efdeportes.com

Alteração glicêmica aguda após exercício resistido em diabética do tipo 1

Alteración glicémica aguda post ejercicio de resistencia en persona con diabetes tipo 1

 

*Graduada em Educação Física pela Universidade Anhanguera/UNIDERP

Especializanda em Fisiologia do Exercício

pela Universidade Anhanguera, UNIDERP

*Mestre em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Professor da Universidade Anhanguera, UNIDERP Educacional

Campo Grande, MS

Aline Silveira Antunes*

Paulo Henrique Azuaga Braga**

azuagabraga@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O Diabetes Melittus (DM) é uma síndrome crônica de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina ou incapacidade desta de exercer adequadamente sua função. No DM1 ocorre uma destruição das células beta que resulta na deficiência absoluta de insulina, inclui casos decorrentes de doenças autoimunes e aqueles nos quais causa da destruição das células beta não é conhecida. A prática regular de atividade física, que é o exercício físico, constitui vários benefícios fisiológicos para o diabético, entre eles o aprimoramento e manutenção do sistema cardiorrespiratório; controle do peso corporal; redução da pressão arterial; melhora da mobilidade articular e aumento da força muscular e da resistência física. O objetivo deste estudo foi verificar a diminuição da glicemia aguda, após sessões de exercício resistido – hipertrofia, em portadora de DM1. A amostra deste estudo foi uma diabética do tipo 1, professora, com 37 anos e portadora há 2 anos. Para adaptação aos exercícios foram realizadas na pesquisa cinco sessões utilizando o local onde foram realizadas as coletas de dados. Os exercícios foram: puxada alta, cadeira extensora, supino reto guiado, leg press, mesa flexora, rosca bíceps direta, flexão plantar em pé e tríceps na polia alta. Foi adotado o método direto, com três séries para cada exercício com 10-12 repetições. Os exercícios da sessão foram prescritos a 65% da Uma Repetição Máxima (1RM). A sessão da coleta constituiu nos seguintes procedimentos: coleta da glicemia em jejum; administração de carboidratos (suplemento) que foi feita em jejum com 70 gramas de carboidrato com índice glicêmico de 75; repouso; coleta da glicemia após o repouso (GLIC1); alongamento ativo e sessão de exercícios resistidos; coleta da glicemia após os exercícios (GLIC2); e alongamento passivo. Esta pesquisa teve como resultado obtido aumento na glicemia coletada após exercício (GLIC2). Essa elevação pode ter sido originada por diversos fatores como: a administração de 70 gramas de carboidrato com índice glicêmico de 75, a intensidade, a duração, o estresse e pela participante ser sedentária. Se o prazo de adaptação fosse maior poderia ter ocorrido uma diminuição na sua glicemia. As pesquisas em geral ainda são raras quanto ao diabético tipo 1 em exercício. Por se tratar de uma doença crônica- degenerativa, a finalidade das pesquisas devem ser de melhorar a relação do diabético tipo 1 com a doença, gerando maior expectativa e qualidade de vida.

          Unitermos: Resistência. Musculação. Diabetes tipo 1. Treinamento.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 154, Marzo de 2011. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    O Diabetes Melittus (DM) é uma síndrome crônica de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina ou incapacidade desta de exercer adequadamente sua função. Pode afetar populações de vários países, em todos os estágios de desenvolvimento mesmo com os atuais avanços tecnológicos e científicos, esta doença ainda promove profundas alterações orgânicas, emocionais e sociais que suscitam necessidades constantes de cuidado (BRITO et al., 2006).

    A patologia afeta o metabolismo dos lipídios, proteínas e principalmente carboidratos. O fato de se tratar de uma doença que se exterioriza na maioria dos casos, na maturidade, isto é, o indivíduo traz consigo ao nascer pré-disposição, porém não uma alteração bioquímica, ou de outra natureza. Como apenas é herdada a pré-disposição para o desenvolvimento da doença, certamente fatores como alimentação, sedentarismo, obesidade e estresse têm influência importante no seu desencadeamento (SOUZA, 2008).

    Esta doença está intimamente ligada ao pâncreas, glândula situada logo abaixo do estômago. Esta glândula tem importância para o sistema gastrointestinal, pois secreta os sucos digestivos no lúmen intestinal e para o sistema endócrino onde secreta o hormônio glucagon através das células alfa e a insulina através das células beta (POWERS et al., 2000).

