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Composição corporal e aptidão física dos acadêmicos do 

curso de Educação Física do Campus Catalão, GO e 

sua relação com a qualidade de vida

Composición corporal y aptitud física de los estudiantes del curso de 

Educación Física del Campus Catalao, GO y su relación con la calidad de vida

Corporal composition and fitness of the academics of the course of Physical 

Education of the Campus Catalao, GO and its relation with the quality of life

 

*Graduada em Educação Física pela Universidade Federal de Goiás, UFG (Catalão)

Pós-graduanda em Fisiologia do Esporte pelo Instituto Catarinense de Pós Graduação, ICPG

** Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Goiás, UFG (Catalão)

Pós-graduado em Fisiologia do Exercício pela Faculdade Belos Montes, GO

*** Graduado em Educação Física pelo Centro Universitário do Triângulo, UNITRI

Pós-graduando em Fisiologia do Esporte pelo Instituto Catarinense de Pós Graduação, ICPG

(Brasil)

Kátia Rosa dos Santos*

ktia.rsantos@hotmail.com

Glaucio Antonio Caixeta Branquinho**

glauciobranquinho@hotmail.com

Yuri Garcia Ribeiro***

yuriphisic@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa de campo com caráter qualitativo que teve como objetivo geral avaliar a composição corporal e aptidão física dos acadêmicos do curso de Educação Física do Campus Catalão-GO e a relação destes com qualidade de vida e especificamente conceituar composição corporal, aptidão física e qualidade de vida; relacionar composição corporal e aptidão física com doenças crônicas e com qualidade de vida. A amostra foi composta por 20 alunos sendo cinco de cada série das quatro turmas do curso, portanto foi um grupo misto de 10 mulheres e 10 homens, estes representam 13,4% dos 149 alunos matriculados. Os dados foram coletados através de uma ficha de anamnese, do teste de Cooper, do teste de flexibilidade utilizando o banco de Wells e através da medida das dobras cutâneas. Os dados obtidos comprovam que uma porcentagem significativa dos acadêmicos do curso, no que tange prática de atividade física, ingestão de água, acesso a transporte, porcentagem de gordura corporal, estão dentro dos parâmetros considerados aceitáveis e no que diz respeito à capacidade respiratória, flexibilidade e alimentação adequada, é notório, através dos dados apresentados que estes estão aquém dos níveis estimados para uma vida com qualidade.

          Unitermos: Composição corporal. Aptidão física. Qualidade de vida.

 

Abstract

          The present study it characterizes as being a research of field with qualitative character that had as objective generality to evaluate the corporal composition and fitness of the academics of the course of Physical Education of the Campus Catalão-GO and the relation of these with quality of life and specifically to appraise corporal composition, fitness and quality of life; to relate corporal composition and fitness with chronic illnesses and quality of life. The sample was composed for 20 pupils being five of each series of the four groups of the course, therefore it was a mixing group of 10 women and 10 men, these represent 13.4% of the 149 registered pupils. The data had been collected through a fiche of anamnese, of the test of Cooper, the test of flexibility using the bank of Wells and through the measure of the cutaneous folds. The gotten data prove that a significant percentage of the academics of the course, in what it refers to practical of physical activity, ingestion of water, access the transport, percentage of corporal fat, are inside of the considered parameters acceptable and in what it says respect to the respiratory capacity, flexibility and adjusted feeding, he is well-known, through the presented data that these are on this side of the levels esteem for a life with quality.

          Keywords: Body composition. Fitness. Quality of life.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 154, Marzo de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O termo qualidade de vida tem sido muito utilizado quando o assunto é longevidade com qualidade, seja nas escolas, nos consultórios médicos e pela mídia, o que leva os pesquisadores a buscarem os motivos que tem levado a civilização moderna a apresentarem um significativo aumento de doenças tais como: obesidade, hipertensão, diabetes tipo II, aterosclerose, entre outras, que estão relacionadas com o estilo de vida das pessoas.

    Ao abordar questões relacionadas a qualidade de vida, devemos levar em consideração alguns aspectos como condições de trabalho, alimentação, prática regular de exercício físico, saneamento básico, moradia, relacionamento interpessoal, entre outros. Nesta perspectiva, foi necessário criar um instrumento que avaliasse a qualidade de vida num aspecto universal. Para tanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) realizou uma pesquisa, a partir da colaboração de várias etnias.

    O resultado desta pesquisa foi a elaboração do WHOQOL-100, um instrumento de avaliação de qualidade de vida composto por 100 itens, que através de estudos com várias etnias, levando em consideração seu domínio físico, domínio psicológico, nível de independência, relações sociais, meio-ambiente e espiritualidade (religião, crenças pessoais), definiu qualidade de vida como sendo "a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações" (FLECK et. al, 1999).

    Para fazermos a relação com a qualidade de vida utilizaremos a composição corporal e aptidão física, mais especificamente os seguintes componentes: VO2 máximo; percentual de gordura corporal e flexibilidade.

    O sistema cardiorespiratório e vascular estão diretamente ao VO2 máx. o qual representa a quantidade máxima de oxigênio que o indivíduo consegue captar, transportar e utilizar na célula em uma unidade de tempo e quanto maior for o VO2 máx. melhor o funcionamento do coração, pulmão e vasos o que influencia na qualidade de vida. (POLLOCK e WILMORE, 1993 apud LOPES e PORCARO, 2007)

    Outro elemento a ser abordado é o percentual de gordura corporal, que bem sabemos o seu excesso ou sua quantidade extremamente reduzida pode trazer complicações para saúde.

