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Avaliação da qualidade de vida de idosos com acidente 

vascular encefálico: institucionalizados e não-institucionalizados

Evaluación de la calidad de vida de personas mayores con accidente vascular encefálico institucionalizadas y no institucionalizadas

 

*Acadêmicas do 8º período de fisioterapia da UNIPAC, Barbacena

**Professor de estatística

da Universidade Presidente Antônio Carlos, UNIPAC, Barbacena, MG

***Fisioterapeuta. Professora de anatomia e neuroanatomia

da UFSJ. Campus Centro Oeste Dona Lindu, Divinópolis

Mestre em Neurociências pela UFSJ

Doutoranda em Biologia Celular e Estrutural, UFV

Jasiara Carla Oliveira*

Elzira D’Santiago Marciano*

Marcos Grissi Pissolat**

Laila Cristina Moreira Damázio***

lailadamazio@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Introdução: O acidente vascular encefálico (AVE) é uma doença neurológica que compromete o desempenho motor do indivíduo e prejudica a execução de várias atividades no seu dia-a-dia. Os idosos institucionalizados e não-institucionalizados com seqüelas do AVE apresentam prejuízos na manutenção do seu hábito de vida e conseqüentemente da qualidade de vida. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida dos idosos institucionalizados e não-institucionalizados que apresentam seqüelas do AVE. Materiais e Métodos: A amostra final constou de 20 idosos, com seqüelas de AVE, do gênero masculino divididos em dois grupos, sendo que 10 indivíduos eram institucionalizados (Grupo I) e 10 não institucionalizados (Grupo II). Para a avaliação da qualidade de vida foi utilizado o questionário genérico SF-36 (The Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey). Resultados: Nos domínios da escala SF-36, os valores médios dos itens CF, EGS, AS, LAE e SM foram superiores para idosos não-institucionalizados, entretanto foi observada diferença estatisticamente significante (p<0,05), apenas para os domínios CF e LAE. Conclusão: Conclui-se que a qualidade de vida tanto no grupo I quanto no grupo II não apresentou diferenças significativas.

          Unitermos: Idosos institucionalizados e não-institucionalizados, Qualidade de vida. AVE.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 153, Febrero de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O AVE apresenta manifestações clínicas que refletem a localização e extensão da lesão vascular. Pacientes com seqüelas de AVE demonstram dificuldade em controlar o início do movimento bem como o controle motor voluntário. A principal causa desta interferência é a espasticidade, fazendo com que haja acometimento da habilidade do paciente em produzir e regular o movimento. A espasticidade pode acarretar deformidades estáticas, contudo, esta pode também alterar a angulação articular durante a marcha dinâmica (SALMELA, et al. 2005).

    A qualidade de vida na terceira idade se vê ainda mais deteriorada quando estão presentes problemas de saúde como Acidente Vascular Encefálico (AVE), que conseqüentemente aumenta a incidência de quedas, gerando incapacidades parciais ou dependência (RIBEIRO, et al. 2008).

    A fraqueza muscular dos pacientes pós-AVE tem sido considerada como um fator limitante, pela incapacidade de produzir força muscular para as atividades da vida diária (AVD’s) (TEIXEIRA-SALMELA et al, 2005).

Objetivo

    Avaliar a qualidade de vida de idosos com seqüelas de AVE, que estejam em instituições de longa permanência (institucionalizados) ou na comunidade (não-institucionalizados).

Materiais e métodos

    A amostra total constituiu de 42 indivíduos institucionalizados e não institucionalizados, sendo que 8 dos institucionalizados eram do sexo feminino, porém não correspondiam aos critérios de inclusão. Deste modo, a amostra feminina não institucionalizada também foi descartada para que a amostra final ficasse mais homogenia. Logo, a amostra final foi constituída por 20 indivíduos, com seqüelas de AVE, do gênero masculino divididos em dois grupos, sendo que 10 indivíduos eram institucionalizados (Grupo I) e 10 não institucionalizados (Grupo II).

    O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC de Barbacena - Minas Gerais, (Parecer protocolo n 523/09), por estar de acordo com a Resolução de número 196/96 do Conselho Nacional de Saúde para pesquisa com seres humanos. Os presidentes das instituições de longa permanência e os idosos da comunidade receberam termo de consentimento livre e esclarecido, para a segurança dos participantes e da pesquisa, sendo o estudo iniciado após o consentimento dos mesmos.

    Para a avaliação da qualidade de vida foi utilizada o questionário genérico SF-36 (The Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey) que foi validado na cultura brasileira, sendo considerado um instrumento simples, com questões diretas e de fácil compreensão (CICONELLI, 1999). Segundo Ciconelli (1999), o SF-36 (ANEXO 3) é um questionário multidimensional formado por 36 itens que aborda conceitos físicos e mentais englobados em oito domínios, em que cada domínio possui um escore de 0 a 100, sendo que 100 indica à melhor qualidade de vida e 0 a pior.

    O teste estatístico utilizado foi o teste t-Student para amostras independentes com nível de significância de 5%, onde tem por finalidade comparar as duas médias amostrais para verificar se elas estão estatisticamente diferentes.

Resultados

    Foi avaliada a qualidade de vida de todos os idosos utilizando o questionário SF36 que apresenta 8 domínios, sendo estes: capacidade funcional (CF), limitação por aspecto físico (LAF), dor (D), estado geral de saúde (EGS), vitalidade (V), aspecto social (AS), limitação por aspecto emocional (LAE) e saúde mental (SM). Neste questionário os resultados mais próximos de 100 indicam melhor qualidade de vida. Logo, para os 8 domínios, os valores médios dos itens CF, EGS, AS, LAE e SM foram superiores para idosos não-institucionalizados, entretanto foi observada diferença estatisticamente significante (p<0,05), apenas para os domínios CF e LAE (Gráfico 1).

Gráfico 1. Médias dos parâmetros da escala de qualidade de vida (SF-36) dos idosos institucionalizados e não-institucionalizados

Discussão

    No presente estudo foram identificados valores médios superiores nos itens CF, EGS, AS, LAE e SM, da escala SF-36 (escala de qualidade de vida), para os idosos não-institucionalizados, mas só existiu diferença estatisticamente significante com p<0,05, nos domínios CF e LAE. Os domínios capacidade funcional e limitação por aspecto físico foram os itens que obtiveram menores escores tanto entre idosos institucionalizados quanto idosos não-institucionalizados. Estes resultados são compatíveis com estudo realizado por Cruz e Diogo (2008), que avaliaram qualidade de vida por meio do SF36 em idosos, com e sem assistência à saúde, que vivem na comunidade. Observaram que os domínios, aspecto físico, capacidade funcional e aspecto emocional foram os que obtiveram menor escore. Estes mesmos autores afirmam que tais dados confirmam que a presença de seqüelas, como o AVE, prejudica a funcionalidade dos idosos e mostra que os sujeitos com acesso à saúde apresentam escore superior na dimensão capacidade funcional, quando comparados aos sem acesso.

    Ainda segundo Cruz e Diogo (2008), as seqüelas motoras, cognitivas, emocionais e sociais do AVE, causam prejuízo no desempenho funcional e conseqüentemente na qualidade de vida dos idosos. Portanto, destacam que a reabilitação é uma das principais formas de tratamento após um episódio de AVE proporcionando melhora e recuperação total ou parcial das funções comprometidas pela doença.

Conclusão

    Conclui-se que os valores médios nos domínios da escala de qualidade de vida dos idosos não-institucionalizados foram maiores que os idosos institucionalizados, mas não foi observada diferença estatisticamente significante (p<0,05) entre os grupos estudados.

Referências bibliográficas

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