A percepção dos idosos sobre a influência da prática da hidroginástica nos aspectos biopsicossociais La percepción de las personas mayores sobre la influencia de la práctica de la gimnasia acuática en los aspectos biopsicosociales |
|||
*Graduada em Educação Física pela Faculdade de Jaguariúna - FAJ **Doutora em Educação Física pela Unicamp **Professora Titular na Faculdade Adventista de Hortolândia (Brasil) |
Maria Vilma Lúcia Bueno da Silva* Tânia Laura Correa dos Santos* Wagnalia Garcia da Silva* Helena Brandão Viana** |
|
|
Resumo O objetivo do estudo foi analisar a percepção de idosos praticantes de hidroginástica sobre a influência dessa prática na sua saúde, dentro do contexto físico, psicológico e social. Utilizamos como instrumento um questionário reformulado, com 10 questões fechadas, da escala EBBS (Exercise benefits/Barriers Scale), mais o acréscimo de uma questão aberta, aplicado em uma amostra de 43 idosos homens e mulheres praticantes de hidroginástica há pelo menos um ano na cidade de Holambra – São Paulo, Brasil. Foi avaliado a percepção dos idosos quanto à resistência física, flexibilidade, aptidão física, força, alegria, disposição, qualidade do sono, auto-estima e auto-imagem, aspectos sociais. Concluiu-se que a prática regular da hidroginástica contribuiu positivamente para a manutenção da qualidade de vida dos idosos nos quesitos avaliados. Unitermos: Idoso. Hidroginástica. Aspectos biopsicossociais.
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 155, Abril de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
De tempos em tempos a expectativa de vida da população ganha novas projeções, a última, estima uma média de 80 anos de vida para os brasileiros no período do ano 2000 a 2025 e de acordo com novos estudos a tendência é aumentar essa média, já falando em 120 e 130 anos (NEGRI et al. , 2004).
Em 2007 a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios) estimou a população idosa brasileira em 20 milhões o que corresponde a 10,5% da população brasileira (IBGE, 2008). O Estatuto do idoso caracteriza o indivíduo idoso aquele com idade igual ou superior à 60 anos sob a lei nº 10.741 (ESTATUTO DO IDOSO, 2003).
Estudiosos da Gerontologia enfatizam que as pesquisas realizadas sobre o envelhecimento não deveriam se limitar apenas ao estudo do prolongamento da expectativa de vida, mas, também em como ampliar a saúde do indivíduo ao longo dessa nova expectativa, ou seja, não apenas acrescentar anos a vida, mas, vida aos anos (MCARDLE et al. 2003). O aumento da população idosa é encarado pelas áreas de estudos relacionados, principalmente a gerontologia e a Educação Física como um desafio em contribuir com a qualidade de vida dessa população (ROLIM, 2005).
Para Mcardle et al. (2003), a deteriorização biológica e fisiológica que acomete os indivíduos, que antes era considerada efetivamente “normal” no processo de envelhecimento, hoje, já é encarada como uma transformação multifatorial, em conjunto com a influência significativa do ambiente e do estilo de vida de cada um.
Segundo Carvalho Filho (apud Netto, 2005) os efeitos deletérios do processo de envelhecimento incluem alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas que progressivamente alteram o organismo tornando-o mais suscetível às agressões extrínsecas e intrínsecas.
Visto que vários estudos creditam à prática regular de exercícios físicos a manutenção da saúde dos idosos, acreditamos ser de grande valia analisar a influência da prática da hidroginástica sobre os aspectos biopsicossociais.
O presente estudo tem por objetivo analisar a percepção de idosos praticantes de hidroginástica sobre a influência dessa prática sobre sua saúde dentro do contexto físico-motor, psicológico e social, e a partir daí promover novos conceitos na tentativa de garantir uma vida mais saudável e prazerosa a essa população.
Aspectos biológicos e fisiológicos do envelhecimento
A capacidade funcional de todos os indivíduos começa a declinar à partir dos 30 anos de idade, porém, a velocidade com que isso acontece varia de pessoa para pessoa (MCARDLE et al. 2003). Para Matsudo e Matsudo, (1992) apud Matsudo et al. (2000), dentre os efeitos deletérios do envelhecimento destacam-se ainda: diminuição no fluxo sanguíneo cerebral, na coordenação, no equilíbrio, na flexibilidade, na mobilidade articular, na agilidade, no número e tamanho dos neurônios, na velocidade de condução nervosa e ainda aumento do tecido conectivo nos neurônios e rigidez de cartilagens, tendões e ligamentos.