    E por último relacionaremos a flexibilidade com a qualidade de vida, pois a falta deste componente da aptidão física pode interferir na boa postura corporal, aumentar o risco de lesões no esporte e no dia a dia, além de agravos do sistema músculo-esquelético.

    Nessa perspectiva, nosso trabalho tem como objetivo geral avaliar a composição corporal e aptidão física dos acadêmicos do curso de Educação Física do Campus Catalão-GO e a relação destes com qualidade de vida e especificamente conceituar composição corporal, aptidão física e qualidade de vida; relacionar composição corporal e aptidão física com doenças crônicas; associar composição corporal e aptidão física com qualidade de vida.

Relação do adulto jovem com a saúde e qualidade de vida

    De um modo geral a responsabilidade pela saúde e qualidade de vida passa por duas esferas, uma individual e a outra social. No âmbito individual é sabido que é na fase de adulto jovem, faixa etária a qual é composta nossa pesquisa, que acontece o maior número de acidentes, causados por excesso de velocidade, embriaguez e uso de drogas, e isso ocorre por ser neste período da vida que os indivíduos buscam testar seus limites. E principalmente na vida universitária, onde se deparam com diferentes realidades, que dispõem-se de mais liberdade, pois muitos estão longe de casa e da cobrança dos pais.

    Podemos então reafirmar nossas idéias através da citação de Nahas (2001)

    As doenças sexualmente transmitidas e, principalmente, a violência e os acidentes, representam as principais ameaças à saúde nesta fase da vida. Em pleno vigor e no ápice do seu desempenho físico, as pessoas nesta idade tendem a se preocupar pouco com os aspectos preventivos e geralmente acham que problemas de saúde mais sérios só acontecem com o vizinho mais velho. (p.199)

    No outro âmbito temos a influencia social, já que na idade adulta viver com qualidade é um desafio que vai além da vontade de cada indivíduo, pois existem diversos fatores sociais como, por exemplo, a falta de tempo livre e acesso a locais adequados para lazer e prática de atividade física, saneamento básico, moradia, acesso a saúde de qualidade, de um bom salário, entre outros.

    Dentre os hábitos que cada pessoa, principalmente na fase de adulto jovem, pode adotar para tentar viver com qualidade, destaca-se o uso de cinto de segurança, a prática do sexo seguro, evitar ambientes e grupos onde a violência física é motivo de admiração, não fumar, beber com moderação, escolher alimentos de maneira inteligente, proteger pele e olhos, manter uma vida ativa, mas não exaustiva, fazer exames periódicos,entre outros.(NAHAS, 2001, p.201)

    A prática da atividade física e a busca de uma boa alimentação deveriam ser fatores extremamente almejados por todos, entretanto, muitos desconsideram estes e outros elementos influenciadores da saúde e qualidade de vida.

Aptidão física relacionada à qualidade de vida

    Segundo Pate (1998 apud PITANGA, 2004) podemos entender a aptidão física como sendo a capacidade de realizar as atividades do cotidiano com vigor e energia, além de reduzir o risco de desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas.

    Dessa forma, o conceito de aptidão física relacionada à saúde implica na participação de componentes voltados às dimensões morfológicas (composição corporal e distribuição da gordura corporal), funcional-motora (função cardiorrespiratória – consumo máximo de oxigênio, índice de força, flexibilidade e resistência muscular), fisiológica (pressão sanguínea, tolerância à glicose e a sensibilidade insulínica, oxidação de substratos, níveis de lipídios sanguíneos e o perfil das lipoproteínas) e comportamental (relacionados à tolerância e ao estresse). (GUEDES e GUEDES, 1995 apud PITANGA, 2004)

    Neste trabalho usamos o termo aptidão física relacionando-o às dimensões morfológicas e funcional-motora, no que tange respectivamente a composição corporal (percentual de gordura), a função cardiorrespiratória (consumo máximo de oxigênio) e a flexibilidade, associando-os ao baixo risco de desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas. No que se refere a aptidão física, Araújo e Oliveira (2008) citam que

    A importância do conhecimento dessa variável reflete-se no fato de que valores dos componentes morfológicos e funcionais da aptidão física acima da média populacional indicam menor exposição a riscos de várias doenças crônico-degenerativas, tais como: câncer, hipertensão, aterosclerose, coronariopatias, diabetes, osteoporose e obesidade. No entanto, níveis aquém dos estimados tornam-se mais graves, quando associados a comportamentos de alto risco como tabagismo, dietas hipercalóricas e, sobretudo, sedentarismo. (p.272)

    Ao se pensar em alternativas que possam sanar ou prevenir certas doenças voltamo-nos para a área das ciências da saúde na busca de uma melhoria de hábitos alimentares e redução da quantidade de gordura corporal e consequentemente tentamos compreender os benefícios da prática regular de exercícios físicos para melhora da aptidão física o que pode influenciar positivamente na qualidade de vida.

    Nessa perspectiva, para relacionarmos o exercício físico com a qualidade de vida é necessário termos clareza de que um não é diretamente proporcional à outro, visto que, este é apenas um dos elementos para se ter qualidade de vida.

    Segundo Carspensen (1985 et al., apud GUISELINI, 2004), entende-se o exercício físico como toda “atividade repetitiva, planejada e estruturada, que tem como objetivo a manutenção e melhoria de um ou mais componentes da aptidão física” (p. 24).

