efdeportes.com

O enfrentamento da indisciplina escolar 

através da disciplina de Educação Física

El tratamiento de la indisciplina en las escuelas a través de la disciplina de Educación Física

Dealing with indiscipline in schools through the discipline of Physical Education

 

*Licenciado em Educação Física (Unaerp, 1996)

Especialista em Fisiologia e Biomecânica do Exercício Físico (Unifran, 1997)

Mestre em Educação (C.U. Moura Lacerda, 2004)

Doutor em Ciências pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto

da Universidade de São Paulo (USP, 2009)

José Eduardo Costa de Oliveira

prof.zedu@usp.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Em estudo exploratório descritivo, objetivando refletir sobre a indisciplina escolar, caracterizar o aluno indisciplinado e propor ações pedagógicas visando à minimização dos comportamentos indesejados, em 2009, foram entrevistados 50 alunos de uma escola pública da cidade de Ribeirão Preto, SP. Os resultados apontaram que a maioria dos sujeitos não trabalhava e já havia passado por instituições correcionais, com altos índices de reprovações, com pais de pouca escolaridade, desempregados e com antecedentes criminais. Partindo da análise do discurso dos sujeitos, foram aplicados três projetos de intervenção pedagógica com o objetivo de integrar o aluno e construir hábitos saudáveis e valores, que ilustraram alternativas para se lidar com a problemática da indisciplina escolar.

          Unitermos: Indisciplina escolar. Intervenções pedagógicas. Educação Física.

 

Resumen

          En este estudio exploratorio, con el objetivo de reflexionar sobre la indisciplina escolar, para caracterizar la enseñanza de los estudiantes indisciplinados y proponer acciones destinadas a reducir los comportamientos no deseados, en el año 2009, entrevistamos a 50 estudiantes de una escuela pública de la ciudad de Ribeirao Preto, Brasil. Los resultados mostraron que la mayoría de los sujetos que no trabajaba y ya había pasado por las instituciones penitenciarias, con altos índices de fracasos, con padres con bajo nivel educativo y desempleados con antecedentes penales. Al analizar el discurso de los sujetos, se llevaron a cabo tres proyectos de intervención educativa con el objetivo de integrar a los estudiantes y crear hábitos saludables y valores, que ponen de manifiesto las alternativas para hacer frente al problema de la indisciplina escolar.
          Palabras clave: Indisciplina escolar. Intervenciones pedagógicas. Educación Física.

 

Abstract

          In the exploratory investigation, aiming to reflect on school indiscipline, to characterize the undisciplined student teaching and propose actions aimed at reducing unwanted behaviors in 2009, we interviewed 50 students at a public school in the city of Ribeirão Preto, Brazil. The scores showed that most subjects did not work and had been through correctional institutions, with high rates of failures with parents with low education and unemployed with a criminal record. By analyzing the speech of the subjects, three projects were implemented educational intervention aiming to integrate the student and build healthy habits and values, which illustrated alternatives for dealing with the problem of school indiscipline.

          Keywords: School indiscipline. Pedagogical interventions. Physical Education.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 153, Febrero de 2011. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    A muito, a indisciplina escolar deixou de ser um evento ocasional no dia-a-dia de educadores e de educandos do ensino público e privado brasileiro. Esse fenômeno constitui um dos maiores obstáculos pedagógicos nos diferentes níveis de ensino, do fundamental ao universitário, por interferir diretamente no processo ensino-aprendizagem, evidenciando tanto as dificuldades do professor em ensinar, quanto à dos alunos em aprender (EYNG et al., 2005).

    Para Estrela (1992), a indisciplina está intrinsecamente ligada à questão do fracasso escolar, o que gera um círculo vicioso: o aluno indisciplinado na sala de aula é geralmente o mesmo que não aprende; e porque não aprende, é indisciplinado.

    Neste sentido, surgem algumas indagações, que por sua vez, nortearam a presente investigação: qual o perfil (social e familiar) do aluno, tido como indisciplinado, pela comunidade escolar? Como lidar, pedagogicamente, com o problema?

    Autores como Hanke (1996) asseveram que, talvez, a maioria dos docentes desconheçam as causas da indisciplina, bem como o processo de seu desenvolvimento. Além disso, alguns professores parecem julgar unilateralmente, dizendo que o problema é apenas dos alunos, não se dando conta de que a sua prática pedagógica pode interferir de modo significativo na determinação da questão.

    De acordo com Daólio (1995), a Educação Física, perfaz um componente curricular centrado na prática social e pedagógica, que estuda o homem e a atuação de suas potencialidades em movimento; os princípios fundamentais, como os de respeito a estas mesmas potencialidades; a interação com o meio; a conscientização corporal; a criatividade; a sensibilidade; o prazer; a construção corporal através de conhecimentos filosóficos e pedagógicos, recuperando a aquisição de conhecimentos e experiências já adquiridos.

    A Educação Física é configurada com temas ou formas de atividades, particularmente corporais, como jogos, esporte, ginásticas, conhecimentos sobre o corpo, danças e etc., por meio dos quais o aluno deve apropriar-se da cultura corporal, envolvendo aspectos lúdicos, artísticos, agonísticos e estéticos (MANOEL et al., 1998).

