Conhecimento sobre atividade física como promotora da saúde em acadêmicos de Educação Física da UEPA, Campus Santarém Conocimiento sobre la actividad física como promotora de salud en estudiantes de Educación Física de la UEPA, Campus Santarem Knowledge of physical activity as a promoter of health in Physical Education of academic UEPA, Santarem Campus |
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*Licenciado Pleno em Educação Física UEPA, Campus Santarém, PA Pós-graduação em Fisiologia do Exercício Faculdade de Anicuns, GO **Departamento de Morfologia e Ciências Fisiológicas UEPA, Campus Santarém, PA (Brasil) |
Esp. Raphael Cioffi de Ávila* Esp. Luiz Carlos Rabelo Vieira* Esp. Diego Sarmento de Sousa* Esp. Jone Luiz Queiroz de Oliveira** |
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Resumo O objetivo do estudo foi avaliar o conhecimento sobre atividade física como promotora da saúde em acadêmicos de Educação Física da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Campus Santarém. A amostra foi composta de 20 acadêmicos (09 mulheres, 21,8±1,5 anos de idade; 11 homens, 24,1±4,3 anos) do oitavo período do curso de Educação Física da UEPA, Campus Santarém. Todos assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a participação no estudo. Para a coleta de dados foi aplicado um questionário elaborado e validado por Battaglion Neto (2003), constando de 11 questões de múltipla escolha e 09 para a marcação de “verdadeiro” ou “falso” conforme o enunciado das perguntas. Foi calculado o aproveitamento individual, por gênero e geral quanto aos questionamentos. Os resultados foram processados através de recursos da estatística descritiva, mediante utilização do programa Excel (Microsoft para Windows – 2007). O aproveitamento médio percentual por gênero foi de 55% para o feminino e 50% para o feminino. A média geral percebida de acerto foi 55%. Os menores índices de acertos (abaixo de 50%) ocorreram nos assuntos “característica usual da dose do exercício” (25% de aproveitamento); “finalidade do período de resfriamento ao término da atividade física” (45% de aproveitamento); “sinal de advertência da diabetes mellitus tipo 1” (35% de aproveitamento); “prescrição de exercícios físicos para obesos” (10% de aproveitamento) e “diminuição da dose de insulina antes de iniciar uma caminhada” (35% de aproveitamento). Conclui-se que o grupo apresentou aproveitamento médio de 55% referente às respostas corretas do questionário. Além disso, não se observou variação percentual importante do aproveitamento entre os gêneros. Unitermos: Atividade física. Promoção da saúde. Nível de conhecimento. Estudantes de Educação Física.
Abstract The objective was to assess the knowledge about physical activity as a health promoter in undergraduate Physical Education, University of Pará (UEPA), Santarém Campus. The sample consisted of 20 students (09 women, 21.8±1.5 years old, 11 men, 24.1±4.3 years) of the eighth period of the course of Physical Education UEPA, Santarém Campus. All signed a consent form for participation in the study. For data collection a questionnaire was developed and validated by Battaglione Neto (2003), consisting of 11 multiple choice questions and 09 for the marking of "true" or "false" as the wording of questions. We calculated the individual to benefit, by sex and about the general questions. The results were processed using descriptive statistics, by using the program Excel (Microsoft for Windows - 2007). The average use rate by gender was 55% for females and 50% for females. The mean perceived accuracy was 55%. The lowest rates of correct answers (below 50%) occurred in the subjects “usual dose characteristic of the year" (25% yield); "purpose of the cooling period at the end of physical activity" (45% yield); "sign Warning of diabetes mellitus type 1" (35% yield); "exercise prescription for obese” (10% yield) and "decreasing the dose of insulin before starting a journey" (35% yield). We conclude that the group had average use of 55% related to correct answers on the questionnaire. Moreover, there was no significant percentage change of use between genders. Keywords: Physical activity. Health promotion. Knowledge level. Students of Physical Education.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 155, Abril de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Apesar dos avanços obtidos com o surgimento de novas teorias, ainda não se conseguiu elaborar um conceito concreto do termo saúde, devido à subjetividade do tema (NERY et al., 2009). O conceito mais difundido considera a saúde como um estado de completo bem estar físico, mental e social e não apenas ausência de doenças (OMS, 1987).
Nesse sentido, a saúde é um fenômeno que abrange aspectos como moradia, nutrição, saneamento, condições de trabalho, incluindo o projeto existencial de cada sujeito, sua sensação pessoal do corpo e da mente (RAMOS; GONÇALVES, 2000).
A atividade física mostra-se importante para a manutenção e promoção da saúde. Caspersen (1989) definiu a atividade física como qualquer movimento voluntário que resulte em gasto energético, podendo ser realizado com regularidade e planejamento, apresentando freqüência, duração e intensidade definidas, objetivando a melhora da aptidão física. Uma das funções do profissional de Educação Física é a de possibilitar com a prática da atividade física uma melhora da saúde individual e também a conscientização dos sujeitos (RIBEIRO et al., 2001).