    Logo, o excesso de exercício físico, sua prática incorreta bem como o sedentarismo, podem contribuir de forma negativa quando se pensa em qualidade de vida.

    Feito de forma adequada o exercício físico exerce um papel fundamental na prevenção e posterior melhora no quadro das disfunções crônico-degenerativas, visto que o mesmo proporciona um aumento nos níveis de insulina sanguínea, diminuição do débito cardíaco em repouso; aumento nos níveis do bom colesterol - HDL; melhora na densidade mineral óssea, e redução nos níveis de gordura corpora, etc. (McARDLE e KATCH, 1992)

    Dessa forma, um dos elementos da aptidão física que discutiremos em nosso trabalho é a flexibilidade a qual é um importante fator de proteção contra lesões esportivas e do cotidiano, má postura corporal e agravos do sistema músculo-esquelético, contribuindo assim para uma melhor qualidade de vida.

    Discutiremos também sobre o sistema cardiorrespiratório relacionado ao consumo máximo de oxigênio, que segundo Pollock e Wilmore (1993 apud LOPES e PORCARO, 2007) depende do bom funcionamento do aparelho respiratório e cardiovascular, de componentes sangüíneos adequados como um maior volume de plasma e de hemácias, além de componentes celulares específicos, como mitocôndrias e enzimas, que auxiliem o corpo a utilizar oxigênio durante o exercício. Esse consumo de oxigênio pelo corpo é conhecido como VO2 máximo, que pode ser expresso em litro/minuto ou ml/kg.min-¹. É a maior quantidade de oxigênio que o sistema cardiovascular é capaz de fornecer aos tecidos do organismo, durante trabalho físico máximo.

    A composição corporal é outro elemento da aptidão física que abordaremos, enfatizando o percentual de gordura no organismo que, quando em excesso está relacionada a várias doenças crônicas, além de diminuir a eficiência do organismo e do metabolismo.

    Trabalhar com todos os elementos da aptidão física, já citados inicialmente, exigiria tempo viável, equipamentos e laboratório adequados os quais não temos acesso. Por tanto, optamos em avaliar o VO2 máx., a flexibilidade e o percentual de gordura, uma vez que, os mesmos não requerem equipamentos sofisticados e influenciam diretamente na saúde e qualidade de vida.

Avaliação física e composição corporal

    A antropometria é o ramo das ciências biológicas que se ocupa em avaliar os caracteres mensuráveis da morfologia humana. Nesse sentido lançamos mão deste recurso para obtermos os dados necessários para uma analogia com a saúde e qualidade de vida dos acadêmicos avaliados.

    Nesta perspectiva

    O estudo da composição corporal trata da quantificação dos principais componentes estruturais do corpo humano, dividindo-o em tecidos específicos que compõe a massa corporal total. Por meio de métodos diretos e/ou indiretos é possível quantificar os principais componentes do corpo, obtendo-se importantes informações sobre tamanho, forma e constituição, características influenciadas por fatores genéticos e ambientais. Basicamente os três maiores componentes do corpo em nível tecidual são: ossos, músculos e gordura. As diferenças na quantidade destes tecidos são responsáveis por amplas variações na massa corporal entre os indivíduos, considerando-se as particularidades entre os gêneros e faixas etárias (HEYMSFIELD et al., 2005; PETROSKI, 2007 apud CORSEUIL e CORSEUIL)

    É sabido que um alto percentual de gordura corporal é um fator negativo que afeta diretamente a qualidade de vida do indivíduo, acarretando uma série de doenças, como aterosclerose, hipertensão, obesidade, diabetes, advindas também do consumo exagerado de bebidas alcoólicas, alimentação inadequada, a falta de atividade física, entre outros.

    Reduzir a quantidade de gordura e aumentar a quantidade de massa muscular deveria ser a preocupação de todos, mas não apenas do ponto de vista da estética, mas por exercer forte influência na saúde e qualidade de vida dos indivíduos.

    Promover mudança de hábitos é tarefa árdua e difícil, mas existem meios de se ter qualidade vida mudando alguns hábitos diários como a prática de exercício físico, pois algumas doenças são causadas pela falta desta, como é o caso das doenças hipocinéticas que segundo Guiselini (2004)

    É o termo usado para designar a doença relacionada à falta de exercício regular. Enfermidades como doenças coronarianas, pressão alta, alto nível de gordura corporal, problemas nas articulações e na região lombar e osteoporose são algumas das chamadas doenças hipocinéticas. (p.75)

    Estas podem ser prevenidas, visto que sua etiologia não advém somente de fatores genéticos como idade, sexo e hereditariedade, mas também do estilo de vida das pessoas e sedentarismo.

    O percentual de gordura pode ser avaliado de diversas formas como através da bioimpedância bioelétrica que é uma forma rápida e utilizada principalmente em estudos clínicos e de campo, visto que o resultado é obtido através de correntes elétricas de baixa intensidade que passam pelo corpo do paciente, outra forma é hidrodensitometria a qual é feita com o corpo submerso na água, medindo a composição corporal através do deslocamento da água. (PITANGA, 2004). A medida das dobras cutâneas é outra forma de se avaliar o percentual de gordura, e este método é o que optamos para utilizar em nosso trabalho, pois este possui uma boa precisão, é de fácil acesso, não é invasivo, é de rápida execução, fácil de obter os resultados, de baixo custo, visto que, utiliza-se um compasso especial semelhante a uma pinça, que mede a gordura em áreas específicas do corpo. (PITANGA, 2004).