    Através dos conteúdos adotados pela referida área do saber escolar, espera-se que os alunos possam se conscientizar de que são elementos integrantes, ativos e parte fundamental da sociedade escolar. Também se objetiva fornecer ao aluno, ferramentas para que ele possa solucionar problemas de ordem pessoal e corporal, além de introduzir conceitos de hábitos saudáveis de higiene, nutrição e saúde, relativos a si próprio e à coletividade (DAÓLIO, 1995).

    Acredita-se também que um dos principais objetivos da Educação Física seja o de auxiliar na construção da autonomia do pensamento do sujeito, levando-o à conscientização, ao respeito às regras do grupo em que está inserido, à introdução de parâmetros como os de ética, para que ele possa, então, internalizar valores de conduta moral, reciprocidade e cooperação.

    Não obstante, portanto, entende-se como um dos aspectos principais da Educação Física, seja a transformação das relações sociais estabelecidas dentro das escolas, das famílias e da sociedade, a fim de que se possa repensar a questão da indisciplina escolar (GUIMARÃES, 2005).

    A ação educativa, tal como toda ação social, implica em relações sociais, interpessoais e intrapessoais, de maneira que sejam encaradas por uma ótica diferente, ou seja, visando às regras que devem ser cumpridas pelos sujeitos - o educando e o educador - e agindo por respeito mútuo, e não por condicionamento e/ou obediência (ROCHE, 2002).

    Portanto, parece ser desejo da grande maioria dos educadores brasileiros, a necessidade de uma busca efetiva da forma mais apropriada de entender e de administrar o ato indisciplinar, que se faz tão presente dentro das unidades de ensino e dentro das salas de aula. O que justifica o direcionamento do olhar da Educação Física, enquanto componente curricular obrigatório, na amenização destes aspectos.

Objetivos

  • Identificar os fatores determinantes da indisciplina escolar;

  • Caracterizar o ambiente familiar, social e o aluno, tido, indisciplinado;

  • Propor intervenções pedagógicas, especificas, da disciplina de Educação Física, visando a amenização dos comportamentos indesejados.

Materiais e método

    Esta pesquisa é um recorte dos resultados da tese de doutorado do autor do presente artigo, configurando-se como um estudo de caso, do tipo exploratório e descritivo, de base quantitativa. Segundo Gil (1996), o estudo de caso é o delineamento altamente recomendado para a realização de estudos exploratórios, e suas principais vantagens são: o estímulo às novas descobertas, a ênfase na totalidade de um problema e a simplicidade nos procedimentos de coleta e análise de dados (p. 59).

    O método exploratório permite uma visão geral e proporciona maior familiaridade com o fato ou o tema, com intenção de torná-lo mais explícito. O método descritivo permite realizar descrição de um fenômeno pela maneira como os dados são coletados (GIL, 1996).

    O estudo foi desenvolvido numa unidade de ensino de Ribeirão Preto/SP, no ano de 2008 e 2009 (SELTIZ et al., 1974 e GIL, 1996). A escolha da unidade de ensino deu-se de forma aleatória, dentro do universo escolar do município supracitado, apenas levando em consideração, o fato da mesma atender alunos do 2º ciclo do Ensino Fundamental.

    O critério utilizado para definir a amostra foi à quantidade de ocorrências disciplinares em que estes alunos estavam envolvidos.

    Com algumas das técnicas de pesquisa, para a finalidade desta investigação, utilizou-se a documentação direta (entrevista semi-estruturada), que de acordo com Cervo (2002), permite ao pesquisador buscar dados dos quais não podem ser encontrados em registros e fontes documentais, mas, que podem ser fornecidos por certas pessoas, onde os mesmos poderão ser utilizados, tanto para estudos de caso, de fatos, como de opiniões (ANDRÉ e LÜDKE, 1995).

    O objetivo da entrevista foi traçar um perfil sócio-familiar dos alunos mais indisciplinados, na tentativa de conhecer suas origens, seus valores, assim como conhecer e analisar as principais causas da indisciplina escolar.

    As questões eram abertas e tratavam de aspectos econômicos, sociais e familiares, abordando os seguintes itens: moradia e habitação; etnia; estrutura familiar; antecedentes criminais dos alunos e de seus familiares; nível de escolaridade dos familiares; índice de desemprego dos familiares; tipos de ocupação dos familiares; índice de reprovação escolar dos alunos; o local preferido dos alunos quando não estão na escola; na escola, do que mais gostam e do que menos gostam; a relação dos alunos com seus familiares; o futuro profissional dos alunos; a gravidez prematura nas adolescentes e o uso de drogas.

    A coleta de dados se deu durante as aulas da disciplina de Educação Física e nos intervalos das aulas, bem como em outros momentos, de acordo com as oportunidades que surgiam no convívio diário na unidade de ensino, utilizando-se para nortear as entrevistas, um roteiro de perguntas abertas sobre os aspectos econômicos, sociais e familiares atuais (KIDDER, 1987).

