Análise do nível de atividade física em bombeiros civis durante curso de formação através do questionário IPAQ versão curta Análisis del nivel de actividad física en bomberos civiles durante el curso de formación por medio del cuestionario IPAQ, versión corta |
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Graduados em Educação Física pela Universidade Estadual da Paraíba, UEPB (Brasil) |
Andree Philippe Pimentel Coutinho Washington Almeida Reis |
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Resumo O bombeiro civil existe como profissional nos grandes centros desde 1960 com funções de caráter preventivo, combate a incêndio, abandono de local sinistrado e técnicas de emergências médicas. No entanto, dentre as exigências inerentes da profissão, destaca-se o nível de aptidão física, que devido às divergentes ocorrências cotidianas, comporta-se em exigir condicionamento físico considerável dos integrantes. O presente estudo tem como objetivo analisar o nível de atividade física entre os alunos do curso de formação em bombeiro civil. A pesquisa é de caráter quali-quantitativo, sendo efetuada no período de julho de 2010 na cidade de Campina Grande-PB. Foi utilizado o Questionário Internacional de Atividades Físicas IPAQ-8 versão curta, na forma de entrevista individual numa amostra de 28 indivíduos com faixa etária entre 19 a 40 anos, sendo 17 do sexo masculino e 11 do feminino. .Para analisar os dados do nível de atividade física foi usado o consenso realizado entre o Celafiscs e o Center for Disease Control (CDC) de Atlanta em 2002 considerando os critérios de freqüência e duração, que classifica as pessoas em cinco categorias. A população estudada constituiu-se de 60,7% homes e 39,3% mulheres apresentando um nível de AF adequado para a manutenção da saúde considerada como ativa em sua grande maioria (97,7%). Posto que evidências de que o homem comporta-se de forma inadequada diante de potencialidades corporais predominantemente em baixos níveis de classificação, a amostra estudada incorpora a prática de AFs ao seu cotidiano apresentando um comportamento positivo em relação à qualidade de vida e saúde, tendo a caminhada como agente influenciador e principal deste comportamento. Unitermos: Atividade física. Bombeiro civil. Manutenção de saúde.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 155, Abril de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Desde os textos clássicos gregos, romanos e orientais, a atividade física tem sido mencionada como instrumento de recuperação, manutenção e promoção da saúde. No entanto, só recentemente estudos epidemiológicos com melhor delineamento conseguiram demonstrar com maior clareza essa associação. O sedentarismo não representa apenas um risco pessoal de enfermidades, tem um custo econômico para o indivíduo, para a família e para a sociedade.
Benefícios da prática de atividade física associados à saúde e ao bem-estar, assim como riscos predisponentes ao aparecimento e ao desenvolvimento de disfunções orgânicas relacionados ao sedentarismo, são amplamente apresentados e discutidos na literatura. Apesar de o maior número de estudos envolverem adultos, parece não haver dificuldade em selecionar evidências de cunho biológico e psicoemocionais quanto às vantagens de os adolescentes tornarem-se adequadamente ativos fisicamente. Por tudo isso, cada vez mais se torna importante determinar o nível de atividade física da população, cujos métodos podem ser agrupados em sete categorias, com mais de 30 técnicas diferentes (MONTOYE, et al., 1996, THOMAS Jr & NELSON, 2001, NAHAS, 1995).
Importantes estudos têm procurado destacar que hábitos de prática da atividade física, incorporados na infância e na adolescência, possivelmente possam transferir-se para idades adultas. Acompanhamentos longitudinais sugerem que adolescentes menos ativos fisicamente apresentam maior predisposição a tornarem-se adultos sedentários.
A escolha de um ou outro método de mensuração da atividade física está relacionada com número de indivíduos a serem analisados, o custo e a inclusão de diferentes idades. Quando a preocupação for alcançar grandes grupos populacionais, instrumentos de precisão, de fácil aplicação e de baixo custo são fundamentais. Muitos estudos têm sido desenvolvidos procurando validar estes tipos de instrumentos conhecidos, como questionários ou recordatórios.
Vários levantamentos têm sido realizados para determinar o nível de AF em diferentes populações mediante o uso de questionários ou recordatórios, sendo que a proposta mais recente e internacionalmente conhecida é a do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) que baseado em estudos de onze centros pode-se avaliar validade e reprodutibilidade o que permitirá um levantamento mundial da prevalência de atividade física (MATSUDO et al., 2001).
A despeito de sua importância na proposição de programas de saúde pública, caracterizando-se como elemento essencial no estabelecimento de situação ideal de saúde, pouco se conhece com relação aos níveis de prática de atividade física de profissionais que habitualmente utilizaram à aptidão física a disposição da população, particularmente em países subdesenvolvidos.
