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Interesse dos alunos do ensino médio pelas aulas de Educação 

Física através do Projeto Cultura Esportiva na Escola, PIBID, CAPES

Interés de los estudiantes de escuela media por las clases de Educación Física a través del Proyecto Cultura Deportiva en la Escuela, PIBID, CAPES

 

*Acadêmico do curso de Educação Física

da Universidade Federal de Santa Maria, RS

**Professor Adjunto do Curso de Educação Física

da Universidade Federal de Santa Maria, RS

(Brasil)

Ricardo Drews*

ricardodrews@hotmail.com

Rosalvo Sawitizky**

rosalvols@hotmail.com

Marcos Thomas*

marcosths@hotmail.com

Priscila Lopes Cardozo*

priscilacardozo88@gmail.com

Fernando Cunha Trindade*

fernandinho_trindade@hotmail.com

Cristian Leandro Lopes da Rosa*

cristianlopes10@hotmail.com

Diego Tolfo dos Santos*

diegoquizia@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A Educação está passando por um processo de transição, de um repensar do seu papel dentro da sociedade atual e que o cidadão quer formar-se neste contexto. E a Educação Física como parte integrante da Educação institucionalizada através da escola, também vem sofrendo modificações. A Educação Física, especialmente a ministrada no Ensino Médio, vem apresentando um gradativo desinteresse dos alunos em sua participação e comprometimento com as aulas, implicando em necessárias mudanças. Nosso objetivo neste trabalho é analisar e realizar uma revisão na literatura sobre os principais fatores que influenciam no interesse e participação dos alunos nas aulas de Educação Física do Ensino Médio tomando por base as atividades que estão sendo realizadas pelo Projeto “Cultura Esportiva da Escola”, PIBID/CAPES na Escola Pública Estadual de Santa Maria, RS, Brasil.

          Unitermos: Educação. Educação Física. Ensino Médio. Adolescente.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 154, Marzo de 2011. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID é uma iniciativa de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (CAPES), que oferece bolsa aos estudantes de Licenciatura na tentativa de valorizar as ações acadêmicas, e contribuir para a elevação da qualidade da escola pública. Este projeto é denominado “Cultura Esportiva da Escola” e apresenta como principal objetivo a criação de um campo de atuação da docência na escola de educação básica aos educadores em formação inicial e continuada, construindo práticas e estratégias educacionais inovadoras na área de educação física.

    Na cidade de Santa Maria-RS-Brasil, o projeto beneficia 3 escolas da rede pública de ensino. O projeto busca auxiliar os alunos de maneira que possa vir a reforçar o desenvolvimento da aprendizagem em atividades e conteúdos trabalhados nas aulas de Educação Física (EF), principalmente aos alunos com dificuldade motora de aprendizagem. As escolas possuem diferentes atividades proporcionadas pelo projeto em diferentes etapas de ensino, sendo tanto séries iniciais, ensino fundamental como no ensino médio (EM).

    Um ponto que foi levantado com o andamento do projeto em uma das Escolas foi a falta de interesse e freqüência dos alunos do EM nas atividades realizadas quando comparados aos alunos das séries iniciais e do ensino fundamental, trazendo discussão e reflexão sobre fatores que acarretam esse desfecho. O EM tem sido o centro das atenções de grande parte dos professores e pesquisadores, quer do ponto de vista da educação, quer da EF. Isto ocorre na medida em que entendemos o EM como a entrada para qualquer proposta mais ampla de democratização do acesso ao ensino, e que muitos problemas e questões estão encravadas neste nível de ensino, que embora sejam amplamente denunciadas, estão longe de serem solucionadas.

    Segundo Almeida e Caudouro (2007), nos últimos anos, tem-se observado que o número de alunos que se desobrigam da freqüência às aulas de EF do EM, através do pedido de dispensa, tem aumentado, caracterizando assim, um visível desinteresse pela disciplina. Atualmente se pode assegurar que o número de reais participantes, em relação ao número de alunos matriculados, é bastante pequeno para um componente curricular que se diz obrigatório por lei.

    Na busca de respostas, teve-se como objetivo principal realizar uma revisão e analisar os principais fatores que afetam a frequência e o interesse dos alunos nas aulas de EF no EM. Com isso,quero colaborar para mudar este quadro que hora se apresenta, sabendo que o professor é o maior responsável em motivar a prática de atividade física, fazendo com que o aluno leve este hábito para a vida adulta, pois todo o cidadão passa pela escola. E o que se percebe é que já na adolescência, acabam desistindo.

