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Perfil de força de preensão manual e flexibilidade em diferentes 

grupos de IMC, de escolares, atletas amadores de handebol, 

da zona oeste do Rio de Janeiro

Perfil de la fuerza de prensión manual y flexibilidad en diferentes grupos de IMC, 

de estudiantes, jugadores aficionados de balonmano, de la zona oeste de Río de Janeiro

The hand grip strenght and flexibility profile in various BMI groups of 

students, amateur handball players living on the west side of Rio de Janeiro

 

*Centro Universitário Augusto Motta, Rio de Janeiro, RJ

**Universidade Castelo Branco – UCB - Programa de Pós-Graduação

em Treinamento Desportivo e Fisiologia do Exercício, Rio de Janeiro, RJ

***Universidade Católica de Petrópolis – UCP – Programa

de Pós-Graduação em Educação Física Escolar, Rio de Janeiro, RJ

****Laboratório de Bioquímica de Proteínas – UNIRIO, Rio de Janeiro, RJ

(Brasil)

Márcio Ferreira do Nascimento*

marciofn@oi.com.br

Raphael Benassi**

benassi.salvador@yahoo.com.br

Felipe Duarte Caboclo**

duarte_pqdt@yahoo.com.br

Ana Carolina dos Santos Salvador***

krolinasalvador@yahoo.com.br

Luis Carlos Oliveira Gonçalves****

luisogoncalves@click21.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo desse estudo foi traçar um perfil de força de preensão manual e flexibilidade de adolescentes, atletas amadores de handebol, do gênero masculino, estudantes da rede pública de ensino, residentes na zona oeste do Rio de Janeiro. A amostra foi constituida de indivíduos do gênero masculino com idades entre 15 e 18 anos. O aparelho utilizado foi o JAMAR ajustado por auto-seleção dos avaliados, utilizando protocolo da Associação Americana de Terapeutas de mão (ASHT). Os valores de força de preensão manual se elevaram com o passar da idade, em maiores níveis de peso e IMC, tendo uma média de 43,3 Kg para os indivíduos de 18 anos de idade, e de 45,2 Kg para o ultimo grupo de IMC. A flexibilidade atinge níveis mais elevedos em indivíduos de IMC considerado normal pela OMS, porém, não se mostra diferente nessa pequena faixa etária. O dinamômetro pode ser utilizado para análise de força de preensão manual de atletas pelo seu fácil manuseio e por ter uma capacidade máxima de 100 Kg, valor esse que não foi alcançado em nosso estudo.

          Unitermos: Força da mão. Dinamômetro de força muscular. Saúde do adolescente.

 

Abstract

          The purpose of this study was to profile the hand grip strength and flexibility of male teenage students, amateur handball athletes, residents of the west zone of Rio de Janeiro. The sample was made up of male students ages ranging from 15 to 18 years old. The equipment used was JAMAR adjusted by self-selection of the subjects. The position used to perform the test is the recommended by the American Society of Hand Therapists (ASHT). The hand grip strength increased with age, in higher levels of weight and Body Mass Index (BMI), being the average of 43,3 Kg for 18 year old individuals, and 45,2 Kg for the group with higher BMI. The flexibility levels were higher in individuals whose BMI is considered normal according to the World Health Organization (WHO), however there is no difference in this small age range. The dynamometer can be used to analyze the hand grip strength athletes by the easy handling and the top capacity of 100 Kg, although this value hasn’t been reached in this study.

          Keywords: Hand strength. Muscle strength dynamometer. Adolescent health.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 153, Febrero de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A força de preensão manual não é simplesmente uma medida de força da mão, mas é utilizada para avaliar a força total do corpo (DESROSIERS; BRAVO; HÉBERT, 1997; DESROSIERS et al., 1999).

    O dinamômetro de preensão manual tem sido utilizado com muita freqüência por ser barato, fácil de manusear e seus resultados são bem aceitos em pesquisa e em avaliações clínicas (HAIDAR et al., 2004; HILLMAN et al., 2005; RUIZ-RUIZ et al., 2002).

