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Desempenho dos atletas, países e das áreas continentais na prova de

arremesso de peso feminino do Campeonato Mundial de Atletismo

Rendimiento de los atletas, países y áreas continentales en la prueba
de lanzamiento de peso femenino del Campeonato Mundial de Atletismo

 

Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Departamento de Educação Física

Jardim Botânico, Curitiba, PR

(Brasil)

Dr. Vidal Palacios Calderón

Viviane Denise Silva de Jesus

Aline Marchalek Cueto

Vilmair Silva de Oliveira

yendy2005@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste trabalho é analisar a atuação dos atletas, países e áreas continentais na prova de arremesso de peso feminino nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo. O processamento dos dados foi realizado com métodos da estatística descritiva e inferencial a todas as doze finalistas de cada evento. Corroborou-se a supremacia das arremessadoras da Alemanha durante todo este período. Igualmente, as atletas dos países da Europa dominaram a prova de arremesso de peso feminino durante as doze edições disputadas.

          Unitermos: Atletismo. Arremesso de peso feminino. Campeonato Mundial de Atletismo. Áreas continentais.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 155, Abril de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O arremesso de peso é uma modalidade olímpica de atletismo, onde os atletas competem para arremessar uma bola o mais longe possível. As qualidades principais do atleta campeão são a força e a aceleração.

    A prova de arremesso de peso feminino configura na agenda do Campeonato Mundial de Atletismo. De 1983 até 2009 foram realizadas doze Campeonatos Mundiais com a participação de concorrentes de vários países e zonas do nosso planeta. A este respeito, nota se que, sem uma análise estatística dos resultados de atletas e países, seria muito difícil conhecer os momentos relevantes deste período que abrange mais de duas décadas e meia. Por outro lado, a evolução histórica dos resultados é um fator chave no sentido de enriquecer o conhecimento científico de estudantes e profissionais sobre a prova de arremesso de peso. Neste sentido, através da una análise estatística dos resultados e da literatura científica poderíamos verificar:

  1. Quais atletas e países tiveram mais destaque durante as doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo na prova de arremesso de peso feminino?

  2. Qual a dinâmica dos resultados da prova de arremesso de peso feminino desde 1983 até 2009?

  3. Como tem sido a dinâmica média das doze atletas finalistas nas edições do Campeonato Mundial de Atletismo?

  4. Quantos recordes mundiais foram quebrados nessas edições do Campeonato Mundial de Atletismo?

  5. Quais foram as áreas continentais que dominaram a prova de arremesso de peso feminino nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo?

    Estas são algumas das questões que poderiam ser respondidas neste trabalho por meio do processamento das informações coletadas de cada um dos Campeonatos Mundiais de Atletismo. Por outro lado, salienta-se que a falta de trabalhos científicos sobre as atuações dos países e atletas no Campeonato Mundial de Atletismo, é a principal dificuldade encontrada na literatura para realizar um tratamento metodológico nos diversos conteúdos que, em geral, são tratados pelos professores com ênfase na história da modalidade.

    Portanto, o objetivo deste estudo é analisar a atuação dos atletas, países e das áreas continentais na prova de arremesso de peso feminino nas doze edições do Campeonato Mundial desde 1983 até 2009.

Material e métodos

    Este trabalho é eminentemente descritivo, quadra histórica sobre a atuação das campeãs mundiais e doze atletas finalistas na prova de arremesso de peso nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo. Os dados para o processamento estatístico foram obtidos do site da Federação Internacional de Associações de Atletismo (IAAF). O tratamento estatístico descritivo utilizado permitiu determinar a média aritmética, valores mínimo, máximo e desvio-padrão das medalhistas de ouro e das atletas que disputaram a final. Por outro lado, a estadística inferencial permitiu determinar a significância das diferenças entre as médias das atletas participantes em cada evento. Para tanto, foi utilizado o Critério t de Student.

    A amostra foram 144 resultados de arremessadoras finalistas do Campeonato Mundial de Atletismo.