2.     Educação Física Escolar

    Betti e Zuliani (2002) afirmam que, em 1960 na Europa e nos Estados Unidos, e, a partir de 1980 no Brasil, começaram a surgir os cursos de EF com organização em torno das sistematizações e produções de novos conhecimentos relacionados à área. Assim a EF passa a assumir novos objetivos com relação a sua prática pedagógica, assumindo a responsabilidade de preparar o aluno para ser um praticante lúcido e ativo, que incorpore e usufrua do esporte e dos demais componentes da cultura corporal.

    Para Paiano (1998), a EF deve aproximar o aluno da percepção de suas atividades permitindo a articulação de suas ações de forma que entenda o que se faz, o porquê se faz e o que se sente ao fazê-la, pretendendo assim desenvolver um maior interesse pela pratica das atividades.

    Daolio (1995 apud PICCOLO, 1995) acrescenta ainda que a EF Escolar deva estar atenta à importância cultural de sua prática, ou seja, a EF deve manter uma relação com o contexto cultural que influencia a formação do acervo motor dos alunos. A partir desse acervo e de seu enriquecimento cultural, os alunos terão a possibilidade de expressarem movimentos mais livres, facilitando o processo de ensino-aprendizagem e a participação nas aulas de EF.

2.1.     Educação Física no Ensino Médio

    O EM brasileiro tem aumentado significativamente nos últimos anos, e cerca de 70% dos escolares matriculados nessa fase do ensino e participantes deste estudo tinham idades entre 15 e 19 anos e em sua quase-totalidade residiam nas cidades. No Rio Grande do Sul (RS), as matrículas no EM se aproximam de quinhentas mil, e, como em outras partes do país, a grande maioria encontra-se nas redes estadual e privada de ensino(PEREIRA; SILVA, 2004).

    Compondo a educação básica, a EF é apoiada legalmente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação- LDB (1996). Para a LDB (1996) o EM, dentre outros, necessita objetivar o aprimoramento humanístico, a formação ética e o pensamento crítico, a consolidação e aprofundamento dos conhecimentos do Ensino Fundamental e a preparação para o trabalho e o exercício da cidadania.

    Ao ingressar no EM, os alunos já possuem experiências motoras, adquiridas nas etapas anteriores a partir das vivências de aptidão dos esportes, danças, lutas, ginástica e atividades rítmicas e esses conhecimentos devem ser ampliados, permitindo a sua utilização em situações sociais (MATTOS e NEIRA, 2000).

    Darido (2004), baseada no PCNEM (Brasil/ 1999), acrescenta que o tratamento contextualizado propicia uma aprendizagem significativa para o aluno, pois estabelece uma relação de reciprocidade entre ele e o conteúdo. È possível ainda associar essa contextualização com experiências cotidianas e conhecimentos adquiridos espontaneamente, fazendo com que o aluno deixe a condição de espectador. Para que essa condição de espectador seja diminuída, também é interessante trabalhar o planejamento participativo, onde o conteúdo é formulado de acordo com os interesses dos alunos.

    A postura adotada pelo professor, também é de grande importância para decisão pela prática ou não da EF escolar, pois de acordo com Paiano (1998), no contexto atual o professor deve passar por uma mudança de atitude não somente para lidar com alunos mais críticos, mas também para lidar com essa falta de motivação para participar das aulas de EF escolar e achar a melhor forma de solucionar tal problema.

    Mattos e Neira (2000) colocam ainda o professor como a função de mediador de conhecimento, com a responsabilidade de transmitir as informações que serão assimiladas pelos alunos, ou seja, apresentar conhecimentos ao aluno, indicar caminhos que façam com que os alunos cheguem à solução dos problemas surgidos durante as atividades propostas em aula e, dessa forma, fazendo com que o aluno pense.

3.     Adolescência

    As aulas de EF no EM são freqüentadas na sua quase totalidade por alunos que se encontram na fase do desenvolvimento humano denominada adolescência. Nesta fase da vida, o aluno sofre grandes transformações de ordem física, cognitiva e psicossociais.