    Para a análise dos dados, optou-se pela análise conteúdo, modalidade de analise temática, que segundo Bardin (1977); André (1986) e Minayo (1996), é fundamentada no tema, o qual pode ser representado graficamente através da palavra, frase e resumo, onde tema é a unidade de significação que se liberta naturalmente de um texto analisado, segundo certos critérios relativos à teoria e que serve de guia à leitura.

    Na esteira dos aspectos éticos, a presente pesquisa foi norteada pelos procedimentos estabelecidos pelas recomendações da resolução 196/96 e 251/97 do Conselho Nacional de Saúde. Em relação aos sujeitos, por se tratarem de uma população vulnerável, a coleta de dados seguiu as diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente (Brasil, 1990), sendo utilizado um - Termos de Consentimento Livre e Esclarecido - alertando seus responsáveis legais de todas as bases que norteavam a investigação, assim como da importância e dos riscos da participação, além de pedido prévio e por escrito, ao Secretario Municipal de Educação do referido município, bem como dos gestores das unidades de ensino, para que o pesquisador adentrasse os estabelecimentos de ensino e realizasse a coleta de dados e a observação informal.

Análise de dados

    Intentando por respostas as indagações proposta pelo presente ensaio, os resultados estão divididos em três partes: a) caracterização das unidades de ensino pesquisadas, e, conseqüentemente, ilustra alguns problemas enfrentados no seu cotidiano; b) caracteriza o aluno tido como indisciplinado; c) descreve as propostas das intervenções pedagógicas.

a.     A unidade de ensino

    Localizava-se num bairro de classe média-baixa e apresentava-se com claras dificuldades materiais, como a precariedade das salas de aula, dos sanitários, da quadra de esportes, entre outras estruturais, como a falta de materiais, e que, via de regra inviabilizava o processo ensino/aprendizagem.

    Não obstante, Wehby et al., 1998 assevera que a fragilidade da escola diante dos perigos, e o grande número de jovens que figuram como um grande atrativo para os traficantes, que enxergam na escola a possibilidade de corromper indivíduos, o que deixa impotente toda a comunidade escolar.

    Outros atos que também estavam se tornando comuns na unidade de ensino pesquisada eram as explosões de bombas, pequenos furtos, agressões entre alunos, depredação do espaço escolar, depredação dos bens particulares, ameaças de agressões físicas, assim como agressões verbais aos docentes e demais funcionários da unidade de ensino.

    Algumas formas de vandalismo se apresentaram, sendo que, numa delas, um aluno após ter sido encaminhado à diretoria por atos de desrespeito ao professor na sala de aula, escreveu com um prego suas iniciais “WN”, no capô do carro do docente, bem como riscou as portas do carro do diretor de escola e dos bedéis envolvidos na ocorrência. Tudo por vingança, segundo os discursos dos próprios sujeitos de pesquisa, durante as entrevistas.

b.     Caracterização do aluno tido como indisciplinado

    Em relação a estes, perfez a amostra do presente estudo, um total de 50 alunos do Ensino Fundamental, sendo 36 do gênero masculino e 14 do gênero feminino, com idades que variaram dos 11 aos 17 anos.

    Os sujeitos, em sua maioria, residiam em favelas ou na periferia que circunda o bairro em que está localizada a referida unidade de ensino. Essa região é composta por moradores de baixa renda, e apenas 5% dos alunos eram oriundos de bairros de classe média/baixa e baixa.

    46% dos alunos indisciplinados moravam em casas e/ou terrenos invadidos, ou em casas alugadas. Uma grande parte dos alunos, cujos pais os deixavam lá para trabalharem e/ou por não terem condições de cuidar e alimentar seus filhos, vivia em uma instituição que abrigava crianças, cujo funcionamento assemelhava-se ao dos Educandários.

    Chamou atenção à pequena porcentagem de alunos indisciplinados que residiam em casa própria (apenas 3%) e a porcentagem relativamente grande de alunos que afirmaram não saber com certeza onde moravam, devido ao fato de às vezes morarem em instituições e às vezes, nas casas dos pais ou outro familiar. Os relatos revelaram que algumas famílias visitavam as crianças em períodos que variam de uma vez por semana a três ou quatro vezes por ano.

    Essa situação acarretava nestas crianças dificuldade para estabelecerem referenciais como o local onde moravam e outros conceitos e valores familiares.

    Dentre os que residiam em favelas, estavam incluídos dois alunos que residiam no "Lixão Municipal de Ribeirão Preto", ou seja, lá residiam, retiravam seu sustento (alimento, brinquedos e vestimentas) e conviviam em um ambiente sem as condições básicas de dignidade e sobrevivência. Era comum nesta unidade de ensino, que esses dois alunos, juntamente com outros dois que não eram considerados indisciplinados, mas que também residiam neste mesmo ''lixão'', passassem mal, devido à ingestão de alimentos em estágio avançado de decomposição, que seus familiares retiravam do lixo e lhes ofereciam.

    Com a intenção de identificar o nível social das famílias dos alunos indisciplinados, investigou-se o tipo de residência em que esses viviam.

    Os alunos indisciplinados desta amostra eram, em sua maioria, de etnia “parda”, seguidos pelos de etnia “branca” e pelos de etnia “negra”.