Mcardle et al. (2003), ainda relacionam: diminuição da função neural (reduzindo desempenho neuromuscular), alterações endócrinas (as funções da hipófise, pâncreas, supra-renal e tireóide se alteram com a idade), declínio da função pulmonar e cardiovascular (diminuição da FCmáx), alteração da capacidade aeróbica (redução do VO2máx), redução do fluxo sanguíneo periférico e desmineralização óssea.
Alterações nas dimensões corporais ocorrem, tais como: diminuição da estatura, perda de peso e composição corporal são as mais aparentes transformações corporais pelas quais passam os indivíduos com o avanço da idade cronológica. Embora haja a influência inquestionável do fator genético, tais mudanças também são afetadas por fenômenos como: patologias, dieta, inatividade física, fatores psicossociais dentre outros (MATSUDO et al. 2000).
Aspectos psicológicos do envelhecimento
Segundo Gatto e Netto (2005), o idoso com o passar do tempo depara-se com uma série de modificações que afetam diretamente sua auto-estima como, por exemplo: surgimento de patologias, perda de parentes e amigos mais próximos, ausência de papéis sociais, isolamento, dificuldade financeira etc. Isso tem um grande impacto na saúde dos idosos que chega muitas vezes a quadros de depressão. Tais acontecimentos fazem com que os idosos se sintam improdutivos, sem realizações e sem perspectiva de vida. É necessário amparar esses idosos, para que possam superar e adquirir saúde mental. Esse amparo pode ocorrer através de atividades que exploram a criatividade, capacidade de interação, modificação da maneira de pensar e conseqüentemente de viverem.
Há várias atividades, culturais e físicas, que colaboram para minimizar as perdas da velhice. As atividades físicas podem ser hidroginástica, danças, caminhadas, jogos, brincadeiras, musculação, etc. O benefício trazido pela prática dos exercícios, além de oferecer resultados eficientes na saúde do corpo, traz recuperações ao equilíbrio emocional, pois proporciona bem estar motivação disposição, alegria, prazer, satisfação, sabedoria e promove a ressocialização, na preservação do belo papel na sociedade.
Estudos comprovam que a prática de exercícios físicos contribui positivamente para a melhora física, psíquica e social dos idosos (ALVES e SANTOS, 2008).
Santos e Van de Broek (2006), explicam que o corpo idoso sofre alterações como: perdas estruturais e funcionais, alterações na memória e inteligência, mas, que a prática regular de exercícios físicos lentifica esse processo promovendo bem-estar físico e mental.
Comprovado por evidências epidemiológicas, a adoção de um estilo de vida ativo seja ele de programas de exercícios ou de atividades físicas previne e/ou lentifica os efeitos deletérios do envelhecimento. Um dos efeitos deletérios do envelhecimento é a modificação da auto-imagem o que leva o idoso a ser menos positivo para com ele próprio, e isso pode interferir na auto-estima do mesmo (MAZO et al., 2006). Exercícios físicos regulares promovem a integração social, relacionamento familiar, a melhora da auto-estima e o bem-estar do idoso (CHOGAHARA et al., 1998 apud MAZO et al., 2006).
Aspectos sociais do envelhecimento
Segundo Schneider e Irigaray (2008), o ser humano pode ser considerado mais velho dependendo de como ele se comporta diante de uma posição que a sociedade espera para sua idade. O envelhecimento social promove mudanças de papéis sociais, que a sociedade espera de um idoso em seu comportamento.
Um dos instrumentos mais importantes para o fortalecimento das relações se encontra na família, embora algumas pessoas tenham dificuldades em aceitar o envelhecimento de um membro da família. Com isso acaba tornando o relacionamento mais complicado, os filhos passam a ter prioridade nas decisões; não são mais os pais que cuidam dos filhos, e sim os filhos que cuidam dos pais, isso acaba influenciando no convívio de ambos, pois os filhos acabam nem percebendo a necessidade que seus pais têm de ter sua opinião própria, e serem ouvidos (MENDES et al., 2005).