Análise dos resultados

Atuação das atletas na prova de arremesso de peso do Campeonato Mundial de Atletismo

    A Tabela 1 mostra a relação das campeãs do mundo na prova de arremesso de peso nos doze Campeonatos Mundiais de Atletismo disputados. A média dos resultados das vencedoras da prova nas doze edições foi de =20,68m (± 0,38cm). Pode-se ver que o valor mínimo foi obtido no sétimo Campeonato Mundial, disputado na cidade de Sevilha, Espanha, entre 20 e 29 de agosto de 1999, e correspondeu à lançadora alemã Astrid Kumbernuss, com uma marca de 19,85m. Por outro lado, o valor máximo, que corresponde ao melhor resultado em todos os campeonatos, com uma distância de 21,24m correspondeu à russa Natalya Lisovskaya, no segundo Campeonato Mundial disputado na cidade de Roma, Itália, entre 28 de agosto e 6 de setembro de 1987.

    Quanto ao desempenho individual das atletas nesta tabela 1 merece destaque a atuação da lançadora alemã Astrid Kumbernuss, a qual conquistou de forma consecutiva três dos doze títulos disputados (25%), isto é, foi a dona da prova durante a quinta (1995), sexta (1997) e sétima (1999) edições. Neste sentido, verifica-se que a Alemanha foi o país que conquistou mais títulos na prova de arremesso de pesos feminino nas doze edições disputadas. Igualmente, se destaca a atuação das arremessadoras chinesas com dois títulos conquistados pela atleta Zhihong Huang, na terceira (1991) e quarta (1993) edição e também, a da Holanda por médio de Vili Valerie, na décima primeira (2007) e décima segunda (2009) edições do Campeonato Mundial de Atletismo.

Tabela 1. Vencedoras da Prova de Arremesso de Peso nas Doze Edições do Campeonato Mundial de Atletismo

Legenda: CR: Recorde do campeonato (Record Championship) SB: Recorde da temporada do atleta 

(Season Best) NR: Recorde nacional (National Record) WL: Melhor marca mundial da temporada (World Leading).

    E importante salientar nesta tabela quanto à atuação das atletas que subiram ao pódio que, oito dos doze títulos (66%) foram conquistados por países da área de Europa, e somente dois títulos pertenceram aos atletas da Ásia e Oceania.

    Um detalhe que merece destaque no que diz respeito às atuações das atletas vencedores da prova nas doze edições é que, nenhuma das medalhistas de ouro conseguiu superar o atual recorde do mundo da soviética Natalya Lisovskaya, de 22,63m, implantado na cidade de Moscou, União Soviética no ano 1987. Igualmente, a atleta soviética foi a única que implantou recorde para o campeonato (CR) na segunda edição do Campeonato Mundial (1987), com um arremesso de 21,24m. Por outro lado, nota-se que somente a arremessadora checa Helena Fibingevorá, com a marca de 21,05m na primeira (1983), a soviética Natalya Lisovskaya com 21,24m na segunda (1987) e a lançadora alemã Astrid Kumbernuss, com 21,22m na quinta (1995) edições, conseguiram ultrapassar a barreira dos 21,00m. A sua vez, a alemã Astrid Kumbernuss, foi a única das atletas representadas na tabela que obteve um desempenho abaixo dos 20,00m na sétima edição (1999). Convém ressaltar ainda nesta análise das atuações femininas que, a forma esportiva das atletas não sempre coincidiu com o momento da realização destes eventos. Por exemplo, se olharmos para a Tabela 2 pode-se perceber que a lista das melhores marcas da história desta prova inclui uma relação de arremessadoras que conseguiram marcas superiores do que todas as demonstradas pelas vencedoras das doze edições analisadas neste trabalho.

Tabela 2. Atletas do ranking da IAAF com marcas superiores às alcançadas pelas vencedoras dos Campeonatos Mundiais de Atletismo

    Neste sentido, nota-se que a soviética Natalya Lisovskaya, a primeira colocada no ranking mundial da prova de arremesso de peso feminino com (22,63m), e a checa Helena Fibingevorá, com a terceira melhor marca da história (22,32m) foram as únicas vencedoras nos doze eventos que aparecem na lista das melhores marcas da prova divulgada pela IAAF. Salienta-se que estes resultados foram alcançados em outras competições fora do Campeonato Mundial de Atletismo. Inclusive, temos outras atletas que antes do inicio das edições dos Campeonatos Mundiais de Atletismo também ultrapassaram a marca dos 21,50m, porem não estão incluídas nesta relação da Tabela 2.