    Na adolescência, meninos e meninas sofrem profundas transformações físicas: rápido crescimento em altura e peso, alterações nas proporções e formas do corpo e a maturidade sexual; sendo que estas transformações ocorrem em momentos diferentes para os dois sexos. O corpo surge soberano, inábil e desproporcional e o adolescente precisa saber lidar e entender este novo corpo (MATTOS & NEIRA, 2000).

    Nesta fase ainda, ocorrem modificações no pensamento do adolescente, caracterizado por uma maior autonomia e rigor em seu raciocínio. Segundo Piaget (apud PAPALIA & OLDS, 2000), os adolescentes ingressam no nível mais alto do desenvolvimento cognitivo, a fase das operações formais, quando desenvolvem a capacidade do pensamento abstrato ou teórico. Essas abstrações ou teorias fazem o adolescente ser capaz de pensar por hipótese. Começa a pensar no futuro, a planejar seu trabalho no presente e futuro e a antecipar como gostaria que o mundo mudasse para tornar possível a realização de seus sonhos e aspirações.

    Outro fator importante da adolescência é a formação da identidade, a construção da personalidade. Vários questionamentos surgem com relação ao seu corpo, aos valores existentes, às escolhas que deve fazer, ao que se exige dele, ao seu lugar na sociedade. E na solução dos questionamentos que aparecem neste período do desenvolvimento humano, três grupos sociais influenciam o adolescente na construção da sua identidade: a família, o grupo de amigos e a escola (GONÇALVES, 1997).

4.     Fatores de influência dos alunos das aulas de EF

    A partir de pesquisa na literatura atual (ALMEIDA; CAUDOURO, 2007; DARIDO et al.,1999; MARTINELLI et al., 2006; PEREIRA; SILVA, 2004) muitos são os fatores apontados como promotores da falta de interesse dos alunos do EM em participar das aulas de EF. Paiano (1998) aponta como razão para esse desinteresse, o conflito de interesses gerado pela ênfase da competição que ocorre quando o professor assume a postura de técnico ou treinador, exige de seus alunos uma postura de atleta cobrando altos rendimentos, que muitas vezes são inadequados e não correspondem ao seu desenvolvimento motor e o objetivo da EF Escolar, dessa forma fazendo com que os alunos percam a vontade de participar da aula, que ao invés de prazerosa passa a ser maçante e por isso desmotivante, pois enquanto para uns a aula de EF vista como competitividade, para outros é tida como uma forma de lazer e socialização.

    Já para Rangel-Betti (1995), a desmotivação por parte das alunas se dá por meio do relacionamento delas com os demais alunos do grupo e desinteresse pelo conteúdo e abordagem adotados pelos professores para desenvolvimento das aulas.

    Além desses pontos exemplificados, muitos outros tem grande peso na busca do aluno pelo gosto e aplicação nas aulas de EF.

4.1.     Conteúdos ministrados

    Os conteúdos são instrumentos importantes na EF, e sua utilização serve para que o professor chegue aos objetivos desejados, através de variações como forma de planejamento das aulas.

    Escolarmente, os conteúdos compreenderiam tudo que se tem que aprender para alcançar determinados objetivos. Em Zabala (1998) encontra-se a classificação os conteúdos de aprendizagem em: conceituais, relativos “ao que se deve saber”, como fatos, conceitos e sistemas conceituais ou princípios; procedimentais, referentes “ao que se deve saber fazer”, como regras, técnicas, métodos, destrezas ou habilidades, estratégias, procedimentos; atitudinais, como relacionados ao “como se deve ser”, como valores, normas e atitudes. E, nos PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS - ENSINO MÉDIO (PCNs/EM, 1999) na EF também valoriza-se o “fazer” - as atividades práticas, privilegiando os conteúdos procedimentais.

    Nos PCNs - Introdução (2000) são propostos os temas transversais: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural e Orientação Sexual, e, nos PCNs/EM (1999) têm se como conteúdos da EF: esporte, ginástica, jogos, lutas e dança, e referências à saúde, à qualidade de vida e à aptidão física.

