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O nível de ansiedade de atletas de futebol da categoria sub 18

Nivel de ansiedad de jugadores de fútbol de la categoría sub 18

Anxiety level of soccer players of the sub category 18

 

*Graduado em Licenciatura Educação Física, UNOPAR

**Graduado em Licenciatura Educação Física, UNOPAR

**Pós Graduado em Futebol Instituto Wanderlei Luxemburgo

(Brasil)

Eduardo Mosconi Magro*

Nilton Andrade da Silva**

metanolnil@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          A psicologia do esporte tem um papel importante no rendimento do jogador dentro de uma partida de futebol e vem sendo uma das áreas emergentes no esporte de auto rendimento. A ansiedade pode melhorar ou piorar o desempenho do atleta de futebol. O objetivo geral foi avaliar o nível de ansiedade de atletas de futebol da categoria sub 18. Participaram do estudo 36 atletas de futebol masculino da Copa Paraná Sub 18, 2010 e da 51ª Copa Tribuna de Futebol Sub 18, 2010, pertencente à equipe da Junior “Team” Futebol S/S Ltda, Roma Esporte de Apucarana S/A Ltda e Esporte Clube Laranja Mecânica equipes do Estado do Paraná. Foram utilizados no estudo os seguintes instrumentos: o Questionário Geral de Identificação, Questionário de Ansiedade Competitiva e o Questionário de Auto-eficácia no Futebol. O aumento do nível de ansiedade somática refere-se às percepções dos sintomas corporais causados pela ativação do sistema nervoso autônomo, o organismo entra em estado de alerta, já o aumento no nível de ansiedade cognitiva tem haver com as preocupações e expectativas negativas do rendimento trás problemas para o rendimento do atleta de futebol. A autoconfiança é um aspecto que tem relação com o nível de ansiedade somática e cognitiva e pode interferir no desempenho dos atletas. A auto-eficácia refere-se ao ato de julgamento que o atleta faz de sua capacidade para desempenhar determinada habilidade no rendimento esportivo. O resultado da porcentagem do nível de Ansiedade Somática apresentou Nada 52%, Um Pouco 33%, Bastante 11% e Muito 4%; o nível de porcentagem de Ansiedade Cognitiva apresentou Nada 35%, Um Pouco 29%, Bastante 18% e Muito 18%; o nível de porcentagem da autoconfiança apresentou Nada 8%, Um Pouco 19%, Bastante 42% e Muito 31%. De acordo com os resultados obtidos e analisados concluímos que os atletas de futebol da categoria sub 18 apresentam níveis de ansiedade que podem prejudicar seu desempenho na competição e assim seria importante existir um trabalho voltado para orientação dos níveis de ansiedade dos atletas nos clubes para que os objetivos sejam alcançados de maneira mais fácil.

          Unitermos: Adolescentes. Ansiedade. Atleta. Futebol.

 

Abstract

          The psychology of sport has an important role in the performance of the player within a game of soccer and has been one of the emerging areas in the sport of auto revenue. Anxiety can improve or worsen the performance of the soccer player. The overall objective was to evaluate the anxiety level of soccer players under 18 category. The study included 36 athletes from men's soccer World Cup Paraná Sub 18, 2010 and the 51º Cup Tribune Soccer Sub 18, 2010, on staff at the Junior Team Soccer S/S Ltda, Rome Sports Apucarana S/A Ltda and Sports Club Orange Mechanical, teams in the State of Parana. Were used to study the following instruments: the General Identification Questionnaire, Competitive Anxiety Questionnaire and the Questionnaire Self-Efficacy in soccer. The increased level of somatic anxiety refers to perceptions of bodily symptoms caused by activation of the autonomic nervous system, the body enters a state of alert since the increase in the level of cognitive anxiety has to do with the concerns and expectations yield negative behind problems for the efficiency of the soccer player. Self-confidence is one aspect that has to do with the level of cognitive and somatic anxiety and can interfere with the performance of athletes. Self-efficacy refers to the act of judging that the athlete makes his ability to perform a particular skill in sports performance. The result of the percentage of the level of Somatic Anxiety presented Nothing 52%, A Little 33%, Quite 11% and Very 4%, the percentage level of cognitive anxiety presented Nothing 35%, A Little 29%, Quite 18% and Very Pretty 18 %, the percentage level of confidence presented Nothing 8%, A little 19%, Quite 42% and Very 31%. According to the results obtained and analyzed conclude that soccer players have 18 sub category levels of anxiety that can affect their performance in competition and would thus be an important work facing orientation of the anxiety levels of athletes in the clubs for objectives are achieved more easily.

          Keywords: Adolescents. Anxiety. Athlete. Soccer.

 

          Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Educação Física. Orientador: Prof. Dr. Helio Serassuelo Junior

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 154, Marzo de 2011. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A modalidade esportiva mais comentada e praticada não só no Brasil, mas no mundo inteiro, é o futebol, sendo que a maioria das crianças e adolescentes, o grande sonho seria um dia ser jogador de futebol, jogar em clubes de tradição e futuramente ser reconhecidos nacionalmente e internacionalmente.

    O futebol, quando modalidade esportiva cultural tem evoluído nos detalhes fundamentais para se vencer um jogo, seja ele na categoria juvenil ou profissional, assim vencer é muito importante. (SOUZA, 1996).

    O jogador de futebol precisa de treinos técnicos, físicos e táticos que são importantes na conquista da vitória de cada jogo, sendo o objetivo principal obter o sucesso em cada partida e para que isso aconteça nos dias atuais à psicologia esportiva vem sendo utilizada para alcançar este objetivo.

