Alterações decorrentes da prática de musculação em uma paciente soropositivo: um estudo de caso Los cambios resultantes de la práctica de musculación en una paciente con HIV: un estudio de caso |
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Universidade Estadual do Centro Oeste, UNICENTRO Irati, PR (Brasil) |
Tatiane Boruch |
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Resumo A combinação de fatores como a influência benéfica da atividade física de moderada intensidade sobre o sistema imunitário; o bem-estar psicológico causado pelo exercício, em virtude de sua capacidade de reduzir o estresse, a ansiedade e a depressão; e a possibilidade de reforçar a auto-estima e a autoconfiança, é apontada como a provável explicação para o benefício geral da atividade física nesses pacientes, pensando nisso elaboramos um estudo de caso para acompanhar uma mulher portadora do vírus HIV de 29 anos ao inicio de suas atividades física em uma academia da cidade de Prudentópolis – Paraná. Este estudo teve como objetivo investigar alterações que venham a ocorrer na paciente devido à posologia de L-Arginina, proporcionando dessa forma uma melhora na qualidade de vida da paciente. A paciente estudada freqüentava a academia três vezes na semana, após o seu horário de trabalho. No inicio das atividades foram coletados alguns dados da paciente estudada como o peso e algumas circunferências corporais. Suas atividades perduraram por três meses, sendo que ao final das mesmas foram feitas à mesma coleta de dados. Unitermos: L-Arginina. Recurso ergogênico. Qualidade de vida. HIV.
Abstract The combination of factors such as the beneficial influence of physical activity of moderate intensity on the immune system; the psychological well-being caused by exercise, by virtue of its ability to reduce stress, anxiety and depression, and the possibility of enhancing self-esteem and confidence, is seen as a likely explanation for the overall benefit of physical activity in these patients , thinking that we prepared a case study to follow a woman with HIV for 29 years to the start of their physical activities in a gym in the city of Prudentópolis - Paraná. This study aimed to investigate changes that occur in the patient because the dosage of L-Arginine, thereby providing an improved quality of life of the patient. The patient studied was attending the gym three times a week, after his working hours. At the beginning of the activities were collected some data from the patient studient how weight and some body circumferences.Activities lasted for three months, and at the end of the same were made to the same data. Keywords: L-Arginine. Appeal ergogenic. Quality of life. HIV.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 154, Marzo de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
O Vírus da Imunodeficiência Humana, conhecido como HIV (sigla originada do inglês: Human Immunodeficiency Virus), é um vírus pertencente à classe dos retrovírus e causador da síndrome da imunodeficiência adquirida AIDS (AIDS. GOV. 2010).
Ao entrar no organismo humano, o HIV age no interior das células do sistema imunológico, responsável pela defesa do corpo. As células de defesa mais atingidas pelo vírus são os linfócitos CD4+, justamente aquelas que comandam a reposta específica de defesa do corpo diante de agentes como vírus e bactérias. (AIDSBRASIL. 2010)
Segundo o Ministério da Saúde, o HIV tem a capacidade de se ligar a um componente da membrana dos linfócitos, o CD4, e penetrar nessas células, para poder se multiplicar. O HIV vai usar o DNA da célula para fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe a célula e os novos vírus caem na corrente sanguínea, indo buscar outras células para continuar sua multiplicação.
As células do sistema imunológico de uma pessoa infectada pelo vírus começam então a funcionar com menos eficiência e, com o tempo, a capacidade do organismo em combater doenças comuns diminui, deixando a pessoa sujeita ao aparecimento de vários tipos de doenças e infecções. A infecção humana pelo vírus HIV provoca uma moléstia complexa denominada síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).
O HIV pode levar vários anos, entre o momento da infecção até o surgimento dos primeiros sintomas. Esta fase se denomina de assintomática, pois a pessoa não apresenta nenhum sintoma ou sinal da doença. Este período entre a infecção pelo HIV e a manifestação dos primeiros sintomas da AIDS irá depender, principalmente, do estado de saúde da pessoa.(ABC DA AIDS, 2010)
Denomina-se fase assintomática o estágio em que a pessoa infectada não apresenta qualquer sintoma. Esse período de latência do vírus é marcado pela forte interação entre o sistema imune e as constantes e rápidas mutações do vírus. Durante essa fase, os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. (ABC DA AIDS, 2010)
A fase sintomática corresponde à redução crítica de células T, tipo CD4, que chegam abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Adultos saudáveis possuem de 800 a 1200 unidades. Nessa fase, surgem os sintomas típicos da AIDS, tais como: diarréia persistente, dores de cabeça, contrações abdominais, febre, falta de coordenação, náuseas, vômitos, fadiga extrema, perda de peso, câncer. (ABC DA AIDS, 2010)
A transmissão do vírus pode ocorrer por: (FAMEMA, 2010)
Transmissão sangüínea: troca de seringas em caso de toxicomania, por via intravenosa (picadas) e transfusões de sangue recebidas até junho de 1987 (até esta data não existia a obrigatoriedade de testes anti-HIV nos bancos de sangue).