    A insulina é um hormônio protéico que contém 51 aminoácidos essenciais para manter a homeostase da glicose. Desse modo, logo após uma refeição a insulina armazena os nutrientes, diminuindo as concentrações de glicose, ácidos graxos e aminoácidos na corrente sanguínea (CARVALHERIA et al., 2002).

    Já o glucagon age nas mesmas células que a insulina, mas com efeitos opostos. Quando o corpo apresenta-se em inanição as células precisam de suprimento de glicose do sangue, ocorrem pequenas quedas nos níveis de glicose sanguínea estimulando a secreção de glucagon. Assim essa ação faz com que a glicemia seja elevada. O glucagon estimula o fígado e o músculo a quebrarem o glicogênio armazenado (glicogênolise) e liberar glicose e também estimula a produção de nova glicose a partir dos aminoácidos e de outros substratos (gliconeogênese) no fígado e nos rins (CARPENTER et al., 2002).

    Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2010) o diabetes está se tornando a epidemia do século XXI e já afeta cerca de 246 milhões de pessoas em todo o mundo. Até 2025, a previsão é de que esse número chegue a 380 milhões. No Brasil, a ocorrência média de diabetes na população adulta (acima de 18 anos) é de 5,2%, o que representa 6 milhões de pessoas que confirmaram ser portadoras da doença. 

    O diagnóstico do diabetes é feito por meio de testes que usam a concentração de glicose no sangue, a glicemia (DIB, 2006).

    Os sintomas clássicos resultam do metabolismo anormal da glicose. A falta de insulina faz com que não ocorra transferência de glicose do plasma para as células. A glicose absorvida durante uma refeição não é metabolizada na velocidade normal e, portanto, acumula-se no sangue (hiperglicemia) para ser excretada na urina (glicosúria). (WILSON, et al., 1998).

    O diabetes tem diferentes classificações, a recomendada pela SBD (2010) inclui quatro tipos: Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1), Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), outros tipos específicos de DM e Diabetes Mellitus gestacional. Ainda existem duas categorias, referidas como pré-diabetes, que são a glicemia de jejum alterada e a tolerância à glicose diminuída. Este trabalho focaliza no Diabetes Melittus tipo 1.

    No DM1 ocorre uma destruição das células beta que resulta na deficiência absoluta de insulina, inclui casos decorrentes de doenças autoimunes e aqueles nos quais a causa da destruição das células beta não é conhecida. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA, 2004). Corresponde a 5% á 10% da totalidade dos casos, geralmente em crianças, adolescentes ou adultos até 30 anos, sendo que a forma mais progressiva é observada em crianças e adolescentes e a forma lentamente progressiva ocorre nos adultos (NETO, 2003).

    Segundo Brunner et al. (2002), na etiologia da doença, acreditam que as interações dos fatores genéticos, imunológicos e ambientais contribuem para a destruição das células beta. Por ser uma doença crônica e, até o momento incurável, faz com que o diagnóstico cause impacto e dificuldades com a mudança de estilo de vida do paciente e de seus familiares no decorrer do tratamento, pois depende da autodisciplina.

    Segundo Nettina (2003), geralmente as complicações crônicas aparecem cerca de 10 anos após o diagnóstico inicial. O DM possui um risco aumentado conforme Dib (2006), quando comparado a população geral, em parte devido às doenças cardiovasculares. A doença vascular diabética é dividida em duas categorias principais: doença microvascular que acometem os menores vasos sanguíneos, os capilares e as arteríolas pré-capilares e doenças macrovasculares que são caracterizadas doença dos grandes vasos (GREENSPAN et al., 2002). Isso se dá pelo excesso de glicose circulante na corrente sanguínea, o que leva a complicações como doenças coronarianas, nefropatia, neuropatias, hipertensão e dislipidemia (DE ANGELIS et al., 2006).

    A abordagem terapêutica envolve vários níveis de atuação, como a insulinoterapia, orientação alimentar, conhecimento sobre a doença, habilidades como auto-aplicação da insulina, autocontrole da glicemia capilar, manutenção de atividade física regular e apoio psicológico (MARCONDES et al., 2003).