    Dentre os componentes da aptidão física que abordamos em nosso trabalho, como supracitado, optamos em avaliar o VO2 máx., a flexibilidade e o percentual de gordura. Segundo Weineck (2005) a flexibilidade pode ser entendida como “a capacidade de conseguir executar movimentos com grande amplitude oscilatória sozinho ou sob a influência de forças externas, em uma ou mais articulações.” (p.271). Por sua vez, esta pode ser avaliada através do flexiteste, que consiste em medir a mobilidade máxima de 20 movimentos corporais, incluindo as articulações do tornozelo, do joelho, do quadril, do tronco, do punho, do cotovelo e do ombro, sem aquecimento prévio (ARAÚJO, C., 2002), outra forma é através do flexímetro, um aparelho que é capaz de analisar 54 movimentos articulares distintos, o que praticamente cobre toda a ação dos maiores grupos articulares corporais, sendo medido em graus. (CIPRIANO, 1999)

    O banco de Wells é método que escolhemos para avaliar a flexibilidade dos alunos, ele é utilizado para medir a flexibilidade da parte posterior do tronco e coxa. O teste consiste em o aluno sentar com as pernas esticadas e sem flexionar o joelho e esticar seus braços sobre o banco o mais longe que conseguir empurrando uma espécie de marcador que é fixado sobre o banco em cima de uma régua que é fixada no banco para medir em centímetro a flexibilidade do aluno, esse valor será conseguido pelo máximo que o indivíduo consegue empurrar o marcador. (PITANGA, 2004, p.166) A opção por avaliar a flexibilidade somente de posteriores troncos e coxa se da pela acessibilidade de equipamento e pela importância que esses agrupamentos musculares exercem na postura corporal e em decorrência na qualidade de vida.

    O VO2 máx. pode ser avaliado de forma direta e indireta. A ergoespirometria ou teste cardiopulmonar é uma das formas direta de avaliar o VO2 máx., este determina as trocas gasosas através de uma máscara bucal interligada a equipamentos eletrônicos que monitoram a pressão arterial e o coração durante a realização do teste. O expirômetro é um aparelho que capta o ar expirado pela pessoa, o interpreta e o transforma em valores numéricos e em gráficos, muito importantes para avaliar a capacidade pulmonar de uma pessoa, e verificar se esta não apresenta sintomas ou se é portadora de alguma doença pulmonar. (PITANGA, 2004, p. 132).

    Dentre os vários testes indiretos de VO2 máx., utilizamos o teste de Cooper que consiste em registrar o valor da distância percorrida num tempo de 12 minutos, para cálculo de estimativa do consumo máximo de oxigênio, o valor deste cálculo é jogado em uma fórmula, que apresentaremos em nossa metodologia a seguir, e através desta obteremos o resultado final. (DANTAS, 1998, p.100).

Metodologia

    A presente pesquisa se caracteriza como sendo uma pesquisa de campo, onde os dados foram coletados através de testes físicos aplicados, dos quais os resultados foram analisados para que fosse possível concluir nossa pesquisa.

    O universo para nossa pesquisa foi o curso de Educação Física da Universidade Federal de Goiás/Campus de Catalão. O método utilizado neste estudo foi de natureza qualitativa, que buscam aproximar a teoria e os fatos, através da descrição e interpretação de episódios isolados ou únicos, privilegiando o conhecimento das relações entre contexto e ação. Através de análises fenomenológicas e da subjetividade do pesquisador chegam, geralmente, a resultados particularizados que possibilitam, no máximo a comparação dos casos (LAKATOS e MARCONI, 1991).

    Nesta perspectiva, nossa população foram 149 alunos regularmente matriculados no curso de Educação Física da UFG/Campus Catalão, a amostra de alunos foi escolhida aleatoriamente, através de um sorteio, tendo em mãos a lista de todos os alunos matriculados no curso, aos sorteados foi feito o convite para contribuir com nosso trabalho, os que não demonstraram interesse ou não tinham horário disponível por trabalharem foram substituídos por outros que eles mesmos nos indicaram.

    Nossa amostra foi composta por 20 alunos o que corresponde a 13,4% dos 149 alunos matriculados no curso de Educação Física, sendo, portanto 5 alunos de cada sala das quatro séries do curso, para a coleta dos dados tínhamos uma turma mista composta por 10 homens e 10 mulheres com faixa etária entre 20 à 30 anos.

    Após a escolha dos alunos foram marcados os horários para aplicação dos testes, de acordo com a disponibilidade de cada um. Os testes de Cooper, Sentar e Alcançar e Percentual de Gordura foram realizados em 4 dias, sendo 3 dias durante o fim da manhã e um no começo da tarde, em função da disponibilidade de tempo dos avaliados. O local para aplicação dos testes foi o Clube do Povo, que é uma instituição da prefeitura municipal de Catalão - GO, onde estão sendo realizadas as aulas práticas do curso de Educação Física da Universidade Federal de Goiás/Campus de Catalão (UFG/CaC), visto que a UFG está em reforma e ainda não possui estrutura física para a realização de todos os testes. Os testes foram realizados mais precisamente na pista de atletismo, para onde levamos todo material necessário como o compasso de dobras cutâneas, o banco de Wells, os cones, a fita métrica e um colchonete, todos os materiais foram emprestados pelo curso de Educação Física da UFG.