Transmissão sexual: esperma, mas também liquido prostático, secreções vaginais e sangue menstrual.
As práticas que colocam em contato mucosas com secreções genitais contaminadas são de alto risco.
Transmissão feto-materna: durante a gravidez, através da placenta, ou durante o parto.
A transmissão só é possível se existe penetração do liquido contaminado no organismo sadio. Devem se cumprir obrigatoriamente 2 condições:
O vírus tem que estar em quantidade suficientemente importante no liquido contaminante.
O vírus tem que encontrar uma porta de entrada para penetrar no organismo. As portas de entrada podem ser lesões das mucosas (genital, anal, bucal) ou lesões de pele.
Sua prevenção se da pela utilização da camisinha, e atualmente é o único meio de se prevenir. Toda prática sexual sem a proteção de uma camisinha é de risco, mesmo sendo um único contato. O risco de contaminação é maior para as mulheres do que para os homens, na medida em que a penetração fere mais facilmente a mucosa vaginal que a do pênis. O risco aumenta se a mucosa estiver irritada pela presença de uma doença venérea, ou durante a menstruação.
Os primeiros casos de pessoas infectadas datam os anos de 1977 e 1978, nos Estados Unidos, Haiti e África Central, mas classificou-se como a nova síndrome somente em 1982. No ano de 1980 surgiu o primeiro caso no Brasil, em São Paulo, mas também só classificado em 1982. (BRASIL, 2010)
Ainda assim, a infecção pelo HIV continua crescendo em todo o mundo, principalmente entre as mulheres, e permanece sem cura. Porém, com o adequado tratamento antiretroviral, é possível viver por um longo período de tempo de forma produtiva e com boa qualidade de vida dos pacientes. (PALERMO, FEIJÓ. 2003)
Desde a sua identificação até os dias atuais, a infecção pelo HIV e a AIDS têm sido responsável por um grande número de estudos científicos desenvolvidos por pesquisadores do mundo inteiro. Desde 1996 a terapia antiretroviral deu um salto de qualidade com a inclusão dos inibidores da protease, iniciando o advento da terapia antiretroviral de alta atividade, conhecida como HAART (‘highly ative antiretroviral therapy’). (PALERMO, FEIJÓ. 2003)
A epidemia de Aids cresceu entre as mulheres, mas poucos estudos têm colaborado para melhorar, em uma dimensão mais integral, o acolhimento e a assistência à mulher portadora dessa patologia, bem como o tratamento clínico da infecção nesse grupo (TUNALA, 2008).
No mundo em que vivemos cada vez mais a mulher tem mais ocupações, ou até mesmo jornada dupla de trabalho, além disso, há também seu tratamento e o fator psicológico de existir sorologia positiva para o HIV. Assim, “quanto maior o estresse psicológico, como ansiedade, depressão, auto estima, comuns em pacientes HIV/AIDS, maior a probabilidade de avanço da infecção para AIDS”. (EIDAM et al, 2005)
Atualmente existem informações suficientes para sugerir que os exercícios físicos não são contra-indicados para pacientes com HIV, podendo, ao contrário, trazer benefícios físicos e psicológicos.
A L-Arginina é precursora na gênese do Óxido Nítrico. O Óxido Nítrico é uma molécula, que apresenta múltiplas funções no organismo. Dentre estas, temos a estimulação da resposta imunológica mediada por linfócitos e macrófagos; a redução da hiperagregabilidade plaquetária e a manutenção do tônus vascular na regulação da pressão arterial, que envolve um equilíbrio dinâmico entre o Óxido Nítrico e as endotelinas” (BALONNE, 2005).
O Óxido Nítrico, produzido nas células endoteliais a partir da L-Arginina, determina uma vaso dilatação. A L-Arginina aumenta a liberação do hormônio do crescimento, que se encontra diminuída em indivíduos idosos. Existem evidências, também, demonstrando a ação benéfica da L-Arginina nos processos de cicatrização. O aspartato de L-Arginina age como defatigante e nos diversos tipos de astenia. Age, também, como coadjuvante no tratamento dos processos infecciosos em geral, inclusive nos causados pelo estresse. O aspartato de L-Arginina reforça, ainda, a capacidade muscular (BALLONE,2005).