    Conforme Coqueiro e Honorato (2008) a psicologia do esporte tem um papel importante no rendimento do jogador dentro de uma partida de futebol, seja ela amadora ou profissional. Esta ciência é considerada como uma das áreas emergentes no esporte de auto rendimento, pois treinadores e atletas recebem programas de treinamento psicológico, para um melhor resultado em competições de auto rendimento.

    Segundo Brandão (2000) a ansiedade e alguns fatores emocionais são reconhecidos há muitos anos, porém, seus estudos com profissionais no esporte tomaram impulso a partir dos anos 60. A ansiedade é uma reação emocional onde o atleta sofre resultados positivos ou negativos, podendo influenciar no seu desempenho durante uma partida de futebol.

    A ansiedade prepara o atleta para lidar com situações danosas como punições, ou qualquer ameaça pessoal, tanto física como mental. Neste caso a ansiedade prepara o organismo para tomar as medidas necessárias, para diminuir suas conseqüências, sendo uma reação natural e necessária, para auto-preservação. (ROSITO, 2008).

    A ansiedade na competição é um problema preocupante para os indivíduos envolvidos no futebol. Com a pressão psicológica, imposta pela competição, muitos agentes têm dificuldade em lidar com as exigências competitivas (CRUZ, 1996).

    A maioria dos atletas não consegue controlar sua ansiedade, e dentro de uma determinada partida de futebol acabam cometendo erros de passes, chutes a gol e algumas vezes se tornam até agressivos e violentos. A maior parte dos atletas sente uma pressão muito grande nos jogos e competições, entrando em estado de tensão e preocupação, prejudicando seu desempenho dentro da partida. (ROMÁN e SAVOIA, 2005).

    No futebol existe uma preocupação por parte dos atletas em relação ao seu rendimento nos treinamentos e nas partidas oficiais, se o jogador não estiver bem fisicamente e psicologicamente, corre o risco de ficar fora da escalação para a próxima partida, assim os atletas começam a desenvolver a ansiedade, ficam estressados, e acabam não rendendo o seu melhor, cometem erros infantis e prejudicam a sua equipe.

    Segundo Rosito (2008) ainda não temos material de pesquisa de estudos da psicologia do esporte suficiente para entender o desempenho dos atletas diante das variáveis psicológicas.

2.     Objetivos

2.1.     Objetivo geral

    Avaliar o nível de ansiedade de atletas de futebol da categoria sub 18 que participaram da Copa Paraná Sub 18 e da Copa Tribuna de Futebol Sub 18.

2.2.     Objetivo específico

    Avaliar o nível de ansiedade cognitiva, somática, autoconfiança e o nível de auto-eficácia dos atletas de futebol da categoria sub 18.

3.     Revisão de literatura

3.1.     História do futebol

    O futebol foi trazido para o Brasil por intermédio de Charles Milller, brasileiro filho de ingleses, que em 1894 após chegar ao Brasil de um período de estudo na Inglaterra, trouxe duas bolas e um manual das regras. Alguns estudos comprovam que mesmo antes da chegada de Miller já havia bolas e algumas partidas de futebol realizadas no Brasil, mas por seu intermédio é que se desenvolveu a pratica do futebol. (SOUZA, 1996).

    Na atualidade o futebol é uma das modalidades esportivas mais procuradas para pratica no Brasil. As crianças e adolescentes escolhem o futebol como futura profissão e é ai que começa o problema, pois não há um conhecimento de que para se tornarem atletas de futebol terão que passar por muitas adversidades. Um dos fatores que mais incomoda o jogador de futebol desde a categoria de base até chegar ao profissionalismo é a ansiedade que ele convive na véspera do jogo da competição. (FABIANI, 2009).

    De acordo com Souza (1996) todos os dias vários comentários são realizados nas rodas de amigos, sobre o jogo de futebol realizado ou que será realizado, sem dúvida nenhuma o futebol é uma paixão nacional, pois a mídia não deixar passar nenhum assunto em branco.

    O futebol brasileiro com seu estilo de jogo, mencionado em todo o planeta como possuidor dos melhores atletas e estes sendo disputados por outros clubes de nível nacional e internacional, faz com que os clubes brasileiros se organizem para tentar minimizar o nível de ansiedade dos atletas nas competições. (DAOLIO, 1998).

    O futebol além de esporte competitivo proporciona ao público um grande espetáculo, que é caracterizado pela imprevisibilidade, tem o poder de dividir e unir ao mesmo tempo o público é um esporte que proporciona uma excitação agradável, tem um forte poder de identificação coletiva. (SOUZA, 1996).

    Conforme Giglio (2007) os discussões sobre as partidas de futebol realizadas no Brasil tem os mais diversos temas, o gol perdido, o gol mais bonito, a expulsão do atleta, o impedimento marcado ou não e outros tantos assuntos criados que pelos amantes do futebol, fazendo com que haja uma interação entre eles.

    Souza (1996) cita que o futebol é um instrumento de socialização entre os povos, pois os pensamentos e as discussões esportivas são as mais variadas, promovendo assim a socialização entre pessoas que nunca se viram antes e que se esquecem por alguns minutos dos problemas particulares de suas vidas e da diferença da classe social em que vivem.

3.2.     O mundo dos negócios no futebol

    De acordo com Leoncini e Silva (2005) nos dias atuais o futebol no cenário mundial é um grande negócio. O relatório final do Plano de Modernização do Futebol Brasileiro (2000) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), observa que o futebol mundial movimenta, em média, cerca de 250 bilhões de dólares anuais.

    O Brasil está longe de aproveitar todo seu potencial financeiro no futebol, a grande maioria dos dirigentes não sabe trabalhar com ele e assim provocam a falência dos clubes. (ROMÁN e SAVOIA, 2005).