    O dinamômetro JAMAR tem sido utilizado com muita freqüência pela literatura internacional, seja em análises clinicas, estudos epidemiológicos, avaliação de performance, e tem sido considerado o mais eficiente na mensuração da força de preensão manual. O aparelho oferece um simples manuseio, fornecendo uma leitura rápida e direta, além da facilidade de transporte que possibilita o uso em locais externos e não somente em laboratórios (SCHLÜSSEL, 2006; BOHANNON et al., 2006; GODOY et al., 2004; DESROSIERS; BRAVO; HÉBERT, 1997; HAIDAR et al., 2004).

    Godoy et al. (2004) concluíram através de revisão da literatura, que a força de preensão é maior nos homens que em mulheres em todas as faixas etárias e em ambos os lados, independente, até mesmo, de ocupação.

    Essa afirmação parece ser um consenso entre os autores que estudam a força de preensão manual.

    Quando comparados indivíduos com dominância esquerda e direita, Massy-Wetropp et al. (2004) acharam um pico maior de força e resistência para a dominância esquerda. Godoy et al. (2004) em artigo de revisão afirmam que a mão direita é significativamente mais forte (em média 10%) que a esquerda em pessoas que apresentam dominância direita. E dizem, ainda, que pelo fato de sermos direcionados a utilizar a mão direita numa sociedade que privilegia destros quando a dominância é esquerda não há diferença significativa.

    Os valores da força de preensão atingem valores máximos na fase adulta, por volta de 25-35 anos de idade e após há um declínio gradual (ESTEVES et al., 2005).

    A predição da “performance” esportiva, através de testes motores, é um tópico muito importante para técnicos e preparadores físicos de várias modalidades esportivas. No entanto selecionar testes válidos e fidedignos, que avaliem as capacidades motoras alvo e sejam específicos à habilidade motora específica, é uma tarefa árdua (UGRINOWITSCH et al., 2002).

    Hall (2000), define flexibilidade articular como sendo um termo usado para descrever a amplitude de movimento permitida em cada um dos planos de movimento de uma articulação.

    A flexibilidade pode influenciar na aprendizagem de habilidades motoras cuja exceção dependa de bons níveis de mobilidade articular especifica, como no caso da natação (FARINATTI, 1991).

    O teste de sentar e alcançar se caracteriza por expressar os seus resultados em uma escala de distância, tipicamente em centímetros ou polegadas. O aparelho mais utilizado para essa medida é o banco de Wells.

    A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu o Índice de Massa Corporal (IMC) como padrão para avaliação do estado nutricional, que consiste na equação: massa corporal x estaturaֿ². O resultado da equação: entre 18,5 e 24,9 kg/m², peso adequado; de 25 a 29,9 kg/m², sobrepeso; maior que 30kg/m², classificado como obesidade (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2000).

    O objetivo desse estudo foi de traçar perfis de força de preensão manual e flexibilidade em diferentes grupos de indice de massa corporal de escolares do gênero masculino, atletas amadores de handebol, residentes na zona oeste do Rio de Janeiro. Dados esses que podem servir de parâmetro comparativo para treinadores e professores da referida modalidade, além de proporcionar maior entendimento sobre o comportamento das variáveis analizadas em relação ao indice de massa corporal.

Metodologia

    Esse estudo é descritivo e transversal. A coleta de dados foi efetuada durante uma competição (torneio de integração) a nível de bairro que ocorreu na cidade do Rio de janeiro, no bairro de campo grande, em um centro esportivo da prefeitura do Rio de janeiro.

    A amostra investigada foi constituída de 62 indivíduos do gênero masculino com idades entre 15 e 18 anos, atletas amadores de handebol, residentes na zona oeste do Rio de Janeiro e matriculados na rede pública de ensino.

    Os indivíduos foram divididos em quatro grupos de indice de massa corporal, Grupo 1 (imc entre 18 e 19,9, n=9), Grupo 2 (imc entre 20 e 24,9, n=30), Grupo 3 (imc entre 25 e 29,9, n=16) e Grupo 4 (imc superior a 30, n=7).

    Foram depois divididos em cinco grupos de peso, Grupo 1 (peso entre 50 e 59,9 Kg), Grupo 2 (peso entre 60 e 69,9 Kg), Grupo 3 (peso entre 70 e 79,9 Kg), Grupo 4 (peso entre 80 e 99,9 Kg) e Grupo 5 (peso maior ou igual a 100 Kg).

    E por ultimo foram divididos em quatro grupos de idade, Grupo 1 (15 anos), Grupo 2 (16 anos), Grupo 3 (17 anos) e Grupo 4 (18 anos).