    Optamos por fazer todos os testes no mesmo dia, iniciamos com a anamnese, logo em seguida foi feito o teste de flexibilidade utilizando o banco de Wells, depois medimos as dobras cutâneas e por fim realizamos o teste de Cooper.

    A ordem cronológica de aplicação dos referidos testes se deu em função da metodologia de cada um, por isso o teste de Cooper foi realizado por último, pois se este fosse aplicado primeiro influenciaria nos resultados dos outros, ou seja, o teste de flexibilidade deve ser feito sem alongar ou aquecer antes e com a pele suada dificultaria obter as dobras cutâneas.

    A anamnese é um procedimento necessário, feito antes da realização de qualquer teste de aptidão física, visto que, é através desta que obtemos dados sobre a vida do aluno que possam interferir na realização dos testes (PITANGA, 2004, p.39), por isso inicialmente entregamos aos alunos uma ficha com 10 questões objetivas e subjetivas. As questões variavam desde o estilo de vida, a prática de atividade física, sua freqüência, se eram fumantes ou não, tipo de alimentação, tipo de transportes, além de idade, peso e estatura.

    O teste de Sentar e Alcançar foi feito com o banco de Wells da marca Sanny (Figura 1), que é um teste que consiste basicamente em sentar e alcançar, onde os alunos descalços tentaram alcançar o mais longe que conseguissem, sem flexionarem os joelhos. Para garantir que isso não acontecesse apoiamos as mãos em seus joelhos para evitar alterações nos resultados, as mãos devem estar sobrepostas uma a outra. O resultado é obtido através de um marcador que é fixo no banco e as medidas são em centímetros de 0 à 63,5.

Figura 1. Banco de Wells (crédito do autor)

    O percentual de gordura foi aferido por meio de um compasso clínico de dobras cutâneas da marca Cescorf (Figura 2) de fabricação nacional, sua precisão é de 1 mm. Todas as medidas foram feitas do lado direito do corpo do avaliado, onde obtivemos as dobras pinçando a pele com os dedos polegar e indicador, sendo feito três medidas em cada local para garantir a fidedignidade de nossos resultados.

    É sabido que os locais do corpo onde se concentra maior quantidade de gordura é diferente em homens e mulheres, nesta perspectiva, as medidas realizadas nos homens foram as dobras da região subescapular (SE), tríceps (TR), suprailíaca (SI) e abdominal (AB), e para as mulheres acrescentamos a medida da coxa (CX), de acordo com os protocolos escolhidos.

    Neste sentido, o protocolo utilizado para avaliar o percentual de gordura foi o de Faulkner, sendo as medidas das dobras cutâneas calculada pela seguinte equação: Percentual de Gordura=Σ (TR+SE+SI+AB)x 0,153+5,783 para homens e Percentual de Gordura = Σ (TR+SE+SI+AB+CX)x 0,8 x 0,153+5,783 para as mulheres.

Figura 2. Compasso de dobras cutâneas (crédito do autor)

    O teste de Cooper é um teste que consiste em o aluno correr durante um tempo de 12 minutos, podendo este andar ao se sentir fatigado, não é permitido que o aluno pare durante o teste. O mesmo foi iniciado com um silvo breve do apito e com o cronômetro zerado, ao faltar um minuto para o término do tempo os alunos foram informados através de um silvo longo e ao final da prova foi dado dois silvos longos. No final pedimos para que os alunos andassem em sentido perpendicular na pista no local onde pararam ao final do tempo, para que medíssemos a distância percorrida durante a prova e para que os mesmos diminuíssem os batimentos cardíacos, evitando uma parada repentina o que pode trazer prejuízos ao organismo.

    Para facilitar a medida da distância percorrida a pista foi demarcada com cones que foram colocados a 50 metros de distância uns dos outros e um com 16 metros de distância, pois a pista apresenta 416 metros medidos a partir da borda interna.

    A fim de verificarmos o VO2 máx. dos avaliados no teste de Cooper, utilizamos a distância percorrida na seguinte equação: VO2 máx. ml/kg/min-¹= D – 504,1 / 44,9. Onde, D = Distância percorrida nos 12 minutos.

Apresentação e análise dos dados

    Os dados foram analisados e apresentados em porcentagem (%), tendo como base para a análise, tabelas que apresentam valores científicos considerados ideais para se ter uma boa saúde e qualidade de vida. A partir de diferentes autores é que embasamos a interpretação dos dados.

    Para que nosso objetivo geral fosse alcançado, fez-se necessário a aplicação dos testes já citados anteriormente, a análise e interpretação dos resultados destes, tiveram enfoque principal direcionado a associação dos dados obtidos com qualidade de vida. Nesta perspectiva a Organização Mundial de Saúde define qualidade de vida como sendo "a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações" (FLECK et al, 1999)

    Nesse sentido ao analisarmos os resultados obtidos através da ficha de anamnese foi possível percebemos que 100% disseram não ser fumantes, 85% praticam atividade física no mínimo 2 vezes por semana e no mínimo uma hora por seção e os mesmos também tem o hábito de alongar-se, seja antes, durante ou depois da prática da atividade física.

    Dessa forma, dos analisados o percentual apresentado, no que tange o hábito de fumar e praticar atividade física, é um número consideravelmente bom ao relacionarmos estes hábitos como fator positivo para prevenção de doenças crônicas, já que o tabagismo e sedentarismo são fatores que influenciam para o aparecimento ou agravamento destas doenças.