    Segundo Román e Savoia (2005) para que os clubes brasileiros tenham crescimento no mercado financeiro eles necessitam de profissionais especializados, que tenham conhecimento do mercado e saibam aproveitar as oportunidades comerciais.

    Conforme Leoncini e Silva (2005) essa necessidade está fazendo com que os clubes de futebol brasileiro mudem seu método estratégico de administração dos negócios financeiros dos clubes de futebol. Como a maioria dos clubes de futebol brasileiro tem problema financeiro, as forças econômicas e políticas fazem com que esses clubes se adéqüem ao novo sistema de profissionalismo que o mercado impõe.

    No Brasil quase não existe trabalho voltado para o futebol negócio, assim o trabalho nesta área fica difícil e ao mesmo tempo aberto para aqueles que querem desenvolver um projeto nesta área. No exterior a maioria dos livros científicos trata do futebol como um negócio de forma geral e é na Inglaterra onde se concentram a maioria destes livros. (LEONCINI e SILVA, 2005).

    De acordo com Souza (1996) o futebol é influenciado por fatores extra-campo, os resultados dos jogos dependem não só do que acontece dentro de campo, sendo assim o futebol emprega muitas pessoas nos mais variados campos de atuação, entre elas a comissão técnica, no departamento administrativo, no departamento médico e no departamento de serviços gerais.

    Sendo assim um clube de futebol tem que ter um planejamento estratégico anual bom, assim poderá realizar o pagamento de suas dividas. (PEREIRA et al., 2004).

3.3.     Marketing no futebol

    Segundo Leoncini e Silva (2005) na atualidade existem cursos de especialização em Universidades e Faculdades voltadas exclusivamente para o futebol, que tem como objetivo suprir a carência de conhecimento e experiência na transmissão de conceitos administrativos aos atuais e futuros gestores de clubes de futebol. Com o crescimento do Marketing Esportivo as parcerias entre empresas investidoras e os clubes de futebol, aumentaram nos últimos anos, assim sinalizam a necessidade de novos métodos de trabalho na gestão de negócios para o futebol no Brasil.

    Segundo Daolio (1998) a popularização do futebol no Brasil é muito grande, quando em um jogo de futebol é anunciado o público presente no estádio que chegue entorno de 10.000 pessoas a mídia relata que o estádio está vazio. Mas em comparação com o voleibol e basquetebol essa quantidade seria extremamente grande.

    Existe também em alguns jogos de campeonato a falta de ingressos para todos, pois a lotação do estádio é esgotada com cerca de aproximadamente 40.000 a 50.000 pessoas.

    A razão dessa grande torcida nos estádios é a fidelidade de seus torcedores aos clubes, que se inicia geralmente quando se é criança, pois ele torcerá pelo seu clube de futebol por toda a sua vida, mesmo quando o clube não está atravessando uma boa fase o torcedor não muda de clube, ele acredita no seu clube sofre com ele sonha em dias melhores. Essa fidelidade é expressa através de bandeira, camisa, boné e de outros objetos que tenham as cores o escudo de seu clube. (DAOLIO, 1998).

    Segundo Giglio (2007) é através dessa fidelidade é que o setor financeiro do clube deve trabalhar, utilizando o Marketing Esportivo para adquirir receita para o clube, pois todo produto criado com as cores e com o escudo do clube serão comericalizados.

    O torcedor do clube sempre tem a esperança de assistir um jogo no estádio do seu clube, mesmo que ele seja longe de onde ele resida e quando consegue este objetivo ele sempre quer levar uma lembrança do clube é ai que o Marketing Esportivo entra em ação. (DAOLIO, 1998).

    Os clubes sempre vendem sua imagem para os patrocinadores que sabem que o público fiel sempre estará no estádio ou assistindo o jogo pela televisão, ouvindo pelo rádio, é neste momento que o clube deve explorar sua imagem para conseguir recurso financeiro. (FARIA, 2007).

    De acordo com Daolio (1998) é no futebol brasileiro que a sociedade encontra o meio de expressar suas vontades emocionais mais profundas, tais como a paixão, ódio, felicidade, tristeza, prazer, dor, fidelidade, resignação, coragem, fraqueza e muitas outras. O futebol brasileiro oferece apesar de todas as contradições existentes uma forma de cidadania, onde as manifestações dentro de um estádio da torcida, dos jogadores, dos dirigentes e dos jornalistas, não podem ser analisadas de forma desvinculada de todas as outras questões nacionais, onde o rico e o pobre se unem para que seu clube seja campeão.

    Para Leoncini e Silva (2005) os cubes trabalham com o mercado consumidor do futebol de várias formas no Brasil, cada clube trabalha de uma maneira diferente do outro. Na Europa os clubes ingleses foram obrigados pelo governo britânico a fazerem uma reforma na maioria dos seus estádios, após as brigas que aconteceram nos anos 90 que terminaram com a morte de vários torcedores em Hillsborough.

    Segundo Faria (2007) na atualidade os clubes de futebol melhoram e aproveitam os meios para aumentar suas receitas e assim para se assistir um jogo de futebol no estádio na Inglaterra é igual a ir a um shopping center, existe segurança, limpeza no ambiente, estacionamento, hospitalidade, os torcedores são tratados como clientes, isso se tornou um fator reconhecido e explorado, para o aumento da renda financeira dos clubes.

    No Brasil os clubes não sabem utilizar esse método de trabalhando utilizado na Inglaterra devido à falta de profissionais capacitados nos clubes. O publico a cada ano fica mais exigente e com isso os diretores e presidentes têm que criar novos métodos de chamar a atenção dos torcedores, pois se isso não acontecer eles deixam de aumentar suas receitas. (LEONCINI E SILVA, 2005).