    Outro detalhe importante quanto à análise das atletas vencedoras é a sua atuação nas olimpíadas no período da realização dos Campeonatos Mundiais de Atletismo, isto é, desde a Olimpíada de Moscou em 1980 até a Olimpíada de Pequim, na China em 2008. Verifica-se que as únicas atletas que conquistaram títulos olímpicos foram:

  1. A russa Natalya Lisovskaya, na Olimpíada de Seul em 1988

  2. A alemã Astrid Kumbernuss, na Olimpíada de Atlanta em 1996

  3. A bielorrussa Yanina Korolchik, na Olimpíada de Sydney 2000

  4. A neozelandesa Valerie Vili, na Olimpíada de Pequim em 2008

    Salienta-se que Lisovskaya, Kumbernuss e Vili, antes de vencerem a Olimpíadas, conquistaram os títulos nos respectivos campeonatos mundiais realizados no ano anterior. Por outro lado, Korolchik conquistou o título mundial um ano depois da olimpíada de Sydney 2000.

    O Gráfico 1 apresenta a dinâmica dos resultados das doze vencedoras dos campeonatos mundiais disputados. A dinâmica em zig-zag reflete a instabilidade dos resultados durante o período analisado. Por exemplo, a marca inicial de 21,05m alcançada pela lançadora checa Helena Fibingevorá no primeiro evento disputado em 1983 foi melhorada apenas em 0,19cm(0,90%), num período de vinte e seis anos, pois foi na segunda edição (1987) em que a russa Natalya Lisovskaya, conseguiu o melhor desempenho nestes eventos com uma marca de 21,24m. Nota-se ainda neste gráfico 1 que nos últimos cinco eventos, ou seja, a partir da oitava(2001) e até a décima segunda edições(2009) os resultados das vencedoras foram mais homogeneizados =20,54m (±0,07cm), quando comparados com as oscilações apresentadas pelas vencedoras do sete primeiros eventos =20,78m (±0,48cm).

    O evento de 1999, disputado na cidade de Sevilha, Espanha, entre 20 e 29 de Agosto, apresentou o pior resultado destes campeonatos, logo que a atleta alemã Astrid Kumbernuss, lançou apenas 19,85m. Porém, a lançadora da Alemanha Oriental obteve resultados muito mais relevantes nos dois campeonatos anteriores, isto é, em 1995 e 1997.

    Para se ter uma idéia da dinâmica dos resultados das arremessadoras durante as doze edições, no Gráfico 2 apresentamos os momentos mais significativos com as diferenças das marcas entre uma edição e outra. Observa-se no gráfico cinco momentos positivos das marcas durante os doze eventos disputados. Porém, os mais marcantes foram da quarta (1993) para a quinta (1995) edições com 0,65cm(3,15%) e da sétima (1999) para a oitava (2001) edições onde se alcançou o maior incremento de uma edição para outra com 0,76cm(3,82%). Por outro lado, ainda notam-se neste gráfico seis momentos negativos da dinâmica dos resultados das atletas entre uma edição e outra. No entanto, da sexta (1997) à sétima (1999) edições a diferença de -0,86cm representaram o maior decréscimo dos resultados das arremessadoras (-4,15%), pois como foi citado antes a alemã Astrid Kumbernuss, alcançou a pior marca destes eventos.

    Convém ressaltar que a partir da oitava edição (2001) ainda que as oscilações dos resultados apresentassem momentos tanto negativas como positivas, as diferenças encontradas demonstram mais estabilidade no desempenho das arremessadoras nos últimos oito anos, com a maior diferença negativa de -0,12cm da nona (2003) para a décima (2005) edições.