A combinação de fatores como a influência benéfica da atividade física de moderada intensidade sobre o sistema imunitário; o bem-estar psicológico causado pelo exercício, em virtude de sua capacidade de reduzir o estresse, a ansiedade e a depressão; e a possibilidade de reforçar a auto-estima e a autoconfiança, é apontada como a provável explicação para o benefício geral da atividade física nesses pacientes. (LEITE e GORI. 2004)
Pensando nisso elaboramos um estudo de caso para acompanhar uma mulher portadora do vírus HIV de 29 anos ao inicio de suas atividades física em uma academia da cidade de Prudentópolis – Paraná.
2. Objetivos
Investigar alterações que venham a ocorrer na paciente devido à posologia de L-Arginina.
Analisar os resultados encontrados nos exames realizados com a paciente.
Proporcionar uma melhora física e psicológica na qualidade de vida da paciente.
3. Métodos
A paciente estudada, de 29 anos, divorciada e confeiteira. Identificou sua soropositividade a três anos atrás ao realizar os exames rotineiros do pré-natal. Passou a freqüentar a academia três vezes na semana (segunda, quarta e sextas-feiras), após o seu horário de trabalho. No inicio das atividades foram coletados alguns dados da paciente estudada como o peso e algumas circunferências corporais. O principal objetivo da paciente estuda era a perda de peso. Suas atividades perduraram por três meses, sendo que ao final das mesmas foram feitas à mesma coleta de dados.
Os dados foram coletados com materiais simples, como uma balança e fita métrica comum, permanecendo os mesmo instrumentos até o final do estudo.
Foi prescrito para a paciente uma série de musculação (Tabela 01), série essa que levou em consideração que a paciente estudada era iniciante, por isso a maioria dos exercícios utilizavam-se de máquinas e aparelhos. Sabemos que até que o aluno aprenda, ou melhor, automatize os movimentos, é importante que o movimento seja realizado de forma correta (pois o aparelho ou máquina, não deixa o aluno bem acomodado) e que a postura esteja sempre adequada ao exercício e ao músculo a ser trabalhado, sem causar lesões e até mesmo a interrupção do treinamento por lesões. Foram prescritos exercícios para membros inferiores, superiores, ombros, peito, costas e abdômen.
Tabela 01. Serie de exercícios de musculação utilizada pela paciente
Exercícios |
Séries |
Repetições |
Carga |
Leg Press |
4 |
12 |
25 kg |
Adutor |
4 |
12 |
15 kg |
Abdutor |
4 |
12 |
15 kg |
Voador |
3 |
12 |
15 kg |
Pulley costas |
3 |
12 |
15 kg |
Remada Sentada |
3 |
12 |
15 kg |
Elevação Lateral (halter): |
3 |
12 |
03 kg |
Elevação Frontal (halter) |
3 |
12 |
03 kg |
Abdominal |
4 |
10 |
--- |
Aeróbico |
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Esteira |
Inicio |
30 minutos |
|
Bicicleta |
Final |
15 minutos |
|
Nos três últimos dias de acompanhamento foi realizado um teste simples de caminha na esteira ergométrica, com duração de trinta minutos e velocidade variando de 5,4 a 5,7Km/h. Nesse teste observamos sua freqüência cardíaca em repouso, freqüência cardíaca durante o teste, pressão arterial pré teste e pós teste. Onde a cada dia do teste submetemos a paciente estudada a ingestão de um “suplemento” quinze minutos antes de sua atividade para que ao final do teste fosse realizada a coleta de sangue, para acompanhar quaisquer alterações. A coleta de sangue se deu em um laboratório de análises clínicas.
No primeiro dia a paciente estuda foi submetida à ingestão de uma cápsula contendo apenas amido de milho, mas onde essa informação não lhe foi dada. No segundo e no terceiro dia de teste a paciente estuda foi submetida à ingestão de 500mg de L-Arginina.
