Testes de campo das potências máximas aeróbicas e anaeróbicas em estudantes de Educação Física Pruebas de campo de las potencias aeróbicas y anaeróbicas en estudiantes de Educación Física |
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*Professora Especialista em Atividade Física, Desempenho Motor e Saúde Centro de Educação Física da Universidade Federal de Santa Maria **Prof. Dr. em Fisiologia do Exercício da Faculdade Metodista de Santa Maria, RS (Brasil) |
Adriane Moraes Melo* Renan Maximiliano Fernandes Sampedro** |
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Resumo Este artigo traz os resultados encontrados no Teste de Margaria, Matsudo e no Teste de Cooper, realizado com 27 alunos matriculados no quinto semestre do curso de Educação Física da Faculdade Metodista de Santa Maria - RS. Tendo como objetivo estimar as potências máximas aeróbicas e anaeróbicas láctica e alática, para verificar quais são as possibilidades do individuo obter bons resultados em ambos os processos metabólicos. No desenvolvimento da pesquisa utilizou-se o teste de Margaria, o teste de Cooper e o teste de Matsudo, onde os dados foram analisados no programa Excel. Através da análise dos resultados obtidos, podemos dizer que o mesmo individuo não apresentou alto rendimento no teste de margaria, matsudo e cooper. Através deste laboratório podemos observar que os sujeitos testados obtiveram alto rendimento no máximo em dois testes. Portanto se confirma a raridade de encontra indivíduos com ótima capacidade aeróbica e anaeróbica ao mesmo tempo. Unitermos : Exercícios físicos. Teste de Margaria. Teste de Matsudo. Teste de Cooper.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 154, Marzo de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Este trabalho tem por objetivo estimar as potências máximas aeróbicas e anaeróbicas láctica e alática de alunos matriculados no quinto semestre do curso de Educação Física da Faculdade Metodista de Santa Maria. A fim de verificar quais são as reais possibilidades de um mesmo individuo apresentar altos índices de rendimentos tanto no teste anaeróbico alático (Margaria), lático (Matsudo) e aeróbico (Cooper).
Para Weineck, (1999) resistência anaeróbica alática é a capacidade de um músculo realizar movimento quando uma atividade física de intensidade elevada usar mais de 1/6 a 1/7 do total da musculatura esquelética, este sistema envolverá atividades de alta intensidade e com duração de até 50 segundos. Seguindo o mesmo autor resistência anaeróbica lática é a capacidade de um músculo realizar movimento quando uma atividade física de intensidade elevada usar mais de 1/6 a 1/7 do total da musculatura esquelética, este sistema predomina em trabalhos de alta intensidade superiores a 30 segundos e inferiores a 3 minutos. E resistência aeróbica é a capacidade de um músculo realizar movimento quando a atividade física tiver uma duração superior a 3 minutos e solicitar de 1/6 a 1/7 do total da musculatura esquelética exigindo pelo menos 50% da capacidade orgânica onde haverá oxigênio suficiente para queima oxidativa para substancias energéticas.
Por meio do teste de Margária (1966), verificamos a capacidade anaeróbica alática, no qual os alunos têm por objetivos subir três degraus no mínimo tempo possível; no teste de Matsudo (1983) que depois de realizado se obtém a determinação da capacidade anaeróbica láctica, com duração de 40 segundos o aluno corre o máximo possível, obtendo assim à distância percorrida. E o teste de Cooper, verifica a capacidade aeróbica com duração de 12 minutos, onde os alunos podem correr ou caminhar (dependendo de sua capacidade), no máximo espaço possível.
Reiterando o primeiro parágrafo profere-se que através da análise dos resultados o presente estudo tem o propósito de verificar quais são as possibilidades do individuo obter bons resultados em ambos os processos metabólicos.
Metodologia
Para a aplicação dos testes foram utilizados um cronômetro em centésimos de segundos, um conjunto de escadarias com um mínimo de 12 degraus, medindo cada degrau entre 15 e 20 cm cada, uma pista de atletismo (338 metros), fichas de registro e lápis ou caneta.
Todos os estudantes participaram como sujeitos. Os testes foram aplicados três vezes. O teste anaeróbico alático que não produz fadiga, foi aplicado primeiro. O teste anaeróbico láctico exige mais esforço, e é aplicado individualmente, foi o segundo antecedendo o teste aeróbico. Os resultados de todos os indivíduos foram anotados para evitar possíveis enganos, todos os alunos realizarão os três testes descritos abaixo.
