS, 2004). Isso pode causar alterações nos sistemas nervoso, metabólico, hormonal e muscular (WOLFE et al., 2004). Desta maneira, o volume de treinamento e calculado, geralmente, pela estimativa do produto do numero de series, realizado em cada exercício, pelo numero de repetições completados dentro de cada serie (GALVAO; TAAFFE, 2004). A amostra do estudo foi composta de 6 indivíduos de 40-55 anos do sexo masculino e que nunca praticaram exercícios resistidos. -O Critério de Inclusão foi homens de 40-55 anos, sedentário, que não usava medicamentos controlados, e nenhum outro fator que impedia a realização de exercícios resistidos (laudo médico favorável). Estes indivíduos foram divididos aleatoriamente em dois grupos; onde cinco deles realizaram exercícios no método de série simples (uma série por aparelho e os outros cinco indivíduos fizeram parte do grupo que realizou exercícios no método de séries múltiplas (três séries por aparelhos). O trabalho foi executado logo após o consentimento do comitê de ética e teve a duração de 9 semanas, sendo que em cada semana o trabalho foi dividido em três dias, de segunda, quarta e sexta-feira; e cada sessão foi composta com os seguintes aparelhos: Supino reto (SP) Puxador Frente (PF), Remada Neutra (RN), Leg Press (LG), Cadeira Extensora (CE) e Cadeira Flexora (CF). Para o início do trabalho os indivíduos responderam o termo de Consentimento informando conforme a resolução n.196 de 1996 do conselho Nacional de Saúde do Brasil.
Matérias e métodos
Testes de 1 RM para a determinação das Cargas de Trabalho
Antes de iniciar o trabalho foi realizado Teste de 1RM para obtenção das cargas de cada de treino de cada individuo. O teste foi realizado da seguinte forma: de acordo com peso do individuo uma 1RM é aproximadamente 50% do peso do testado de acordo com o número de repetições encontrado no teste 1 RM.
Fonte: Quadro de Sholik in Matvéiev; 1981
Na realização deste teste o individuo testado teve que responder após a sua execução o nível de esforço no aparelho, para isso o teste foi realizado com uma escala de Borg (Borg & Noble, 1974) para verificar percepção de esforço na pessoa testada.
Descrição da periodização do treinamento
9 semanas de treino sendo dois dias de adaptações dos aparelhos
2 semanas 60% 1 RM da carga estimada no teste será de 15 repetições
2 semanas 70% 1 RM da carga estimada 12 repetições
2 semanas 75-80 1RM da carga estimada 8-10 repetições
2 ultimas semanas 85 % de 1RM da carga estimada 6 repetições. .
sempre com 1min30 a 2 minutos de intervalo entre uma série e outra
Análise estatística
Calculou-se a diferença entre o pré-treinamento e o pós-treinamento e, com as medidas das variações dos “pesos”, utilizou--se o teste de Man Whitney. Foi utilizado o software Minitab, o qual obteve-se os valores de p > 0, 05 em todos os aparelhos utilizados, não rejeitando a hipótese nula em que o tratamento de séries simples é igual ao tratamento de séries múltiplas. Portanto, apesar do tamanho da amostra, podemos dizer que, para apenas esses 6 (seis) indivíduos que participou deste trabalho, os treinamentos com séries simples e co séries múltiplas podem ser considerados iguais.
Resultados
Os resultados encontrados nos momentos pré e pós-teste do teste de 1 RM nos grupos mostram variações positivas ocorridas durante as nove semanas de intervenção (Tabelas 1 e 2). Os Valores das cargas alcançados no pré-teste ficaram próximos quando se observaram os dois grupos. Isso demonstra que os grupos não apresentam diferenças significativas. Porém pelas diferenças das médias observa-se que o aparelho de remada entre os dois métodos mostrou nos indivíduos pesquisados teve um maior ganho de força comparado com os demais aparelhos.
Tabela 1. Método da série simples
Supino Reto = SR; Peck Deck= PD; Puxada Frente =PF; Remada Neutra =RN; Leg press 45º = LP; Cadeira Flexora = CF; Cadeira Extensora = CE;
Tabela 2. Método da Séries Múltiplas
Supino Reto = SR; Peck Deck= PD; Puxada Frente =PF; Remada Neutra =RN; Leg press 45º = LP; Cadeira Flexora = CF; Cadeira Extensora = CE;
Gráfico 1. Evolução dos indivíduos da série simples
Gráfico 2. Evolução dos indivíduos nas séries múltiplas
Os resultados no gráfico acima são mostrados que os aparelhos PD e PF são os que tiveram maior diferença entre os tratamentos: séries simples e séries múltiplas. Isso pode ser confirmado no teste de Man Whitney, pois p=0,08 (menor valor de p comparado aos outros aparelhos), e, se considerarmos o nível de significância a 10%, podemos inferir que, para esses indivíduos que participaram deste treinamento, a série múltipla produz maior efeito que a série simples.