4. Resultados
Podemos observar que houve uma redução nas medidas (Tabela 02), deixando surpresa a paciente estudada. Essa variações são de: Peito 6,66% para mais, já as demais medidas para menos como,: Braço Direito - 10,45%; Braço Esquerdo – 6,07%; Abdômen – 3,52%; Cintura – 1,21%; Quadril – 1,79%; Coxa direita – 5,18%; Coxa esquerda – 6,04%. Com isso podemos notar uma boa alteração do valor do Índice de Massa Corporal - IMC, que no inicio das atividades era de 30,10, passando pós treino para 28,19, com uma redução de 6,35%, o que ainda há mantém no nível de acima do peso, mas que está mais próximo do outro nível que é marginalmente acima do peso, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Tabela 02. Variação de medidas circunferênciais e peso
Membros |
Medidas Pré |
Medidas pós |
Peito |
90 |
96 |
Braço Direito |
33,5 |
30 |
Braço Esquerdo |
33 |
31 |
Abdômen |
99,5 |
96 |
Cintura |
83 |
82 |
Quadril |
112 |
110 |
Coxa Direita |
58 |
55 |
Coxa Esquerda |
58 |
54,5 |
Peso |
79 Kg |
74 Kg |
Os resultados obtidos com relação à freqüência cardíaca atingida (Tabela 03), durante os três dias de teste manteve-se dentro da Zona -Alvo.
Tabela 03. Freqüências Cardíacas atingida.
Tempo 1ºDia Bpm 2º Dia Bpm 3º Dia Bpm
0 min / FC Repouso
98
94
85
Até 6 min
139
139
132
7
141
139
141
8
149
137
142
9
146
142
140
10
146
142
139
11
148
139
144
12
150
142
148
13
146
140
146
14
142
141
140
15
146
155
149
16
145
143
143
17
148
143
145
18
150
143
140
19
156
143
145
20
200
146
146
21
149
144
147
22
169
144
148
23
155
140
146
24
186
162
146
25
165
147
144
26
130
147
147
27
138
145
148
28
175
148
149
29
155
147
151
30
149
148
155
Podemos observar que a FC do 2º dia ficou mais estável, não dando alterações bruscas como no 1º dia. Conversando com a paciente, ela nos informou que a única diferença do Segundo para o Terceiro dia, foi à ingestão de uma maior quantidade de café, sendo que no terceiro dia ela não ingeriu as mesmas quantidades que nos dois primeiros dias. Sendo que para o estudo essa informação não será levada em consideração.
Também foi aferido sua Pressão Arterial (Tabela 04) antes do inicio do teste e pós teste.
Tabela 04. Valores Relacionadas a Pressão Arterial (em mmHg)
Pré Teste
Pós Teste
1o dia
10 x 8
14 x 8
2o dia
10 x 8
12 x 8
3o dia
10 x 7
10 x 8
Foram realizadas coletas de sangue para avaliar os resultados obtidos, pós teste através do exame de Sangue – Hemograma (Tabela 05), coleta esta feita em Laboratório de Análises Clínicas, lembrando que a ela é portadora do vírus HIV.
Sendo que no primeiro dia do teste final, foi submetida a paciente a uma cápsula placebo, contendo apenas amido de milho quinze minutos antes da realização do mesmo. E nos outros dois dias com a Suplementação de uma cápsula de 500mg de L-Arginina, também com quinze minutos de antecedência.
Tabela 05. Valores expressos pelos Hemogramas realizados
Coleta 01
Coleta 02
Coleta 03
Série Vermelha
Hemácias
4,42 milh./mm3
4,39 milh./mm3
4,36 milh./mm3
Hemoglobina
11,90 g/dl
11,90 g/dl
11,50 g/dl
Hematocrito
38%
38%
37%
V.G.M
86 u3
87 u3
85 u3
H.G.M
27 pg
27 pg
26 pg
C.H.G.M
31%
31%
31%
Série Branca
Leucócitos
6.330
6.650
5.650
Blastos
0
0
0
Promielocitos
0
0
0
Mielocitos
0
0
0
Metamielocitos
0
0
0
Bastonetes
4 253
2 133
3 170
Segmentados
46 2.912
52 3.458
39 2.204
Eosinofilos
9
9 599
15 848
Basofilos
0
0
0
Linfócitos
36 2.279
30 1.995
38 2.147
Linfócitos Atípicos
0
0
0
Monócitos
5 317
7 466
5 283
Plaquetas
251.000/mm3.
234.000/mm3.
268.000/mm3
Quanto aos resultados acreditamos que tenham sido satisfatórios, uma vez que a F.C da paciente estudada sempre se manteve se não dentro, próxima da Zona Alvo. O objetivo da paciente foi alcançado, o qual era a perda de peso, de forma saudável e satisfatória. Com relação a utilização da L-Arginina, tida neste estudo de caso como o Recurso Ergogênico utilizado, analisamos às Variáveis metabólicas, onde foram realizadas coletas de sangue da paciente estudada nos dias do teste final.
