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A relação entre o índice de massa corporal 

com o nível de atividade física praticada por escolares

La relación entre el índice de masa corporal con el nivel de actividad física realizada por escolares

 

*Acadêmicos do Curso de Educação Física

do Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná CEULJI-ULBRA

Ji-Paraná, Rondônia

**Pesquisadores do Laboratório de Neuromotricidade Humana

do CEULJI-ULBRA, Ji-Paraná, Rondônia

(Brasil)

Marciano de Souza Silva*

Alisson Padilha de Lima**

Dean Marcel da Silva Bianchi**

Fabrício Bruno Cardoso**

Glauber Bedini de Jesus**

marciano.3@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo teve por objetivo correlacionar o índice de massa corporal de 200 escolares de ambos os sexos com idade compreendida entre 11 e 15 anos do estado de Rondônia, com seus níveis de atividade física. Para a consecução do referido objetivo os escolares inicialmente tiveram aferidos seu Índice de Massa Corporal e posteriormente foram submetidos ao questionário sobre nível de atividade física habitual proposto por Nahas (2001). Os resultados mostram que 65 alunos apresentaram um nível de atividade física superior a 20, classificado como muito ativo, enquanto que somente 15 se apresentaram inativos fisicamente, já 45 se classificaram como moderadamente ativo, e a maioria dos escolares se apresentou como ativos fisicamente, 79 alunos se classificaram nesse perfil mostrando que a população escolar aqui estudada mostra-se bem participativa na prática de atividade física regularmente. Em analise feita sobre o índice de massa corporal (IMC) de escolares obetve-se uma prevalência maior de classificação normal, onde 92 alunos se enquadraram, enquanto que 65 participantes obteve um índice baixo, 23 apresentaram-se como aceitável, já os obesos grau 1 identificou-se 20 alunos e a obesidade grau 2 somente 2 alunos.

          Unitermos: Escolares. Indice de massa corporal. Níveis de atividade física.

 

Abstract

          This study aimed to correlate the body mass index of 200 schoolchildren of both sexes aged between 11 and 15 years of Rondonia state, with their levels of physical activity. To achieve that goal, the school had initially measured their body mass index and then underwent a questionnaire about habitual physical activity level proposed by Nahas (2001). The results show that 65 students had a level of physical activity more than 20, classified as very active, while only 15 presented themselves physically inactive, 45 were classified as moderately active, and most of the students presented as physically active, 79 students classified themselves in this profile showing that the student population studied here seems very participatory in physical activity regularly. In the analysis performed on the body mass index (BMI) of students obetve is a higher prevalence of normal classification, where 92 students were classified, while 65 participants had a low rate, 23 were presented as acceptable, since the obese level 1 was identified 20 students and obesity grade 2 students only 2.

          Keywords: Schoolchildren. Body mass index. Physical activity levels.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 152, Enero de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Atualmente o índice de massa corporal (IMC) elevado está ligado a fatores externos que influenciam nesse distúrbio, dentre eles está à inatividade física que passa a ser um dos principais componentes da causa dessas alterações desde a infância, onde cada vez mais crianças têm um estilo de vida inadequado vindo assim a desencadear vários riscos a sua saúde, conseqüências essas que a atividade física pode vim a prevenir e evitar (PADILHA et al, 2010).

    A atividade física entra em um contexto de prevenção muito forte na atualidade, onde crianças estão enfrentando com freqüência hábitos inadequados de vida como passar horas em frente á televisão, redução dos espaços livres, e outros motivos tiveram importante função na mudança do estilo de vida, incluindo a diminuição da atividade física, fator principal de causas de IMC elevado e sobrepeso, o que leva a vários riscos a saúde dessas crianças (BARBOSA, 2004).

    O IMC e o sobrepeso na infância e na adolescência, assim como nos adultos, têm sido considerados como um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade, tanto em países desenvolvidos como naqueles considerados de economia emergente. A atividade física seria o melhor método de prevenção desse distúrbio onde desde a infância ensinaria a esses indivíduos a adotar um estilo de vida correto, conseqüentemente diminuiria os riscos á saúde futuramente (FARIAS JUNIOR e SILVA, 2008).

    A OMS (2004) chama a atenção para a prática de atividade física desde a infância como melhor forma de prevenção a possíveis riscos a saúde, principalmente os índices de massa corporal elevado e a sobrepeso em crianças, podendo evitar futuramente que esses indivíduos sofram possíveis danos a saúde. Assim adotar um estilo de vida saudável desde a infância seria garantir uma qualidade de vida melhor futuramente.