Teste de capacidade anaeróbica alática (método de Margaria)
Em tarefas de trabalho explosivas de curta duração, é possível determinar a potência máxima produzida. Desenvolveu-se assim o teste de subir escadas para estimar a potência anaeróbica máxima. Procede-se da seguinte forma: indivíduo parado, a uma distância de mais ou menos 6 metros do primeiro degrau da escadaria selecionada. Ao sinal “pronto” e “já”, ele corre e sobe a escadaria de 3 em 3 degraus. O examinador estimula o indivíduo a realizar um esforço máximo, desde o início, antes de chegar aos degraus; o cronômetro é acionado, no momento em que o indivíduo toca no primeiro degrau marcado, sendo desligado no momento em que ele pisa no último degrau determinado. O tempo é registrado; Cada indivíduo realizou o teste três vezes, utilizando-se a média das três execuções como resultado final. Um tempo de descanso de alguns minutos foi dado entre cada execução do teste.
Teste da capacidade anaeróbica láctica (teste dos 40 segundos de Matsudo)
O avaliador principal (A) orienta o avaliado sobre o objetivo do teste que é correr o mais rápido possível durante o período de 40 segundos. Com as palavras “atenção” e “já”, inicia o teste sendo acionando o cronômetro ao mesmo tempo, andando em direção ao avaliador auxiliar (B) que esta posicionado em um ponto médio entre 200 e 300 metros. Na altura de 30 segundos, o avaliador A anuncia com a palavra “trinta”. No momento dos 40 segundos o avaliador A novamente anuncia com as palavras “atenção” e “já”. Nesse momento o avaliador B observou o último pé que estava em contato com o solo, e esse ponto foi assinalado como ponto de referência determinando a distância percorrida. Cada indivíduo faz seu aquecimento; ao final do teste, o avaliado não interrompe bruscamente a corrida; o teste foi realizado em uma pista de atletismo com 338 metros; a capacidade anaeróbica láctica é o resultado em metros da corrida de 40 segundos.
Teste de correr / andar de Cooper
A pista onde o teste foi realizado tem 338 metros; os indivíduos são alertados de que eles poderiam caminhar, ao sentir-se cansados, mas eles deveriam percorrer a maior distância possível durante 12 minutos; a metade dos indivíduos executa o teste, enquanto a outra controla as distâncias percorridas; ao final dos 12 minutos, o instrutor apita; as distâncias, com aproximação dos últimos 10 metros percorridos, serão registradas para efeitos de cálculo.
Os resultados encontrados foram tabulados em planilhas do Excel. Para analisar o inter relacionamento entre as diferentes variáveis foi utilizado o teste de co-relação de Pearson. Utilizou-se como critério para rejeição da hipótese uma probabilidade de p menor ou igual a 0,05.
Resultados e discussão
ASTRAND e RODAHL (1980) demonstraram em seus estudos que durante um trabalho leve a energia necessária para suprir este esforço pode ser produzida quase que exclusivamente pelo processo metabólico aeróbico. Entretanto, parece que num exercício de maior intensidade, o processo metabólico anaeróbico (o desdobramento do ATP e sua ressíntese pela fosfocreatina) contribui com a energia no começo do exercício (primeiros 10 a 15 segundos) até que o sistema do ácido lático (glicólise anaeróbica) passe a ser dominante no suprimento de energia, cedendo seu lugar por último, ao sistema oxidativo ou processo metabólico aeróbico que atua suprindo quase que completamente as necessidades energéticas. De fato os autores encontraram que com um tempo de trabalho de 2 a 4 minutos, a potência anaeróbica é mais importante (dominante) do que a potência aeróbica. Mais ou menos aos 2 minutos de trabalho, ambos os sistemas contribuem com uma parcela de 50% de energia, e se o exercício prosseguir a potência aeróbica passa a ser dominante.
Baseado nestas informações verifica-se que aparentemente, seria raro encontrar evidências que um indivíduo obtenha bons resultados em ambos os processos metabólicos.
Para certificar-se dessa provável verdade aplicou-se o teste de Margaria que verifica a capacidade anaeróbica alática, o teste de Matsudo que verifica a capacidade anaeróbica lática e o teste de Cooper que verifica a capacidade aeróbica. Foi possível por meio dos resultados fazer a co-relação dos dados dos indivíduos testados. Comprovou-se então a raridade de encontrar sujeitos com alto rendimento nos três testes. Como se referem os autores sitados acima.
A co-relação entre homens e mulheres, como mostra a tabela 01, confirma que não há probabilidade de altos rendimentos entre os indivíduos no teste de Cooper e no teste de margaria. Já no teste de Cooper e no teste de Matsudo existe probabilidade, assim como no teste de Margaria e no teste de Matsudo.
Tabela 01. Correlação mista
Teste de Cooper (distância) x Teste de Margaria (Hp) |
0,173 |
Teste de Cooper (distância) x Teste dos 40s (distância) |
0,612 |
Teste de Margaria (Hp) x Teste dos 40s (distância) |
0,529 |
Na co-relação feminina apresentada na tabela 02 nos demonstra que não há probabilidade de altos rendimentos no teste de cooper e margaria, não havendo também no teste de margaria e matsudo. Entretanto no teste de Cooper e matsudo existe probabilidade de alto desempenho para os dois testes.