    Os descendentes asiáticos, apesar de serem um grupo étnico presente dentro da referida unidade de ensino, raramente apresentavam problemas disciplinares, justificando o fato de não haver alunos deste grupo na amostra do estudo.

    Em relação à constituição familiar dos alunos, observou-se que a maioria não convivia na mesma casa com seus pais, por isso o responsável pela educação dos filhos era uma outra pessoa, do grupo familiar, ou não.

    32% dos sujeitos afirmaram que, devido ao fato de terem perdido seus pais por falecimento, prisão ou abandono, outras pessoas, como tios, avós ou padrinhos as criavam.

    Os dados podem sugerir que o desajuste escolar desses alunos teria relação com a ausência de figuras referenciais, como o pai e a mãe, tão importantes dentro da formação da personalidade de qualquer indivíduo.

    69% dos alunos entrevistados declararam que alguns de seus familiares - pais, irmãos, tios e padrastos que residiam com eles - possuíam algum tipo de antecedente criminal, estavam ou estiveram presos.

    Esses dados mostram uma considerável incidência de criminalidade no ambiente familiar. Pode-se afirmar que esses alunos conviviam com exemplos de conduta moral que certamente interferiram em suas vidas escolares.

    A influência do comportamento moral da família no comportamento moral dos alunos tidos como indisciplinados: 62% dos sujeitos declararam que já foram presos em instituições correcionais para menores, em sua maioria por tráfico de drogas, por furtos - em alguns casos à mão armada - e por participações em seqüestros-relâmpagos.

    É interessante observar que todos os 32 alunos com antecedentes criminais são do gênero masculino. Isto significa que 88,8% dos meninos indisciplinados da amostra já estiveram reclusos, convivendo com outras crianças que cometeram delitos, tão ou mais graves que os seus.

    A grande maioria dos alunos indisciplinados convivia em ambientes de pouca escolarização: as mães desses apresentaram um nível um pouco melhor de escolarização, visto que algumas haviam concluído o ensino fundamental, diferentemente dos pais - pelo menos 10% destes eram analfabetos.

    Pelo fato das mães da amostra possuírem um índice de escolaridade maior que a dos pais, é possível inferir a existência de uma realidade de desistência escolar mais precoce por parte dos alunos do gênero masculino.

    Talvez como conseqüência da baixa escolaridade dos pais, o índice de desemprego dos familiares era elevado. Visto que 75% dos pais estavam desempregados, revelaram-se, de maneira alarmante, as privações econômicas a que esses, provavelmente eram submetidos.

    Contudo, os dados mostram que os pais que estavam empregados eram trabalhadores do mercado informal e/ou subempregados, profissões que exigem pouca ou nenhuma escolaridade, a exemplo de catadores de papel e outros recicláveis, denominados de ambulantes.

    O índice de reprovação escolar é outro aspecto bastante presente na realidade do aluno indisciplinado da amostra: 80% dos alunos já haviam sido reprovados - devido ao elevado índice de ausência nas aulas. Observou-se que os alunos tidos como indisciplinados eram, em sua grande maioria, alunos faltosos, evadidos durante o ano letivo e que retornavam a cada início de ano.

    A quantidade elevada de faltas parecia não ser motivada pela necessidade desses em trabalhar, visto que apenas 10% deles relataram exercer algum tipo de atividade profissional: três alunos eram ambulantes (catadores de material reciclável) e dois meninos atuavam no tráfico de drogas.

    Quando indagados sobre o que fazia no seu tempo ocioso, 83% dos alunos afirmaram que ficavam nas ruas, bem como 61% deles afirmaram preferir ficar em qualquer lugar, exceto em suas próprias casas.

    Os relatos parecem evidenciar que as residências desses alunos não eram locais agradáveis de convívio e permanência.

    Investigou-se também o motivo pelo qual as casas desses alunos apareciam como um local tão desagradável para convívio e permanência. Esses alegaram que os familiares os obrigavam a trabalhar em serviços domésticos pesados, além de presenciarem alguns fatos que lhes eram negativos, como brigas, uso excessivo de álcool ou drogas, agressões a outros familiares - como irmãos mais novos - além da carência financeira.

    16% os alunos afirmaram que seu local preferido era a escola. Alguns dos alunos tidos como indisciplinados revelaram que ansiavam pelo término dos períodos de férias escolares para retornarem à escola e ficarem longe da companhia de seus entes.

    Com a crença de que a escola deveria ser um local agradável para todos os alunos, não pelos motivos citados anteriormente, mas porque, provavelmente, isto potencializaria a aprendizagem dos mesmos, questionou-se sobre o que eles mais gostavam no ambiente escolar.

    Acredita-se que a Educação Física possa ser uma ferramenta pedagógica importante no desenvolvimento da relação professor-aluno e no combate à indisciplina escolar, devido à grande aceitação, por parte dos alunos, da própria área do saber escolar, de seus conteúdos e dos docentes, pois, a merenda e as aulas de Educação Física emergiram como as "coisas" mais apreciadas dentro da escola pelos sujeitos pesquisados.

    Em contrapartida, o diretor e o componente curricular de Matemática, apresentaram os mais altos índices de rejeição, quando os alunos foram indagados sobre as coisas de que eles menos gostavam dentro da escola.

