efdeportes.com

Inteligências múltiplas nas aulas de Educação Física escolar

Las inteligencias múltiples en las clases de Educación Física escolar

 

*Autora. Bacharel em Educação Física.

**Orientador. Coordenador do curso de Educação Física

UNAERP – Universidade de Ribeirão Preto – Campus Guarujá

(Brasil)

Ana Carolina Oliveira*

anacarol.oliveira_ef@yahoo.com.br

Prof. Dr. José Medalha**

josemedalha@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este trabalho teve por objetivo, discutir os conceitos da teoria das Inteligências Múltiplas, comentando sobre as suas sugestões e contribuições para a Educação, e como um trabalho baseado nessa teoria, poderia ser desenvolvido nas aulas de Educação Física escolar. Foi abordado neste trabalho, às diferentes visões que o termo Inteligência teve ao longo dos tempos, desde os precursores desse estudo, os filósofos gregos da antiguidade, passando pelos psicometristas, que desenvolveram testes padronizados para avaliar a inteligência dos indivíduos, até os atuais peritos do tema, como o psicólogo, Howard Gardner. Esse autor que idealizou a teoria das Inteligências Múltiplas, defende a idéia de que, toda a inteligência de uma pessoa não pode ser avaliada apenas por meio de um simples teste, onde apenas as capacidades ditas acadêmicas, são avaliadas (lingüística e lógico-matemática). Gardner acredita que a inteligência humana abrande uma multiplicidade de capacidades, que os testes dos psicometristas não avaliavam. A teoria das Inteligências Múltiplas, relacionada na área da Educação, em particular, na Educação Física escolar, pode trazer contribuições significativas, no sentido de evoluir as metodologias aplicadas nas aulas, focando o ensino no aluno, respeitando as particularidades de cada um.

          Unitermos: Inteligência. Inteligências Múltiplas. Educação Física escolar.

 

Simpósio Internacional de Ciências Integradas da UNAERP Campus Guarujá

Seção 4 – Curso de Educação Física - Apresentação: Oral

Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 152, Enero de 2011. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

1.     Introdução

    A sociedade atualmente se encontra em constante mudança, que acaba refletindo em muitas áreas, inclusive na educação. Na tentativa de atender melhor os educandos, muitas abordagens e teorias diferenciadas vem sendo publicadas. Nesta questão, merece destaque a teoria das Inteligências Múltiplas proposta por Howard Gardner. Essa teoria acredita que os indivíduos são dotados de diferentes capacidades, que o autor as chamou de Inteligências. Gardner propôs em sua teoria um trabalho muito diferente daqueles que são desenvolvidos rotineiramente nas escolas.

    Dentro da disciplina de Educação Física, persistiu durante muito tempo uma visão que tinha como enfoque, apenas ensinar aos alunos, os gestos específicos das modalidades esportivas. Impedindo assim, que os mesmos descubram movimentos, limitando o seu desenvolvimento e poder de criação e autonomia.

    Esse artigo foi baseado no trabalho da conclusão de curso defendido no primeiro semestre de 2010. Em a foto a autora com os membros

 da banca examinadora: Prof. Ms. Renato Barroso, Profª Es. Maristela Cortese, Ana Carolina Oliveira (autora) e Prof. Dr. José Medalha

    Neste trabalho foi descrita a evolução dos estudos relacionados à inteligência, dando ênfase ao estudo proposto por Gardner e de alguns de seus seguidores, além de propor, com base nos fundamentos da teoria das Inteligências Múltiplas, maneiras de estimular as diferentes inteligências nos discentes utilizando as aulas de Educação Física escolar para tal.