Discussão
De acordo com os resultados encontrados no presente estudo mostrou-se uma melhora no desempenho nos dois grupos pesquisados. Demonstrando uma melhoria significativa em ganhos de forca em ambos os grupos. O entendimento desta melhora vai ao encontro com os achados do estudo de Kraemer et al. (1997) que adverte que a duração do intervalo não só determina o quanto de trifosfato de adenosina (ATP) e fosfocreatina (FCr) e recuperado (KRAEMER et al., 2002), mas também o aumento da magnitude da concentrações de lactato no sangue (GOTSHALK et al., 1997). Ambos, ATP e resíntese de FCr, deveriam ser completadas entre 3 a 5 min. Desta forma, os efeitos combinados de um volume mais alto com períodos de intervalos mais curtos e intensidade moderada promovem ambiente hormonal favorável para o desenvolvimento muscular (KRAEMER et al., 1991). Com um intervalo de tempo menor, a intensidade do estimulo aumenta, solicitando-se a ação de um maior numero de fibras musculares (TAN, 1999). A partir dos nossos achados, pode-se inferir que, para a prescrição do treinamento de exercício resistido com 2 minutos de intervalo, o programa de séries múltiplas torna-se mais intenso, originando melhores respostas no ganho de forca muscular e conseqüentemente a resistência muscular, quando comparado aos programas de serie simples para indivíduos não treinados, mas tendo beneficio próximo haja visto também que os exercícios que envolve mais grupamento muscular mostrou no presente estudo que teve maior aumento de força foi Peck Deck e Leg Press isto acontecendo em ambos grupos isto devido o sinergismo no momento contração dos músculos ou seja nestes exercícios tem mais interação entre os músculos. E segundo WILLARDSON (2007) esta melhora da força é devido às adaptações neurais e as hipertróficas são os principais fatores que contribuem para o incremento da forca em função do treinamento sendo assim Em pessoas não treinadas temos às adaptações neurais como fator dominante para ganhos iniciais de forca, porem com pouco impacto nos ganhos de massa muscular. Na verdade, o estimulo que promove a eficiência do controle motor pode não ser o mesmo estimulo que promove a hipertrofia muscular (MAIOR; ALVES, 2003). Já HICKSON et AL (1994) concluiu no seu trabalho que estes ganhos de força que ocorrem dentro de um prazo de 4 a 8 semanas de treinamento de força é ocorrência de aumentos na força resultantes das adaptações neurais significativas, e não apresentando resultados do tamanho aumentado do músculo (hipertrofia) durante o treinamento de força.Sendo assim de acordo com as conclusões desses autores este período de treinamento o aumento da força ocorre primordialmente por meio adaptações neurais e não por fatores hipertróficos.
Conclusão
Este estudo com está temática foi muito importante para este público, pois mostrou que os indivíduos tiveram uma melhora na sua aptidão neuromuscular capacidade esta que é fundamental para as atividades da vida diária (AVDS). Portanto conclui-se que este método da série simples para indivíduos iniciantes torna-se viável, pois a temporalidade na execução dos exercícios propostos para obtenção do ganho de força é menor e isto poderá trazer indícios na diminuir a evasão nas academias e atenuar a sarcopenia que é a perda da unidade funcional do músculo que este público começa a ter nesta fase da vida (Hunter 2004). E com relação a séries múltiplas mostrou ser mais efetivo para indivíduos que tenha como objetivo o aumento da resistência muscular.
Referências bibliográficas
ACSM-American College of Sports Medicine. Position stand on progression models in resistance training for healthy adults. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 34, n. 2, p. 364-380, 2002.
BIRD, S. P.; TARPENNING, K. M.; MARINO, F. E. Designing resistance training programs to enhance muscular fitness. Sports Medicine, v. 35, n. 10, p. 841-851, 2005.
GALVAO, D. A.; TAAFFE, D. R. Single vs. multiple set resistance training: recent developments in the controversy. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 18, n. 3, p. 660-667, 2004.
GOTSHALK, L. A. Hormonal responses to multiset versus single set heavy-resistance exercise. Canadian Journal of Applied Physiology, v. 22, n. 3, p. 244-255, 1997
HUNTER, G.R; Effects of resistance training on older adults. Sports Medicine, V, 34 p. 330 -348, 2004.
KRAEMER, J. K.; RATAMESS, N. Fundamentals of resistance training: progression and exercise prescription. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 36, n. 4, p. 674-678, 2004.
KRAEMER, W. J. Effects of single vs. multiple sets of weight training: impact of volume, intensity, and variation. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 11, n. 3, p. 143-147, 1997.
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MAIOR, A. S.; ALVES, A. A. Contribuição dos fatores neurais em fases iniciais do treinamento de forca muscular: uma revisão bibliográfica. Motriz, v. 3, n. 9, p. 161-168, 2003.
SIMAO, R.; FARINATTI, P. T. V.; POLITO, M. D.; MAIOR, A. S.; FLECK, S. J. Influence of exercise order on the number of repetitions performed and perceived during resistive exercise. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 19, n. 1, p. 152-156, 2005.
TAN, B. Manipulating resistance training program variables to optimize maximum strength in men: a review. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 13, n. 33, p. 289-304, 1999.
WILLARDSON, J. F. The application of training to failure in periodized multiple-set resistance exercise programs. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 21, n. 2, p. 628-631, 2007
WOLFE, B. L.; LEMURA, L. M.; COLE, P. J. Quantitative analysis of single vs. multiple-set programs in resistance training. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 18, n. 1, p. 35-47, 2004.
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