    Assim, Nahas (2001) afirma que “(...) o fumo é a causa principal de câncer de pulmão e enfisema pulmonar, contribuindo como um dos principais fatores de risco para doenças cardíacas (...)”. (p.199).

    Manter uma vida ativa fisicamente também é uma opção para viver com qualidade, de acordo com Nahas (2001)

    Os exercícios regulares, a prática de esportes e uma vida que envolva caminhadas freqüentes são opções inteligentes e agradáveis para uma vida mais saudável. Use a atividade física como uma forma de diversão, de prevenção e compensação para a tensão do dia-a-dia. O Lazer Ativo pode contrapor o trabalho ou estudo exaustivo e geralmente sedentário. (p.200)

    Durante a prática da atividade física é de fundamental importância ingerir água em abundância, principalmente em dias mais quentes, evitando a desidratação, pois ela compõe mais de 60% do peso corporal e serve para regular todas as funções vitais (NAHAS, 2001, p.165). No entanto, em nossa pesquisa constatamos que 80% dos pesquisados ingere grande quantidade de água por dia, isto pode contribuir para o bom funcionamento do organismo.

    Segundo McARDLE (1992), devemos nos alimentar diariamente de aproximadamente 50 a 60 por cento de carboidratos, 20 a 25 por cento de lipídios e 10 a 15 por cento de proteína. É claro que esses valores se alteram em relação a prática de exercício físico, por exemplo, se o indivíduo é fisiculturista a quantidade de proteína ingerida é bem maior.

    Com relação à alimentação dos 20 alunos que compuseram a nossa amostra, todos possuem uma dieta composta por carboidratos e dos alimentos que complementam a alimentação, 50% consomem algum tipo de carne, 55% tem o hábito de consumir verduras ou frutas durante a semana e apenas 10% ingere algum tipo de fritura ou manteiga.

    A escolha dos alimentos que compõe a dieta diária de um indivíduo é de fundamental importância, pois garante o bom funcionamento do organismo, além da alimentação saudável ser um forte aliado na prevenção de doenças como diabetes, hipertensão, doenças cardíacas entre outros. Dessa forma, Nahas (2001), afirma que

    Os alimentos de origem vegetal ou animal, fornecem ao ser humano os nutrientes necessários ao organismo – as substâncias que constroem e mantém as células, permitem o crescimento e fornecem energia para os processos metabólicos vitais e as atividades do dia-a-dia .(p.157)

    Viver com qualidade vai além de ter uma boa alimentação, praticar exercício físico, é preciso também dispor das condições básicas de sobrevivência, como trabalho, moradia, saneamento básico, lazer, transporte entre outros. Isto posto, em nossa pesquisa constatamos que dentre os universitários do curso de Educação Física da UFG/CaC, 50% utilizam moto como meio de transporte e 50% dispõem-se da bicicleta.

    A utilização da bicicleta como meio de transporte é um fator positivo na qualidade de vida, uma vez que, é um exercício prioritariamente aeróbico o qual melhora o sistema caradiorespiratório e vascular, bem como a diminuição do percentual de gordura corporal.

    Em nossa pesquisa como já citado utilizamos a ficha de anamnese para nos interarmos acerca dos hábitos diários dos alunos analisados e de testes físicos para termos conhecimento do percentual de gordura e em que nível se encontra a aptidão física dos mesmos no que diz respeito à flexibilidade e a capacidade cardiorrespiratória.

    Através do teste de flexibilidade utilizando o banco de Wells, representado na figura 1, obtivemos os dados em centímetros (cm) da flexibilidade dos alunos, estes apresentaram resultados que, de acordo com a tabela 1, se classificam em excelente, acima da média, média, baixa e ruim, tendo como base a idade dos pesquisados.

Tabela 1. Flexibilidade (Banco de Wells)

Idade-Anos

15-19

20-29

30-39

40-49

50-59

60-69

Sexo

M/F

M/F

M/F

M/F

M/F

M/F

Excelente

>39 >43

>40 >41

>38 >41

>35 >38

>35 >39

>33 >35

Ac. media

34-38
38-42

34-39
37-40

33-37
36-40

29-34
34-37

28-34
33-38

25-32
31-34

Média

29-33
34-37

30-33
33-36

28-32
32-35

24-28
30-33

24-27
30-32

20-24
27-30

Ba. média

24-28
29-33

25-29
28-32

23-27
27-31

18-23
25-29

16-23
25-29

15-19
23-26

Ruim

<23 >28

<24 <27

<22 <26

<17 <24

<15 <24

<14 <23

Canadian Standardized e Teste of Fitness (CSTF), (1987 apud PAIVA et al, 2005)

    Com os dados obtidos a partir do teste de flexibilidade constatamos que apenas uma aluna foi classificada como excelente o que representa 5% dos avaliados, 15% ficaram acima da média sendo estes um homem e duas mulheres, 25% estão na média representando quatro homens e uma mulher, 20% apresentam baixa flexibilidade, sendo dois homens e três mulheres, 35% estão ruim, sendo três homens e quatro mulheres.

    Portanto nossa pesquisa aponta que 55% dos alunos analisados se encontram com o nível de flexibilidade abaixo da média mencionada na tabela 1. Neste caso podemos dizer que é um número elevado tendo em conta que nossa amostra é composta por adultos jovens.