2.     Inteligência

    Etimologicamente a palavra INTELIGÊNCIA vem do latim e significa fazer escolhas – inter (entre) eligere (escolha) (ANTUNES, 2003). Segundo PRODÓCIMO (2007) esse é um conceito muito amplo, que remete a alguns questionamentos, dentre os quais: que tipo de escolhas? O “fazer escolhas” refere-se à resolução de problemas, a análise das possibilidades para, identificar e determinar a melhor opção a ser seguida num determinado momento. Então, é possível associar que, a inteligência está relacionada com a solução de problemas.

    O conceito de inteligência atualmente, não possui uma definição concreta. De acordo com GARDNER e col. (1998) ”o que é considerado inteligência depende da pessoa à qual perguntamos dos métodos que os respondentes usam para explorar o tópico, do nível de análise de sua investigação e dos seus valores e crenças” (p.18). Por exemplo: (com relação a quem perguntamos) os atuais peritos em inteligência americanos associam que a inteligência está mais relacionada com a capacidade de resolução de problemas de características acadêmica. Ao ponto que, os leigos associam a inteligência com a resolução de problemas práticos.

    O estudo da inteligência é complexo, pois, para alcançar uma definição concreta e plausível sobre esse assunto, é necessário levar em consideração diversas questões multidisciplinares (envolve segmentos, inicialmente da Filosofia, posteriormente, da Psicologia, Educação e recentemente da Neurociência, mas não desconsiderando ainda áreas da Antropologia e Sociologia).

3.     Evolução conceitual do termo inteligência

    De acordo com MIRANDA (2002), “as raízes do estudo científico da inteligência humana podem ser datadas pelo interesse pelas manifestações extremas dessa qualidade do comportamento: a genialidade e a deficiência funcional” (p.19). Os gregos podem ser considerados os precursores do estudo da inteligência. GARDNER e col. (1998) explicam que, “Sócrates e outros filósofos gregos da antiguidade, deixaram para as gerações seguintes um legado de perguntas referentes à natureza da inteligência. Eles começaram a elaborar métodos de investigação” (p.45).

    Segundo esses mesmos autores, os filósofos gregos desenvolveram e discutiram diversas questões, como: hereditariedade da inteligência, a classificação de pessoas de acordo com o conhecimento que possuíam, o conceito de que o conhecimento poderia ter origem inata e o papel da percepção dos sentidos na inteligência.

    Avançando na história, no século XVII, alguns filósofos-cientistas voltaram a questionar as idéias de inteligência tratadas pelos estudiosos gregos. Segundo BRANDL (2005), nesse período dois filósofos se destacam: “Descartes acreditava que a mente (ou a alma) era um dom de Deus e imortal, sem atributos físicos (era imaterial), e, portanto, deveria ser separada e distinta do corpo” (p.2). – e o filósofo britânico e empiricista, John Locke que contestou as declarações de Descartes – Locke acreditava que o conhecimento não era inato, e sim, que a mente dos indivíduos era como “uma folha em branco”, onde, como GARDNER e col. (1998) comentam, os conhecimentos são adquiridos das experiências sensoriais com o meio, e da capacidade de refletir sobre as operações mentais.

    A abordagem de estudo que enfatizava a avaliação da inteligência por meio de testes foi denominada como Psicometria. Segundo ROAZZI e SOUZA (2002), a psicometria “presume que a inteligência é uma habilidade mental inata, fixa, abstrata e geral, cujo grau de intensidade pode ser medido através do desempenho em testes” (p.32). Complementando, esses mesmos autores explicam que, os testes elaborados para a mensuração da inteligência eram compostos por uma série ordenada de tarefas e problemas que as pessoas deveriam resolver.

    Entre os psicometristas, destacam-se os estudiosos: Paul Broca e Alfred Binet. BRANDL (2005) comenta que o método de investigação da inteligência desenvolvido por Broca, a craniometria, argumentava que o tamanho da cabeça identificava a quantidade de inteligência de um indivíduo.