    Concomitantemente, as figuras dos pais e padrastos foram as mais citadas pelos sujeitos, como sendo o familiar de quem eles menos gostavam dentro de suas casas.

    Nesse mesmo ínterim, os dados revelaram que as mães eram a figura que merecia maior carinho e respeito desses alunos.

    Quando indagados sobre o motivo de não gostarem dos pais e padrastos, 55% dos deles responderam que apanhavam em diversas situações, como quando incumbidos de trazer dinheiro para casa e não o faziam, ou quando os pais e padrastos bebiam ou tinham um outro problema qualquer nas ruas e acabavam “descontando” neles, na forma de agressão física e/ou verbal.

    Com relação à expectativa profissional dos alunos pesquisados, os resultados mostraram que as profissões mais citadas pelos meninos eram as que poderiam proporcionar-lhes dinheiro e/ou respeito.

    Muitos alunos demonstraram grande admiração por traficantes e demais criminosos, principalmente, por aqueles que morreram em confronto com a polícia, os quais se transformavam em verdadeiros heróis naquela comunidade.

    Analogamente, as meninas almejavam profissões de pouca escolaridade e remuneração elevada. Entretanto 15% delas manifestaram desejo de se tornarem profissionais de nível superior, o que não ocorreu com nenhum dos meninos.

    Outro fator extremamente preocupante é relativo ao uso de drogas: 30% dos alunos indisciplinados relataram utilizar e/ou ter utilizado algum tipo de entorpecente. Dentre os 50 alunos pesquisados, 15 já haviam sido flagrados dentro da unidade de ensino portando drogas, bebidas, em estado de embriaguez ou drogados.

c.     As intervenções pedagógicas da disciplina escolar

    Foram propostos na disciplina de Educação Física, três projetos pedagógicos, com a intenção de minimizar a indisciplina escolar: Projeto 1 - Monitores da Bagunça; Projeto 2 - Reciclar e Projeto 3 - Cidadão.

    Esses propunham o envolvimento do aluno em algumas práticas de fácil compreensão, para os sujeitos de pesquisas, e principalmente, a sua conscientização moral e ética, na tentativa de diminuir as dificuldades de relacionamento.

    Conversar com os discentes foi o ponto de partida para tentar a mudança na conduta do aluno indisciplinado. A disciplina de Educação Física possibilita uma maior proximidade com o aluno, devido ao contato físico (proximidade), ao maior espaço disponível na sala de aula (quadra), à maior desinibição dos alunos, à maior aceitação dos conteúdos e do componente curricular e a uma maneira, quase sempre diferente, do aluno “ver” e “sentir” o professor de Educação Física dentro do contexto escolar (DAOLIO, 1995).

    Nesses momentos de conversas outrora citadas, foi possível perceber que alguns alunos mostravam-se perturbados com suas vidas, com suas relações familiares e sociais. Os relatos evidenciaram que alguns vislumbravam a escola, os professores e suas próprias obrigações dentro dela, como mais uma forma de penalização, sentiam-se discriminados - como se já não bastassem suas próprias vidas marcadas pela pobreza e por todo o processo de exclusão social que sofriam. Talvez, fruto destas situações, o aluno agride, torna-se indisciplinado, rebela-se, pois, sente-se por fim, incompreendido pela comunidade escolar.

    Os alunos observados não possuíam condições financeiras para diversão, passeio e demais atividades de lazer, que dariam vazão às suas angústias e que possibilitariam extravasar, também, a “energia física”. Dessa forma, o espaço da aula de Educação Física tornava-se uma das poucas opções de recrear, de brincar e aprender ao mesmo tempo, sem perceber, talvez, que estavam sendo educados.

    Portanto, tinham a oportunidade de brincar; correr; jogar; gritar; conversar; cooperar; aprender a respeitar as regras e as figuras de autoridade (professor); obedecer às normas de convivência; lidar com a dor e com o prazer, com o sucesso e com a derrota; conhecer e superar seus próprios limites; conscientizar-se do seu desenvolvimento motor; internalizar os valores de consciência corporal, hábitos saudáveis de alimentação, higiene, disciplina exigida por toda prática esportiva. Enfim, podiam extravasar tudo aquilo que os incomodava e os agredia, pois era na aula de Educação Física que o aluno tinha a oportunidade de escolher fazer algo de que gostasse e que lhe desse prazer.

    Diante dessa realidade que mostrava o jovem indisciplinado com vontade de aprender, de fazer as coisas e com muita energia para realizá-las, refletia-se sobre o não-aproveitamento dessa mesma energia, que era canalizada para comportamentos negativos, gerando a indisciplina.

Projeto 1.     Monitores da Bagunça

    Visou orientar positivamente o espírito de liderança dos alunos indisciplinados, delegando-lhes atribuições, direitos e deveres dentro da unidade de ensino.

    Balizado por um dos acontecimentos pedagógicos mais esperados pelos discentes no ano letivo: o "torneio interclasses", que ocorre no final de cada ano, com intuito de confraternização entre a comunidade escolar e de despedida de final de ano. Nesse acontecimento, esperado com muita ansiedade por todos, as classes dos diferentes níveis de ensino jogam entre si, em diversas modalidades esportivas.

