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Abordagem sobre assuntos gerais em torno da obesidade

Abordaje de temas generales sobre la obesidad

 

*Licenciatura Plena em Educação Física (UNIUV)

Pós graduanda em Educação Física Especial (UNIUV)

**Doutorando em Ciência da Educação Física e Esporte. UCCFD

Professor de cursos de graduação e pós graduação em Educação Física

(Brasil)

Regiane Daniele Kampmann*

regianekampmann@hotmail.com

Ivan Carlos Bagnara**

ivanbagnara@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Uma das maiores preocupações relacionadas à saúde populacional das últimas décadas, tem sido a epidemia de uma doença oriunda da tecnologia e vida moderna: a obesidade. A falta de atividade física e o pouco interesse em praticar exercícios físicos, aliados a alimentação exagerada e de baixa qualidade trouxeram ao homem contemporâneo uma enfermidade a qual ele próprio tornou-se o culpado por sua existência e que agora luta para modificar este quadro. Neste trabalho, encontram-se algumas idéias gerais citadas na literatura sobre assuntos que relacionam-se com a obesidade, sua causa, fatores de risco, o exercício físico como prevenção e estudos sobre métodos de tratamento.

          Unitermos: Obesidade. Exercício físico. Fatores de risco. Tratamento.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 154, Marzo de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Nas últimas décadas uma das maiores preocupações populacionais, segundo o Ministério da Saúde, tem sido as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), pois passaram a liderar o índice de mortalidade, superando outros tipos de doenças (CEZÁRIO et al., 2005). A obesidade é caracterizada como um dos fatores de risco para o desenvolvimento de DCNT e esta vem crescendo em ritmo acelerado devido aos hábitos adquiridos da vida moderna. A alimentação incorreta, a praticidade resultante da tecnologia e o pouco esforço físico necessário para locomoção dos seres humanos resultam num apanhado de fatores que predispõem os indivíduos a terem excesso de peso.

    Dentro das DCNT, a obesidade é uma morbidade que pode ter como conseqüência patologias importantes: hipertensão arterial, hipercolesterolemia, diabetes mellitus (tipo 2), doenças cardiovasculares e até algumas formas de câncer.

    Um estudo na cidade de Pelotas – Rio Grande do Sul, que associou a obesidade à hipertensão arterial, mostrou que indivíduos obesos apresentaram um risco 2,5 vezes maior de serem acometidos pela hipertensão, do que os indivíduos considerados em seu peso adequado (GIGANTE et al., 1997).

    A obesidade está sendo tratada na maioria dos países desenvolvidos e em alguns dos países em desenvolvimento como um caso de saúde pública. Pois, sua incidência aumenta consideravelmente a morbidade para outras doenças, como descrito anteriormente, aumentando assim os gastos em saúde, internações e tratamentos farmacológicos.

Sobrepeso e obesidade

    As pessoas com excesso de peso podem ser divididas em indivíduos com sobrepeso e indivíduos obesos. O sobrepeso caracteriza-se pelo aumento excessivo do peso corporal em conseqüência de modificações em apenas um de seus constituintes. A obesidade é o aumento na quantidade generalizada ou localizada de gordura em relação ao peso corporal, associado a elevados riscos para a saúde (GUEDES, 2010); e pode ser grau I, II, ou obesidade grave, a chamada de grau III. Nieman (1999) cita que a maioria dos especialistas acredita em três fatores responsáveis pelo desenvolvimento da obesidade: a influência genética e dos pais, o hábito de dietas ricas em calorias e gorduras e o gasto energético insuficiente principalmente na taxa metabólica de repouso.

    A obesidade pode ser associada à pelo menos oito problemas importantes de saúde: dificuldade emocional, aumento de osteoartrite, aumento da incidência de hipertensão arterial, aumento dos níveis de colesterol e de outras gorduras do sangue, aumento do diabetes, aumento de doença cardíaca, aumento do câncer e aumento de morte prematura (NIEMAN, 1999).

Saúde pública e prevenção

    Para os países desenvolvidos a obesidade é considerada um problema de saúde pública, para a OMS (Organização Mundial da Saúde) uma epidemia Global, e atualmente também se estuda seu crescimento em países em desenvolvimento.

    Na realização de programas de controle de peso corporal, pode-ser utilizar orientações dietéticas, prática de exercícios físicos, intervenções farmacológicas e métodos cirúrgicos.