    Um trecho do livro “A falsa medida do homem” de Stephen Jay Gould, foi citado por PRODÓCIMO (2007), pois mostra que essa teoria, propôs uma visão de inteligência preconceituosa. O trecho a seguir expõe esse pensamento de Paul Broca (1886): “O rosto prognático (sic) (projetado para frente) a cor de pele mais ou menos negra, o cabelo crespo e a inferioridade intelectual e social, estão frequentemente associados, enquanto a pele mais ou menos branca, cabelo liso e rosto ortognático (sic) (reto) constituem os atributos normais dos grupos mais elevados na escala humana (...) Um grupo de pele negra, cabelo crespo e rosto prognático (sic) jamais foi capaz de ascender a civilização” (p.1).

Ana Carolina Oliveira

    Contudo, o psicometrista que teve os seus estudos mais difundidos foi o psicológo francês Alfred Binet. Binet iniciou suas pesquisas sobre a inteligência humana pela craniometria, porém, abandonou-a após questionar a sua validade (PRODÓCIMO, 2007). Esse psicólogo foi o precursor dos estudos que posteriormente deram origem aos testes de Quociente de Inteligência (QI). De acordo com BRANDL (2005), “Binet esperava que a mescla de vários testes relativos a diferentes habilidades permitiria a abstração de um valor numérico capaz expressar a potencialidade global de uma criança”. Esse autor esclarece que o termo QI só foi criado em 1912, pelo psicólogo alemão William Stern.

    Os testes passaram a ser utilizados como mensuradores de inteligência, fazendo com que, os indivíduos fossem classificados de acordo com o QI que apresentavam. Segundo BOHRING (citado por ROAZZI e SOUZA, 2002), “durante muitos anos os psicólogos aceitaram uma definição da inteligência segundo a qual inteligência é o que os testes de inteligência medem” (p.33). Os problemas apresentados nos testes de inteligência estão relacionados principalmente ao fato de que eles avaliam capacidades ditas acadêmicas, não levando em consideração a questão do meio onde as pessoas avaliadas estão inseridas.

    Embora os autores já citados tenham abordado o tema inteligência utilizando concepções da psicologia, GARDNER e col. (1998) alegam que, “a inteligência pode ser um construto psicológico, mas sua explicação requer que coloquemos os chapéus de outros tipos de investigadores e tentemos integrar suas variadas perspectivas” (p.147). Outro ponto observado é o de que, como BRANDL (2005) comenta, “é possível perceber uma tendência dicotômica que valoriza mais as funções cerebrais (mentais) do que as corporais, acreditando serem funções separadas no indivíduo” (p.9).

    O estudo da inteligência ainda atrai um grande número de estudiosos que, tendo por base as recentes descobertas científicas, almejam compreender na essência esse conceito, que permanece sem uma explicação definitiva. Um desses autores é Howard Gardner. De acordo com PRODÓCIMO (2007), “Gardner buscou respaldo para seus estudos tanto na psicologia, quanto na neurociência e criou uma série de critérios sob os quais diferentes habilidades deveriam ser analisadas para verificar se constituíam ou não uma inteligência” (p.2). Todas essas habilidades foram denominadas por Gardner como inteligência, no entanto, ele mesmo enfatizou que outro nome poderia ser dado, como competência, habilidade, ou mesmo talento, desde que o mesmo nome fosse concedido a todas elas (PRODÓCIMO, 2007).

4.     A teoria das Inteligências Múltiplas

    Com a publicação do livro, Estruturas da Mente em 1983, o psicólogo americano, Howard Gardner, lançou a sua “Teoria das Inteligências Múltiplas”(IM), onde defende a idéia que o ser humano é dotado de diferentes inteligências (ANTUNES, 2003).

    De acordo com BRANDL (2005), o autor das IM inicialmente definiu a inteligência como “a capacidade para resolver problemas ou de elaborar produtos que sejam valorizados em um ou mais ambientes culturais ou comunitários”. Entretanto, duas décadas depois de publicar Estruturas da Mente, Gardner reformulou a definição de inteligência para “um potencial biopsicológico para processar informações que pode ser ativado para solucionar problemas ou criar produtos que sejam valorizados numa cultura” (p.16).