Porém, é necessário que os temas atividade física e saúde devam fazer parte do conteúdo da formação desse profissional (BANKOFF; ZAMAI, 1999). Cabral, Sousa e Raydan (2007), ao investigarem o grau de conhecimento de 27 profissionais de Educação Física atuantes em academias da cidade de Itabira-MG referente à atuação em programas de promoção da saúde, perceberam que 75% dos sujeitos demonstraram ter conhecimento ao prescrever um programa de atividade física e que 62,5% apresentaram conhecimento sobre os fatores de riscos para a saúde.
Ribeiro et al. (2001), ao verificarem o nível de conhecimento sobre atividade física para a promoção da saúde em 653 alunos de diferentes períodos do curso de educação física de quatro faculdades de São Paulo, encontraram prevalência de um nível de conhecimento inadequado sobre as novas orientações da promoção da atividade física para a saúde. Além disso, em relação à frequência e modo do exercício físico, paradoxalmente os alunos do 1º ano apresentaram um melhor nível de conhecimento. A sugestão dos pesquisadores, portanto, foi que no curso em questão fossem oferecidas aos acadêmicos maiores informações sobre a atividade física para a promoção da saúde.
Sendo assim, o objetivo da pesquisa foi avaliar o conhecimento sobre atividade física como promotora da saúde em acadêmicos de Educação Física da UEPA, Campus Santarém.
Metodologia
Amostra
A amostra, do tipo não-probabilística por conveniência, foi composta de 20 acadêmicos (09 mulheres, 21,8±1,5 anos de idade; 11 homens, 24,1±4,3 anos) do oitavo período do curso de Educação Física da UEPA, Campus Santarém. Todos assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a participação no estudo.
Coleta de dados
Para a coleta de dados foi aplicado um questionário elaborado e validado por Battaglion Neto (2003), constando de 11 questões de múltipla escolha e 09 para a marcação de “verdadeiro” ou “falso” conforme o enunciado das perguntas. Foi calculado o aproveitamento individual, por gênero e geral quanto aos questionamentos.
Análise dos dados
Os resultados foram processados através de recursos da estatística descritiva, mediante utilização do programa Excel (Microsoft para Windows – 2007).
Resultados e discussão
Na tabela 1 nota-se que não ocorreu uma variação importante entre a média de acerto entre os gêneros feminino (55%) e masculino (50%), culminando num índice geral de acerto de 55%.
Tabela 1. Aproveitamento percentual por gênero e geral quanto aos questionamentos
A tabela 2 apresenta os resultados, sem distinção de gênero, em termos absolutos e percentuais de acertos e erros encontrados de acordo com cada questionamento do instrumento de coleta de dados utilizado na pesquisa.
Tabela 2. Análise do conhecimento dos acadêmicos de Educação Física da UEPA, Campus Santarém, relacionado à prescrição de exercícios físicos para a saúde
Importante destacar que as questões nas quais foram encontrados os menores índices de acerto (abaixo de 50%) foram as de número 2, 4, 6, 9 e a 17.
O item 2, que questiona a característica usual da dose do exercício, apresentou o segundo menor aproveitamento geral (25%), sendo a resposta “c” (45%) a mais marcada pelos investigados, seguida da “a” (30%).
A dose de exercício físico é caracteriza pela intensidade, representada pela capacidade de absorção de oxigênio; percentual da freqüência cardíaca e limiar de lactato; freqüência de treinamento (dias da semana e vezes por dia); duração, que é o tempo gasto durante o exercício e pelo gasto total de quilocalorias; o tipo de exercício (POWERS; HOWLEY, 2000).
Quanto à avaliação final do trabalho do orientador de atividades físicas (questão 3), foi observado o menor aproveitamento geral com apenas um acerto (5%). De acordo com esse questionamento, 70% da amostra julgaram ser a avaliação marcada pelo registro de dados e revisão da prescrição de exercícios apropriados. Porém, é correto afirmar que a importância da avaliação é desenvolver o senso da auto-responsabilidade para a saúde pessoal.
Na pergunta 4 é questionada a finalidade de ser realizado, ao término de uma sessão de atividade física, um período de resfriamento com caminhada lenta e alongamento por cerca de 5 minutos. De acordo com esse questionamento, 50% da amostra assinalaram a resposta que afirmava, enquanto objetivo para tal atitude, a volta da frequência cardíaca (FC) ao normal. Porém, o correto é afirmar que a importância está em apenas reduzir a os níveis da pressão arterial, uma vez que a FC pode manter-se alta sem oferecer riscos para os sujeitos. Em estudo similar com profissionais de Educação Física atuantes em academias da cidade de Itabira-MG, foi observado que 66,7% dos entrevistados possuíam conhecimento sobre o período de resfriamento, bem como o seu benefício, enquanto 33,3%, não demonstraram conhecimento dos fatores apresentados (CABRAL; SOUSA; RAYDAN, 2007).