    Segundo Leoncini e Silva (2005) para um clube de futebol ter uma receita eficiente durante o campeonato, seu adversário mais fraco terá que ser competitivo, pois se por várias vezes o mesmo clube for campeão sem disputa acirrada durante o campeonato, o público que torce pelo seu clube de coração perderá o interesse pelo futebol. Sendo assim a lógica da concorrência no mercado futebol profissional é muito diferente da lógica de outros mercados.

    De acordo com Souza (1996) no futebol brasileiro as torcidas dos clubes possuem característica de uma nação, pois seus integrantes não se relacionam com todos os outros torcedores do clube, mais para eles todos pertencem ao mesmo grupo dessas torcidas.

3.4.     Futebol aspecto físico, técnico e tático

3.4.1.     Preparação Física

    Segundo Souza (1996) o jogo de futebol é realizado por duas equipes, em uma situação inseparável de dependência mútua entre os integrantes de cada equipe que provocam movimentos de transformação contínua, que impossibilita o conhecimento antecipado de como o adversário vai agir e do desfecho final da partida.

    O futebol é uma modalidade esportiva de contato físico onde seus praticantes devem possuir um bom preparo físico, pois para se praticar o futebol é necessário que se tenham habilidade com os mais variados membros do corpo que na maioria das vezes são menos eficientes no ponto de vista físico anatômico. (SOUZA, 1996).

    A preparação física do futebol está sendo realizada de maneira mais intensa do que em anos anteriores, os atletas estão sendo exigidos ao máximo para que a equipe saia com o resultado positivo na competição. (BARBOSA, 2008).

    De acordo com Alves (2006) preparar uma equipe de futebol na atualidade esta mais difícil, pois o intervalo de tempo disponível para os treinamentos esta escasso, devido ao maior número de jogos das equipes. Há algum tempo atrás as equipes se preparavam relativamente bem para disputar o período da competição, na atualidade as competições não se concentram mais em um período, elas durante quase que o ano todo.

    Para Barbosa (2008) os estudos mostram que um atleta de futebol percorre durante uma partida de futebol, uma distância aproximada de 8 a 12 km por jogo, sendo que no primeiro tempo o atleta percorre cerca de 5% a 9% a mais de distancia do que no segundo tempo de jogo.

3.4.2.     Preparação Técnica

    Segundo Filgueira (2006) a técnica é um movimento motor perfeito que oferece ao atleta de futebol um nível melhor de rendimento, de forma rápida e objetiva, a técnica é formada pelos fundamentos do futebol.

    O futebol possui alguns fundamentos técnicos primordiais para os atletas da linha como cabeceio; controle da bola; condução; chute; drible; marcação; lançamento com as mãos; para os goleiros acrescentamos a saída do gol; quedas; defesas altas e baixas; empunhadura. (SCAGLIA, 1996).

    A prática do futebol é muito difícil e assim precisa de uma aprendizagem motora adequada e de habilidades específicas, fazendo com que seja preciso um acervo motor de alta qualificada. O futebol se diferencia das outras modalidades desportivas por necessitar de um conjunto de fundamentos básicos que utiliza a particularidade do uso dos pés e pernas para cumprir as funções básicas para defender, atacar e marcar gols, entre outras partes do corpo. (FILGUEIRA, 2006).

3.4.3.     Preparação Tática

    Para Filgueira (2006), a tática esportiva está relacionada com a capacidade cognitiva, a técnica desenvolvida e a capacidade psicofísica sendo orientada há um comportamento que seja ideal para as competições, envolvendo todo o potencial individual.

    Os aspectos físicos, técnicos e psicológicos, estão ligados e diretamente a tática e o conjunto de ações que os atletas de futebol utilizam durante os jogos esportivos estão ligados com a interpretação da capacidade de complementar os parâmetros da tática de acordo com a função de cada atleta, seja situação de ataque ou defesa imposta pela posse ou não da bola e a característica da ação que eles devem realizar do tipo individual, de grupo e coletiva. (FILGUEIRA e GRECO, 2008).

    Segundo Filgueira e Greco (2008) a tática para ser eficiente depende de três aspectos sendo eles a posição, função e característica do jogador. A tática esta rigorosamente estabelecendo relação entre o desenvolvimento da inteligência do jogador.

3.4.4.     Preparação Psicológica

    Conforme Coqueiro e Honorato (2008) a preparação psicológica do atleta deve ser voltada para os problemas de interesses do atleta e do conjunto da equipe que ele esteja implantado. Na maioria das vezes esses interesses irão de encontro com a vontade das vitórias e o efeito de se tornar perfeito. Contudo há uma divisão no que se refere a respeito do desgaste do atleta com relação ao treinamento. O profissional da psicologia diante deste problema terá que concentrar sua função como mediador das ocorrências de comunicação dos diferentes desejos.

3.5.     Psicologia do Esporte

    A psicologia do esporte teve o início de seus estudos, nos meados de 1920 na União Soviética fundamentada em pesquisas experimentais psicofisiologicas. No Brasil, o pioneiro foi João Carvalhaes em 1950, seu trabalho iniciou-se com uma proposta de colaboração na formação de um processo básico de conduta técnica juntos aos árbitros de futebol, pela escola de árbitros da federação paulista de futebol. (COQUEIRO e HONORATO, 2008).

    Segundo Andrade e Brandt (2008) a psicologia do esporte estuda como as pessoas estão se sentindo antes, durante e após a prática desportiva e os efeitos que ela causa, procurando assim utilizar essas informações para melhorar as condições psicológicas dos atletas.