    O Tratamento inclui terapia nutricional, atividade física, medicação e monitoração da glicose, isto é, uma mudança completa no estilo de vida que deve durar para sempre. As pessoas portadoras dependem da insulina exógena para sobreviver, sendo um elemento fundamental para normalizar a glicemia. Marcondes et al. (2003) acreditam que a insulina é um hormônio protéico produzido pelas células beta das ilhotas de Langerhans que coordena a manutenção da glicemia nos níveis da normalidade entre 70 e 110 mg/dl. No tratamento do DM tipo 1 com insulina exógena a via de administração é a subcutânea que após algum tempo atingirá a circulação sistêmica e chegará à veia aorta. Segundo Neto (2003), quando os níveis da glicemia estiverem muito elevados e o paciente apresentar perda de peso, cetonúria e cetonemia sua indicação é absoluta.

    Para Mahan et al. (1998), o principal objetivo no tratamento do DM tipo 1 é obter um bom controle glicêmico para prevenir, retardar e até mesmo interromper complicações microvasculares e macrovasculares minimizando a glicemia e o excesso de peso.

    Para Seyffarth et al. (2000), a dietoterapia no tratamento de diabetes é um fator primordial para manter o nível da glicemia dentro dos limites desejáveis. Para o portador é recomendado fracionar a alimentação diária em 6 refeições, sendo café da manhã, almoço e jantar e 3 lanches intermediários (colação, lanche e ceia), levando em consideração a quantidade e o horário determinado e adequado ao tempo da ação da insulina e a prática da atividade. O principal objetivo da dietoterapia é fornecer calorias suficientes para a manutenção da eutrofia e plena atividade; manter equilíbrio entre a ingestão de alimentos e a insulina disponível; fornecer alimentação equilibrada, manter um bom controle metabólico para prevenir complicações, a fim de proporcionar uma melhor qualidade de vida.

    Valerio et al. (2007) avaliando crianças e adolescentes verificaram que a atividade física regular, por meio da participação em atividades esportivas, estava associada à melhora do controle metabólico, avaliado pela hemoglobina glicada (Apud RAMALHO et al., 2008). De acordo com Schil (2006) a prática regular de atividade física, que é o exercício físico, constitui vários benefícios fisiológicos para o diabético, entre eles o aprimoramento e manutenção do sistema cardiorrespiratório; controle do peso corporal; redução da pressão arterial; melhora da mobilidade articular e aumento da força muscular e da resistência física.

    Para Júnior et al. (2003), a prática de exercício aumenta a entrada de glicose no músculo esquelético, diminuindo assim a glicemia, favorecendo a melhora do metabolismo. Antes de iniciar a atividade o paciente deve manter um esquema regular de exercício em termo de intensidade, freqüência e duração, assim como alterar sua dieta e a dosagem de insulina.

    Os exercícios físicos podem ser divididos em duas categorias: benefícios fisiológicos imediatos e benefícios fisiológicos tardios segundo Cancelliéri (1999). Podemos citar como benefícios imediatos aqueles que ocorrem no primeiro dia de exercício e na sua recuperação, sendo: aumento da ação da insulina, aumento da captação da glicose pelo músculo, captação da glicose no período pós-exercício, diminuição da glicose sanguínea e aumento da sensibilidade celular à insulina. Os benefícios tardios são aqueles que necessitam de 3 a 4 semanas para serem notados tais como: incrementação das funções cardiorrespiratórias, incrementação da força e da resistência, diminuição da gordura corporal e redução dos fatores de risco de doenças coronarianas.

    Para Schenck (2003), o educador físico deve conhecer os medicamentos e a dosagem do cliente, e saber se já apresentou complicações prévias, como hipoglicemia. Quando o DM1 está descontrolado, o paciente apresenta falta de insulina absoluta ou relativa, como o exercício causa liberação de hormônios de estresse (epinefrina, glucagon e outros), que aumentam a taxa de glicose no sangue e ocorre piora na hiperglicemia podendo levar à cetoacidose que é causada pela acumulação no organismo de corpos cetônicos, corresponde aos períodos de pré-coma e coma diabético. Se a glicemia estiver acima de 250 mg/dl a urina também deverá ser verificada em busca de cetonas (substâncias orgânicas derivadas do metabolismo da gordura). Se for confirmado à presença de cetonas na urina ou a glicemia estiver superior a 300 mg/dl, o exercício deve ser cancelado naquele dia. É fundamental que o exercício físico seja bem controlado e feito de maneira correta monitorizando a glicemia antes, durante e após a atividade (SANTANA et al., 2006).