    ANDRADE e PRADO (2003) declaram que a neurociência cognitiva fornece informações importantes com relação ao avanço dos estudos da inteligência. Como afirma ANTUNES (2003) alguns estudos sugerem a presença de áreas no cérebro humano que estão relacionadas a determinados espaços de cognição, como se “um ponto no cérebro representasse um setor que abrigasse uma forma específica de competência e de processamento de informações” (p.25). Gardner sugeriu que o ser humano possui oito pontos distintos no cérebro que abrigariam diferentes inteligências. Essas inteligências que ele chamou de Inteligências Múltiplas.

    Segundo ARMSTRONG (2001) confirmado por ANTUNES (2003), Gardner utilizou alguns critérios de apoio que considerou essenciais para que um conjunto de competências pudesse ser considerado uma inteligência. São eles:

5.     As oito inteligências de Gardner

    ARMSTRONG (2001) comenta sobre uma observação de Gardner que, a maioria das pessoas utiliza expressões do tipo: “Ele não é muito inteligente, mas tem uma aptidão maravilhosa para música”, inferiorizando, assim, certas habilidades e valorizando outras. O próprio Gardner afirmou ter escolhido intencionalmente a palavra inteligência para entrar em controvérsia com a maioria dos psicólogos que “consideram o raciocínio lógico ou a competência lingüística como estando num plano diferente do da solução de problemas musicais ou da aptidão corporal - cinestésica” (GARDNER, 2000, p.37).

    Segue-se a descrição de cada uma das oito inteligências descritas por Gardner, segundo CAMPBELL e col. (2000) e ANTUNES (2003):

    Na visão de GARDNER (2000), as inteligências são independentes, no entanto, ele mesmo sugere que ao resolver problemas, dificilmente apenas uma inteligência é utilizada. ARMSTRONG (2001) salienta que para o autor da teoria das IM, “na vida não existe nenhuma inteligência isolada (exceto em casos muito raros, em savants e indivíduos com dano cerebral). As inteligências estão sempre interagindo umas com as outras” (p.22). Além disso, BALBINO (2001) comenta que: “todos possuem e têm condições de se desenvolver em todas as inteligências, determinando que este desenvolvimento esta marcado fortemente por meio da mobilização e estimulação promovidas pelo contexto de cultura em que o indivíduo está inserido. Se não existirem a estimulação e mobilização de determinada inteligência, o potencial fica estagnado” (p.83).

6.     A teoria das IM e a Educação Física Escolar

    Como BARBIERI e col. (2008) salientam o autor da teoria “propõe que o ser humano possui multiplicidade de potenciais intelectuais” (p.120), acreditando que os indivíduos são dotados de oito inteligências onde, cada pessoa desenvolve diferentes características e é capaz de utilizar e combinar essas oito inteligências que possui de maneira própria (BARRETO, 2007). Assim, se as pessoas são diferentes em suas potencialidades, nas suas inteligências, a estimulação da aprendizagem também deveria ser diversificada (BARBIERI e col., 2008).

    ZYLBERBERG e NISTA-PICCOLO (2008) comentam que na área específica da Educação Física Escolar, os professores elaboram as suas propostas pedagógicas sem reconhecer as potencialidades de seus alunos, e assim, eles não conseguem perceber “quais são os caminhos que eles aprendem com mais facilidade, ou ainda, não sabem detectar quais as razões que impedem alguns alunos de aprender” (p.59). E como BARRETO (2007) afirma, muitas vezes devido ao professor não compreender os diferentes mecanismos utilizados pelo aluno para aprender ele acaba por rotulá-lo de incompetente.