3.5.1.     Áreas de atuação da psicologia do esporte

    De acordo com Andrade e Brandt (2008) a psicologia do esporte tem uma vasta área de atuação, ela pode fazer parte de um conjunto de ações que tem como objetivo preparar o atleta para disputar as competições, a psicologia do esporte não está restrita apenas ao esporte de alto rendimento, mais também pode ser direcionada a esportes educativos, recreativos e de lazer, sendo utilizada por atletas amadores e profissionais.

    A psicologia do esporte proporciona que profissionais e pesquisadores da área da Psicologia, Educação Física, Sociologia, Antropologia, Psicanálise, Fisioterapia, Filosofia, Administração e Economia, trabalhem no desenvolvimento do campo da psicologia do esporte. (ANDRADE e BRANDT, 2008).

3.5.2.     Variáveis psicológicas envolvidas no futebol

    A psicologia do esporte tem como meta auxiliar técnicos e atletas a entender e solucionar da melhor forma possível, as suas dificuldades psicológicas e sociais dentro do mundo esportivo. Dentre algumas variáveis que interferem no desempenho dos atletas, destacam a concentração, motivação, coesão de grupo e ansiedade. (BERTOLDI, 2006).

3.5.2.1     Concentração

    Segundo Weinberg e Gould (2001) a concentração é a capacidade do indivíduo em manter o foco em sinais ambientais relevantes. Quando o ambiente se modifica o foco de atenção do atleta deve também se modificar rapidamente, pensar no passado ou no futuro freqüentemente leva a erros no desempenho.

3.5.2.2     Motivação

    Para Samulski (1995) a motivação é caracterizada como um processo ativo intencional e dirigido a uma meta, a qual depende da interação de fatores pessoais e ambientais.

    No esporte o papel mais importante do treinador é a motivação, sendo assim os atletas dentro de campo buscam uma melhor performance no desempenho, através do incentivo de seu técnico. (FERREIRA, 2006).

3.5.2.3.     Coesão de Grupo

    Para Weinberg e Gould (2001), a coesão reflete o grau em que membros de uma equipe trabalhem juntos para alcançar objetivos, que no esporte seria a vitoria.

    De acordo com Rubio (1999) a coesão defini-se como a união do grupo em busca do mesmo objetivo, um fator importante para a coesão seria uma boa comunicação entre atletas e comissão técnica. A coesão de grupo, não aparece de uma hora para outra, os atletas e comissão técnica têm que trabalhar juntos para alcançá-la.

3.5.3.     Auto-eficácia

    Segundo Bandura (1993) auto-eficácia refere-se ao ato em que os atletas fazem de suas capacidades para se prepararem e realizarem os objetivos da ação exigida para atingir determinado tipo de rendimento.

    Para Gouvêa (2003) dentro do campo esportivo não é suficiente que o esportista tenha a capacidade para conseguir um bom rendimento em seu esporte, mas que ele também queira consegui-lo e que acredite na sua capacidade para realizar o objetivo.

    A auto-eficácia possui níveis que podem influenciar os atletas na escolha da modalidade desportiva, se somarmos os esforços e persistência da pratica da modalidade desportiva, os esforços e persistência se tornaram os elementos de maior motivação para pratica da modalidade desportiva. (GOUVÊA, 2003).

3.5.4.     Ansiedade

3.5.4.1.     Conceito

    Para Rosito (2008) a etiologia da palavra ansiedade provém do termo grego “anshein” que se refere a estrangular, oprimir, sufocar. A ansiedade se manifesta por um estado emocional negativo, onde aparece o nervosismo e preocupações que estão reunidas a agitação do corpo. Sendo assim ela tem um componente de pensamentos que se chama ansiedade cognitiva e outro de grau de ativação física que explica a ansiedade somática.

    De acordo com Ferreira (2008) ansiedade pode ser definida como sendo um estado emocional angustiante ligado a alterações somáticas (cardíacas, respiratórias, etc), que produzem situações incômodas, reais ou não. Para a manifestação da ansiedade no atleta de futebol não precisa haver a necessidade de uma ameaça ao seu bem estar físico, mas ao seu bem estar mental.

    A ansiedade desportiva geralmente surge em um estado de irritação descontrolada provocando reação emocional, sentimentos de desconforto e de apreensão, assim apresenta-se como uma resposta global, não específica, do atleta a todas as situações de exigências que lhe são impostas. (FERREIRA, 2006).

    Segundo Weinberg e Gould (2001) a ansiedade é um estado emocional negativo, onde pode ser caracterizado por nervosismo, preocupação e apreensão.

3.5.4.2.     Estado da ansiedade

    Para Ferreira (2006) o estado de ansiedade é reconhecido como sendo um estado emocional ligado e de curta duração que varia de intensidade no tempo. Distingui de acordo com cada atleta e pela sua consciência de percepção de sentimentos de preocupação e tensão, acompanhados com a ativação do sistema nervoso autónomo. Todas estas reações provocam situações em que o atleta sente o medo, ameaça, contudo isso não queira exprimir que é um perigo real.

    Ansiedade de estado manifesta uma reação emocional que é provocada em um atleta, que sente de maneira particular se ela é perigosa ou ameaçadora. (FERREIRA, 2008).

    Segundo Ferreira (2006) quando o estado de ansiedade do atleta é provocado diante de uma avaliação processual os incentivos exteriores são detectados como ameaçadores. Os atletas que são muito ansiosos na maioria das vezes respondem a estes momentos com um aumento do estado de ansiedade.

3.5.4.3.     Ansiedade Somática

    De acordo com Ferreira (2006) o nível de ansiedade somática, refere-se às percepções dos sintomas corporais causados pela ativação do Sistema Nervoso Autônomo, que são caracterizados por vários sintomas somáticos entre eles a tremura, hipertonia muscular, inquietação, hiperventilação, sudação, boca seca, aumento da freqüência cardíaca, etc. Assim o organismo entra em estado de alerta, causando o aumento dos níveis de adrenalina e cortisol.