Segundo Newman, 1999 (apud Carvalho et al. 2003) a atividade física regular é um fator fundamental para um envelhecimento saudável e temos cada vez mais pessoas com mais de 60 anos praticando atividade física em academias, clubes e até mesmo sozinhos (KUWANO e SILVEIRA, 2002).
A atividade física contribui significativamente com a qualidade de vida dos idosos e por consequência melhora o relacionamento social dos mesmos (FITZGERALD, 1993 apud KUWANO e SILVEIRA, 2002).
Nakagava e Rabelo (2007) concluíram que para um envelhecimento saudável o equilíbrio entre as potencialidades e as limitações de cada um é fundamental, encorajando-os a viver essa fase da vida com autonomia e independência, para que eles consigam conviver com acontecimentos inevitáveis e menos prejuízos para com a sua qualidade de vida.
O exercício físico
Para Matsudo (2001) a recomendação de atividade física para idosos deverá se pautar em atividade de baixo impacto como: natação, dança, tai chi chuan, caminhada, hidroginástica entre outros.
A intensidade dos exercícios propostos merece extrema atenção, podendo ser determinada por um percentual do VO2máx (consumo máximo de oxigênio) ou da FCM (freqüência cardíaca máxima). Recomenda-se na maioria das vezes uma intensidade moderada que varie de 50-74% do VO2máx ou da FCM ou ainda utilizar o método de percepção subjetiva do esforço (Escala de Borg) esse por recomendação deverá estar entre os parâmetros 12-13.
A hidroginástica
Quanto à discussão da hidroginástica como uma boa alternativa de atividade física para os idosos, Sova (1998) explica que exercícios realizados na água oferecem benefícios como: força e resistência muscular, resistência aeróbia, equilíbrio, consciência corporal, flexibilidade além de aspectos psicológicos e ainda, os praticantes não se sentem envergonhados em executar os movimentos do exercício. A água oferece uma resistência hidrostática que promove a diminuição do impacto contra o solo e ainda promove a sensação de diminuição do peso corporal, o que minimiza a tensão nas articulações que são muito exigidas durante o cotidiano.
Das respostas fisiológicas durante os exercícios em água aquecida destacam-se, segundo Bates e Hanson (1998, p. 07-08):
Redução da sensibilidade dos terminais nervosos.
Aumento da circulação periférica.
Diminuição da pressão sanguínea
Aumento da freqüência respiratória e cardíaca
Diminuição dos edemas em partes do corpo submersas.
Aumento da taxa metabólica
Aumento da circulação periférica
Melhora da musculatura respiratória
Redução de espasmos musculares
Promove o relaxamento muscular
Facilita a movimentação articular
Redução da sensibilidade à dor
Aumento da força e resistência muscular
Melhora a consciência corporal, o equilíbrio.
Promove a autoconfiança.
Método
Foi realizada uma pesquisa utilizando como instrumento um questionário reformulado, que possui 10 questões fechadas, da escala (EBBS – Exercise benefits/Barriers Scale) desenvolvido por Sechirist et al. (1987) apud Victor, Ximenes e Almeida (2008), mais o acréscimo de uma questão aberta (Existe outra questão relacionada aos benefícios que a prática da hidroginástica lhe proporciona e que você gostaria de comentar? Se sim, fique à vontade para comentar). Foi aplicado em um grupo de 43 idosos voluntários, praticantes de pelo menos um ano de hidroginástica. A coleta de dados foi realizada na Corporium Academia de Ginástica SS Ltda, situada no município de Holambra no interior de SP.
Procedimento
Em dias agendados os participantes foram encaminhados para uma sala reservada onde receberam o questionário e todas as instruções quanto ao preenchimento do mesmo. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido concordando em responder as perguntas.
Resultados
Apresenta-se aqui os resultados obtidos pelo questionário e por perguntas para caracterização da amostra.
Figura 1. Tempo de prática de hidroginástica
O gráfico acima aponta a relação entre a quantidade de sujeitos da amostra por tempo de prática da hidroginástica. Nota-se que a maioria dos sujeitos do total da amostra praticam hidroginástica há um ano (7 indivíduos), 2 anos (7 indivíduos) e 3 anos (9 indivíduos).
Figura 2. Faixa etária
Dentre as idades estipuladas para o estudo, nota-se que a maioria dos sujeitos possuem idade entre 60 a 64 anos, porém, ainda apresentou-se um considerável número de sujeitos com 80 anos.