    Segundo BARBIERI e col. (2008), o professor deve buscar trabalhar com seus alunos inúmeros assuntos, privilegiando uma grande diversidade de habilidades, proporcionando iguais oportunidades de aprendizagem a todos os alunos. Nesse ponto, a teoria das IM pode trazer grandes contribuições. De acordo com ARMSTRONG (2001), a teoria das IM traz preciosas contribuições para a educação, pois propõe que o professor enriqueça o seu repertório de técnicas, instrumentos e estratégias de ensino, indo além dos repertórios lingüísticos e lógicos que são habituais nas aulas. O ensino que ARMSTRONG (2001) chama de multimodal não é um conceito novo, como esse mesmo autor comenta, Platão já sugeria um ensino diversificado, quando afirmou que: “não usemos a coação, deixemos que a educação inicial seja uma espécie de divertimento; desta forma, será mais fácil descobrir a inclinação natural de cada um” (PLATÃO citado por ARMSTRONG, 2001, p.59).

    A teoria das IM sugere que o ensino deve ser centrado no indivíduo, buscando despertar as habilidades e potencialidades individuais dos alunos. GARDNER (2000) destaca que uma educação centrada no indivíduo pode parecer utópica, como alguns críticos desse tema simplesmente comentam que pode ser inviável, ser difícil de aplicabilidade, pode demandar um investimento, que segundo os mesmos, será alto. Porém, ao decidir “abraçar os objetivos e os métodos da educação centrada no indivíduo, não tenho nenhuma dúvida de que podemos fazer progressos significativos nessa direção” (GARDNER, 2000, p. 71).

7.     O professor, as estratégias e a avaliação no ensino por meio das IM

    Para propor um ensino utilizando os conceitos da teoria das IM, é necessário compreender alguns pontos:

8.     Os estímulos das IM nas aulas de Educação Física escolar

    FREIRE (2003) afirma que “o ser humano é uma entidade que não se basta por si. Parte do que ele precisa para viver não está nele, mas no mundo fora dele” (p.23). Para se desenvolver, as pessoas precisam de estímulos. Os estímulos são o “alimento” para as inteligências, e dentro da Educação Física escolar, o estímulo das diferentes inteligências pode ser feito por meio de atividades lúdicas como os jogos. De acordo com IAVORSKI e VENDITTI JUNIOR (2008), “a atividade lúdica é reconhecida como meio de fornecer à criança um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, que possibilita a aprendizagem de várias habilidades, além de trabalhar estas habilidades na criança, ajudará no desenvolvimento da criatividade, na inteligência verbal – lingüística, coordenação motora, dentre outras” (p.2).

    Jogando as crianças aprendem brincando, tem oportunidade de desenvolver diversas capacidades, desde que os jogos sejam elaborados com um fim, tendo objetivos claros, sendo utilizados como uma estratégia de ensino e não apenas para entreter os alunos, sem uma finalidade (IAVORSKI e VENDITTI JUNIOR, 2008).

    O quadro a seguir mostra algumas sugestões de atividades lúdicas/jogos que podem ser desenvolvidos nas aulas de Educação Física na escola para estimular as IM.

Inteligências Múltiplas

Jogos

Lingüística

JOGO: Corrida das Letras

MATERIAL: Letras de papel

PROCEDIMENTO: Cada aluno receberá uma letra desenhada em folhas de papel. Elas são organizadas de um lado da quadra, sendo que, deverão correr para o outro lado da quadra quando o professor falar a sua letra. VARIAÇÃO: Mantendo a mesma organização proposta a cima, contudo, o professor falará uma palavra ou frase, e os alunos deverão correr para o outro lado da quadra e construir a palavra ou frase que o professor solicitou. Estabelecer um tempo mínimo para a execução da atividade (no mínimo um minuto para cada palavra ou frase).

Lógico – matemática

JOGO: Pegar ou Escapar

MATERIAL: Não necessita de materiais, apenas uma quadra com as demarcações, ou mesmo um espaço suficiente para o deslocamento de todos os alunos sem dificuldade.