    Segundo Bocchini et al. (2008) ter um elevado nível de ativação através da ansiedade somática e muito importante para as atividades globais que requerem rapidez, resistência física e força, como o futebol, mais esse nível elevado de ansiedade somática é prejudicial para as habilidades complexas que utilizam movimentos musculares finos, coordenação, concentração e equilíbrio.

    Portanto a ansiedade somática poderá influenciar no desempenho inicial dos atletas que estão se sentindo nervosos ou tensos, e assim terá um impacto mínimo no desempenho posterior do atleta. (FERREIRA, 2006).

3.5.4.4.     Ansiedade Cognitiva

    Para Ferreira (2006) o nível de ansiedade cognitiva tem haver com as preocupações e expectativas negativas do rendimento e auto-avaliação negativa. A ansiedade cognitiva baseia-se em pensamentos negativos e preocupações da performance, incapacidade em concentrar, é um estado de ansiedade causado pelo medo da avaliação negativa e que causa reações, como o medo, apreensão, apatia, desinteresse, pensamentos negativos.

    Essa ansiedade, quando aumentada, provocará efeitos negativos nas atividades desportivas que necessitam maior concentração e estratégia, se a esperança diminuir é provável que os atletas irão sentir um aumento da ansiedade cognitiva e assim a diminuição da autoconfiança. (FERREIRA, 2006).

3.5.4.5.     Autoconfiança

    De acordo com Bocchini et al. (2008) a autoconfiança é um aspecto que está relacionado a ansiedade somática e cognitiva que podem interferir no desempenho dos atletas e no seu estado afetivo, a autoconfiança tem haver com à avaliação que o atleta tem de seu desempenho e a confiança que ele possui na sua capacidade para resolver as situações problemas do esporte.

    Para Ferreira (2006) a autoconfiança no desempenho dos atletas geralmente é conhecida por todos que estão unidos a uma competição desportiva. Os atletas sabem da importância de se ter autoconfiança para se competir com êxito e conquistar os resultados de altas performances, todo atleta que tem confiança em seu potencial terá sua autoconfiança ampliada, se o atleta tiver duvida do seu potencial diminuirá as chances de alcançar o sucesso pretendido.

3.5.4.6.     Ansiedade no futebol

    Segundo Ferreira (2006) deve-se ter cuidado quando se referir à ansiedade no sentido de medo. Ansiedade e medo são emoções que na maioria das vezes se confundem, pois a distinção entre elas não é muito clara. Ambas as emoções envolvem padrões fisiológicos e psicológicos que incluem emoções desagradáveis e tensiogênicas, que podem ser percebidas quando se está para começar um jogo, num momento de decisão ou em uma situação nova.

    Conforme Román e Savoia (2005) a mídia em geral tem uma preocupação muito grande em relatar fatos sobre o futebol, são tantas informações que surgem sobre os atletas de futebol que o assunto é interminável, erros cometidos em campo ao jogar, as negociações de contrato profissional, competições acirradas, derrotas nas partidas decisivas, os acontecimentos da vida pessoal, pressão da torcida, os problemas com as torcidas, salários atrasados, problemas internos, lesões inesperadas pelo atleta, cobrança financeira dos familiares, ou seja, são os mais variados tipos de informações que envolvem o futebol, por todos esses motivos estressores o nível de ansiedade em uma equipe de futebol na véspera de um jogo pode se interferir ou melhorar o desempenho do atleta. São os mais variados tipos de pensamentos que se passa pela mente dos atletas neste período de pressão psicológica e a ansiedade que eles sentem na véspera do jogo.

    Mesmo que o jogo não seja uma final de campeonato, pois a cada jogo que o atleta participa é uma nova batalha, onde todos os olhos então voltados para eles e se o resultado não for positivo terão que explicar o porquê de não terem alcançado o objetivo esperado. (GLIGIO, 2007).

    O futebol como qualquer outro espetáculo, apresenta problemas que surgem durante e após sua apresentação, pois o gramado se tornando o palco com os atores e a platéia que é o público, o espetáculo a ser apresentado terá que ser convincente, caso contrário o público irá cobrar pela exibição fraca. (SOUZA, 1996).

    Devido aos fatores de cobrança realizada pelos torcedores, patrocinadores, diretores e a mídia, os atletas de futebol terão que conviver antes, durante e depois das partidas com a pressão exercida por todos que estão envolvidos com o futebol. O atleta que não conseguir lidar com essas pressões terá seu rendimento dentro de campo abalado e com isso a pressão aumenta, pois a massa não quer saber dos problemas do atleta e sim dos resultados positivos do clube na competição. (SANCHES, 2004).

4.     Metodologia

4.1.     Tipo de estudo

    O estudo caracteriza-se por ser descritivo-exploratório que visa através de fatos e situações (questionários) avaliar a ansiedade e auto-eficácia dos jogadores de futebol 48 horas antes do jogo de futebol.

4.2.     Amostra

    Participaram do estudo 36 atletas de futebol masculino da Copa Paraná Sub 18, 2010 e da 51ª Copa Tribuna de Futebol Sub 18, 2010, pertencentes às equipes da Junior “Team” Futebol S/S Ltda, Roma Esporte de Apucarana S/A Ltda e Esporte Clube Laranja Mecânica equipes do Estado do Paraná.

4.3.     Instrumentos de avaliação

    Foram utilizados no estudo os seguintes instrumentos: o Questionário Geral de Identificação, o Questionário de Ansiedade Competitiva CSAI-2 (“Competitive State Anxiety Inventory” – 2) (MARTENS; MARTENS et al, 1990) e o Questionário de Auto-eficácia no futebol.