    O conteúdo é fator influente nas aulas, pois a EF é na maioria das vezes esportivizada (que utiliza como conteúdo somente o esporte) fazendo com que os alunos que não gostam de modalidades esportivas se sintam desmotivadas a participar. Da mesma forma, quando se oferecem modalidades distintas para os grupos, como por exemplo, aulas de vôlei para as meninas e basquete para os meninos. Dessa maneira, os alunos se sentem saturados e insatisfeitos sem a possibilidade de diversificar e experimentar outras vivências motoras.

    Paiano (1998) aponta um exemplo de escola que oferece aos alunos atividades alternativas, como caminhada, mergulho, capoeira entre outras, dando a eles a oportunidade de escolha da atividade que mais lhe agrade, e com isso, aumenta o nível de interesse e participação das aulas, fazendo com que os alunos se sintam mais motivados a participarem, já que estão praticando uma atividade de seu próprio gosto.

    De acordo com Rangel-Betti (1995), os alunos preferem aprender os fundamentos das modalidades esportivas antes de aplicá-los em situações reais de jogo, do que simplesmente “pegar” a bola e jogar, tendo assim a possibilidade de aprender e/ou aperfeiçoar movimentos novos para depois combiná-los e aplicá-los em situação real de jogo.

    Segundo o Coletivo de Autores (1992) um dos motivos para não estar ocorrendo o desencadeamento de mudanças, pode ser o fato de os próprios educadores se oporem as novas dinâmicas, parecendo que a forma tradicional e tecnicista ainda é o jeito "mais fácil" de ensinar.

4.2.     Metodologia do professor

    Esse é um tema de suma importância na relação do aluno com o seu desinteresse durante as aulas de EF. Há muita discordância sobre qual a metodologia ideal e mais eficaz de trabalho,mas um ponto muito frisado na literatura (ALMEIDA; CAUDOURO, 2007; DARIDO et al.,1999; MARTINELLI et al., 2006; PEREIRA; SILVA, 2004), é que “ o importante seja que o professor ensine e não simplesmente cobre o que não ensinou. Além disso, segundo Almeida e Caudouro (2007) os alunos querem também um professor que seja respeitador quanto ao limite de cada um, e que entenda o que o aluno gosta de fazer.

    Cabe salientar, que os procedimentos didáticos pedagógicos do professor influenciam sobre a qualidade das aulas e, conseqüentemente, sobre a motivação do aluno. O professor que leva a sério o que faz que alie à sua competência técnica ao compromisso de ensinar, que desperta a criatividade e conduz os alunos à reflexão, certamente não terá alunos desinteressados ou desanimados, mesmo porque, o professor leva grande vantagem sobre os demais componentes curriculares, pois a EF, por si só é uma prática motivadora.

    Segundo Almeida e Caudouro (2007), muitas atitudes dos alunos, em relação aos métodos adotados para se trabalhar durante a aula, refletem a atuação do professor. Em suas falas é visível certa passividade em suas atitudes, suas tarefas parecem ser, basicamente, ouvir o professor e fazer o que ele determina, porém visualizam-se alguns sinais de "desencantamento" provocado pelo conhecimento da situação em que se encontra a EF. Portanto o aluno quando solicita uma melhora, com aplicação de mais atividades, percebe-se que está de um modo geral, fazendo a sua parte no processo de efetivação de uma EF mais qualificada.

4.3.     Relacionamento professor x aluno e aluno x aluno

    Um fator importante para o aluno que estuda no EM, é o relacionamento, e sua aceitação junto ao grupo. Este aluno passa por mudanças físicas e psicológicas, sentindo necessidade de estar inserido e aceito no meio em que vive.

    Para os PCNs (1999) o professor deve cumprir o seu papel de mediador, adotando a postura de interlocutor de mensagens e informações; sendo flexível no tocante as mudanças do planejamento e do programa de curso; mostrando aos alunos que aquele é um espaço de aprendizagem e procurando entender e aceitar as relações corporais existentes no mundo humano para o bom desempenho do seu papel de educador.

    Presentes em uma faixa etária de grandes mudanças em sua vida no qual a maioria dos alunos tem certa dificuldade no relacionamento, os alunos do EM como aponta também a literatura, na autora Zagury (2002), dizendo que no relacionamento do aluno, é comum períodos de serenidade sucederam-se a outros de extrema fragilidade emocional, com demonstrações freqüentes de instabilidade.