    O dinamômetro utilizado foi o Jamar, desenvolvido por Bechtol em 1954, com precisão de 0,5 Kg e capacidade máxima de 100 Kg. A posição utilizada foi a recomendada pela Sociedade Americana de Terapeutas da Mão (ASHT), que é com o indivíduo posicionado sentado com o ombro abduzido e neutramente rodado, cotovelo fletido a 90° e antebraço e punho em posição neutra.

    Foram efetuadas três medidas para cada mão de forma alternada com intervalo de um minuto entre cada medida. O ajuste do equipamento foi feito por auto seleção dos avaliados, pois grande parte da literatura verificou que dessa forma se chega mais facil à posição mais agradável para o avaliado. Foram registrados os maiores valores da mão dominante.

    Para medir a flexibilidade foi executado o teste de sentar e alcançar, utilizando o banco de Wells fabricado pela Cardiomed do brasil.

    A estatística utilizada foi a descritiva. Foram feitos os cálculos de média, mediana, desvio padrão, erro padrão, tamanho da amostra, valores mínimos e valores máximos, O programa Sigma Plot versão 10.0 foi utilizado para estatística e plotagem dos valores.

Resultados

    A tabela 1 mostra os valores de média e mediana da idade, representada em anos, peso em Kilogramas e estatura em centímetros, com seus respectivos valores de erro padrão, desvio padrão e variações (valores máximos e mínimos de cada variável em seu grupo).

Tabela 1. Variáveis antropométricas da amostra

    A amostra apresentou média de 16,88 anos de idade, sendo a mínima 15 e a máxima 18 anos, uma média de peso com 73,6 Kilogramas, sendo a mínima de 50,1 e a máxima de 127 Kilogramas e a estatura média de 174 centímetros, sendo a mínima de 159 e máxima de 190 centímetros.

    Para verificar o comportamento da força de preensão manual e da flexibilidade nós primeiramente dividimos os avaliados em quatro grupos de IMC (indice de massa corporal), sendo o primeiro grupo (Grupo 1, n=9) com IMC entre 18 e 19,9, o segundo grupo (Grupo 2, n=30) com IMC entre 20 e 24,9, o terceiro grupo (Grupo 3, n=16) com IMC entre 25 e 29,9 e por ultimo o quarto grupo (Grupo 4, n=7) com IMC superior ou igual a 30. Foram registradas as médias, com erro padrão para a força de preensão manual e flexibilidade, assim como os valores mínimos e máximos de cada variável em seu respectivo grupo de IMC.

Tabela 2. Diferentes grupos de IMC, número de indivíduos por grupo, valores de média, erro padrão e variação de FPM e flexibilidade.

    Foi possível identificar um aumento de força de preensão manual que acompanhou a subida dos IMCs, sendo no primeiro grupo média de 39,1Kg, passando para 41,4 no segundo grupo, 43,2 no terceiro grupo e 45,2 no quarto e ultimo grupo. Fato esse que pode ser observado na Figura 1.

    Ainda de acordo com os IMCs, a flexibilidade teve uma representação diferente da força de preensão manual. Os valores obtidos através do teste de sentar e alcançar mostraram um aumento do primeiro grupo para o segundo que foi de 21 para 27,7 centímetros, porém esses valores foram mantidos iguais (27,8 cm) do segundo para o terceiro grupo e apresentaram uma queda, que alcançou um valor menor, até mesmo, que no primeiro grupo (20,8 cm) no grupo 4.

Figura 1. Força de preensão manual (Kilogramas) e flexibilidade (centímetros) para cada grupo de IMC.

    Para verificar o comportamento das mesmas variáveis citadas, mas em grupos diferentes, nós dividimos os indivíduos em cinco grupos de diferentes pesos, onde o primeiro (Grupo 1, n=13) pesos entre 50 e 59,9 Kilogramas, o segundo (Grupo 2, n=16) pesos entre 60 e 69,9 kilogramas, o terceiro (Grupo 3, n=16) pesos entre 70 e 79,9 kilogramas, o quarto (Grupo 4, n=13) pesos entre 80 e 99,9 kilogramas e o quinto e ultimo grupo (Grupo 5, n=4) com pesos maiores ou iguais a 100 kilogramas. Foram registrados os valores de força de preensão manual e flexibilidade (média e erro padrão), assim como suas variações (mínimo e máximo) para cada variável de acordo com seu grupo de peso.

