Avaliação da autonomia funcional Evaluación de la autonomía funcional en mujeres mayores practicantes de danza de salón |
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* Licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas Campograndenses (FEUC/RJ) Pós-graduando em Língua Portuguesa pelas FEUC/RJ Discente da graduação em Educação Física da Universidade Castelo Branco (UCB/RJ) **Discente da graduação em Educação Física da UCB/RJ ***Educador Físico da Secretaria de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida do Rio de Janeiro -Docente da UCB/RJ (Brasil) |
Debora Acciolly* Amanda Feital** Hélio Furtado*** |
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Resumo Este artigo trata da importância da atividade física na terceira idade e avalia a capacidade funcional à luz da flexibilidade e da agilidade de idosas praticantes de dança de salão comparando-as a idosas sedentárias. Para tal avaliação foram utilizados três testes da bateria de RIKLI E JONES que visam classificar a capacidade funcional de idosos. Após os testes foi verificado que há grande discrepância entre as idosas ativas e sedentárias, a favor do primeiro grupo. Unitermos: Flexibilidade. Agilidade, Autonomia funcional. Terceira idade.
Abstract This article addresses the importance of physical activity among elderly and assess the functional capacity in light of flexibility and agility of elderly women engaged in ballroom dancing compared to the sedentary women. For this evaluation we used three tests in Rikli and Jones intended to classify the functional ability of elderly people. After the tests verified that there was considerable discrepancy between the active and sedentary elderly for of the first group. Keywords: Flexibility. Agility. Functional autonomy. Seniors.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 155, Abril de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A perspectiva de vida e o percentual de pessoas na terceira idade tem aumentado gradualmente, estima-se que no Brasil deva alcançar 32 milhões até 2025 (IBGE, 2009), com isso, a necessidade de criação de políticas públicas voltadas para esse grupo torna-se cada vez mais impreterível. Atualmente, já existem vários projetos em funcionamento, contudo, falta maior conhecimento e sensibilidade para o desenvolvimento de um trabalho efetivo na promoção da qualidade de vida na terceira idade, isto é, um trabalho alicerçado nos aspectos biopsicossociais.
A Organização Mundial de Saúde classifica o envelhecimento em quatro estágios diferentes sendo eles: (SIMÕES, 1998, p.25).
1° estagio: meia idade dos 45 a 59 anos;
2º estagio: idoso – dos 60 aos 74 anos;
3º estagio: ancião – dos 75 aos 90 anos;
4º estagio: velhice estrema – 90 anos em diante.
Na velhice, visto do aspecto fisiológico, ocorre uma deficiência do aparelho locomotor, onde os ossos se tornam menos sólidos e o risco de fraturas é maior e a recuperação mais lenta, os ligamentos e os tendões se tornam mais fracos e há uma diminuição do liquido sinovial nas articulações (MEIRELLES, 2000). Por este motivo alguns idosos isolam-se em suas casas para justamente evitar as quedas nas ruas e calçadas acidentadas, pois temem a recuperação de fraturas graves, principalmente no fêmur.
Astrand e Rodahl (s/d apud Simões, 1998) explica que as pessoas idosas possuem articulações menos flexível do que a de uma pessoa considerada mais jovem, com isso o envelhecimento induz a uma perda da estabilidade e mobilidade articular.
Na velhice, a manutenção de autonomia está intimamente ligada à qualidade de vida. Portanto, uma forma de se procurar quantificar a qualidade de vida de um indivíduo é através do grau de autonomia com que o mesmo desempenha as funções do dia-a-dia que o fazem independente dentro de seu contexto socioeconômico e cultural (Grimley-Evans, 1984).
Nesse sentido, a Educação Física torna-se fundamental, pois a partir da atividade física é possível melhorar o nível de autonomia e relacionamento sócio-afetivo dos idosos (MONTTI, 2007). Para isso, é preciso profissionais preparados, programas adequados e um processo efetivo de avaliação.
Ao atribuir à dança de salão um artifício prazeroso à luz da atividade física que favorece a qualidade de vida dessas idosas, ratificado por esta afirmação: “A dança é importante, pois proporciona-lhes bem estar físico, social e psicológico; é benéfica para a saúde e é uma atividade que traz satisfação pessoal”. (HASS; LEAL, 2006). Pretende-se avaliar como a saúde, tendo em vista a autonomia funcional da terceira idade ativa, é beneficiada quanto a idosas praticantes de dança de salão além dos aspectos sócio afetivos já verificados por alguns autores.
A dança leva a uma melhora da elasticidade muscular, aumenta e melhora a circulação sanguínea e os movimentos articulares, além de diminuir o risco de doenças cardiovasculares, problemas do aparelho locomotor e o sedentarismo, reduzindo o índice de depressão e ansiedade (CHIARION, 2007; SALVADOR, 2004). Através da metodologia aplicada pretende-se verificar quanto e se realmente existe uma discrepância entre idosas sedentárias e idosas ativas tendo em vista a qualidade de vida no aspecto funcional.
Objetivo
Avaliar a eficiência da dança de salão na manutenção da autonomia funcional das idosas, tendo em vista a flexibilidade e a agilidade.
Metodologia
Para medir a flexibilidade e a agilidade do grupo de participantes, foram aplicados testes do protocolo RIKLI & JONES.
