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Estágio supervisionado em Educação Física. 

Os jogos cooperativos como estratégia de ensino na escola

Las pasantías supervisadas en Educación Física. Los juegos cooperativos como estrategia de enseñanza en la escuela

 

Centro Universitário de Belo Horizonte UNI-BH

(Brasil)

Camila Monteiro Silva

Diego Henrique Milhorato Ventura

Katia Regina de Sá

dieguimventura@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este artigo relata uma experiência de ensino da Educação Física que resultou das atividades desenvolvidas no Estágio Supervisionado de um Centro Universitário de Belo Horizonte. Nesse estudo foi utilizada a abordagem dos Jogos Cooperativos como estratégia de ensino. O objetivo desse trabalho foi analisar a aplicabilidade dos jogos cooperativos em uma escola estadual de Belo Horizonte e observar as mudanças ocorridas com a introdução dos jogos cooperativos. A pesquisa foi feita através de questionário, com 04 questões, para uma turma de 30 alunos da sexta série, aplicado ao término da intervenção de 10 aulas com atividades e jogos cooperativos. Também foram utilizadas as observações dos pesquisadores registradas no caderno de docência utilizado no estágio. Com isso, observou-se a contribuição na transformação individual dos alunos quanto ao modo de participar e jogar os Jogos Cooperativos nas aulas e fora delas, valorizando diversos aspectos e não apenas o resultado do jogo, levando a reflexão sobre como os princípios dos Jogos Cooperativos podem contribuir para a formação de um aluno mais amigo, autônomo, reflexivo, participativo e social. Os resultados encontrados evidenciam um fato fundamental observado, os alunos perceberam a importância de ajudar e serem ajudados nas atividades, entendendo que a cooperação, a união, o trabalho em grupo e o respeito ao outro diminuiu a agressividade que ocorria nas aulas.

          Unitermos: Jogos cooperativos. Escola.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 152, Enero de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Esse trabalho relata uma experiência de ensino da Educação Física em uma Escola na cidade de Belo Horizonte. Essa experiência resultou das atividades desenvolvidas na disciplina de Estágio Supervisionado no Ensino Fundamental II do curso de Educação Física de um centro universitário de Belo Horizonte.

    Durante as primeiras intervenções foram observadas freqüentes situações de agressividade e desrespeito nas interações entre os alunos, exigindo dos estagiários um aprofundamento teórico sobre os temas relacionados à violência, entre eles o bullying.

    O bullying é uma violência existente nas escolas onde o aluno com mais força vitimiza o outro que não consegue encontrar alguma forma de se defender e a agressividade entre os alunos que apresentam diferentes dificuldades, visões e uma própria cultura que eles trazem de casa, das suas famílias. (ANTUNES; ZUIN, 2008). Nas aulas de Educação Física pode ocorrer manifestações do bullying, pois muitas vezes a agressividade entre os alunos vêm da pouca tolerância à derrota nos jogos competitivos, pois os alunos ficam preocupados com o fato de quem será o vencedor, em se mostrar melhor que o outro e vêem o colega como um adversário sem se preocupar em ajudá-lo.

    Durante as intervenções realizadas no estágio, surgiram dificuldades no desenvolvimento do planejamento elaborado pelos estagiários devido aos conflitos violentos resultantes principalmente das situações competitivas. Essas dificuldades evidenciaram a necessidade de refletir sobre novas estratégias metodológicas mais adequadas à realidade presente nessa escola. Uma abordagem menos competitiva poderia contribuir para o melhor desenvolvimento das aulas? Essa pergunta foi o ponto de partida para desenvolver uma tarefa proposta em uma disciplina optativa – Tópicos em Educação Física Escolar – onde o objetivo era desenvolver uma pesquisa de campo sobre estratégias metodológicas no ensino da Educação Física. Os Jogos Cooperativos foram o ponto de partida na tentativa de solucionar o problema identificado no estágio.

    Os jogos cooperativos são uma atividade física essencialmente baseada na cooperação, na aceitação, no envolvimento e na diversão, tendo como propósito mudar as características de exclusão, seletividade, agressividade e de exacerbação da competitividade predominantes na sociedade e nos jogos tradicionais que na maioria das vezes são competitivos e os jogadores não se solidarizam, alguns alunos ficam excluídos e poucos vencem. “O objetivo primordial dos jogos cooperativos é criar oportunidades para o aprendizado cooperativo e a interação cooperativa prazerosa”. (CORREIA, 2006)

    Segundo Darido e Rangel (2005) tanto no jogo cooperativo quanto competitivo há proximidade dos jogadores, porém, como no jogo cooperativo há um objetivo comum, não há rivalidade. Já no jogo competitivo a proximidade dos jogadores pode causar atitudes que geram conflitos.