Tabela 3, Diferentes grupos de peso, número de indivíduos por grupo, valores de média, erro padrão e variação de FPM e flexibilidade.

    Quando dividimos os indivíduos em grupos por peso, pudemos observar para a força de preensão manual um comportamento crescente do primeiro ao quarto grupo, acompanhada de uma queda no quinto e ultimo grupo, porém o valor da média do quinto grupo caiu em relação ao anterior, mantendo-se mais alta que todos os outros grupos, dados esses que tiveram comportamento parecido com os da mesma variável em grupos de IMC.

    Quando analisado o comportamento da flexibilidade nestes mesmos grupos de peso, observamos um crescimento de suas médias do primeiro ao terceiro grupo, quando então esses valores iniciam uma queda, chegando a atingir no ultimo grupo uma média inferior a todos os grupos anteriores. Comportamento próximo ao observado nos grupos de IMC.

Figura 2. Força de preensão manual (Kilogramas) e flexibilidade (centímetros) para cada grupo de peso.

    Para observarmos se a força de preensão manual e a flexibilidade se comportam de forma diferente de acordo com a idade nessa população investigada, nós dividimos os indivíduos desta vez em grupos de diferentes idades. Grupo com idade de 15 anos (Grupo 1, n=9), segundo grupo com idade de 16 anos (Grupo 2, n=13), terceiro grupo com idade de 17 anos (Grupo 3, n=16), e por ultimo o quarto grupo com idade de 18 anos (Grupo 4, n=24). Foram registradas am médias da força de preensão manual e flexibilidade (erro padrão), assim como suas variações (valores mínimos e máximos) para cada citada variável, em cada grupo etário.

Tabela 4. Diferentes grupos etários, número de indivíduos por grupo, valores de média, erro padrão e variação de FPM e flexibilidade.

    A força de preensão manual tambem mostrou ser influenciada pela idade nessa população escolhida. Os nossos dados para essa variável tiveram um comportamento crescente do primeiro ao terceiro grupo obtendo um discreta queda no ultimo grupo, porem o valor da média do ultimo grupo se manteve superior aos anteriores (primeiro e segundo grupo).

    Para os valores de média de flexibilidade, parece não haver influência direta da idade (nesta pequena faixa etária) na flexibilidade, pois as médias de todos os grupos se mantiveram equilibradas. O que pode ter comportamento diferente quando analizadas e comparadas grandes faixas etárias. Esses resultados podem ser observados na figura 3.

Figura 3. Força de preensão manual (Kilogramas) e flexibilidade (centímetros) para cada grupo de idade.

Discussão

    Ficou claro com nosso estudo a influência da idade, peso e IMC sobre os valores de força de preensão manual, corroborando com estudos anteriores que já haviam identificado essa influência em diferentes grupos etários (D’OLIVEIRA, 2005).

    Massy-Westropp et al. (2004) utilizaram o mesmo dinamômetro usado no presente estudo, tendo como amostra homens com idades entre 18 e 75 anos. Esses autores identificaram uma tendência crescente para a força de preensão manual até os 45 anos de idade, seguido de um severo decréscimo a partir de então.

    Outros autores encontraram valores máximos na fase adulta, por volta de 25-35 anos de idade e após há um declínio gradual (ESTEVES et al., 2005)

    Em relação à idade, nós observamos a mesma tendência crescente, porem na faixa etária de 15 a 18 anos de idade, o que sugere, na soma dos citados resultados com os encontrados por nós que a força de preensão manual cresce com o passar da idade atingindo seus valores máximos por volta da terceira década de vida, onde inicia um processo de diminuição.

    Em relação ao IMC, este estudo também encontrou maiores valores de força de preensão manual de acordo com a subida desses índices, e uma influência do peso nessa força, o que era esperado pelo fato do peso ser em relação à estatura, o fator determinante para maiores ou menores índices de massa corporal. E essa influência parece ser concenso entre os pesquisadores de força de preensão manual (D´OLIVEIRA, 2005).