Tabela 1. Características da amostra
Total |
Mulheres |
Homens |
Sujeitos 43 |
26 |
17 |
Casados |
14 |
14 |
Divorciados |
1 |
0 |
Solteiro |
0 |
1 |
Viúvos |
11 |
2 |
Média da idade |
68,72 |
67,32 |
Desvio Padrão |
7,18 |
8,29 |
Análise descritiva das questões:
Questão 01. Resistência física (conseguir caminhar por 30 min. ou mais)
Figura 3. Resistência física
De um total de 43 pessoas entrevistadas, apenas cinco responderam que não houve melhora de resistência física. Desses cinco sujeitos, 4 são mulheres viúvas, com idade entre 70 e 80 anos e mais, e 1 homem, casado com mais de 80 anos. A resposta “não” para aumento de resistência não apresentou relação com o tempo de prática da hidroginástica.
Questão 02. Flexibilidade (capacidade de realizar movimentos com as articulações, levantar o braço, curvar o corpo).
Todos os entrevistados da amostra responderam que houve uma melhora significativa na flexibilidade.
Questão 03. Aptidão física para atividades da vida diária (subir escadas, varrer a casa, etc.).
Figura 4. Aptidão Física
Do total da amostra, tivemos 14 indivíduos que disseram não ter percebido uma melhora na aptidão física. Desses 14 entrevistados, 6 são homens e 8 mulheres. Para esse resultado observou-se que não houve relação com a idade dos mesmos e nem por tempo de prática.
Questão 04. Força dos músculos (ex: empurrar um móvel, levantar um objeto)
Figura 5. Força
Para o gráfico da força observou-se que 15 sujeitos do total da amostra responderam que não obtiveram melhora relacionada à força muscular, sendo distribuídos em 7 homens e 8 mulheres, os dados demonstraram também que esses resultados não tiveram relação com a idade dos sujeitos e nem com o tempo de prática.
Questão 05. Sente-se mais alegre e bem emocionalmente?
Figura 6 - Alegria
Mais de 90% da amostra total disseram se sentirem alegre e bem emocionalmente depois que iniciaram a prática da hidroginástica. Apenas 4 indivíduos sendo 3 mulheres e 1 homem responderam que não se sentem alegre ou bem emocionalmente.
Questão 06. Sente-se mais disposto para realizar outras atividades (ânimo para fazer as coisas)?
Figura 7. Disposição
De toda a amostra apenas 1 sujeito, uma mulher de 70 anos de idade disse não se sentir disposta, possivelmente explicado por patologias associadas à idade.
Questão 07. Melhorou a qualidade do seu sono?
Figura 8. Qualidade do sono
Do total da amostra somente sete sujeitos responderam que não sentiram uma melhora na qualidade do sono. O resultado não apresentou relação com a idade e nem com o tempo da prática, porém, apresentou relação com o gênero sendo que dos sete sujeitos seis são mulheres e um homem.
Questão 08. Melhoraram sua auto-estima e auto-imagem (a imagem que faz de si)?
Figura 9. Auto-estima e Auto-imagem
Somente quatro mulheres, uma com idade entre 60 e 64 anos, três com mais de 80 anos, sendo três viúvas e uma casada do total da amostra disseram não terem percebido uma melhora na auto-estima e auto-imagem.
Questão 09. Fez novas amizades?
Figura 10. Amizade
Do total da amostra apenas quatro mulheres disseram não ter feito amizades no ambiente da prática. Pelo resultado esse dado não possui relação com a idade, nem com o estado civil e todas praticam a hidroginástica a menos de quatro anos.
Questão 10. É um ambiente propício para conhecer novas pessoas?
Figura 11. Ambiente para conhecer novas pessoas
Somente uma mulher de idade entre 60 a 64 anos, casada e que pratica hidroginástica a menos de 3 anos disse que o ambiente da prática não é um ambiente propício a conhecer novas pessoas.
