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Perfil da força/resistência abdominal 

de crianças e jovens escolares brasileiros

Perfil de la fuerza/resistencia abdominal de niños y jóvenes escolares brasileños

 

*Escola Superior de Educação Física (ESEF)

Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano (PPGCMH)

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

**Bolsista CNPQ

(Brasil)

Fernando Braga*

Rafael Abeche Generosi* **

Giuliano Marramarco*

Daniel Garlipp*

rafaelgenerosi@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo propõe como objetivo descrever o perfil de uma das formas de expressões da capacidade de força em crianças e jovens escolares brasileiros entre 10 e 15 anos. Especificamente, descrever a capacidade de força/resistência abdominal dos escolares brasileiros divididos por sexo (masculino e feminino), idades (10 a 15 anos) e regiões geopolíticas do país (nordeste, norte, centro-oeste, sudeste e sul). Para isto foi utilizado um banco de dados de 2008, oriundo do Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR, 2009). Nos resultados foram observados que as crianças e adolescentes escolares brasileiros têm diferentes perfis relacionados à força/resistência abdominal nas diferentes regiões geopolíticas do Brasil (norte, nordeste, centro-oeste, sudeste, sul). Diferindo inclusive da média nacional.

          Unitermos: Força/resistência abdominal. Escolares.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 153, Febrero de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    No contexto das atividades esportivas a força pode ser definida como a capacidade do músculo de vencer uma resistência ou opor-se a ela mediante a utilização de uma tensão de trabalho muscular.

    A partir desta definição pode-se definir que a capacidade física força é de extrema importância, pois não há movimento sem que a mesma esteja presente, portanto pode ser considerada como a principal fonte do movimento e a base de toda a atividade corporal.

    Sendo elemento essencial para todo e qualquer movimento, a força torna-se um fator importante tanto para a saúde quanto para a participação de crianças e jovens em atividades esportivas.

    Dado sua importância para a saúde e à participação de crianças e jovens em atividades esportivas, a mesma deve ser aplicada nas aulas de educação física. Os benefícios que advêm para escolares do desenvolvimento da força durante as aulas de educação física são:

  • o aumento da força;

  • melhora na resistência muscular;

  • melhora na composição corporal (aumento de massa muscular e diminuição de gordura);

  • melhora do desempenho esportivo.

  • melhora na auto-estima;

  • diminuição na ocorrência de depressão;

  • auxilio na reabilitação e na prevenção de alguns tipos de lesões comuns aos esportes.

    Devido a esses diversos benefícios tem também aumentado a participação de crianças e jovens em programas de treinamento de força em ambientes externos ao escolar e o interesse de pais, adultos, educadores, médicos e cientistas em recomendar este tipo de treinamento.

    Diante das argüições, percebe-se a importância dos estudos que avaliam a capacidade de força muscular em crianças e jovens.

    Logo, o presente estudo propõe como objetivo descrever o perfil de uma das formas de expressões da capacidade de força em crianças e jovens escolares brasileiros entre 10 e 15 anos. Especificamente, descrever a capacidade de força/resistência abdominal dos escolares brasileiros divididos por sexo (masculino e feminino), idades (10 a 15 anos) e regiões geopolíticas do país (nordeste, norte, centro-oeste, sudeste e sul).

Metodologia

Amostra

    O presente estudo é oriundo de um banco de dados do ano de 2008 do Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR, 2009).

    Este banco de dados foi composto por 48.692 mil escolares entre 10 e 15 anos, de ambos os sexos. Do total desta amostra, 25.081 mil escolares são do sexo masculino e 23.611 mil escolares são do sexo feminino.

Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

    Para avaliar a força/resistência abdominal foi utilizado o teste sit up’s (repetições abdominais máximas em 1 minuto). Como material é necessário colchonetes de ginástica e cronômetro. A mensuração é feita do seguinte modo: o sujeito posiciona-se em decúbito dorsal com os joelhos flexionados a 90 graus e com os braços cruzados sobre o tórax. O avaliador fixa os pés do sujeito ao solo. Ao sinal iniciam-se os movimentos de flexão do tronco até tocar com os cotovelos nas coxas, retornando a posição inicial (não é necessário tocar com a cabeça no colchonete a cada execução). O avaliador realiza a contagem em voz alta. O sujeito deverá realizar o maior número de repetições completas em 1 minuto. O resultado é expresso pelo número de movimentos completos realizados em 1 minuto (PROESP-BR, 2009).

Tratamento estatístico

    Para calcular os valores das médias com os indivíduos divididos por idades (10 a 15 anos), sexo (masculino e feminino) e regiões geopolíticas (nordeste, norte, centro-oeste, sudeste e sul), além dos escolares brasileiros agrupados na sua totalidade, utilizou-se o Statistical Package for the Social Sciences versão 17.0 para Windows.