    Salles (1998) afirma que o relacionamento mantido entre os alunos e seus colegas de turma é fundamental nessa fase da vida, pois segundo pesquisas, a preferência das alunas se resume em estar com os amigos. Isso também pode ser observado nas aulas de EF, pois quando os alunos separam os grupos para a realização das atividades, nota-se que seu grupo de amigos se mantém no mesmo grupo. Essa relação das alunas com os colegas de classe apresenta certa influência na prática das aulas porque a presença dos amigos transmite segurança as alunas, incentivando a participação nas aulas.

4.4.     Desmotivação de professores e alunos

    A EF é o espaço escolar que permite ao aluno experimentar os movimentos, e por meio dessa experimentação, desenvolver um conhecimento corporal e uma consciência dos motivos que o levam a prática desses movimentos. Contudo, nem sempre isso acontece e parte dos alunos acaba desmotivando-se pelas aulas de EF.

    Segundo Betti e Zuliani (2002), essa desmotivação dos alunos tem início no final do Ensino Fundamental, quando os mesmos passam a ter uma visão mais crítica da realidade não atribuindo à EF tanta importância.

    O professor também assume grande importância para essa desmotivação dos alunos, pois a metodologia utilizada para desenvolvimento das aulas, o relacionamento aluno-professor, o conteúdo por ele apresentado, entre outros fatores, também influenciam na participação ou não nas aulas de EF Escolar.

    No entanto, a motivação não se demonstra na mesma intensidade em todas as pessoas, pois temos interesses diferenciados. Sendo assim, o professor deve estar consciente da busca por conteúdos diversificados e motivantes, para que se consiga atender aos interesses contidos nas turmas, fazendo com que essa falta de previsão que a motivação manifesta, não venha lhe causar dúvidas no que diz respeito à motivação de seus alunos (DARIDO et al. 1999).

    Falcão (1989) coloca que para se conseguir atingir essa motivação interna do aluno, a escola deve buscar o desenvolvimento da atividade mental, no próprio aluno, pois o que somente vem acontecendo atualmente é a transformação do estudo num meio de obter notas, elogios e presentes.

    Para Witter e Lomônaco (1984) a falta de motivação do professor afeta diretamente o aluno, pois é o docente a pessoa na escola que tem o maior contato com os discentes. Sendo assim, ele tem grande responsabilidade para com a motivação deles. Com certeza uma aula ministrada sem motivação criará um clima desfavorável à aprendizagem, pois o aluno já tem consigo um estigma quanto à ida à escola, e ao encontrar o professor desmotivado certamente causará ainda maior resistência em motivar-se para aprender.

    Campos (1986) acredita que o professor seja o mediador entre os motivos individuais e os legítimos alvos a serem alcançados pelos alunos, pois sendo o professor possuidor de grande influência sobre o aluno, pode ser um grande mediador dos objetivos da escola para com eles.

5.     Considerações finais

    Neste trabalho foi apresentado uma revisão sobre os principais motivos que fazem com que os alunos do EM mostrem desinteresse e deixem de participar das aulas de EF escolar a partir das atividades que estão sendo realizadas pelo Projeto “Cultura Esportiva da Escola”-PIBID/CAPES em 3 Escolas Pública Estaduais de Santa Maria-RS-BRASIL; dentre eles, os que foram mais indicados na literatura, e por isso apresentando maior importância para desmotivação, os conteúdos apresentados,metodologia do professor, relações de professor x aluno e aluno x aluno, e a desmotivação tanto de professores quanto de alunos. Outro fator importante exaltado é a falta de significação e de atribuição de importância atribuída para a EF. Além disso, constata-se que o aluno do EM é crítico, contestador e busca uma educação com qualidade. Tem interesse em que haja uma educação melhor, diferenciada e com acompanhamento de um professor qualificado e motivado.

    Assim, é possível concluir que, se no EM, os professores de EF tivessem a preocupação de dialogar com os alunos, entendo que o professor tem um papel fundamental na reversão deste processo, pois, além de estar no foco do problema, ele detém uma grande oportunidade para conscientizar os alunos, e tem um espaço de autonomia relativa que permite ensaiar movimentos de mudança e transformação.

    Essas mudanças são difíceis, mas necessárias, para que possamos, em um futuro próximo, poder estar oferecendo uma EF com maior qualidade, comprometimento e profissionalismo aos nossos alunos.

Referencias bibliográficas

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