    Os dados tornam-se preocupantes ao relatarmos que a flexibilidade está diretamente ligada com a execução correta dos movimentos do corpo, desde o andar, correr, saltar e agachar. Allsen et. al (2001), afirma que

    Os hábitos sedentários e a falta de atividade física são os maiores responsáveis pela perda de flexibilidade, pois fazem com que os músculos e o tecido conjuntivo percam a capacidade de extensão. Normalmente o aumento da gordura corporal acompanha a falta de atividade, contribuindo, assim, para a redução da flexibilidade. (p.191)

    Além do baixo nível de flexibilidade, o alto percentual de gordura presente no corpo é também característica de uma vida sedentária, inativa fisicamente e com hábitos alimentares inadequados, isso considerando uma pessoa que ainda não tenha desenvolvido nem um tipo de doença, pois estes fatores influenciam diretamente na qualidade de vida destas pessoas e são fatores influentes para o desenvolvimento de doenças crônicas.

    Outro teste aplicado foi o de medida das dobras cutâneas. Os valores obtidos foram classificados de acordo com a tabela 2, que classifica o percentual de gordura como aceitável ou não, diferenciando o resultando de acordo com a idade e com o sexo, visto que em mulheres, fez-se necessário medirmos a dobra da coxa, isso devido ao protocolo escolhido para calcular os dados.

Tabela 2. Percentual de Gordura

 

Homens

Homens

Mulheres

Mulheres

Idade

Aceitável

Ideal (%)

Aceitável

Ideal (%)

< 30

13.0

9.0

18.0

16.0

30 – 39

16.5

12.5

        20.0

       18.0

40 – 49

19.0

15.0

23.5

18.5

50 – 59

20.5

16.5

26.5

21.5

> 60

20.5

16.5

27.5

22.5

Fonte: Carnaval (1998 apud COOPER, 1987)

    Dentre os valores obtidos ao medirmos as dobras cutâneas observamos que 80% dos alunos investigados estão dentro da média considerada aceitável, sendo destes sete homens e nove mulheres, entretanto, três homens o que representa 30% dos dez avaliados do mesmo sexo, tiveram seu percentual acima do aceitável, apresentando uma média de percentual de gordura de 16,56%. Já no sexo feminino tivemos apenas uma avaliada com percentual acima do aceitável, sendo este 19,4% de gordura corporal.

    Determinar a quantidade adequada de gordura no corpo para cada indivíduo com exatidão, a partir do percentual de gordura, é algo que não podemos afirmar de forma precisa, pois além do percentual de gordura representar apenas uma porcentagem do peso total do corpo, não se deve generalizar esses valores, devendo levar em consideração a estatura de cada indivíduo. Nesse sentido, as tabelas apresentadas são compostas de valores, estimados para cada idade, que são considerados ideais, a partir da média populacional, para que estes não apresentem peso muito acima ou abaixo da média, para que este fator não interfira na sua qualidade de vida. (ALLSEN et al, 2001)

    Dessa forma, a partir dos dados obtidos através do percentual de gordura e com base na tabela apresentada, é notório que 20% do total de alunos apresentam possibilidades, de futuramente, se enquadrarem no perfil de pessoas obesas, isso se não mudarem seus hábitos, no que tange, principalmente, alimentação e prática regular de exercícios físicos.

    Ao nos referirmos a obesidade, Allsen et al (2001) aponta que

    A obesidade é um dos principais riscos à saúde. Se todas as mortes causadas por câncer pudessem ser eliminadas, a média de vida aumentaria dois anos. Se todas as mortes relacionadas à obesidade pudessem ser evitadas, estima-se que a média de vida aumentaria sete anos! (p.4)

    Outro fator que é influente no dia-a-dia das pessoas é a capacidade respiratória, que é responsável pela capacidade do organismo a se adaptar a esforços que exigem a participação de grandes grupos musculares, a corrida é um exemplo de atividade que requer uma boa capacidade respiratória, portanto, o teste de Cooper foi o que utilizamos para verificar o VO2 máx. dos analisados.

    Com base nos resultados do VO2 máx. obtidos ao aplicarmos os dados na fórmula já explicitada na metodologia, foi possível identificar, através das tabelas 3.a) e 3.b), o perfil dos analisados no que diz respeito à capacidade cardiorrespiratória.

    As tabelas utilizadas para identificar o VO2 máx., apresentam valores de acordo com a idade e sexo, portanto, os esses se diferem do homem com relação à mulher. Os valores obtidos foram classificados em nível excelente, bom, regular, fraco e muito fraco.

Tabela 3.a. Normas para classificação do VO2 máx. para Mulheres

Mulheres

Valores emml.(kg.min)-1

Faixa Etária

Muito Fraca

Fraca

Regular

Boa

Excelente

20~29

<24

24~30

31~37

38~48

49>

30~39

<39

20~27

28~33

34~44

45>

40~49

<17

17~23

24~30

31~41

42>

50~59

<15

15~20

21~27

28~37

38>

60~69

<13

13~17

18~23

24~34

35>

Araújo (1986 apud PITANGA, 2004)

 

Tabela 3.b. Normas para classificação do VO2 máx. para Homens

Homens

Valores em ml.(kg.min)-1

Faixa Etária

Muito Fraca

Fraca

Regular

Boa

Excelente

20~29

<25

25~33

34~42

43~52

53>

30~39

<23

23~30

31~38

39~48

49>

40~49

<20

20~26

27~35

36~44

45>

50~59

<18

18~24

25~33

34~42

43>

60~69

<16

16~22

23~30

31~40

41>

Araújo (1986 apud PITANGA, 2004)

    Analisando de forma ampla, ou seja, representando em porcentagem, concluímos que 5% dos alunos encontram se nível excelente, sendo este valor a representação de apenas um homem, 25% apresentam VO2 máx. em nível bom, destes são no total cinco homens, 40% estão regulares, neste nível estão quatro homens e quatro mulheres, 5% foi classificado como fraca, sendo esta uma mulher e 25% dos estudados classificam-se como muito fracos, este percentual representa cinco mulheres.