    No ano letivo de 2009, foi colocado como requisito fundamental para a participação nos jogos, que os discentes não apresentassem ocorrências disciplinares junto à diretoria. Para tanto, criou-se uma lista de alunos que inicialmente estavam proibidos de participar dos referidos jogos.

    A princípio, poderia parecer mais uma forma de exclusão dos alunos indisciplinados, porém, a lista serviu para escalar alguns monitores dentro das classes, a fim de ajudar no monitoramento da disciplina durante as aulas, sendo que estes monitores eram justamente os alunos tidos como indisciplinados. Aproveitava-se assim, a liderança que os mesmos exerciam sobre os demais alunos e tentava-se colocá-los de maneira útil dentro da escola. Como conseqüência, os outros alunos passaram a colaborar com os líderes e, nos relatórios quase diários sobre os atos de indisciplina nas salas de aula, notava-se a redução das condutas indesejadas.

    Esses alunos, antes da implantação do projeto, eram aqueles que, mesmo durante os jogos, eram expulsos por agredir os colegas, por não acatar as regras do jogo, por chutar as bolas para fora dos muros, ou por outro motivo indisciplinar qualquer.

    Durante a realização dos jogos, posterior à implantação desse projeto, esses alunos, além de não causarem mais problemas, apresentaram bom comportamento, ajudaram na realização das súmulas, da arbitragem e da cerimônia de premiação dos campeões. Eles pareciam sentir-se importantes pela atribuição de tarefas, e, sobretudo, porque estavam sendo vistos com outros olhos por toda a comunidade escolar; diferente daquela imagem construída de – "aluno problema".

    Um dos alunos, considerado o mais problemático do período da tarde, e, portanto, um dos monitores escalados no projeto - foi flagrado chamando a atenção de um outro discente, que acabava de acender um cigarro no corredor, no intervalo de troca de aula, solicitando que o mesmo apagasse o cigarro, ou, caso contrário, o nome do envolvido seria colocado no relatório indisciplinar e repassado ao professor responsável.

    Como resultado, nenhum aluno ficou fora dos jogos. Pode-se dizer que houve a ''inclusão'' destes alunos que encabeçavam o grupo de excluídos, culminando na melhora significativa de seus comportamentos e de suas condutas.

    Os agentes escolares ficaram satisfeitos com os resultados deste projeto e outros foram implantados com parâmetros semelhantes, a fim de envolver o aluno "deslocado" em prol da melhoria do ambiente escolar, por meio da internalização de alguns valores morais por parte do aluno e da revitalização de sua auto-estima.

Projeto 2.     Reciclar

    Esse projeto teve como objetivo conscientizar os alunos indisciplinados – os quais, na maioria das vezes, eram os grandes responsáveis pelos furtos e atos de vandalismo dentro da escola - do combate ao desperdício e da preservação do meio ambiente, atitudes que os levou à reciclagem do lixo.

    Uma das grandes dificuldades da Educação Física na escola pública é a falta de material esportivo, pois, não existe verba suficiente para reposição dos recursos que se estragam com facilidade, devido às más condições de preservação das quadras, além dos furtos dos próprios alunos.

    Diante dessa carência de material e verba, foram convocados outros discentes, tidos como indisciplinados, além dos que já haviam participado do projeto anteriormente descrito, para representar as equipes de suas salas. Cada sala representava uma equipe, que possuía uma cor, um nome e um grito de guerra.

    O objetivo de cada equipe foi arrecadar materiais que pudessem ser reciclados, tais como recipientes de alumínio, garrafas de plásticos, jornais, etc, e que foram auferidos dentro da própria comunidade escolar e nos bairros no entorno da escola.

    Era uma competição, cujo vencedor seria a equipe (classe) que conseguisse arrecadar maior quantidade de material. Posteriormente, todo o material arrecadado seria vendido pela escola, com a ajuda dos alunos.

    Ao final do período da competição, a equipe vencedora ganharia uma tarde num clube recreativo do município.

    Os alunos indisciplinados foram colocados também à frente deste projeto, como líderes de suas equipes, e responsáveis pela arrecadação dos materiais. Observou-se novamente um grande engajamento dos alunos indisciplinados na tarefa de arrecadar material reciclável. Além disso, várias disciplinas discutiram as questões do combate ao desperdício, da preservação do meio ambiente e da reciclagem do lixo, contemplando-se a interdisciplinaridade dos temas transversais.

    Com o dinheiro arrecadado da venda dos recicláveis foi comprado material esportivo suficiente para todo o ano letivo. Os alunos "líderes" eram vistos argumentando com alguns alunos, indiferentes à participação na arrecadação dos materiais, que o dinheiro arrecadado era para a compra de material esportivo - para eles próprios - usarem nas aulas de Educação Física.

    O resultado foi positivo, pois os alunos problemáticos - que estragavam o material esportivo e muitas vezes os furtavam - ajudaram a comprá-los.

    Muitas vezes, durante as aulas de Educação Física, quando uma bola era jogada para fora da escola acidentalmente, durante alguma atividade, dificilmente esta retornava.