    No Gráfico 3 a dinâmica observada na média das doze lançadoras finalistas em cada um dos campeonatos apresenta o melhor desempenho médio no segundo evento em 1987 com 20,27m(±0,75cm). Este foi o único resultado médio que esteve acima da marca dos 20,00m nas doze edições analisadas. Se voltarmos o olhar para a Tabela 3, é fácil perceber que neste segundo evento oito das doze finalistas (66,6%) lançaram acima de 20,00m. Igualmente, foi o único evento em que as duas atletas primeiras colocadas lançaram mais de 21,00m, isto é, Natalya Lisovskaya, ficou com a medalha de ouro com um arremesso de 21,24m (CR) e, a segunda colocada, a alemã Kathrin Neimke, com 21,21m, conseguiu, a terceira melhor marca no arremesso de peso feminino nos campeonatos mundiais, perdendo apenas para Lisovskaya e para a vencedora da quinta edição (1995) a alemã Astrid Kumbernuss, que conquistou a medalha de ouro com um arremesso de 21,22m. É necessário apontar que na segunda edição (1987) do campeonato mundial de atletismo todas as doze finalistas conseguiram resultados acima de 19,00m e, a última colocada, a alemã ocidental Iris Plotzitzka, com 19,19m, fez a melhor marca da história destes eventos para uma atleta colocada na décima segunda posição.

    Por sua vez, o pior resultado médio foi alcançado no sexto campeonato (1997) com 18,51m (± 1,33cm). Neste sentido, o grau de oscilação dos resultados aqui alcançados é considerado de pequeno segundo o coeficiente e variação (7,18%). Porém, este valor foi o maior encontrado entre todas as edições.

    Ao mesmo tempo é muito importante analisar o número de finalistas da competição com resultados acima dos 20,00m. Este indicador também foi decisivo para a pontuação média alcançada pelas finalistas de cada uma das edições. Se analisarmos a atuação das finalistas do sexto evento, pode-se concluir que uma das razões do baixo desempenho alcançado foi o reduzido número de arremessadoras que marcaram mais de 20,00m e, a ausência de atletas com desempenhos acima dos 21,00m (Tabela 3). Veja-se ainda nesta tabela que a partir da sexta edição (1997) nunca mais as atletas ultrapassaram a barreira de 20,00m.

Tabela 3. Número de lançadoras com resultados superiores a 20,00 e 21,00m nas doze edições do Campeonato Mundial de Atletismo

    No gráfico 4 apresentamos as diferenças médias das marcas entre uma edição e outra do Campeonato Mundial de Atletismo. Observam-se sete momentos no gráfico onde as marcas médias de uma edição a outra foram melhoradas. Neste sentido, da primeira (1983) à segunda (1987) edições encontraram a maior diferença média com 0,75cm(3,84%), pois na segunda edição tivemos um maior número de lançadoras que ultrapassaram a barreira dos 20,00m e, consequentemente, isto contribuiu para alcançar a melhor marca média entre todas as edições. Porém, as diferenças entre as médias das finalistas não foram estatisticamente significativas p<0.05. Igualmente, da sétima (1999) a oitava (2001) edições nota-se o segundo melhor momento das diferenças médias com 0,55cm(2,95%). Aqui as marcas médias dos grupos de lançadoras que participaram nestes dois eventos não encontraram diferenças significativas p<0.05.

    Por sua vez, no Gráfico 4 os únicos quatro momentos negativos das marcas médias das lançadoras, demonstram que de forma geral os seus desempenhos positivos de uma edição a outra foram muito mais marcantes. O alto desempenho médio alcançado na segunda edição (1987) foi a principal razão do decréscimo das marcas médias durante a terceira edição (1991), na qual grande parte das arremessadoras não puderam manter seu desempenho acima da marca dos 20,00m. Veja-se ainda neste gráfico que a maior diferença negativa entre a segunda e terceira edição foi superior a 1,00m e representou (-5,18%). Salienta-se que as diferenças das marcas médias entre os dois grupos de lançadoras não foram estatisticamente significativas p<0.05. Igualmente, temos o segundo maior momento negativo da quinta (1995) a sexta (1997) edições com -0,53cm(-2,78%), sendo que as diferenças das marcas médias também não foram estatisticamente significativas p<0.05

    Em fim, embora os desempenhos médios das arremessadoras entre as edições demonstraram algumas diferenças tanto negativas como positivas, a representatividade das amostras foram bastante homogêneas de forma geral, o que indica um desempeno das atletas bastante estável durante o período analisado.