A amostra foi composta de 45 idosas, sendo 15 do grupo controle (sedentárias) e 30 do grupo experimental (praticantes de dança de salão); a faixa etária das participantes é de 60 a 69 anos.
Testes
: É um teste alternativo para mensurar indiretamente a flexibilidade.1º teste: Sentado e alcançar
Materia
Precauções
Resultado
2º teste: Sentado, caminhar 2,44m e voltar a sentar: É um teste alternativo para mensurar a agilidade e o equilíbrio.
Materia
Procedimento
Precauções
Resultado
3º teste: Alcançar atrás das costas: É um teste alternativo para mensurar indiretamente a flexibilidade de membros superiores.
Materia
Procedimento
Precauções
Resultado
Análise dos dados
Média dos resultados obtidos em idosas sedentárias (grupo controle) 60-69 anos
Testes |
Média Obtida |
Padrão R&J 60-64 |
Média Obtida |
Padrão R&J 60-69 |
1 Sentado e alcançar |
- 7,6 cm |
-0,5 +5,0 cm |
- 7,8 cm |
-0,5 +4,5 cm |
2 Sentado, caminhar 2,44m e voltar a sentar |
6,6 s |
6 s – 4,4 s |
7,1 s |
6,4 – 4,8 s |
3 Alcançar atrás das costas |
- 8,1 cm |
-3,0 +1,5 cm |
-8,6 cm |
-3,5 +1,5 cm |
Média dos resultados obtidos em idosas praticantes de dança de salão (grupo experimental) (60-69 anos)
Testes |
Média Obtida |
Padrão R&J 60-64 |
Média Obtida |
Padrão R&J 65-69 |
1 Sentado e alcançar |
+ 1,5 cm |
-0,5 +5,0 cm |
+ 1,2 cm |
-0,5 +4,5 cm |
2 Sentado, caminhar 2,44m e voltar a sentar |
5,2 s |
6 s – 4,4 s |
5,7 s |
6,4 – 4,8 s |
3 Alcançar atrás das costas |
- 1,2 cm |
-3,0 +1,5 cm |
- 2,4 cm |
-3,5 +1,5 cm |
Resultados
Desempenho das idosas nos testes R&J
Quanto ao desempenho das idosas nos três testes, segundo os gráficos acima, as idosas sedentárias do grupo controle que obtiveram média abaixo do padrão RIKLI E JONES totalizam a margem de 84% entretanto as idosas ativas do grupo experimental obtiveram apenas 13% de seu total abaixo deste padrão nos testes aplicados.
Comparações
Nesse gráfico pode-se comparar a média obtida do total de idosas que alcançaram o desempenho esperado para a referida idade. O grupo controle em relação ao grupo experimental obteve média inferior em todos os testes o que corrobora a importância da atividade física, neste caso a dança de salão, influenciando estes resultados.
Conclusão
Como se pôde perceber na análise dos dados, as idosas praticantes de dança de salão demonstraram-se mais ágeis e mais flexíveis que as idosas do grupo controle, o que corrobora a importância da prática de atividade física na manutenção da autonomia na terceira idade.
Comparando-se o resultado obtido no grupo controle com o resultado obtido no grupo experimental, é possível verificar uma significativa diferença, que evidentemente revela-se positiva para o grupo experimental.
Essa pesquisa, portanto, além corroborar a relevância da atividade física na terceira idade, aponta a dança de salão como uma alternativa eficiente, capaz de atender não apenas à demanda sócio-afetiva, visível em uma aula de dança de salão, como também às demandas biopsicossocias do idoso.
Cabe ressaltar que os resultados dependem da regularidade na prática do exercício, de um programa bem planejado, capaz de atender às necessidades do público da terceira idade e de um sistema de avaliação eficiente.
Referências
CHIARION, B.M.A. Dança e Desenvolvimento de Idosos Institucionalizados. 5ª Mostra Acadêmica Unimep. Piracicaba, S.P 23 a 25 de out. de2007.
GRIMLEY-EVANS, J. The health of an ageing population. In: Bitles, A.H. & Collins, K.Y., ed. The biology of human ageing. Cambridge, University Press, 1986. p. 201-14.
HASS.I.J; LEAL.A.N. O Significado da Dança na Terceira Idade. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, Passo Fundo, 6471. jan./jun.2006.
MATSUDO, S. M. M. Avaliação do Idoso - Física & Funcional. Londrina, Paraná: Midiograf, 2000.
MEIRELLES, M.A.E. Atividade Física na Terceira Idade. 3ª ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.
MONTTI, Marcello. Importância da atividade física. Disponível em: http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc. Acesso em: 29 set. 2010.
RIKLI, R.E. & Jones, C.J. (1999). Development and validation of a functional fitness test for community-residing older adults. Journal of Aging and Physical Activity, 7(2), 129-161.
RIKLI, R.E. & Jones, C.J. (1999). Functional fitness normative scores for community residing older adults, ages 60-94. Journal of Aging and Physical Activity, 7(2), 162-181.
SALVADOR, M.A. A Importância da Atividade Física na Terceira Idade: Uma Analise da Dança Enquanto Atividade Física. Revista Primeiros Passos. Universidade do Contestado, Concórdia, 2004.
SIMÕES. R. (Qual) Idade de Vida na (Qual) Idade de Vida. In: MOREIRA. W. W (org). Qualidade de Vida: Complexidade e Educação. 1ª ed. Campinas: Papirus, 2001.
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