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Atividade física na infância

La actividad física en la infancia

 

Licencianda em Educação Física pela

Universidade Salgado de Oliveira, UNIVERSO

Belo Horizonte , MG

Alessandra Quintal Aguiar

lecalingbh@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este artigo vem alertar quanto à prática de atividade física na infância, se por um lado a falta dela leva ao sedentarismo, o excesso pode levar a um estresse físico que pode ser em muitas vezes irreparável. A atividade física tem que ser exercida desde a tenra idade, estimulada de forma que seja prazerosa e recreativa, para que se torne um hábito saudável que será praticado em todas as fases da vida. Por não haver essa prática, é que vem crescendo a porcentagem de crianças e jovens obesos no mundo contemporâneo.

          Unitermos: Educação Física. Atividade física na infância. Especialização precoce.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 154, Marzo de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O presente estudo vem expor as consequências que a falta de Atividade Física (AF) pode gerar, em crianças em idade escolar, e também, tem o objetivo de alertar, quanto à Especialização Precoce (EP). Se por um lado, avaliaremos os problemas que a falta de AF pode causar, por outro, também veremos os prejuízos que uma EP pode trazer, ou seja, tudo tem que estar na medida certa para o desenvolvimento e bem estar da criança.

    A atividade física pode ser entendida como qualquer movimento corporal, produzido pela musculatura esquelética, que resulta em gasto energético (CASPERSEN, 1985 apud. MILBRADT et al. 2009), tendo componentes e determinantes de ordem biopsicossocial, cultural e comportamental, podendo ser exemplificada por jogos, lutas, danças, esportes, exercícios físicos, atividades laborais e deslocamentos (PITANGA, 2002 apud. MILBRADT et al 2009.)

    A atividade física apresenta diversos efeitos benéficos ao organismo, sendo recomendada como uma estratégia de promoção da saúde para a população. Entretanto vários estudos mundiais incluindo o Brasil apontam para um elevado índice de sedentarismo em todos os grupos etários, variando de 50% a mais de 80% na população mundial (MENDES et al., 2006).

    As preferências alimentares das crianças, assim como as práticas de atividades físicas são influenciadas diretamente pelos hábitos de vida dos pais, que muitas vezes persistem na idade adulta, reforçando a hipótese que fatores ambientais são decisivos na manutenção de hábitos de vida saudáveis (OLIVEIRA et al., 2003 apud SOUZA JR 2010).

    Um adolescente obeso pode ser identificado ainda na infância, uma vez que uma criança obesa na infância pode apresentar de 68% a 77% de probabilidade de permanecer obesa durante a adolescência (RONQUE et al., 2005).

    A inatividade física parece estar associada ao alto nível socioeconômico. Outra tendência ao sedentarismo demonstrada pelos estudos analisados foi a permanência na frente da televisão, do computador ou do vídeo game, tanto no período de aulas como no período de férias. (MILBRADT et al., 2010)

Editorial

    Desde cedo, as crianças apresentam um comportamento agitado, inquieto e lúdico, essas características contribuem para a prática de atividades físicas espontâneas, as brincadeiras de rua, como pega-pega, brincadeiras de roda, andar de bicicleta, jogar futebol e queimada, são brincadeiras que muito contribuem para o desenvolvimento motor da criança, e também para a queima de calorias e o fortalecimento e desenvolvimento da musculatura. No entanto, no século em que vivemos, cada vez menos encontramos crianças praticando as atividades acima relacionadas.

    Com o crescente número de pais que trabalham, e com o alto índice de violência, percebemos que as brincadeiras fora de casa estão sendo cortadas das crianças, assim, aparelhos tecnológicos, são cada vez mais utilizados, como forma de entretenimento interno. A criança fica ali protegida em seu lar, mas, passa a tarde toda praticamente, sem se movimentar, sem gerar qualquer gasto de energia, e o corpo vai cada vez mais se habituando à falta de atividades físicas, o que aliado a uma má alimentação, leva a ocorrência do problema que digamos ser hoje o “mal do século”, a obesidade!

    Não podemos deixar de notar que a urbanização e também a violência, ajudam nesse novo modelo de vida das crianças. Com o crescimento das cidades, o espaço para brincar como, campos e praças, está ficando escassos, ao olhar pela janela vemos uma “cidade de cimento”, são prédios, casas, carros e não existe nas ruas, lugar seguro para as crianças brincarem, um dos motivos que contribui para que as mesmas sejam criadas “engaioladas” em suas “caixinhas de cimento” reforçadas com grades, que denominamos casa.

    Criança precisa ser criança! Correr, pular, cair e aprender a se levantar, são acontecimentos que fazem parte de sua fase, e que contribuirão para sua formação, quanto à pessoa que se tornará no futuro. Aprender a enfrentar seus medos e tentar de novo, são desafios que também enfrentarão quando crescerem.

    Cabe aos pais não privar seus filhos dos acontecimentos que são normais e essenciais ao seu desenvolvimento. Já que não há espaço para brincar na rua, levá-los para parques, seria uma boa opção contribuindo para o desenvolvimento físico da criança, além do incentivo e conscientização à prática da educação física na escola.

    Diante da realidade que vivemos, a escola é o lugar onde a criança passa boa parte de seu tempo, e é lá que, além do ensino moral e ético, é desenvolvido o ensino da educação física, onde aprenderá a cuidar bem de seu corpo e descobrirá suas capacidades físicas.

    Uma vertente que seria boa, caso não se torne obrigatória, é a inclusão da criança em escolas de esportes. Esta opção ajudaria além de exercitar o corpo, desenvolver habilidades até mesmo artísticas. Digo boa caso não obrigatória, porque existem pais que matriculam seus filhos em escolas de esportes e esquecem que aquilo seria uma opção de lazer e recreação para a criança, e começam a cobrar resultados que cabem a atletas profissionais, trazendo para a criança uma responsabilidade que não lhe cabe, levando-a a uma especialização precoce.

    São vários os casos de crianças que apenas queriam brincar e aprender algo novo, mas que acabaram com lesões sérias e afastamento definitivo de suas modalidades, devido ao esforço exagerado praticado em suas aulas, cobrado por pais e treinadores, almejando alcançar troféus e medalhas, o que deveria ser lazer, acaba se tornando uma obrigação.

    Toda pessoa tem seu limite, com a criança não é diferente, na escola de esportes deve-se desenvolver habilidades que se tornem prazerosas, forçar além das forças só causará um estresse físico que pode ser traumático.

    O ideal é que a criança escolha o que deseja fazer, futebol, lutas ou danças, independente do que seja, tem que ser feito com alegria e vontade própria. Cabe aos pais incentivar o desenvolvimento de seu filho na medida de suas capacidades, com isso será notório o sentimento de auto-confiança e auto-estima, acreditando que são capazes de fazer cada vez melhor, não para alcançar metas, mas para satisfazerem a si mesmas.

Conclusão

    A falta da atividade física pode trazer malefícios à saúde, no entanto o exagero e o excesso de atividades também. Contudo, precisamos trabalhar na medida correta, uma criança tem que, correr, brincar, jogar bola, se alimentar corretamente, enfim..., mas para isso precisa estar cercada de pessoas que a oriente, e oriente de forma adequada, para que no futuro não venha ter problemas de saúde nem problemas físicos, se tornando um adolescente saudável e preparado para no tempo certo, encarar competições que a vida lhe apresentará, com auto-estima e confiança.

Referências

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