Atuações dos países na prova de arremesso de peso feminino do Campeonato Mundial de Atletismo

    A análise sobre o desempenho dos países reafirma a supremacia da Alemanha com treze medalhas, divididas em três de ouro, cinco de prata e cinco de bronze (Gráfico 5). Contudo as arremessadoras alemãs estiveram ausentes do pódio na terceira (1991), nona (2003) e décima (2005) edições. Entretanto, convém lembrar que a Alemanha foi o único país a conquistar as medalhas de ouro e prata durante uns dos doze eventos, isto é, no sétimo (1999).

    Por outro lado, a Rússia e a Bielorrússia conquistaram cada uma duas medalhas de ouro, sendo que a Rússia obteve uma medalha de prata a mais e ficou na segunda posição. Por sua vez, a China e a Nova Zelândia conquistaram o mesmo número de títulos de ouro que a Rússia e a Bielorrússia, mas com um reduzido número de medalhas de prata e bronze. Neste sentido é importante ainda focar a nossa análise na atuação das arremessadoras chinesas as quais só não participaram na final da prova durante a primeira (1987) e oitava (2001) edições. Para se ter uma idéia a respeito basta dizer que a China foi o segundo país com mais atletas finalistas em mundiais com vinte e uma, perdendo apenas para a Alemanha que levou trinta e uma arremessadoras nas finais destes eventos. Igualmente, a China foi o país com mais atletas na final da décima primeira (2007) e segunda (2009) edição com seis, superando inclusive a Alemanha que levou apenas cinco atletas. Por tanto, nos próximos eventos as arremessadoras chinesas representam uma ameaça para os países colocados na segunda e terceira posições na prova de arremesso de peso feminino.

Atuações das áreas continentais na prova de arremesso de peso feminino do Campeonato Mundial de Atletismo.

    As medalhas de ouro na prova de arremesso de peso feminino nas doze edições disputadas foram repartidas em três áreas continentais, a seguir:

  1. Europa

  2. Ásia

  3. Oceania

    No gráfico 6 nota-se que os países da Europa dominaram a prova de arremesso de peso feminino, uma vez que, totalizaram vinte e nove medalhas (80,55%) das trinta e seis que foram disputadas. Por outro lado, os países pertencentes às áreas de América do Sul, África e América do Note e Central nunca conquistaram uma medalha nestes eventos. Neste sentido, salienta-se que as atletas africanas nunca disputaram uma final doa prova de arremesso de peso feminino. Entretanto, as lançadoras da área de América do Norte e Central, por médio de Estados Unidos e Cuba, tiveram maior representatividade nas doze edições em comparação com outras áreas e, embora, a cubana Yumileidi Cumbá, não se saiu bem nestes eventos, conquistou a medalha de ouro na Olimpíada de Atenas em 2004. Por sua vez, a área de América do Sul teve a sua melhor atuação por meio da arremessadora brasileira Elisângela Adriano, a qual participou nas finais da oitava (2001) e nona (2003) edições.

Análise comparativa entre as médias das campeãs, doze finalistas e o recorde mundial

Na tabela 4 apresentamos uma comparação entre os resultados médios das doze atletas vencedoras e a média das 144 arremessadoras finalistas na prova de arremesso de peso. Nota-se que a média das doze campeãs da prova de arremesso de peso foi superior à média total das atletas participantes em todas as edições e representou 1,58m. Por outro lado, a diferença com relação ao recorde mundial das lançadoras vencedoras nos doze eventos foi de 1,95m, isto é, quase 2,00m de diferença. Esta situação poderia ter sido melhor se nos doze eventos disputados as lançadoras tivessem conquistado mais desempenhos acima dos 21,00m, pois só a checa Fibingevorá, na primeira (1983), a russa Lisovskaya, na segunda (1987) e, a alemã Kumbernuss, na quinta (1995) edições ultrapassaram a citada marca. Igualmente, a diferença apresentada pela amostra total com relação ao Recorde Mundial foi ainda maior e chegou a 3,53m. Evidentemente, somente desempenhos de forma geral acima da marca de 21,00m poderiam diminuir este diferença nas próximas confrontações. Entretanto, esta diferença média esteve mais próxima para as lançadoras participantes do segundo campeonato (1987) com 2,36m.