    Foi relatado por Rowland (1981) e Zinman (1984) a melhora no consumo máximo de oxigênio (VO2 max) sem melhora associada no controle glicêmico após 12 semanas de exercício aeróbio, bicicleta e esteira, respectivamente. Mosher et al. (1998) demonstraram efeitos benéficos na hemoglobina glicada de 11 pacientes com DM1 após 12 semanas de exercício aeróbio associado ao exercício resistido. Resultados benéficos similares foram demonstrados por Campaigne et al. (1984) em adolescentes com DM1 após 12 semanas de jogos e atividades recreativas (Apud RAMALHO et al., 2008). Há poucos estudos sobre DM1 e exercício resistido, o que dificulta o engajamento dessa população nessa modalidade de exercícios (BRAGA et al., 2008)

    O objetivo deste estudo foi verificar a diminuição da glicemia aguda, após sessões de exercício resistido - hipertrofia, em portadora de DM1.

Materiais e métodos

    Essa pesquisa de campo é do tipo estudo de caso, o qual é utilizado para fornecer informação detalhada sobre um indivíduo, objetiva determinar características únicas sobre o sujeito ou a condição. Utilizando coleta de dados, de caráter quantitativo. A amostra deste estudo foi uma diabética do tipo 1, professora, com 37 anos e portadora há 2 anos.

    O participante teve a liberação do médico endocrinologista responsável para a participação neste estudo, e assinou um termo de consentimento livre e esclarecido, onde conteve os dados da pesquisa, seus riscos e benefícios. A liberação do médico permitiu que o diabético não utilizasse insulina no período de execução da pesquisa, voltando à utilização normal após o término dos procedimentos.

    Para adaptação aos exercícios foram realizadas na pesquisa cinco sessões utilizando o local onde foram realizadas as coletas de dados. Os exercícios foram: puxada alta, cadeira extensora, supino reto guiado, leg press, mesa flexora, rosca bíceps direta, flexão plantar em pé e tríceps na polia alta. Foi adotado o método direto, com três séries para cada exercício com 10-12 repetições, com intervalo de quarenta e cinco segundos entre os exercícios e um minuto entre as séries. Os exercícios da sessão foram prescritos a 65% da Uma Repetição Máxima (1RM), de acordo com o protocolo sugerido por Uchida et al. (2004).

    No dia anterior a sessão de coleta de dados a participante foi instruída a não consumir álcool, manter a ingesta alimentar normal e não consumir nenhum alimento após ir se deitar. Na manhã da coleta não administrou a insulina e não ingeriu nenhum alimento a não ser o oferecido pelos pesquisadores. O participante teve de 8-9 horas de sono antes da coleta de dados.

    A sessão da coleta constituiu nos seguintes procedimentos: coleta da glicemia em jejum; administração de carboidrato (suplemento) que foi feita em jejum com 70 gramas de carboidrato com índice glicêmico de 75; repouso; coleta da glicemia após o repouso (GLIC1); alongamento ativo e sessão de exercícios resistidos; coleta da glicemia após os exercícios (GLIC2); e alongamento passivo.

    Todas as coletas foram feitas por avaliador treinado que, após assepsia local, lancetou o dedo do participante com material descartável e coletou uma gota de sangue. As coletas das glicemias capilares foram analisadas imediatamente por glicosímetro digital More Fitness, modelo: MF-4525 e fita descartável GMUT Blood Glucose Test Strip. O repouso para estabilização da glicemia foi feito no local da coleta por 40 minutos. Toda a sessão foi supervisionada por um profissional de Educação Física com experiência em exercícios resistidos.

Apresentação e discussão dos dados

    A sessão de exercícios resistidos teve a duração de uma hora entre a coleta da GLIC1 e o alongamento passivo. Os resultados encontrados estão na tabela 1.

Tabela 1. Resultados obtidos nas coletas da glicemia em jejum, antes dos exercícios (GLIC1), após os exercícios (GLIC2) e o aumento entre elas

 

1º dia de coleta

2º dia de coleta

Glicemia de jejum (mg/dl)

204

201

GLIC1 (mg/dl)

358

346

GLIC2 (mg/dl)

369

354

Aumento entre GLIC1 e GLIC2 em mg/dl

11

8

    As glicemias no primeiro e segundo dia tiveram um aumento sem significância, contradizendo o que foi relatado por Andrade et al. (2005), que ocorreu quedas na glicemia durante o exercício em diabéticos do tipo 1, os quais administraram bebida com 6% de carboidrato e placebo em grupo de adolescentes. De acordo com Júnior et al. (2003), a prática de exercício aumenta a entrada de glicose no músculo esquelético, diminuindo assim a glicemia, favorecendo a melhora do metabolismo.