Resultados e discussões

    Na tabela 1 e no gráfico 1 foram descritas as médias dos escolares brasileiros e da região centro-oeste para a variável força/resistência abdominal, divididos por sexo masculino e feminino e idades (10 a 15 anos).

    É possível observar que em todas as faixas etárias e em ambos os sexos as médias dos escolares da região centro-oeste são superiores as médias dos escolares brasileiros. É possível observar também que as médias são crescentes ao longo das idades e que os meninos tendem a ter maior capacidade de força/resistência abdominal do que as meninas.

Tabela 1. Médias da força/resistência abdominal dos escolares brasileiros e da região centro-oeste

 

Gráfico 1. Força/resistência abdominal para os escolares brasileiros e da região centro-oeste

    Na tabela 2 e gráfico 2 foram descritas as médias dos escolares brasileiros e da região nordeste para a força/resistência abdominal, divididos por sexo masculino e feminino e idades (10 a 15 anos). Nesta tabela e neste gráfico já é possível observar que em todas as faixas etárias, as médias dos meninos da região nordeste são inferiores as médias dos meninos brasileiros. Já, para o sexo feminino ocorre o contrário em todas as faixas etárias, ou seja, as meninas da região nordeste apresentaram maiores valore médios do que as meninas brasileiras.

Tabela 2. Médias da força/resistência abdominal dos escolares brasileiros e da região nordeste

 

Gráfico 2. Força/resistência abdominal dos escolares brasileiros e da região nordeste

    Na tabela 3 e gráfico 3 foram descritas as médias dos escolares brasileiros e da região norte para a força/resistência abdominal, divididos por sexo masculino e feminino e idades (10 a 15 anos). Pode-se perceber que as médias da força/resistência abdominal dos escolares do sexo masculino da região norte são superiores as medias dos escolares brasileiros em todas as faixas etárias. Já, para o sexo feminino, as médias das meninas da região norte são superiores as médias das meninas brasileiras nas idades 12, 13, 14 e 15 anos. Nos 10 e 11 anos as escolares brasileiras possuem maiores valores médios do que as escolares da região norte.

Tabela 3. Médias da força/resistência abdominal dos escolares brasileiros e da região norte

 

Gráfico 3. Força/resistência abdominal para os escolares brasileiros e da região norte

    Na tabela 4 e gráfico 4 foram descritas as médias dos escolares brasileiros e da região sudeste para a força/resistência abdominal, divididos por sexo masculino e feminino e idades (10 a 15 anos). Aqui se pode perceber que em ambos os sexos, as médias dos escolares brasileiros foram superiores as médias dos escolares da região sudeste, em todas as faixas etárias (10 a 15 anos). Sendo que no sexo feminino a magnitude foi superior.

Tabela 4. Médias da força/resistência abdominal dos escolares brasileiros e da região sudeste

 

Gráfico 4. Força/resistência abdominal dos escolares brasileiros e da região sudeste

    Na tabela 5 e gráfico 5 foram descritas as médias dos escolares brasileiros e da região sul para a força/resistência abdominal, divididos por sexo masculino e feminino e idades (10 a 15 anos). Assim, como ocorreu na região centro-oeste, em todas as faixas etárias e em ambos os sexos as médias dos escolares da região sul são superiores as médias dos escolares brasileiros.

Tabela 5. Médias da força/resistência abdominal dos escolares brasileiros e da região sul

    Conforme a tabela 5 pode-se perceber que as médias de força de resistência abdominal de escolares do sexo masculino para região Sul são superiores as médias brasileiras em todas as idades.

    Para o sexo feminino as médias de forças de resistência abdominal das escolares da região Sul são superiores as médias brasileiras em todas as idades.

Gráfico 5. Força/resistência abdominal dos escolares brasileiros e da região sul.

Conclusão

    O presente estudo descritivo do perfil da força/resistência abdominal das crianças e jovens escolares divididos por idades (10 a 15 anos), sexo (rapazes e moças) e regiões geopolíticas do Brasil (norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul), permite concluir que não há um perfil único no país. Todas as cinco regiões diferiram entre si assim como diferiram da média nacional. Ressalvamos que novos estudos de perfil sejam desenvolvidos com o intuito de conhecermos as diferentes realidades das crianças e jovens escolares brasileiros no que concerne a aptidão física relacionada à saúde.

Referência bibliográfica

  • PROESP-BR - Projeto Esporte Brasil: Observatório permanente de indicadores de crescimento e desenvolvimento corporal, motor e estado nutricional de crianças e jovens de 7 a 17 anos. Manual de Aplicação de Medidas e Testes, Normas e Critérios de Avaliação, 2009. Porto Alegre - RS. GAYA ACA (ed.) Disponível em: http://www.proesp.ufrgs.br, Acesso em: 08 agosto 2010.

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