    Nós buscamos valores de médias de diferentes populações para facilitar a visualização de nossos resultados, com populações de média de 20 anos de idade, o que difere um pouco da nossa média que foi de 16, mas que foi usada exatamente por dar sequência a nossa variação de idade que foi de 15 a 18 anos, o que facilita a idéia do crescimento dessa força com a idade, apresentados abaixo, adaptados de Innes (1999). Onde acrescentemos os nossos valores de média.

Tabela 5. Valores médios de FPM apresentados em diversos estudos.

    No que se refere à flexibilidade, sugere-se que os movimentos de tronco são os que melhor identificam o comportamento da flexibilidade total, corroborando a utilização do teste de sentar-e-alcançar como um bom parâmetro para esta faixa etária (SILVA, 2003).

    A flexibilidade apresentou comportamento diferente da força de preensão manual.

    Usando o mesmo equipamento usado por nós, Gallahue e Ozmun (2005) apresentam dados obtidos por Ross em 1985, em que a população masculina de 18 anos apresentou 38,1cm de flexibilidade no citado teste, dado ligeiramente superior aos achados por Bertola et. al. (2007), onde foi encontrado média de 36,29cm, para essa faixa etária, sendo extremamente superior a nossos achados de 25,5 para os atletas dessa idade, porem isso não impressiona pelo fato de existirem consideráveis quantidades de fatores que afetam essa qualidade física. A flexibilidade é uma capacidade individual, pois depende de fatores como: herança genética, sexo, idade, volume muscular e adiposo, além de fatores externos como treinamento, temperatura ambiente, etc (SANDOVAL, 2002). Por esse fato dividimos nossa amostra em grupos de idade, peso e Imc. Buscando assim a influência desses fatores em nossos achados.

    Não encontramos diferença de flexibilidade entre as quatro faixas etárias escolhidas, isso talvés se dê pelo fato da pequena faixa escolhida por nós. Farinatti (1995) coloca que há uma tendência à diminuição desta capacidade com o aumento da idade. Porem não cita até que faixa há um aclive e em que faixa se inicia o declive.

    Já Glaner (2003), refere-se à flexibilidade como amplitude de locomoção de uma articulação em especial, e reflete a inter-relação entre músculos, tendões, ligamentos, pele e a própria articulação. A mesma confirma a influencia de fatores como: nível de atividade física, tipo de atividade, sexo e idade. E cita que, esta aumenta até o início da idade adulta, e a partir daí começa a diminuir, tanto em homens como em mulheres.

    Já quando dividimos os indivíduos por grupo de peso e IMC, encontramos uma grande influência destes na flexibilidade, observando os maiores níveis de flexibilidade no grupo tido como imc adequado, segundo a OMS (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2000), obtendo uma queda dessa qualidade física com o aumento desses níveis. O que parece dever-se ao fato de que o acúmulo de gordura corporal pode levar a uma diminuição de amplitude de movimento nas articulações por aspectos mecânicos, ou seja, atrapalham o deslocamento total das partes analizadas, principalmente em teste de flexão de tronco, como no teste de sentar e alcançar, o que é ratificado por Sandoval (2002) sobre a influência dessa gordura na flexibilidade.

Conclusão

    O dinamômetro pode ser utilizado para analise de força de preensão manual de atletas pelo seu fácil manuseio e por ter uma capacidade máxima de 100 Kilogramas, valor esse que não foi alcançado em nosso estudo.

    O teste de sentar e alcançar parece ser o melhor meio para predizer a flexibilidade total do corpo, para essa faixa etária, além de seus valores serem bem aceitos em pesquisa e pela disponibilidade de dados na literatura.

    Para se avaliar a força de preensão manual, nós recomendamos a divisão da amostra em grupos de IMC, devido ao fato de acharmos valores diferentes para essa variável e ter tido comportamento organizado, como mostramos na figura 1, ressaltando que a força de preensão manual aumenta de acordo com a idade, alcançando em nosso estudo média de 43,3 Kg para a mão dominante.

    Já a flexibilidade não apresentou diferença de acordo com a idade entre indivíduos com variação de 15 a 18 anos. Para a flexibilidade parece que a divisão em grupos de peso, parece ser a melhor opção.

    Estudos com uma maior abrangência etária devem ser utilizados para melhor compreensão destas qualidades físicas.

Agradecimentos

    Agradecemos à Professora Carmem Lucia Pazzos Wanderley, diretora do Centro Esportivo Miécimo da Silva, pelo apoio a nossa pesquisa.

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