No contexto brasileiro, os raros estudos localizados procuraram envolver amostras pouco representativas do segmento bombeiros envolvidos, além do que, em seus delineamentos, optou-se por estabelecer níveis de prática de atividade física mediante estratégias comparativas entre os pares e por intermédio de autoclassificação
Com essa prevalência e coeficientes de mortalidade surpreendentemente superiores aos de outros fatores de risco como obesidade, diabetes, hipercolesterolemia e mesmo hipertensão, como apontado por diferentes estudos, principalmente os do grupo do Aerobic Research Center de Dallas, coordenado por Steven Blair, o sedentarismo tem sido considerado o inimigo número 1 de saúde pública. É interessante saber que mesmo homens obesos que sejam pelo menos moderadamente aptos, apresentam risco substancialmente menor de morte que aqueles que sejam inaptos.
Resultados apresentados por BLAIR et al. (2001) mostram claramente como os indivíduos que deixam de ser sedentários e passam a ser moderadamente ativos no tempo de lazer diminuem o risco de morte em 28% no sexo masculino e em 35% no feminino. Considerando a associação da atividade física recreacional com o câncer de pulmão, o autor relatou diminuição de 25% no risco relativo de morte por esta causa, quando compararam sedentários a indivíduos que caminhavam; e uma diminuição de 46% na incidência de acidente vascular cerebral em indivíduos com um gasto energético de 2000 a 2999 kcal/sem, quando eram comparados àqueles que gastaram menos de 1.000 kcal/sem.
No contexto brasileiro, os raros estudos localizados procuraram envolver amostras pouco representativas do segmento industriários envolvidos, além do que, em seus delineamentos, optou-se por estabelecer níveis de prática de atividade física mediante estratégias comparativas entre os pares e por intermédio de autoclassificação Apesar da contribuição para a área de estudo, em razão dos problemas metodológicos apresentados, inferências provenientes de seus resultados podem ficar comprometidas. Não foi possível localizar nenhum outro estudo que procurasse abordar aspectos comportamentais associados ao tipo, à intensidade, à duração e à freqüência das atividades físicas habitualmente realizadas e estimativas quanto à demanda energética/dia Preocupados com esse problema tivemos como O objetivo do presente estudo foi de analisar o nível de atividade física (NAF) entre os alunos do curso de formação em bombeiro civil.
Metodologia
A amostra deste foi composta por 28 indivíduos do sexo masculino (17sujeitos) e feminino (11 sujeitos) de 19 a 40 anos de idade que foram selecionados no na escola de formação de bombeiro civil Ômega Emergency Fire, no Município de Campina Grande, Paraíba.
O projeto de pesquisa teve como alvo alunos devidamente matriculado no curso de formação de bombeiro civil Ômega Emergency Fire. Optou-se por envolver sujeitos que é unicamente dessa instituição, por conta das características transversais, descritivas e qualitativas do estudo e por sua representatividade no âmbito cursos de formação de bombeiros no Município de Campina Grande-PB.
Os critérios de seleção foram: serem matriculados no projeto e desejaram participar do estudo. Os protocolos de intervenção no estudo foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba e acompanham normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos. A inclusão dos sujeitos no estudo ocorreu por desejo em participar do experimento e mediante autorização e comprovação do responsável. As entrevistas foram realizadas na própria escola nos dois turnos de aula do curso garantindo-se uma distribuição que reproduzisse mais fielmente.
O procedimento utilizado inicialmente foi convidar cada aluno a participar do estudo, explicando-lhes como se realizará o estudo, apresentando-lhes o termo de consentimento livre e esclarecido e aplicando-lhes os procedimentos necessários para a avaliação o nível de atividade física caso aceite participar. De cada participante, foram registrados num formulário os seguintes dados: idade e gênero, status de atividade física.
A coleta de dados aconteceu durante o mês e de junho e agosto de 2010. Informações acerca dos níveis de prática de atividade física habitual foram obtidas por intermédio de instrumento a versão 8 do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) na forma curta. Recentemente já validado em uma amostra da população brasileira (MATSUDO et al, 2001).
Este instrumento é composto por 6 questões relacionadas à freqüência e duração da realização de atividades físicas moderadas, vigorosas e de caminhada que uma pessoa realizou na última semana. Para analisar os dados do nível de atividade física foi usado o consenso realizado entre o CELAFISCS e o Center for Disease Control (CDC) de Atlanta em 2002 considerando os critérios de freqüência e duração, que classifica as pessoas em cinco categorias:
aquele que cumpriu as recomendações de:1. Muito Ativo:
a) Vigorosa: 5 dias/sem e 30 minutos por sessão e/ou
b) Vigorosa: 3 dias/sem e 20 minutos por sessão + Moderada e/ou Caminhada: 5 dias/sem e 30 minutos por sessão.