Tabela 02. Correlação femenina
Teste de Cooper (distância) x Teste de Margaria (Hp) |
0,583 |
Teste de Cooper (distância) x Teste dos 40s (distância) |
0,723 |
Teste de Margaria (Hp) x Teste dos 40s (distância) |
0,420 |
Entretanto a co-relação masculina nos mostra que não há probabilidade de altos rendimentos no teste de cooper , margaria e matsudo. Indicando chances de alto desempenho apenas no teste de cooper e no teste de matsudo.
Tabela 03. Correlação masculina
Teste de Cooper (distância) x Teste de Margaria (Hp) |
0,133 |
Teste de Cooper (distância) x Teste dos 40s (distância) |
0,758 |
Teste de Margaria (Hp) x Teste dos 40s (distância) |
0,170 |
Analisando estes resultados pode-se verificar que todos os indivíduos apresentaram altos rendimentos no máximo em dois testes, mas nenhum nos três testes.
O consumo de oxigênio e o consumo máximo de oxigênio são duas variáveis de fundamental importância em todos os estudos fisiológicos sobre o esforço físico. O consumo de oxigênio é o fenômeno que mede o gasto de energia em qualquer atividade física. (KISS, 2003).
No presente estudo observamos estas varáveis no teste de 12 minutos de Cooper, que é uma forma de se medir a capacidade aeróbia de um indivíduo e está relacionado com o consumo máximo de oxigênio (VO2max) que pode ser conseguido durante um determinado trabalho físico. De acordo com os resultados apresentados no gráfico 01, verifica-se as diferenças de resultados entre homens e mulheres, no que se refere ao VO2max . Entre as mulheres o menor encontrado foi em torno de 8,53, enquanto que o menor VO2max dos homens foi em torno de 13,43. (Cooper 1972).
Gráfico 01
Para McArdle, Katch e Katch (1992) e Matsudo (1987), o teste de 40 segundos, tendo em vista o seu tempo de duração, utiliza o sistema de energia a curto prazo da glicose, sem a participação significante do oxigênio.
Segundo o autor, o teste de 40 segundos parece ser uma forma válida de estimação de campo da potência anaeróbica máxima. Apresenta altos valores
de reprodutibilidade, objetividade e aplicabilidade, evidenciando alta correlação com outras medidas indiretas de potência anaeróbica. Vemos assim que a potência anaeróbica é um parâmetro importante para a avaliação do condicionamento físico anaeróbico. Observando através do gráfico 02, referente aos dados do presente estudo a significativa diferença entre as potências femininas e masculinas
Gráfico 02
Com relação ao menor tempo gasto para realizar o teste de margaria observa-se melhor desempenho no sexo masculino. Como aponta o gráfico seguinte.
Gráfico 03
Nos testes de matsudo e cooper novamente os melhores desempenhos foram do sexo masculino, ilustrados nos gráficos 04 e 05 respectivamente.
Gráfico 04
Gráfico 05
Portanto é notável a diferença entre homens e mulheres através dos testes realizados.
Conclusão
Levando em consideração os resultados obtidos, podemos dizer que o mesmo individuo não pode apresentar alto rendimento no teste de margaria, matsudo e cooper. Atráves deste laboratório podemos observar que os sujeitos testados obtiveram alto rendimento no máximo em dois testes. Portanto novamente se confirma a raridade de encontra individuos com ótima capacidade aeróbica e anaeróbica ao mesmo tempo. Portanto ou o individuo vai ter boa capacidade aeróbica, e ser candidato a maratonista se bem treinado, ou vai ter boa capacidade anaeróbica alática,e ser atleta de atividades de potência, ou ainda ter boa capacidade anaeróbia lática, e ser atleta de atletismo corrida de 400 e 800 metros.Tudo vai depender do treinamento e tipo de vibra muscular do individuo, mas certamente ele nunca vai ser atleta das três modalidades e sim de uma.
Referencias bibliográficas
ASTRAND, P. O. ; RODAHL, K. Tratado de Fisiologia do Exercício. Rio de Janeiro: Ed. Interamericana, 1980.
COOPER, Kenneth H. Capacidade aeróbica. 2. ed. Rio de Janeiro: Forum Editorial, 1972.
KISS, M. A. P. D. Esporte e Exercício: Avaliação e Prescrição. São Paulo: Ed. Roca, 2003.
MARGARIA, R.: AGHEMO, P.: ROVELLI, E. Measurementof muscular power (anaerobic) in man. J.Appl.Physiol. 21: 1662-1664, 1996.
MATSUDO, V. K. R. Testes em ciências do esporte. São Paulo: Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano, 1987.
MATSUDO, V.K.R. Testes em Ciência do Esporte. São Paulo: Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano, 1983.
MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I. ; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: ergometria, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Interamericana, 1992.
WEINECK, J. Treinamento Ideal. 9ª Ed. São Paulo: Ed. Manole, 1999.
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