4.3.1.     Questionário Geral de Identificação (QGI)

    O questionário geral de identificação (FERREIRA, 2008) foi utilizado para complementação do estudo onde o atleta é inquirido sobre seu nome, idade, equipe que esta representando, tempo de experiência na modalidade, titular ou reserva, categoria e qual a posição que joga.

4.3.2.     Questionário de Ansiedade Competitiva (CSAI-2)

    O questionário de ansiedade competitiva CSAI-2 (“Competitive State Anxiety Inventory” – 2) (MARTENS; MARTENS et al, 1990) tem a finalidade de avaliar o estado de ansiedade pré-competitiva dos atletas. Este instrumento utilizado no estudo, serve para medir o nível de ansiedade (somática e cognitiva) e a ansiedade relacionada à autoconfiança dos avaliados, ele é composto por 27 questões e divididas ações estressoras e perigosas em 3 sub-escalas, nas quais o atleta pode escolhe por 1 = nada, 2 = alguma coisa, 3 = moderado e 4 = muito, de acordo com a pergunta. A pontuação das 3 sub-escalas (ansiedade cognitiva, somática e a autoconfiança) é obtida pela somatória das respostas, com pontuação variando de 9 a 36. A sub-escala de ansiedade cognitiva é pontuada totalizando as respostas dos seguintes itens: 1, 4, 7, 10, 13, 16, 19, 22, 25. A escala de estado de ansiedade somática é pontuada pela somatória das respostas dos seguintes itens: 2, 5, 8, 11,14R, 17, 20, 23, 26. A pontuação do item 14 precisa ser invertida em pontuações calculando o estado de ansiedade como indicadas: 1=4; 2=3; 3= 2; 4=1.

    A pontuação da sub-escala de autoconfiança é pontuada pela somatória dos itens; 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27. Esta escala demonstrou um grau elevado da consistência interna (0.79 - 0.90) e de validez da construção (Martens e outros 1990).

4.3.3.     Questionário de Auto-Eficácia no Futebol

    De acordo com Bray, Balaguer e Duda (2004) no questionário de auto-eficácia existem 12 itens, onde o jogador responde as questões que consistem em acessar o nível de confiança que os jogadores têm, na habilidade em desempenhar competências importantes no jogo de futebol.

    Essas áreas de competências compreendem habilidades específicas no futebol, como: 1) habilidade para roubar a bola; 2) habilidade para chutar a gol; 3) habilidade para passar a bola; 4) habilidade para dar combate; 5) habilidade para driblar o adversário; 6) habilidade para proteger a bola; 7) habilidade para cabecear a bola; 8) habilidade para recuperar a bola; 9) habilidade para dar assistência ao companheiro; 10) habilidade para conduzir a bola; 11) habilidade para cometer falta; 12) habilidade para sofrer a falta.

    Cada resposta contém uma escala de 11 pontos (%) que se estende de “0%” (nenhuma confiança) até “100%” (absoluta confiança).

4.3.4.     Termo de Consentimento Clube

    Declaramos que o Clube está de acordo com a condução do projeto de pesquisa “O nível de ansiedade de atletas de futebol da categoria Sub 18sob a responsabilidade de Nilton Andrade da Silva e Eduardo Mosconi Magro, nas suas dependências.

4.3.5.     Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Atleta)

    O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Atleta) convidado o atleta a participar de um estudo intitulado “A influência da auto eficácia e da ansiedade em jogadores de futebol”, onde é explicado todo o teor da pesquisas de campo e seus objetivos.

4.3.6.     Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Pai/Responsável)

    O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Pai/Responsável) é a autorização da participação do atletas pelo seu responsável na participação do estudo intitulado “A influência da auto eficácia e da ansiedade em jogadores de futebol”, onde é explicado todo o teor da pesquisas de campo e seus objetivos.

4.4.     Coleta de dados

    Os testes foram coletados 48 horas antes da realização do jogo de cada equipe. Foram selecionados 12 atletas de cada equipe entre reservas e titulares.

    Houve a orientação pelo avaliador de como procederia à avaliação sendo que primeiramente foi preenchido o Questionário Geral de Identificação (QGI), logo em seguida o Questionário de Ansiedade Competitiva CSAI-2 (Competitive State Anxiety Inventory – 2) (MARTENS) e logo após o Questionário de Auto-eficácia no futebol.

4.5.     Tratamento dos dados

    Os dados foram coletados e tabulados conforme estabelecido pelo instrumento utilizado. Valores relativos e absolutos dos resultados obtidos para todas as variáveis analisadas foram estruturadas em tabelas.

5.     Resultados e discussão

    Após a avaliação e a análise dos resultados da aplicação dos instrumentos verificou-se no questionário geral de identificação (QGI) que a faixa etária dos atletas encontrava-se entre 15 e 18 anos conforme exposto na tabela 1. Foi verificado que 23 atletas possuíam 17 anos, 7 atletas possuíam 16 anos, 3 atletas possuíam 18 anos e 3 atletas possuíam 15 anos.

    Diante do resultado pode se verificar que a maioria dos atletas que responderam o questionário está perto de deixar a adolescência e se tornarem adultos, isso significa que eles já estão praticando o futebol por um bom período, onde dentro de breve terão que deixar o amadorismo e se tornarem profissionais para continuarem nas equipes profissionais de futebol.

Tabela 1. Distribuição dos atletas conforme sua faixa etária

    Realizado a avaliação e a análise dos resultados da aplicação do instrumento do questionário de ansiedade competitiva CSAI-2 (Competitive State Anxiety Inventory – 2), exposto na tabela 2, verificou-se que a porcentagem do nível de Ansiedade Somática teve o resultado nas respostas assim disposto: Nada 52%, Um Pouco 33%, Bastante 11% e Muito 4%.