    Já Zimnam et al. (1984), demonstraram que o treinamento físico não modificou a glicemia, a hemoglobina glicada ou a reposição de insulina em indivíduos com DM tipo 1. Assim como, Lehmann et al. (1997), demonstraram que pacientes com DM tipo 1, com pressão arterial limítrofe, submetidos a um programa de exercícios aeróbicos por 3 meses, apresentaram aumento do VO2 máximo, redução da pressão arterial e da freqüência cardíaca, com melhora do perfil lipídico, independente da melhora glicêmica (Apud ANGELIS et al., 2006).

    Melhora no consumo máximo de oxigênio (VO2 max) sem melhora associada no controle glicêmico foi relatado por Rowland (1981) e Zinman (1984) após 12 semanas de exercício aeróbico, bicicleta e esteira, respectivamente. Wallberg (1986), sugere que pode ser necessário um período mais prolongado de atividade física regular antes do efeito controle metabólico ser observado (Apud RAMALHO et al., 2008).

    Defronzo et al. (1982), relata que apesar da melhora no controle glicêmico não ser um achado universal em indivíduos com DM tipo 1, a redução da resistência à insulina induzida pelo exercício físico dinâmico pode promover outros efeitos benéficos, incluindo melhora cardiovascular e no perfil lipídico, os quais potencialmente poderiam reduzir a morbidade e a mortalidade nessa população (Apud ANGELIS et al., 2006).

Considerações

    Esta pesquisa teve como resultado obtido aumento na glicemia coletada após o exercício (GLIC2). No primeiro dia de coleta a glicemia subiu para 11 mg/dl, já no segundo dia para 8 mg/dl. Sendo que a glicemia em jejum no primeiro dia estava mais elevada que há do segundo dia. Essa elevação pode ter sido originada por diversos fatores como: a administração de 70 gramas de carboidrato com o índice glicêmico de 75, a intensidade, a duração, o estresse e pela participante ser sedentária.

    A participante no dia anterior a primeira coleta ingeriu quantidade de carboidratos, proteínas e lipídios elevados, já na segunda coleta não tinha dormido muito bem. É sedentária, nunca praticou nenhum tipo de atividade e exercício físico. Se o prazo de adaptação fosse maior poderia ter ocorrido uma diminuição na sua glicemia.

    Houve algumas limitações, o grupo era de 4 pessoas e ficou apenas com 1, o horário teve que ser ajustado em conseqüência do tempo da pesquisadora e da participante, no primeiro dia que era para ser a coleta o glicosímetro não funcionou, sendo adiado para o outro dia.

    As pesquisas em geral ainda são raras quanto ao diabético tipo 1 em exercício. Por se tratar de uma doença crônica- degenerativa, a finalidade das pesquisas devem ser de melhorar a relação do diabético tipo 1 com a doença, gerando maior expectativa e qualidade de vida.

Referências

  • ANDRADE, R; LAITANO, O; MEYER, F. Efeitos da hidratação com carboidratos na resposta glicêmica de diabéticos tipo 1 durante o exercício. Rev. Bras. Med. Esporte, 11 (1), 2005.

  • ANGELIS, K; PUREZA, D.Y; FLORES, L.J.F; RODRIGUES, B; MELO, K.F.S; SCHAAN, B.D; IRIGOYEN, M.C. Efeitos fisiológicos do treinamento físico em pacientes portadores de diabetes tipo 1. In Arq. Bras. Endocrinal. Metabol., v.50, n.6. São Paulo, 2006.

  • BRAGA, Paulo Henrique A.; FERREIRA, Brunno E.; MOREL, Erica A. Alterações glicêmicas agudas em diabéticos tipo 1 após uma sessão de exercícios resistidos. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 120, 2008. http://www.efdeportes.com/efd120/alteracoes-glicemicas-agudas-em-diabeticos-tipo-1.htm

  • BRASIL, Ministério da saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Dados Estatísticos. Brasília: Ministério da Saúde, 2010 Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/. Acesso em 30 de abril de 2010.

  • BRITO, D.M. S; GUEDES, T.G; VICTOR, J. F; MEDEIROS, A.B. O cuidado de enfermagem em uma criança com diabetes mellitus tipo I: Um relato de experiência. Revista Eletrônica de Enfermagem. Fortaleza, vol. 7, nº 12, 2006.