2. Ativo: aquele que cumpriu as recomendações de:
a) Vigorosa: 3 dias/sem e 20 minutos por sessão; e/ou
b) Moderada ou Caminhada: 5 dias/sem e 30 minutos por sessão; e/ou
c) Qualquer atividade somada: 5 dias/sem e 150 minutos/sem (caminhada + moderada + vigorosa).
3. IRREGULARMENTE ATIVO: aquele que realiza atividade física, porém insuficiente para ser classificado como ativo, pois não cumpre as recomendações quanto à freqüência ou duração. Para realizar essa classificação soma se a freqüência e a duração dos diferentes tipos de atividades (caminhada + moderada + vigorosa). Este grupo foi dividido em dois subgrupos de acordo com o cumprimento ou não de alguns dos critérios de recomendação.
Irregularmente Ativo A:
a) Freqüência: 5 dias /semana ou
b) Duração: 150 min / semana
Irregularmente Ativo B:
4. Sedentário: aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana.
Resultados
Tabela 1 Classificação do nível de atividade física no total da amostra e de acordo com o gênero no Curso de Formação de Bombeiro.
Nível de Atividade Física |
Sexo |
|||||
Homens |
% |
Mulheres |
% |
Total |
% |
|
Sedentário |
0 |
0 |
2 |
18,1 |
2 |
7,1 |
Irregularmente Ativo A |
4 |
22 |
2 |
18,1 |
6 |
21,4 |
Irregularmente Ativo B |
2 |
11 |
2 |
18,1 |
4 |
14,2 |
Ativo |
6 |
33,3 |
2 |
18,1 |
8 |
28,5 |
Muito Ativo |
5 |
27,7 |
3 |
27,2 |
8 |
28,5 |
Total |
17 |
100 |
11 |
100 |
28 |
100 |
Gênero: o nível de atividade física verificada no total da amostra e nos grupos masculino e feminino (Tabela1) evidenciou que o sedentarismo nos alunos do curso de formação de bombeiros civis, usando como critério a falta de realização de atividade física durante a semana, está em torno de 7%, tendo praticamente a mesma distribuição entre homens e mulheres. A porcentagem de indivíduos classificados como Irregularmente A ativos atinge 22% dos homens e 18,1% das mulheres, já em Irregularmente ativos B homens 11 e Mulheres 18,1%. Os Ativos a porcentagem de sujeitos 33,3% Homens e 28,5% Mulheres ativos e muito ativos girou em torno 27,7% pra Homens e 27,7% Mulheres.
Discussão
Considerando os critérios de classificação usados neste estudo a porcentagem de indivíduos de alunos que atingem a recomendação atual de atividade física para promoção da saúde são 57% para ambos os sexos. No entanto, em relação aos sedentários, a porcentagem de alunos do curso de Formação que não cumprem como a recomendação atual de atividade física de pelo menos 30 minutos de atividade física por dia é de aproximadamente 42,7%.
Conclusão
De acordo com estes resultados podemos concluir que: o nível de atividade física apresentou uma tendência similar entre ambos os sexos com um discreto maior envolvimento em atividade física regular no sexo masculino; Posto que evidências de que o homem comporta-se de forma adequada diante de seus potencialidades corporais, a prevalência de bons níveis atividade da população estudada mostra a incorporação da prática de AF ao seu cotidiano apresentando um comportamento positivo em relação à qualidade de vida, primordialmente nas suas tarefas pesadas nas quais os bombeiros são submetidos durante seu trabalho e acarretando consigo aspectos apropriados para a prevenção da saúde Portanto, os dados evidenciam que ainda precisamos continuar com estratégias de promoção de atividade física para atingir as recomendações atuais para a saúde e que estas ações devem levar em conta fatores como o gênero.
Referências
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MATSUDO S, ANDRADE D, MATSUDO V, ARAÚJO T, ANDRADE E, OLIVEIRA L, BRAGGION G. Nível de atividade física considerando atividades físicas moderadas e vigorosas em indivíduos de Belo Horizonte. In: Anais XXIV Simpósio Internacional de Ciências do Esporte, 11-13 de Outubro de 2002.p. 192.
MATSUDO S, ARAÚJO T, MATSUDO V, ANDRADE D, ANDRADE E, OLIVEIRA L, BRAGGION G. Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ): estudo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Revista Atividade Física & Saúde 6(2):5-18, 2001.
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