    Mas uma das armas para a prevenção e tratamento da obesidade que gradativamente se reconhece e muito valorizada atualmente é a prática de exercícios físicos. Durante a prática de exercícios físicos ocorre um custo energético, o qual proporciona o balanço negativo no equilíbrio energético, relacionado ao que se come e o quanto se gasta, auxilia-se também na preservação da massa isenta de gordura, no aumento da taxa metabólica de repouso, na manutenção de um melhor estado psicológico, na minimização dos efeitos cíclicos do excesso de peso e na melhora da condição física, tem efeito anoréxico promovendo a sensação de saciedade, colabora no estado de saúde e fornece ao indivíduo um perfil favorável a boa distribuição de gordura (GUEDES, 2010).

    Devido ao quadro alarmante que se encontra a taxa de obesidade populacional em alguns países, como os Estados Unidos, medidas drásticas estão sendo tomadas pelos governos, com o objetivo de “controlar” a alimentação da população e a fabricação de produtos ricos em gorduras e açúcares.

Métodos de identificação de obesidade

    Para se rastrear a obesidade em grandes ou pequenas populações, utiliza-se de dois métodos indiretos: o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) ou a aferição antropométrica das medidas do corpo, como altura, peso, nível de gordura corporal. Ambos os métodos são de simples aplicação, baratos, não invasivos, universalmente aplicáveis e de boa aceitação pela população (ABRANTES; LAMOUNIER; COLOSIMO, 2002). Porém, seus resultados podem apresentar algumas divergências devido a alterações da composição e da distribuição da gordura corporal que ocorrem, por exemplo, com o envelhecimento. Isso torna difícil a escolha de qual o melhor método para análise da gordura corporal de acordo com a idade, já que se encontram poucas pesquisas com relação a este tema.

    Em indivíduos adultos de ambos os sexos, há uma boa correlação entre o IMC e as medidas antropométricas, tratando-se de gordura não visceral e abdominal visceral (SAMPAIO; FIGUEIREDO, 2005). Além deste dois métodos, também pode-se utilizar como parâmetro a razão cintura quadril (RCQ) como complemento para averiguação do risco de hipertensão arterial nos indivíduos, pois esta é uma patologia que pode ser desenvolvida concomitante a obesidade, e que oferece grande risco a saúde e vida.

    Os métodos diretos são os mais precisos, porém requerem material de pouca acessibilidade e alto custo, tornando muito difícil sua utilização na área de Educação Física.

Exercício físico e controle do peso corporal

    Tratando-se de prevenção da obesidade não se tem dúvida sobre o melhor caminho a se seguir: praticar exercícios físicos regulares. O exercício físico promove o gasto calórico e o equilíbrio funcional do organismo, prevenindo contra o aumento de peso e também o aparecimento de outras disfunções relacionadas a isto.

    Nieman (1999) descreve o exercício físico como um “elixir mágico” que tem a capacidade de prolongar a extensão e a qualidade de vida, assim como diminui o risco de várias DCNT; porém ressalta que há duas barreiras que podem transformar o exercício físico em uma pílula amarga a ser engolida: o tempo e o esforço que exige e, portanto este “elixir mágico” torna-se disponível para aqueles que realmente o desejarem e estiverem dispostos a realizá-lo.

    Mas para aqueles que só procuram a prática de exercício físico após já estarem em estado de sobrepeso e querem e, principalmente, necessitam perder peso e realizar sua manutenção, ainda encontram-se muitas divergências na opinião de pesquisadores com relação ao melhor método, pois é difícil se controlar todos os elementos que envolvem o controle de peso e por conseqüência de se encontrar um tratamento certamente eficaz contra este mal.

    O que se sabe é que é necessário que se realize um déficit calórico diário por meio do controle da dieta e realização de exercícios físicos, e também que se faça uma modificação comportamental, que envolve auto-controle, controle dos eventos que precedem a alimentação, desenvolvimento de técnicas para controlar o ato de comer e reforço por recompensas (NIEMAN, 1999).

Conclusão

    O tratamento da obesidade é um processo complicado e que envolve várias janelas; precisa-se modificar hábitos alimentares, de prática de atividade física e por vezes intervenções medicamentosas ou procedimentos cirúrgicos.

    Além disto, apenas o trabalho profissional não garantirá que o indivíduo perca peso e ganhe saúde, precisa-se de força de vontade e persistência para se alcançar este objetivo, estando muito presente e envolvida a parte psicológica do indivíduo obeso.

    Perder peso é um desafio a ser cumprido, e depois, a ser mantido. O que se deve procurar é não ganhar peso para não ter de perde-lo, e é aí que se encontra a importância do profissional de Educação Física. Este profissional pode influenciar às pessoas a movimentarem-se, deve ainda orientar e prescrever exercícios físicos de acordo com a necessidade e o objetivo de cada um, tornando sua prática prazerosa, saudável e segura, auxiliando a manter o hábito de movimentar-se e proporcionar qualidade de vida.

Referências

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