Tabela 4. Diferença das marcas médias entre as doze campeãs mundiais, as amostras totais e o Recorde Mundial na prova de arremesso de peso feminino (n=144).

Legenda: C/V: Coeficiente de variação, WR: Recorde Mundial, Dif/R: Diferença respeito ao Recorde Mundial

Conclusões

    A prova de arremesso de peso feminino nas doze edições do Campeonato Mundial reflete a supremacia das atletas européias com destaque para as arremessadoras da Alemanha. Um exemplo claro foi o domínio absoluto que teve a arremessadora alemã Astrid Kumbernuss da quinta à sétima edições . Porém, vemos que a partir da sétima edição (1999) as atletas da Alemanha não conquistaram mais títulos de ouro. Por outro lado, a dinâmica dos resultados das campeãs assim como da média geral das doze finalistas de cada evento não teve uma dinâmica linear, e sim, descendente durante a realização dos doze eventos, pois a barreira dos 21,00m tem sido o principal desafio para as atletas desta prova de atletismo. Consequentemente, a quebra de recordes mundiais nestas edições nunca aconteceu, visto que muitas das lançadoras tiveram melhor desempenho desportivo em competições fora dos Campeonatos Mundiais de Atletismo. Finalmente, espera-se que nos próximos eventos as atuações das arremessadoras da área de América do Norte e Central sejam ainda mais relevantes, pois a sua tradição em outras provas de atletismo do Campeonato Mundial tem sido notória em todo este período.

Referências

  • CALDERÓN, P.V, HERNÁNDEZ, P.A, A.P. GONÇALVES. Análisis de la actuación de los atletas y países en el  lanzamiento del disco en los Campeonatos Mundiales de Atletismo. Lecturas: Educación Física y deportes, n.147, agosto, 2010. http://www.efdeportes.com/efd147/lanzamiento-del-disco-en-los-mundiales-de-atletismo.htm

  • CALDERÓN, P.V, LUIZ CARLOS G. S. Análisis de la actuación de los atletas y países en el lanzamiento de la jabalina en los Campeonatos Mundiales de Atletismo. Lecturas: Educación Física y deportes, n.148, septiembre, 2010. http://www.efdeportes.com/efd148/lanzamiento-de-la-jabalina-en-los-mundiales-de-atletismo.htm

  • CALDERÓN, P.V, HERNÁNDEZ, P.A. Análisis de la actuación de los atletas y países en el lanzamiento de martillo de los Campeonatos Mundiales de Atletismo. Lecturas: Educación Física y deportes, n.149, octubre, 2010. http://www.efdeportes.com/efd149/lanzamiento-de-martillo-de-los-campeonatos-mundiales-de-atletismo.htm

  • CBAT: Confederação Brasileira de Atletismo: Histórico das Provas – Feminino http://www.cbat.org.br/provas/historico_feminino.asp Acesso em 12 de junho de 2010.

  • CBAT: Confederação Brasileira de Atletismo: Histórico das Provas – Masculino http://www.cbat.org.br/provas/historico_masculino.asp Acesso em 12 de junho de 2010.

  • CBAT: Confederação Brasileira de Atletismo: Regras Oficiais 2010/2011 – Edição oficial para o Brasil (disponível em http://www.cbat.org.br/regras/regras_oficiais_2010_2011.pdf), acesso em 09 de outubro de 2009.

  • IAAF: Associação Internacional de Federações de Atletismo: Campeonato Mundial de Atletismo. http://www.iaaf.org/history/index.html # HAB, Acesso em 13 de junho de 2010.

  • Wikipédia: enciclopédias Livre. Artigo: Arremesso de peso http://pt.wikipedia.org/wiki/Arremesso_de_peso Acesso em 10 de junho de 2010.

  • Wikipédia: enciclopédias Livre. Artigo: Mundial de Atletismo. http://pt.wikipedia.org/wiki/Campeonato_Mundial_de_Atletismo Acesso em 13 de junho de 2010.

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