Nos resultados obtidos através dos Hemogramas (Tabela 04) pudemos observar que houve uma pequena alteração nos números vistos na primeira coleta, em comparação com a última, como por exemplo, as Hemácias 4,42 milh./mm3 (Placebo) e 4,36 milh./mm3 (Suplementação) tendo uma variação de 1,36% para menos, e as Plaquetas 251.000/mm3 (Placebo) e 268.000/mm3 (Suplementação) tendo uma variação de 6,77% para mais, notamos uma pequena variação, com o aumentado dos valores, mas não se tornando satisfatório.
Pudemos perceber que a F. C do 2º dia de teste ficou mais estável variando entre 94 a 147 bpm, não dando alterações bruscas como no 1º dia 98 a 159 bpm. Conversando com a paciente, ela nos informou que a única diferença do Primeiro para o Segundo dia é que no primeiro ela ingeriu, como de costume, uma maior quantidade de café, e que no segundo ela não o fez. Não podemos afirmar nada com isso, mas foi a única alteração que a paciente nos informou.
Conversando com a paciente, ela relatou que depois que começou a exercitasse, muitas coisas mudou com relação ao seu físico. Entre melhoras psicológicas, melhora na alta estima e também melhora da qualidade de seu sono. Conta também, que nos dias em que freqüenta a academia, sente uma menor compulsão por comer.
Seu peso no dia de inicio das atividades era de 79 kg, e no final das atividades acompanhadas é de 74 kg, tendo uma perda (saudável) de 6,33% do peso (5 kg).
5. Conclusão
A condição de sorologia positiva para o vírus HIV implica em várias alterações físicas ou orgânicas, sociais e psicológicas. As alterações orgânicas são decorrentes, pela existência do próprio vírus no organismo, ocasionando assim alterações na composição corporal. No entanto, o uso de anti-retrovirais também pode ocasionar, entre outras alterações orgânicas: o aumento do LDL colesterol e colesterol total, o aumento de gordura localizada, o aumento dos triglicerídeos, o desenvolvimento de neuropatias, pancreatite, dislipidemias, osteoporose, acidose láctica. Além dessas alterações físicas ou orgânicas, destacam-se ainda as alterações psicológicas bem como a ansiedade, a depressão e outros transtornos psiquiátricos e sociais como o isolamento, ambas podem ser ocasionadas pelo estresse devido à condição de sorologia positiva para o vírus HIV.
De acordo com o material literário encontrado, a infecção pelo HIV/AIDS reduz a qualidade de vida do indivíduo portador do vírus. Informações estas que reforçam a atividade física como uma ferramenta fundamental na abordagem terapêutica de pacientes portador do HIV/AIDS, com o objetivo de melhorar e aumentar a sua qualidade de vida.
É preciso estimular uma menor dependência funcional, com a prática exercícios físicos regulares, assim como encorajar estes pacientes a levar uma vida social regularmente.
O treinamento físico é realmente uma estratégia para os pacientes de sorologia positiva para o vírus HIV, visto que pode gerar vantagens nos aspectos cardiorrespiratórios, musculares, antropométricos e psicológicos.
Foi constatado com o nosso trabalho, que a prática de exercícios físicos trouxe realmente inúmeros benefícios para a paciente estudada portadora do vírus HIV, como foi visto nos resultados e levando em consideração ainda a repercussão positiva em sua qualidade de vida, física, social e psicológica, como era previsto desde o início dos estudos.
Referências
BALLONE, G.J. – L_Arginina - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, 2005, acessado em 16 de Abril de 2010.
EIDAM, C.L.; LOPES, A. S.; OLIVEIRA, O.V. Prescrição de Exercícios Físicos para Portadores do Vírus HIV. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Vol. 13, No 3, 2005
http://www.abcdaids.com.br/ Acessado em 17 de Abril de 2010.
http://www.aids.gov.br/ Acessado em 17 de Abril de 2010.
http://www.aidsbrasil.com/ Acessado em 05 de Abril de 2010.
http://www.famema.br/ligas/lapa/faq.html Acessado em 30 de Abril de 2010.
LEITE, G.E.; GORI, R.M.A. Atividade Física para portadores do vírus HIV: investigando a realidade Jataiense. Pensar a Prática. Mar 2004.
PALERMO, P.C.G.; FEIJÓ, O.G. Exercícios Físicos e Infecção pelo HIV: atualização e recomendações. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício. Vol. 2, No 3, Set/Dez 2003.
TUNALA, L.G. Fontes Cotidianas de estresse entre mulheres portadoras do HIV. Revista Saúde Pública. Vol. 36, 2002.
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