Na questão que trata do sinal de advertência da diabetes mellitus tipo 1 – DM1 (item 6) foi obtido um índice de 35% de acerto. Dentre os sujeitos investigados, 30% marcaram a alternativa que afirma ser esse sinal a perda de apetite e formigamento dos membros e 20% assinalaram ser micção freqüente e ganho de peso. O DM1 é uma doença caracterizada pela destruição das células β do pâncreas com deficiência da secreção de insulina, hiperglicemia crônica e complicações microvasculares, comprometendo o sistema nervoso periférico e autônomo. Seus pacientes são mais propensos a distúrbios termorregulatórios, como hipertermia e hipotermia e a desidratação. Esses problemas podem gerar fraqueza e fadiga (CHISHOLM, 1998).
Quanto à prescrição de exercícios físicos para obesos (questão 9), apenas dois acadêmicos (10%) acertaram a resposta. Interessante frisar que 80% da amostra assinalaram ser objetivo da prescrição desses exercícios a regulação do nível de glicemia no sangue, do peso e gordura corporal e diminuição da pressão arterial em repouso. Correto é afirmar que o objetivo deva ser além da redução do peso e a gordura corporal, mas também a regulação dos padrões de dieta. Cabral, Sousa, Raydan (2007) também encontraram baixos índices (25,9%) de acerto quanto a esse questionamento. Acredita-se que os resultados encontrados nessa e na presente pesquisa sejam decorrentes do reconhecimento, por parte dos investigados, das limitações das profissões. Durante a formação acadêmica em Educação Física, os discentes adquirem vários conhecimentos que se referem ao desenvolvimento da saúde e qualidade de vida do ser humano e reconhece que é o Nutricionista o profissional especialista a indicar a melhor dieta, conforme o objetivo proposto, principalmente àqueles que realização exercícios físicos regulares (PEREIRA; CABRAL, 2007).
Na questão 17 que trata da diminuição da dose de insulina antes de iniciar uma caminhada de 3 horas com subida, 35% dos investigados obtiveram êxito. Cabral, Sousa, Raydan (2007) encontraram resultado mais baixo (22,2%) quanto a esse conhecimento em profissionais. O diabético insulino dependente deve reduzir a dosagem de insulina para mais ou menos 1/3 ou aumentar a ingestão alimentar antes de iniciar um programa de atividade física por causa do efeito “insulina like” da contração muscular. Logo, não deve realizar atividade física no momento de pico do efeito da insulina (NEIMAN, 1999).
Conclusão
O grupo apresentou aproveitamento médio de 55% referente às respostas corretas do questionário utilizado na pesquisa. Além disso, não se observou variação percentual importante do aproveitamento entre os gêneros.
Referências
BANKOFF, A. D. P; ZAMAI, C. A. Estudo do perfil dos professores do ensino fundamental do Estado de São Paulo sobre o conhecimento do tema: atividade física e saúde. Revista Brasileira Atividade Física e Saúde, v.4, n.3, p. 35-42, 1999.
BATTAGLION NETO, A. O conhecimento e a prática dos acadêmicos da Educação Física com atuação na saúde pública. 2003. Dissertação (Tese). Disponível em: http://www.teses.usp.br/disponiveis. Acesso em: 24 set, 2005.
CABRAL, I. A.; SOUSA, M. A. A.; RAYDAN, F. P. S. Análise do conhecimento dos profissionais de educação física em relação à atividade física como promotora da saúde. Movimentum, v.2, n.2, p. 1-15, 2007.
CASPERSEN, J. C. Physical acitivity epidemiology concepts methods and applications to exercise science. In: CASPERSEN, J. C. Exercise and Sports Reviews. 1989. p. 423-473.
CHISHOLM, D. J. Medical problems in sport – diabetes mellitus. In: SHERRY, E.; WILSON, S. F. (Ed.). Oxford handbook of sports medicine. Oxford (NY): Oxford University Press, 1998.
NERY, A. A. et al. Concepção de saúde: visão de adolescentes do ensino fundamental de um município da Bahia. Revista Saúde.Com, v.5, n.1, p. 17-30, 2009.
NIEMAN, D. C. Exercício e saúde: como prevenir de doenças usando o exercício como seu medicamento. 1. ed. São Paulo: Manole, 1999.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Carta de Otawa para la promoción y para La salud. Revista de Sanitad y Higiene Pública, v.61. p. 129-139, 1987.
PEREIRA, J. M. O.; CABRAL, P. Avaliação dos conhecimentos básicos sobre nutrição de praticantes de musculação em uma academia da cidade de Recife. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, v.1, n.1, p. 40-47, 2007.
POWERS, S. K; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 3. ed. São Paulo: Manole, 2000.
RAMOS, M. G.; GONÇALVES, A. Saúde e atividade física: recortes e Indicativas da realidade atual. Revista Treinamento Desportivo, v.5, n.1, p. 62-73, 2000.
RIBEIRO, M. A. et al. Nível de conhecimento sobre atividade física para a promoção da saúde de estudantes de educação física. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.9, n.3, p. 31-37, 2001.
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