    O rápido crescimento na prevalência de sobrepeso e obesidade na população jovem tem sido amplamente documentado. Levantamentos populacionais indicam que, nas ultimas três décadas, a prevalência de sobrepeso e obesidade nos adolescentes aumentou cerca de duas a três vezes em países desenvolvidos e em desenvolvimento, inclusive no Brasil (WANG, MONTEIRO e POPKIN, 2002; OGDEN, FLEGAL e JOHSON, 2002; VEIGA, CUNHA e SICHIERI, 2004).

    Portanto, o presente estudo teve por objetivo correlacionar o índice de massa corporal de escolares do estado de Rondônia, com seus níveis de atividade física.

Metodologia

Tipologia do estudo

    Nesta pesquisa se utilizou o método de uma avaliação de contexto que permitiu elaborar um estudo descritivo e correlacional acerca do Índice de Massa Corporal e o nível de atividade física dos escolares, especificamente, a referida avaliação define o meio ambiental concernente, descreve as condições reais e desejadas em relação ao referido ambiente, identifica as carências não supridas, e fornece informações para se planejar ações necessárias para a resolução dos mesmos.

Amostra

    A amostra deste estudo foi composta por 200 adolescentes, de ambos os sexos com idade compreendida entre 11 a 15 anos, que se encontram cursando o segundo ciclo do ensino fundamental da rede privada e pública de ensino do estado de Rondônia.

Ética na pesquisa

    O projeto desta pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos do Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná e aprovado sob protocolo 087/ 10.

    A coleta de dados se deu conforme a resolução do conselho nacional de saúde 196/96. Assim, inicialmente foi solicitada autorização dos responsáveis dos participantes para que o estudo fosse desenvolvido, através de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) ao qual se anexou uma carta de esclarecimentos explicando a natureza deste estudo.

Procedimentos de avaliação

    Para a consecução do objetivo deste estudo inicialmente os participantes deste estudo foram submetidos ao Índice de Massa Corporal, que foi calculado mediante divisão do peso da massa corporal pelo quadrado da estatura; tendo sido utilizado uma balança da marca Cardiomed e um estadiometro da marca Cardiomed modelo wood compact.

    Logo em seguida foi aplicado aos adolescentes um questionário sobre nível de atividade física habitual desenvolvido originalmente por Russel R. Patê – University of South Carolina/ EUA. Traduzido e modificado por Nahas (2001) – NuPAF/UFSC para uso educacional, servindo como estimativa do nível de atividade física habitual de adolescentes e adultos jovens. Esta versão do instrumento mostrou-se prática e fidedigna entre adolescentes. . A soma de pontos é uma unidade arbitrária. Para efeito de análise, o teste deve ser analisado da seguinte forma: cada acadêmico recebeu um questionário onde, abordava uma questão principal: ”Você é fisicamente ativo (a)?”. Para cada questão respondida SIM, deveriam marcar os pontos indicados à direita. A soma dos pontos é um indicativo de quão ativo você é. A faixa ideal para a saúde da maioria das pessoas é a de ativo (a) – 12 a 20 pontos –NAF-. Cabe ressaltar que a classificação considerada como ideal é a de ativo e muito ativo, sendo as outras consideradas insuficientes para promover adaptações positivas para saúde.

Resultados e discussões

    Apartir da figura 1 pode-se identificar que 65 alunos apresentaram um nível de atividade física superior a 20, classificado como muito ativo, enquanto que somente 15 se apresentaram inativos fisicamente, já 45 se classificaram como moderadamente ativo, e a maioria dos escolares se apresentou como ativos fisicamente, 79 alunos se classificaram nesse perfil mostrando que a população escolar aqui estudada mostra-se bem participativa na prática de atividade física regularmente.

Figura 1. Níveis de atividade física dos escolares, através do questionário proposto por Russel.

    Em analise feita sobre o índice de massa corporal (IMC) de escolares a figura 2 apresenta uma prevalência maior de classificação normal, onde 92 alunos se enquadraram nessa classificação, enquanto que 65 participantes obteve um índice baixo, 23 apresentaram-se como aceitável, já os obesos grau 1 identificou-se 20 alunos e a obesidade grau 2 somente 2 alunos.