Discussão
Através da autopercepção de cada sujeito da amostra a prática da hidroginástica, visualizamos que esta atividade proporcionou inúmeros benefícios. Os aspectos melhorados no desenvolvimento dessa atividade foram nos âmbitos social, psicológico e físico. Foi também observado por uma das pesquisadoras, que ministrou as aulas de hidroginástica aos respondentes, que houve melhoras em vários aspectos, mesmo não relatados pelo grupo. Os principais benefícios observados foram:
Aspecto Social: O idoso pôde executar os movimentos físicos desejados da aula, e ao mesmo tempo desenvolver relações afetivas através da troca de experiência do cotidiano com o grupo em que está inserido. Durante as atividades, o professor pôde criar jogos que integram todos os alunos, assim, descontraindo-os e colaborando para a perda desse bloqueio social que possuem fora do espaço da academia. Dessa maneira, os alunos conseguem se expressar, pois não se sentem diferenciados dos demais. Os resultados obtidos através das questões 9 e 10 contemplam esses benefícios, também observados informalmente..
Corroborando com esses achados, Sova (1998) cita que dentre os benefícios da prática da hidroginástica a melhora da auto-estima, socialização e reintegração é bem considerável.
Aspecto Psicológico: Através da prática da hidroginástica, o idoso tem sua auto estima elevada e consequentemente se sente mais seguro para realizar as tarefas do dia-dia, além de obter maior disposição, satisfação e bem estar ao longo do dia e após exercitar tal modalidade. Os resultados da obtidos e apresentados nos gráficos 5 e 8 reforça essa ideia
Para Matsudo et. al. (2000) apud Nakagava (2007) a prática regular de atividade física promove melhorias como: auto-estima, funções cognitivas, diminuição do estresse pela supressão de cortisol e ainda a promoção de um efeito analgésico pela liberação da endorfina durante e após o exercício.
Aspecto Físico: O exercício regular na água condiciona o fortalecimento muscular, além da melhora da coordenação motora e da circulação sanguínea. Dentro da água o corpo diminui seu peso, pois o empuxo faz com que haja maior movimentação em decorrência da diminuição do atrito corpo/água, diminuindo assim o impacto nas articulações. Dessa forma percebe-se que o corpo consegue permanecer mais tempo na atividade física, dadas tais facilidades citadas acima. Os resultados obtidos nas questões 1, 2, 3, 4 comprovam esses achados.
De acordo com Sova (1998) a prática regular da hidroginástica promove um aumento na amplitude articular, ou seja, a flexibilidade.
No estudo desenvolvido Santos e Alves (2008) concluíram que a atividade física regular tem grandes chances de diminuir a dependência do idoso para com seus familiares, pois o torna apto a realizar seus afazeres domésticos e sociais. Ao conviver com os colegas que vivem as mesmas dificuldades, o idoso sente-se melhor e acaba perdendo a sensação de inutilidade que acomete essa população.
Os resultados mostraram que um número maior de sujeitos perceberam uma melhora significativa nos aspectos: resistência física, alegria, disposição, qualidade do sono, amizade, e ambiente para conhecer novas pessoas. Já nos aspectos, força e aptidão física, mais indivíduos disseram não ter percebido grandes melhoras nesses aspectos, imaginamos que a ocorrência desse resultado tenha relação com possíveis patologias associadas e/ou o não entendimento real da questão, ainda assim, mais da metade dos resultados dessas questões foram positivos.
Considerações finais
Os resultados mostraram que os idosos praticantes de hidroginástica, perceberam uma melhora significativa nos aspectos biopsicossociais, assim melhorando sua qualidade de vida.
Outros benefícios foram relatados durante a pesquisa e que não estavam nas questões, tais como: manutenção da pressão arterial, diabete, colesterol e ainda melhora da postura.
Em conversas informais descobrimos ainda que os idosos da amostra adquiriram com a prática regular da hidroginástica mais autonomia e consequentemente mais independência para realizar as atividades da vida diária.
Embora a maioria deles já tenha uma ou mais patologias associadas à idade e outros passaram por cirurgias, a hidroginástica sempre ganha seu papel de destaque na recuperação e na manutenção da saúde, graças as suas características como: baixo impacto, propriedades da água aquecida, facilidade de deslocamento entre outros.
Concluímos que para os idosos da amostra, a prática regular da hidroginástica trouxe-lhes inúmeros benefícios, atendendo assim os objetivos da pesquisa realizada.
Referências
BATES, Andréa; HANSON, Norm. O que são exercícios aquáticos terapêuticos?. In: Exercícios aquáticos terapêuticos. São Paulo: Manole, 1998.
CARVALHO FILHO, Eurico Thomaz de Carvalho. Fisiologia do Envelhecimento. In: NETTO, Matheus Papaléo. Gerontologia a velhice e o envelhecimento em visão globalizada. São Paulo – SP: Atheneu, 2005.