    Portanto o objetivo do presente estudo é avaliar a aplicabilidade dos jogos cooperativos nas aulas de Educação Física de uma escola estadual de Belo Horizonte e observar as mudanças ocorridas durante a realização do estágio com a introdução dos jogos cooperativos.

    Esse estudo justifica-se devido à agressividade, a exclusão, a seletividade, da competitividade existentes nas aulas de Educação Física. E Segundo BROTTO (1995) nas aulas de Educação Física deveria haver respeito mútuo, harmonia, objetivos comuns e liberdade onde as pessoas semelhantes e diferentes são reunidas em condições especiais de convivência, mas, muitas vezes as pessoas estão sendo condicionadas a competir acreditando que não se tem escolhas e que a competição é a algo natural para o crescimento e a realização.

Metodologia

    A presente pesquisa é de natureza qualitativa e do tipo descritiva. Através desta abordagem procurou-se intervir elaborando e aplicando as aulas de jogos cooperativos, registrar todas as observações dos alunos e o das aulas em um caderno de docência1 - um dos instrumentos de avaliação exigidos no estágio - analisar o comportamento e as opiniões dos alunos a respeito das aulas proporcionadas com a abordagem dos jogos cooperativos. Foi feito um questionário fechado, tricotômico, contendo 4 questões para avaliar a opinião dos alunos sobre as aulas de Educação Física. As questões contidas no questionário procuraram abordar os seguintes temas: a) participação dos alunos nas aulas; b) A freqüência das brigas; c) a exclusão; d) a opinião dos alunos sobre as aulas de jogos cooperativos. Participaram desse estudo 30 alunos da 6ª série, que tem uma faixa etária entre 11 a 13 anos do Ensino Fundamental ll de uma escola pública de Belo Horizonte.

    Primeiramente foi solicitada à direção da escola autorização para realizar a coleta dos dados. O questionário foi aplicado ao término das intervenções aos alunos durante a aula de Educação Física. Após a coleta dos dados as informações foram organizadas e analisadas. Em seguida as informações, obtidas através da observação e intervenção de 10 aulas com jogos cooperativos, foram transcritas e interpretadas.

Resultados

    A Tabela 1 traz as perguntas e as respostas dos alunos referentes às aulas de Jogos Cooperativos.

Tabela 1. Respostas dos alunos referente as aulas de Jogos Cooperativos

    Em relação aos resultados da tabela1, foram encontradas respostas positivas quanto à inclusão dos jogos cooperativos nessa turma, sendo que, 83% participam das aulas de Educação Física, 7% não participam devido ao fato de não gostarem de realizar atividades físicas e 10% que participam ás vezes é devido ao fato de gostarem ou não das atividades propostas. Segundo os resultados, 70% dos alunos não se sentem excluídos nas aulas de Educação Física, pelo fato de todos terem objetivos em comum nos jogos cooperativos, 23% ás vezes se sentem excluído devido aos outros alunos não darem muita atenção a eles. Antes das aulas de jogos cooperativos serem aplicadas observou-se que vários alunos ficavam isolados sem fazer aula, e após as intervenções esse número diminuiu. Em questão de motivação, 83% dos alunos gostaram das aulas de jogos cooperativos, mostrando que nem sempre, somente os jogos competitivos são motivantes. O aluno que não gostou das aulas relata que o motivo foi não ter futsal. Em relação à agressividade nas aulas de Educação Física, observou-se nas aulas de jogos cooperativos que ao invés dos alunos brigarem e agredirem um ao outro para provar quem é o melhor, eles estavam se ajudando e se conhecendo melhor em busca de um objetivo em comum, isso pode ser comprovado, pois, 80% dos alunos relataram que houve diminuição das brigas nas aulas de jogos cooperativos, 17% disseram que não houve diminuição das brigas pelo fato da própria cultura dos alunos em se relacionar com o colega, e apenas 1 aluno falou que às vezes houve diminuição de brigas.

    Segundo os relatos feitos em um caderno de docência pelos estagiários, os alunos que nas primeiras aulas ficavam se insultando e por qualquer motivo brigavam atrapalhando o rendimento das aulas, após o trabalho com os jogos cooperativos os alunos dificilmente chegam, de fato, a brigar, havendo somente discussões onde rapidamente se entendem e chegam a um acordo. O relacionamento entre os alunos e o interesse destas em ajudar aos demais pôde ser observado durante a aplicação das aulas. Nessas aulas houve um maior respeito entre os alunos. Alguns alunos que antes eram isolados da turma e não participavam da aula relataram não se sentirem mais excluídos das aulas de Educação Física. Sendo a principal diferença, observada e relatada no caderno de docência, uma menor agressividade nas aulas com o emprego dos jogos cooperativos ao comparar com as aulas tradicionais e o fato de um ajudar o outro.