    Os resultados nos mostram a prevalência de baixo risco de sobrepeso na população do presente estudo, onde a maior parte dos participantes se classificou como normal índice esse que nos leva a correlacionar com o índice de hábitos de atividade física regular, prevenindo assim possíveis riscos a se obter a obesidade nesses participantes.

Figura 2. Classificação do índice de massa corporal conforme a organização mundial da saúde (OMS)

    Conforme estudo realizado em escolares através de três critérios de avaliação de índice de massa corporal (IMC) Sotelo, Colugnati e Taddei (2004) identificaram menores prevalências de riscos de obesidade e sobrepeso, dados esses encontrados no presente estudo.

    O nível de atividade física é um fator influenciável no presente estudo quando correlacionado com os riscos de obesidade e sobrepeso, onde a inatividade física e o tempo em que esses alunos permanecem sentados podem vim a acarretar vários riscos à saúde dos mesmos, fatos esses que já vem sendo observados em outros estudos realizados (PIMENTA e PALMA, 2001; MA et al, 2002).

    Conforme Padilha et al. (2010) além da inatividade física o estado nutricional é outro fator de prevalência de obesidade e sobrepeso em escolares, onde hábitos alimentares inadequados tem grande influência nesse problema. Se não for detectado e interferido na infância pode a vim trazer graves problemas e riscos a saúde desses indivíduos.

    Em estudo realizado em Fortaleza-CE identificou que a obesidade em adolescentes é um agravo nutricional, onde a maior incidência de sobrepeso se encontra nas classes sociais de melhor poder aquisitivo, possivelmente pelos fatores externos de hábitos inadequados e que é mais fácil o acesso a esses indivíduos (CAMPOS, LEITE e ALMEIDA, 2006).

    Em analise feita por Magalhães, Azevedo e Mendonça (2003) correlacionou a prevalência de sobrepeso/obesidade com fatores socioeconômicos do nordeste e sudeste do país, mostrando menor risco no sudeste em categorias de poder aquisitivo mais elevado, o mesmo não sendo encontrado no nordeste que apresentaram categorias semelhantes de renda.

    A prevalência de obesidade e sobrepeso em escolares evidencia a gravidade do problema e a necessidade da inclusão dos mesmos na infância como um grave problema de saúde pública. Fatores esses que devem ser prevenidos desde o inicio da fase escolar para que não se agrave durante o processo de desenvolvimento desses escolares (GIUGLIANO e CARNEIRO, 2004).

    Segundo estudo realizado em escolares Margarey et al. (2003) afirma que a influência genética pode ser um fator a ser associado na presença de obesidade em escolares e no seus pais. A importância da educação principalmente materna é relacionada com a presença de sobrepeso e obesidade nos escolares cujas mães tinham um menor grau educacional, influenciando assim em alguns casos na educação de hábitos inadequados de seus filhos.

    Em estudo feito em escolares de Santos-SP, os resultados encontrados mostram elevados índices de prevalência de sobrepeso/obesidade, confirmando o excesso de gordura corporal em crianças brasileiras nos últimos anos, e alertando para os possíveis riscos em que esses indivíduos podem obter a saúde quando adultos (COSTA, CINTRA e FISBERG, 2006).

    Já em Florianópolis-SC em estudo realizado com escolares apresentou um índice de risco de obesidade/sobrepeso de 24,6%, índices esses que são quase iguais ao do presente estudo, podendo estabelecer uma correlação de risco de um estado para o outro, dessa forma estamos no mesmo padrão de IMC que o estudo citado (SOAR et. al, 2004).

Conclusão

    A partir do presente estudo pode-se concluir que existe uma forte tendência do nível de atividade física de um individuo influenciar em seu índice de massa corporal dos escolares, ou seja, a maioria dos participantes apresentou um IMC normal e um nível de atividade física ativo, isso nos leva a correlacionar a importância da prática da atividade física na influencia do IMC desses indivíduos, levando a uma diminuição dos riscos desses indivíduos obterem um sobrepeso futuramente e complicações a saúde.

Referências

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  • SOTELO, Y. O. M., COLUGNATI, F. A. B., TADDEI, J. A. A. C. Prevalência de sobrepeso e obesidade entre escolares da rede pública segundo três critérios de diagnóstico antropométrico. Caderno Saúde Pública, v. 20, n. 1, p. 233-240, 2004.

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