    No nível de Ansiedade Cognitiva a porcentagem se apresentou da seguinte forma: Nada 35%, Um Pouco 29%, Bastante 18% e Muito 18%.

    No nível de autoconfiança a porcentagem que se obteve foi: Nada 8%, Um Pouco 19%, Bastante 42% e Muito 31%.

    Um aumento no nível de ansiedade somática para o atleta de futebol antes ou no inicio do jogo é bom, pois libera o aumento dos níveis de adrenalina e cortisol que deixam o organismo em estado de alerta é essencial para as atividades que requerem rapidez, resistência física e força, como o futebol. (CARVALHO e FIDALE, 2010).

    Já um aumento no nível de ansiedade cognitiva seria prejudicial para o atleta, visto que são pensamentos negativos e a falta de concentração, assim pode interferir no nível de autoconfiança que tem ligação com a ansiedade cognitiva.

    O nível de autoconfiança estando em um nível elevado é bom, pois a qualquer momento que haver autoconfiança teremos a motivação para tentar reverter uma situação de dificuldade que esteja sendo apresentada. (FERREIRA, 2006).

Tabela 2. Ansiedade somática, cognitiva e autoconfiança dos atletas avaliados

    No que se refere a auto-eficácia após a avaliação e verificação da análise dos resultados da aplicação do questionário de auto-eficácia que possui 12 itens, onde os atletas responderam as questões que consistem em acessar o nível de confiança que eles têm em suas habilidades para desempenhar as competências necessárias na competição. Pois a auto-eficácia não diz respeito exatamente das habilidades, e sim do julgamento que o atleta realiza sobre essas habilidades. (FERREIRA, 2008).

    Para verificação dos resultados avaliação da análise das respostas dos atletas foi dada ênfase a soma dos resultados em porcentagem dividindo-os em duas médias, sendo assim a média negativa ficou composta pelas respostas 0%, 10%, 20%, 30% e 40% e a média positiva ficou composta pelas respostas 50%, 60%, 70%, 80%, 90% e 100%.

    Constatou através da verificado e analisado da somatória das respostas que apenas 03 questões ficaram com a porcentagem das respostas escolhidas na média negativa que é composta pelas respostas 0%, 10%, 20%, 30% e 40%, sendo elas a questão 02 - habilidade para chutar a gol, a questão 07 - habilidade para cabecear a bola e a questão 11 - habilidade para cometer falta.

    Sendo que as outras 09 questões ficaram com a porcentagem das respostas escolhidas na média positiva que é composta pelas respostas 50%, 60%, 70%, 80%, 90% e 100%, foram elas a questão 01 - habilidade para roubar a bola, a questão 03 - habilidade para passar a bola, a questão 04 - habilidade para dar combate, a questão 05 - habilidade para driblar o adversário, a questão 06 - habilidade para proteger a bola, a questão 08 - habilidade para recuperar a bola, a questão 09 - habilidade para dar assistência ao companheiro, a questão 10 - habilidade para conduzir a bola, a questão 12 - habilidade para sofrer a falta.

    A auto-eficácia é importante para os atletas, pois os mesmos realizam o julgamento do próprio desempenho durante a competição, se o atleta ao realizar a analise do seu rendimento não gostar do mesmo poderá se motivar na busca para melhor seu desempenho dentro da competição.

    A auto-eficácia traz um ponto importante, pois esta ligada de certa forma ao nível de ansiedade cognitiva e a motivação do atleta que assim pode realizar um planejamento referente à sua persistência no esforço para enfrentar desafios e obstáculos antes, durante e depois da realização da tarefa. (FERREIRA, 2008).

    Verificando os resultados podemos analisar que o treinamento físico, técnico e o preparo psicológico para o atleta é de extrema importância dentro da competição, pois quanto mais preparado ele estiver melhor será seu desempenho e assim a equipe poderá ter uma melhora da média positiva da auto-eficácia dos seus integrantes.

Tabela 3. Percentual das respostas na relação da auto-eficácia de tarefa específica (futebol)

6.     Conclusão

    O presente estudo procurou verificar e analisar o nível de ansiedade de atletas de futebol masculino da categoria sub 18, onde os resultados obtidos nos instrumentos mostraram que o nível de ansiedade somática da maioria dos atletas apresentou-se baixo, para um bom desempenho no futebol é bom ter um pouco elevado o nível de ansiedade somática.

    O resultado do nível de ansiedade cognitiva da maioria dos atletas apresentou-se baixo, isto é ótimo quando este tipo de ansiedade tem seu nível elevado traz efeitos negativos na concentração das estratégias prejudicando o desempenho.

    O resultado do nível de autoconfiança dos atletas apresentou-se elevado, o nível de autoconfiança tem relação com a motivação, o atleta estando motivado tem maior chance de sair vencedor.

    O resultado da auto-eficácia apresentou que a porcentagem da média positiva venceu a média negativa por 9 a 3, isto é muito importante para verificar se o atleta está feliz ou decepcionado com seu desempenho na competição, além de ser possível analisar se os treinamentos físicos, técnicos e psicológicos estão alcançando seus objetivos.

    Concluímos que os atletas de futebol da categoria sub 18 possuem níveis de ansiedade que podem prejudicar seu desempenho na competição e assim seria importante existir um trabalho voltado para orientação dos níveis de ansiedade dos atletas nos clubes para que os objetivos sejam alcançados de maneira mais fácil.

Referências

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 15 · N° 154 | Buenos Aires, Marzo de 2011
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