    As aulas ministradas tinham como foco principal a atitude cooperativa, era necessária a ajuda dos colegas em todas as atividades propostas para se atingir um objetivo comum, houve assim, uma colaboração entre eles e, principalmente, a conscientização de que ajudando o outro, brincando junto, a aula tornava-se mais prazerosa e divertida.

Discussão

    Segundo Brotto (2002), “sem opções, não há escolha real. Existe apenas a obediência e submissão ao que já existe”. Assim de acordo com esse contexto trouxemos novas opções para os alunos que até então só sabiam praticar esportes e jogos competitivos pensando em sua individualidade, sem ajudar ao invés de agredir o outro aluno.

    A proposta dos jogos cooperativos não é muito utilizada nas aulas de Educação Física, devido à maior abordagem dos jogos competitivos e esportes, quando se aceita o discurso da competição como um valor importante para a sociedade, e se defende que a competição deve ser ensinada de maneira mais sutil na escola, e os jogos cooperativos devem ser mais abordados mostrando valores que muitas vezes os alunos não vivenciam no seu próprio dia-a-dia, esquece-se que é estimulada uma cultura e uma ideologia direcionadas para a negação do outro nos espaços de convivência, diminuindo a sensibilidade às diferenças sociais, desrespeitando ou desvalorizando os trabalhos mais “simples” de outras pessoas e dando continuidade às políticas de exploração e dominação. (CORREIA, 2006).

    Segundo Brown (1994), os jogos cooperativos possuem diversas características li­bertadoras, e, dentre elas, destacamos a libertação da agressão, que pode ser alcançada dando-se ênfase à participação e à auto-estima de cada pessoa. Nos resultados das aulas que foram dadas observamos que os alunos que antes eram agredidos e excluídos das aulas de Educação física, com a abordagem de jogos cooperativos participam das aulas e recebem maior apoio dos outros alunos.

    A cooperação refere-se ao envolvimento e à participação das crianças nos Jogos, mostrando aumento da colaboração, da solidariedade, da amizade e do respeito entre elas. Os jogos cooperativos, ao permitir aos alunos uma nova forma de jogar, melhoram a interação social, levando-os a perceber a possibilidade de haver divertimento sem a competição a que estão acostumados (CORREIA, 2006). Assim, os jogos cooperativos fazem com que os alunos participem mais das aulas, saibam trabalhar em equipe e sejam confiantes ao realizarem as tarefas, pois todos serão vencedores. Os alunos aprendem nesses jogos a enfrentar as dificuldades tornando cada caminho encontrado uma evolução para eles, tornando a especialização das atividades cada vez maior.

    Segundo Candreva (2009), os jogos cooperativos possuem inúmeras vantagens, não podemos, simplesmente, deixar de lado os jogos com caráter competitivo, pois se eles forem trabalhados de maneira adequada, a criança incorpora, igualmente, valores importan­tes para a vida, como o reconhecimento do vencedor e do vencido, a cooperação entre os jogadores de uma mesma equipe, o respeito a todos os jogadores.

    Freire (1999) acredita que negar a competição é o mesmo que eliminar o esporte da Educação Física e considera “ser mais educativo reconhecer a importância do vencido e do vencedor do que nunca competir” (p. 150). Trabalhar a competição nas aulas de Educação Física é importante, mas de maneira em que os alunos respeitem todos os jogadores. Ao tentar abordar atividades competitivas no início do estágio, os alunos se mostraram muito agressivos. Para conseguir um ambiente melhor, onde os alunos experimentassem relações mais respeitosas, foi necessário desenvolver um trabalho introdutório para a competição. Esse trabalho se mostrou bem sucedido, pois de acordo com os resultados, a agressividade dos alunos foi diminuída com a intervenção dos jogos cooperativos. Essa experiência pode contribuir para uma mudança de atitude dos alunos, pois se os alunos entenderem que um jogo pode ter competição sem ser necessário desrespeitar as regras ou utilizar a violência para resolução de conflitos, ele deve ser aproveitado (DARIDO e RANGEL, 2005).

    Podemos observar uma maior interação entre os alunos, pois alguns mal se falavam devido á algumas rivalidades e com o fato de trabalharem em equipe um ajudando o outro começaram a conversar e se entender bem. Segundo Correia (2006 p.159), “Os jogos cooperativos, ao permitir aos alunos uma nova forma de jogar, melhoram a interação social, levando-os a perceber a possibilidade de haver divertimento sem a competição a que estão acostumados.”