CARVALHO, Karla aparecida, et.al. A percepção da melhoria da capacidade funcional em indivíduos de terceira idade praticantes de hidroginástica de uma academia na cidade de Juiz de Fora. Pós graduação Lato - Sensu em Natação e Hidroginástica – Universidade Gama Filho,2003.
Estatuto do Idoso. Senado Federal Comissão Diretora. Parecer nº 1301, 2003. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Século XXI: O minidicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
GATTO, Izilda de Barros. Aspectos psicológicos do envelhecimento. In: NETTO, Matheus Papaléo. Gerontologia a velhice e o envelhecimento em visão globalizada. São Paulo – SP: Atheneu, 2005.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2008. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira (Idosos). www.ibge.com
KUWANO, Vanessa Gracieli, et. al. A influência da atividade física sistematizada na autopercepção do idoso em relação as atividades da vida diária. Revista da Educação Física / UEM, Maringá,v.13, n. 2, p. 35-39, 2. set.2002.
MATSUDO, S. M; MATSUDO, V. K. R; NETO, T. L. B. Impacto do envelhecimento nas variáveis antropométricas, neuromotoras e metabólicas da aptidão física. Rev. Bras. Ciên. e Mov. Brasília v.8 n. 4 p. 21 – 32 setembro 2000.
MATSUDO, Sandra M. M. Envelhecimento e Atividade Física. Londrina – PR. Editora Midiograf, 2001.
MAZO, Giovana Zarpellon et al. Programa de hidroginástica para idosos: motivação, auto-estima e auto-imagem. Revista Brasileira de Cineantropometria Desempenho Humano. 2006; v. 8 n.2 p. 67 – 72.
MCARDLE, William D; KATCH, Frank I; KATCH, Victor L. Atividade Física, Saúde e Envelhecimento. In: Fisiologia do exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano. Rio de Janeiro – RJ: Guanabara Koogan, 2003.
MENDES, Márcia R.S.S Barbosa, et. al. A situação social do idoso no Brasil. Acta Paul Enferm. 2005;18 (4): 422-6.
NAKAGAVA, Bruno Kazuo de Castro; RABELO, Ricardo José. Perfil da qualidade de vida de mulheres idosas praticantes de hidroginástica. Movimentum – Revista digital da Educação Física, Ipatinga: Unileste - MG, v.2, n.1, Fev/Jul. 2007.
NEGRI, Letícya dos Santos Almeida et. al. Aplicação de um instrumento para a detecção precoce e previsibilidade de agravos na população idosa. Ciência e Saúde Coletiva, 9(4) 1033 – 1046. 2004.
PASCOAL, Miriam; SANTOS, Daniela Sarmento Albertão; BROEK, Verônica Van Dem. Qualidade de vida, Terceira Idade e atividades físicas. Motriz, Rio Claro - SP, v12, n3, p. 217 – 228 set/dez 2006.
ROLIM, Flávia Sattolo. Atividade física e os domínios da qualidade de vida e do autoconceito no processo de envelhecimento. Campinas – SP, 2005. UNICAMP. Dissertação de mestrado. Programa de pós-graduação em Educação Física, Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas – SP, 2005.
SANTOS, L. G.; ALVES, Marcus Vinícius Patente. A percepção da melhora da capacidade funcional em indivíduos da Terceira Idade praticantes de hidroginástica. Lecturas Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires, Nº128, 2008. http://www.efdeportes.com/efd128/a-percepcao-da-melhora-em-individuos-da-terceira-idade-praticantes-de-hidroginastica.htm
SCHNEIDER, Rodolfo Herberto et. al. O envelhecimento na atualidade: aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais. Estudos de Psicologia, Campinas, 25(4): 585-593, dez, 2008.
SOVA, Ruth. Os benefícios da hidroginástica. In: Hidroginástica na Terceira Idade. São Paulo – SP. Manole, 1998.
VICTOR, Janaína Fonseca et al. Adaptação transcultural para o Brasil da Exercise
Benefits/Barriers Scale (EBBS) para aplicação em idosos: uma avaliação semântica. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24(12):2852-2860, dez, 2008.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista
Digital · Año 16 · N° 155 | Buenos Aires,
Abril de 2011 |