    Após a realização do projeto, observou-se a conscientização do aluno em relação ao fato de que as bolas e os demais materiais esportivos não eram da escola, e sim, deles mesmos, pois foram eles que arrecadaram, com seus próprios esforços, o dinheiro para a compra do material esportivo; deveriam então zelar por aqueles, que eles mesmos utilizariam.

    Com o projeto, conseguiu-se o engajamento dos alunos e também dos pais, que colaboraram, trazendo para escola, os materiais recicláveis, conscientes de que seriam revertidos em benefícios para seus próprios filhos, destacando-se também uma maior aproximação e integração entre a família e a escola, o que atualmente também representa um importante fator no processo ensino-aprendizagem.

Projeto 3.     Cidadão

    Visou-se com esse, o ensino dos conteúdos baseados na proposta da LDB n.º 9394/96, e de acordo com Brasil (1996) e Brasil (1997), que trata dos Temas Transversais, abordando questões como: educação sexual; relações de trabalho; pluralidade cultural; meio ambiente; saúde e drogas, objetivando uma inserção dos alunos no contexto de cidadania.

    O projeto consistiu em levar os alunos à sala de aula, durante as aulas de Educação Física, para desenvolver temas pelos quais, posteriormente, eles próprios mostraram grande interesse e curiosidade.

    Dentro do tema - educação sexual - abordaram-se assuntos como: doenças sexualmente transmissíveis/prevenção; AIDS; gravidez na adolescência; período fértil / menstruação; métodos contraceptivos; homossexualidade; amadurecimento fisiológico e sexualidade.

    Para o desenvolvimento deste tema, contou-se com a participação voluntária de enfermeiros da Secretaria Municipal da Saúde, da cidade de Ribeirão Preto/SP.

    Apesar da dificuldade inicialmente encontrada, desenvolveu-se todo o conteúdo proposto, devido à grande curiosidade dos adolescentes e pré-adolescentes, sobre os referidos temas. Alguns assuntos foram trabalhados separadamente entre meninos e meninas.

    O nível de interesse dos alunos foi elevado, apesar do visível constrangimento inicial, quando tinham de expor, diante de outros, suas principais dúvidas sobre o assunto.

    Os temas que mais se destacaram foram: preservativos, homossexualidade/heterossexualidade, menstruação e períodos de fertilidade. Com o transcorrer do projeto, os alunos foram perdendo a inibição inicial e acabaram participando, efetivamente, das palestras ministradas com perguntas e comentários.

    O tema - relações de trabalho - foi escolhido devido à dificuldade observada durante as entrevistas. Os alunos tidos como indisciplinados evidenciaram dificuldades em diferenciar as profissões no mercado de trabalho.

    O tema - pluralidade cultural - foi desenvolvido por meio de aulas explicativas, em que os alunos foram levados a pensar sobre a composição étnica brasileira em todos os níveis sociais.

    Acerca do tema - meio ambiente - desenvolveram-se os conteúdos da preservação de bens de consumo, como água potável, energia elétrica, da reciclagem de lixo, além de noções de preservação ambiental.

    Com o tema – saúde - abordou-se a importância do desenvolvimento de hábitos saudáveis de higiene e saúde, atividade física, consciência corporal, fatores de riscos de doenças, como a obesidade, hipertensão e diabetes, a fim de esclarecer os alunos sobre as formas de prevenção e as dificuldades de seus tratamentos.

    Para o desenvolvimento do tema - drogas - contou-se com algumas palestras de voluntários de um grupo de apoio antidrogas da cidade de Uberlândia, MG, e, novamente, de médicos da Secretária Municipal da Saúde, que esclareceram os males e prejuízos físicos, morais e sociais, que drogas como o cigarro, álcool, maconha, cocaína e o craque podem causar ao ser humano.

    Durante a condução do projeto, observou-se o interesse de grande parte da comunidade escolar, assim como de muitos dos alunos indisciplinados, pelos referidos temas. Pode-se dizer que o projeto contribuiu para o esclarecimento de muitas dúvidas que tanto incomodavam os jovens, pois havia a curiosidade natural da própria idade, a vergonha de perguntar e até mesmo a falta de ter a quem perguntar.

    Alguns alunos, tidos como problemáticos, demonstraram grande interesse nos temas, e justamente os envolvidos com o tráfico de drogas foram os mais participativos, chegando a questionar o médico que participava do projeto e a criar discussões interessantes, como, por exemplo, se a maconha causa ou não dependência química; se ela faz mais mal, em comparação ao cigarro comum; quais os principais efeitos colaterais e os males que acometem os usuários de drogas.

Considerações finais

    Numa perspectiva de uma análise conclusiva, um senso comum a ser construído é que, é fato inegável para os educadores que a indisciplina escolar constitui um dos maiores desafios do sistema educacional do 3º milênio e que traz dificuldades nas relações professor/aluno, prejudicando o processo de ensino/aprendizagem dentro da sala de aula (ABRAMOVAY, 2005).

    Em função desta realidade, a busca incessante de alternativas para a redução destes aspectos é de fundamental importância, não só para os educadores e os aprendizes, mas para toda a sociedade brasileira.

    Este estudo permitiu conhecer a realidade sócio-familiar em que vive o aluno indisciplinado de uma determinada unidade de ensino brasileira; traçar o seu perfil, assim como estabelecer alguns fatores determinantes da indisciplina escolar.