  • BRUNNER, S.C; SUDDARTH, B.G. Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 9ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

  • CANCELLIÉRE, C. Diabetes e atividade física. São Paulo, editora Fontoura, 1999.

  • CARPENTER, C.C.J et al. Medicina Interna Básica. 5ª ed, Rio de Janeiro, editora: Guanabara Koogan, 2002.

  • CARVALHERIA, J.B.C; ZECCHIN, H.G; SAAD, M.J.A. Vias de Sinalização da Insulina. In Arq. Bras. Endocrinal. Metabol., v.46, n.4. São Paulo, 2002.

  • DE ANGELIS, K; PUREZA, DY; FLORES, LJF; RODRIGUES, B; MELO, KFS; SCHAAN, BD; IRIGO YEN, MC. Efeitos fisiológicos do treinamento físico em pacientes portadores de diabetes tipo 1. In Arq. Bras. Endocrinal. Metabol., 50(6), 2006.

  • DIB, AS. Resistência à insulina e síndrome metabólica no Diabetes Mellitus tipo 1. In Arq. Bras. Endocrinal. Metabol., 50 (2), 2006.

  • GREENSPAN, F.S; STREWLWE, G.J. Endocrinologia Básica e Clínica. 5ªed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

  • JÚNIOR, A.C; SOUSA, I.R; BRITO, J.F; BOLELLI, R.C; OLIVEIRA, A.C.F.J. O exercício físico como alternativa de melhoria da qualidade de vida do indivíduo diabético. In Arq. Bras. Endocrinal. Metabol., 50 (4). São Paulo, 2003.

  • MAHAN, K.L; STUMP, S.E. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 9ºed. São Paulo: Roca, 1998.

  • MARCONDES, E. et al. Pediatria Básica: pediatria clínica geral. 9ªed. São Paulo: Sarvier, 2003

  • NETO, F.T. Nutrição Clínica. Rio de Janeiro, editora: Guanabara Koogan, 2003.

  • NETTINA, S.M. Prática de Enfermagem. 7ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

  • NUNES, M.D.R; DUPAS,G; FERREIRA, N.M.L.A. Diabetes na infância e adolescência: conhecendo a dinâmica familiar. Revista eletrônica de enfermagem, v.9, n.1, p. 119-130, 2007.

  • POWERS, SK; HOWLEY, ET. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. São Paulo: Manole, 2000.

  • RAMALHO, A.C.R.; SOARES, S. O papel do exercício no tratamento do diabetes melito tipo 1. In Arq. Bras. Endocrinal. Metabol., 52 (2). Salvador, 2008.

  • SANTANA,E. A; HARPAZ, T. T; SILVA, S.A.P.S. Fatores motivacionais que levam à prática e a não prática de atividade física em adolescentes e adultos jovens antes e depois do diagnóstico de diabetes mellitus tipo 1. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 96, 2006. http://www.efdeportes.com/efd96/diabetes.htm

  • SCHENCK, R.C. Medicina Esportiva e Treinamento Atlético. 3ªed. São Paulo: Roca, 2003.

  • SCHIL, P.C.A. Diabetes: manual de exercícios antes, durante e após o programa de tratamento. São Paulo: Phorte, 2006.

  • SEYFFARTH, A. S et al. Abordagem Nutricional em Diabetes Mellitus, Brasília: Ministério da Saúde, 2000.

  • SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES - SBD. Tipos de Diabetes, 2010. Disponível em: http://www.diabetes.org.br/tipos-de-diabetes, Acesso em: 16 de março de 2010.

  • SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA. Diabetes Mellitus: Classificação e Diagnóstico. São Paulo: Manoel LTDA, 2004.

  • SOUZA, G.M., Herança do Diabetes Mellitus, 2008. Disponível em: http://www.ufv.br/dbg. Acessado em 20 de fevereiro de 2010.

  • UCHIDA, M.C.; CHARRO, M.A.; BACURAU, R.F.P.; NAVARRO, F.; PONTES, J.F.L. Manual de musculação: uma abordagem teórico-prático do treinamento de força. 2ª Ed. São Paulo: Phorte, 2004.

  • WILSON, J.D; FOSTER, D.W. Tratado de Endocrinologia. 2ºvol. São Paulo: Manoel LTDA, 1998.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 15 · N° 154 | Buenos Aires, Marzo de 2011
© 1997-2011 Derechos reservados