    Os jogos cooperativos não valorizam o ato de ganhar ou perder, evita a exclusão dos alunos das aulas de Educação Física, valoriza a criatividade dos alunos e evita confrontos individuais e coletivos, pois os alunos têm um objetivo em comum, a relação de ganhador- perdedor não existe no jogo, jogos cooperativos têm relação com, o jogar com o outro. Na cooperação o aspecto da motivação é obtido através da busca de desafios, onde todos devem unir suas ações individuais em prol de um objetivo coletivo.

    Muitas vezes a agressividade entre os alunos vem de fatores externos, vindos de sua família de uma cultura que eles possuem no seu dia- dia em casa, portanto, não é possível afirmar que os jogos cooperativos podem mudar sozinhos a realidade competitiva de uma turma ou uma escola, mas podem plantar sementes de cooperação e trazer uma educação para o bem.

Conclusão

    De acordo com os resultados as aulas de Educação Física com a abordagem dos jogos cooperativos possuem muitos pontos positivos, desenvolvendo a criatividade, a empatia, o espírito de grupo, a solidariedade, estimulando a criança a conviver em sociedade, sendo uma das formas de lidar com comportamentos agressivos é a valorização de atitudes positivas.

    Para que ocorra uma mudança de comportamento é imprescindível a intervenção do professor de Educação Física, oferecendo atividades diferenciadas onde o aluno possa compartilhar novas experiências, atividades livres de uma padronização, oferecendo atividades cooperativas. Fazendo com que os alunos não se sintam excluídos das atividades.

    Com a introdução dos jogos cooperativos nas aulas de Educação Física houve uma diminuição das brigas e agressividade que ocorriam nas aulas entre os alunos e houve a inclusão de alunos que não participavam das aulas e começaram a participar.

    Esse estágio foi de extrema importância para os estagiários, pois vivenciamos uma realidade encontrada em muitas escolas e tentamos procurar soluções na prática sobre qual seria uma melhor abordagem para ser utilizada naquela turma e foi possível através dos jogos cooperativos realizarmos atividades que mudassem de alguma forma a realidade das aulas de Educação Física desses alunos.

Nota

  1. Caderno obrigatório na observação das aulas desenvolvidas na disciplina de Estágio Supervisionado, onde são relatados todos os acontecimentos nas aulas de Educação Física.

Referências

  • ANTUNES, D. ZUIN, A. Do Bullying ao preconceito: os desafios da barbárie á educação. Psicologia & Sociedade; 20 (1): 16-32, 2008.

  • BROTTO, F. O. Jogos cooperativos: o jogo e o esporte como um exercício de convivência. Santos: Projeto Cooperação, 2002.

  • BROTTO, F.O. Jogos cooperativos: se o importante é competir, o fundamental é cooperar. São Paulo: CEPEUSP, 1995.

  • BROTTO,F. Jogos cooperativos: o jogo e o esporte como um exercício de convivência. 1999. 197. Dissertação de mestrado em Educação Física- Universidade Estadual de Campinas. Campinas.

  • BROWN, GUILHERMO. Jogos cooperativos: teoria e prática. São Leopoldo: Sinodal, 1994.

  • CANDREVA, T. et al. A agressividade na educação infantil: o jogo como forma de intervenção. pensar a prática 12/1: 1-11, jan./abr. 2009.

  • CORREIA, Marcos. Jogos Cooperativos Perspectivas, Possibilidades e desafios na Educação Física escolar. Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 27, n. 2, p. 149-164, jan. 2006.

  • DARIDO, S.C. Educação Física na Escola: questões e reflexões. Rio De Janeiro: Guanabara, 2003.

  • DARIDO, SURAYA C ; RANGEL, I. C. A.. Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica. um. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2005. v. um. 293p.

  • FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação física. 4. ed. São Paulo: Scipione, 1999.

  • MAIA, R.; MAIA, J. ; MARQUES M. Jogos Cooperativos X Jogos Competitivos: Um desafio entre o ideal e o Real. Revista Brasileira de Educação Física, Esporte, Lazer e Dança, v. 2, n. 4, p. 125-139, dez. 2007.

  • MARCONI, M; LAKATOS, E. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. São Paulo: Atlas S.A, 6ª Ed, 2006.

  • MONTEIRO, F. Transformação das aulas de Educação Física: uma intervenção através dos jogos cooperativos. 2006. 237. Dissertação de mestrado em Educação Física- Universidade Estadual de Campinas. Campinas.

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