    A partir dos resultados apresentados percebemos que as pessoas não se preocupam em manterem-se aptos a desenvolver qualquer atividade com vigor e disposição, visto que a partir de todos os elementos da aptidão física e composição corporal discutidos neste trabalho influenciam diretamente na qualidade de vida a partir de atitudes individuais, seja nos serviços domésticos, ações nas práticas de lazer, no trabalho, enfim em todas a situações em que o corpo recruta um considerável número de grupos musculares, momento no qual a capacidade cardiorrespiratória exerce maior desempenho, além de está diretamente relacionada com o bom funcionamento do organismo como um todo.

    A qualidade de vida pode ser influenciada não apenas pela prática regular de exercício físico, mas também por atividades do cotidiano. Neste sentido, Lovisolo (apud MOREIRA e SIMÕES, 2002) afirma que

    As pessoas não colocam, habitualmente, como atividades relacionadas à saúde aquelas do tipo: lavar o carro, caminhar por motivos diversos, limpar a casa, fazer jardinagem, dirigir, fazer sexo, viajar de ônibus, consertar a casa ou pintar paredes, entre outras. Tais atividades são corporais e implicam gasto energético; de fato, nada podemos fazer sem algum tipo de atividade corporal e de gasto – nem dormir. Contudo, as pessoas não classificam essas atividades como exercícios físicos. Toda atividade implica gasto energético: viver é consumir energias, dominantemente originárias de animais ou de vegetais. (p. 280).

    É válido salientar que nossa pesquisa não tem como meta alcançar dados que comprovem ou não que os alunos de Educação Física, enquanto futuros profissionais da área, são pessoas aptas às práticas esportivas, ou são modelos de pessoas que vivem com qualidade, até porque os dados apresentados anteriormente nos mostram que o profissional de Educação Física não deve ser visto como atletas, pessoas ditas perfeitas fisicamente, assim como no conhecimento popular em que as pessoas acreditam que, se é estudante de Educação Física, enquanto graduação, é obrigada a ter corpo belo, executar e praticar perfeitamente qualquer tipo de esporte.

    Dessa forma, não encaixar no perfil de pessoas quem tem qualidade de vida, não significa dizer que os alunos do curso de Educação Física, enquanto futuros percussores do conhecimento, não são capazes de colocar em prática todo conhecimento adquirido, visto que, a qualidade de seu ensino não dependerá de sua capacidade física, mais sim de seu aprendizado teórico.

    É importante salientar que fizemos nosso trabalho com apenas 13,4% dos alunos do curso de Educação Física da UFG/CaC, e os mesmos foram escolhidos de forma aleatória o que nos conferi este resultado final, porém se outros alunos tivessem sido selecionados os resultados poderiam ter sido outro, temos consciência que o ideal para se traçar um perfil dos mesmos seria aferição de todos alunos do curso, no entanto, também sabemos que em virtude do tempo de pesquisa isto se tornaria inviável, mas nem por isso nosso trabalho cai no demérito, pois este contribuiu para no mínimo uma melhor conscientização dos alunos em relação a se ter uma melhor alimentação e exercitar-se regularmente.

Considerações finais

    Ao analisarmos os resultados obtidos em nossa pesquisa, concluímos, com base em toda a discussão feita no texto, acerca do termo qualidade vida, que uma porcentagem significativa dos acadêmicos do curso, no que tange prática de atividade física, ingestão de água, acesso a transporte, porcentagem de gordura corporal, estão dentro dos parâmetros considerados aceitáveis, mas como foi discutido ao longo de nosso trabalho para ter qualidade de vida não devemos analisar apenas esses fatores.

    No que diz respeito a capacidade respiratória, flexibilidade e alimentação adequada, é notório, através dos dados apresentados que estes fogem negativamente aos níveis estimados, principalmente pelo fato da amostra ser constituídas por pessoas jovens, que com esses valores apresentam grandes chances de futuramente apresentarem algum tipo de doença.

    Considerando que a nossa amostra foi de pessoas jovens e que estes 20 alunos que representaram 13,4% dos 149 estudantes do curso de Educação Física da UFG/CaC não apresentaram, em relação aos critérios analisados, valores suficientes para identificar-los como pessoas que buscam viver com qualidade.

    Ter uma vida fisicamente ativa é de fundamental importância não apenas no sentido estético, mais principalmente visando a prevenção de doenças desencadeadas pelo estio de vida não ativo, e este fator tornar-se um agravante quando o indivíduo não possui uma alimentação adequada. Ainda é válido ressaltar também que não é simplesmente praticar atividade física de qualquer jeito, e sim em locais adequados, com vestimentas apropriadas e com auxílio de profissionais capacitados, respeitando a individualidade biológica, uma vez que, sua prática inadequada pode ser extremamente prejudicial à saúde.

Referencias

Outros artigos em Portugués

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 15 · N° 154 | Buenos Aires, Marzo de 2011
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