    As respostas dadas às questões feitas nas entrevistas informais deixaram entrever seus sentimentos, percepções, inquietações, angústias e expectativas em relação às experiências na escola, na família e no grupo de pares. Fatores sócio-econômicos e culturais da família contribuem para caracterizar as condições de vida e traçar um perfil do aluno indisciplinado, como ele vive e quem era o sujeito de estudo dessa pesquisa.

    Tal caracterização evidenciou que o problema da indisciplina na escola diz respeito a toda a comunidade escolar. Algumas vezes o aluno chega à escola trazendo seus problemas, e a escola, por sua vez, por não saber lidar com esses problemas, acaba por agravá-los.

    Segundo Aquino (1996), é o sentimento de exclusão de alguns alunos dentro da própria escola, uma das principais causas da indisciplina escolar. O aluno deslocado dentro da comunidade escolar e dentro do próprio processo ensino-aprendizagem se rebela e agride este mesmo sistema, que não o compreende e que também não é compreendido por ele.

    Neste aspecto, ressaltam-se os projetos pedagógicos realizados na disciplina de Educação Física, que tiveram a intenção de integrar esses alunos à escola, delegando responsabilidades e favorecendo o comprometimento destes com o grupo.

    A melhor compreensão da realidade dos alunos pode facilitar uma melhor interação professor-aluno e a elaboração de uma proposta pedagógica mais adequada aos anseios e necessidades dos alunos.

    Mais importante que combater é propiciar situações, para que educadores e demais agentes escolares possam prevenir a indisciplina escolar e conseqüentemente, viabilizar o processo ensino-aprendizagem.

Referências bibliográficas

  • ABRAMOVAY. Armas: Símbolos da Violência no Cotidiano Escolar. In: II° Congresso Ibero-Americano sobre violência nas escolas, 2005, Pará. Anais do Observatório de violência nas escolas da Universidade da Amazônia. Belém do Pará/PA: UNAMA, 26 a 28 de outubro de 2005.

  • ANDRÉ, M. E. D. A. Etnografia da prática escolar. Papirus. Campinas, 1986.

  • ANDRÉ, M. E. D. A. e LÜDKE, M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1995.

  • AQUINO, J. G. (Org.) Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1996.2ª edição.

  • BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa, Edições 70, 1977.

  • BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério da Criança/Projeto minha gente. Estatuto da criança e de adolescente. Lei n.º. 8069/90. Brasília, 1990.

  • ____. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n.º 9394. Brasília; MEC/SEF, 1996.

  • ____. Secretaria de Educação Fundamental. Introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília; MEC/SEF, 1997, v.1, v.8 e v.10.

  • CERVO, A. L. Metodologia científica. 5ª edição. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

  • DAÓLIO, J. Da cultura do corpo. Campinas: Papirus, 1995.

  • ESTRELA, M. T. Relação pedagógica, disciplina e indisciplina na sala se aula. Portugal: Ed. Porto, 1992.

  • EYNG; SERMANN; GISI; GOMES; ENS; CERCAL; FILIPAK. Políticas e gestão educacional: escolarização e violência. In: II° Congresso Ibero-Americano sobre violência nas escolas, 2005, Pará. Anais do Observatório de violência nas escolas da Universidade da Amazônia. Belém do Pará/PA: UNAMA, 26 a 28 de outubro de 2005.

  • GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1996.

  • GUIMARÃES, A. M. (2005). Escola: espaço de violência e indisciplina. Nas Redes da Educação. UNICAMP: Campinas, n. 01, set. 2006.

  • HANKE, P. J. “Putting school crime into perspective: selfreported school victimizations of high school seniors”. Journal of Criminal Justice, p. 35-37. april 7. 1996.

  • KIDDER, L. H. (Org.). Métodos de pesquisa nas relações sociais: delineamentos de pesquisa. São Paulo: EPU, 1987. v. 1.

  • MANOEL, E. J; KOKOBUN, E; TANI, G. O; PROENÇA, J. E. Educação Física Escolar – fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: EPU: Universidade de São Paulo, 1998.

  • MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 4. Ed. São Paulo, HUCITEC ABRASCO, 1996.

  • OLIVEIRA, J. E. C. As ações das escolas, através de seus gestores, no processo de enfrentamento da violência escolar. 245 f. Tese (Doutorado) - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Departamento Materno-infantil e de Saúde Pública, Ribeirão Preto, 2009.

  • RochÉ, S. Tolérance Zéro? Incivilités et insecurité. France : Odile Jacob, 2002.

  • SELTIZ; JAHODA; DEUTSCH e COOK. Métodos de pesquisa nas relações sociais. Tradução de Dante Moreira Leite. São Paulo: EPU, 1974.

  • WEHBY, J. H.; SYMONS. F. J; CANALE, J. A. Teaching practices in classrooms for students witch emotional and behavioral dosorders: discrepancies between recommendations and observations. Behavioral disordres, v. 24, n. 1, p. 51-56, 1998.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 15 · N° 153 | Buenos Aires, Febrero de 2011
© 1997-2011 Derechos reservados