PROCEDIMENTO: Os alunos são divididos em dois grupos, onde cada grupo deverá ficar de um lado da quadra. Um grupo será OS NÙMEROS PARES e o outro OS NÙMEROS IMPARES. O professor falará um número, onde, caso seja ímpar, o grupo que corresponde aos números ímpares, deve ESCAPAR, e os que correspondem aos números pares, deve tentar PEGAR os colegas impares (e vice e versa). Quando um aluno é pego, ou escapa quando deveria pegar, passa para o outro grupo.

Espacial

JOGO: Circuito do Barbante

MATERIAL: Barbante e locais para amarrar o barbante, em níveis diferentes.

PROCEDIMENTO: O professor elaborará um circuito, no qual, as linhas de barbante delimitaram o espaço pelo qual os alunos deverão passar. Colocar as linhas de barbante em níveis diferentes, e os alunos deverão passar por cada barbante, ora por cima dele, ora por debaixo dele. RECOMENDAÇÃO: determinar um tempo para a execução da atividade.

Corporal – cinestésica

JOGO: Pega-Pega

MATERIAL: Não necessita de materiais, apenas uma quadra, ou mesmo um espaço suficiente para o deslocamento de todos os alunos sem dificuldade.

PROCEDIMENTO: Um aluno será o pegador e os outros deverão escapar desse pegador. Quem for pego, torna-se pegador também.

Musical

JOGO: Instrumentos musicais

MATERIAL: Chocalho e pandeiro, ou quaisquer outros instrumentos musicais.

PROCEDIMENTO: Os alunos deverão bater palmas no mesmo ritmo dos instrumentos tocados pelo professor. VARIAÇÃO: Variar os ritmos tocados (ora mais intenso ora menos intenso).

Interpessoal

JOGO: Coelhinho na toca

MATERIAL: Arcos coloridos

PROCEDIMENTO: Inicialmente cada aluno (coelhinho) possuirá uma toca (arco), ao sinal do professor, todos devem correr para uma linha determinada. Quando o professor fornecer outro comando, os alunos devem voltar para os arcos, contudo, os arcos serão retirados um a um, até restar apenas um arco, no qual, todas as crianças deverão dividi-lo juntas.

Intrapessoal

JOGO: Espelho

MATERIAL: Som

PROCEDIMENTO: Os alunos são divididos em duplas e devem dançar da forma que preferirem com a sua dupla. Quando a música parar, o professor solicitará que os alunos expressem algum sentimento (triste, feliz, zangado, animado, etc.)

Naturalista

JOGO: Caminhada diferente

MATERIAL: Vendas para os olhos (tiras de tecido, faixas)

PROCEDIMENTO: A atividade será uma caminhada ou pelo jardim da escola, ou pela praia, ou uma trilha, onde primeiramente os alunos observarão o ambiente, verificando características do mesmo. Posteriormente, eles serão vendados, e depois, o professor solicitará que eles tentem ouvir e discriminar o maior número de sons que conseguirem. Ao final da atividade, professor e alunos se reuniram e comentarão sobre as características visuais (cor, tamanho, solo, etc.) e sonoras (sons diferentes) do ambiente.

    Os jogos propostos, não são discriminados por faixa etária, porque como ANTUNES (2005) elucida, “todo jogo pode ser usado para muitas crianças, mas seu efeito sobre a inteligência será sempre pessoal e impossível de ser generalizado” (p.16). Isso é devido a diversidade cultural, aos estímulos ambientais que interferem na resposta de cada aluno ao estímulo que o professor proporciona. Cada educador conhece, ou deveria conhecer, o nível de seus alunos, cabendo aos mesmos então, proporcionar estímulos diversificados e significativos que influenciarão o desenvolvimento das capacidades e potencialidades de seus alunos.

9.     Considerações finais

    Através desse estudo, foi possível constatar que, o conceito de inteligência ainda não apresenta uma definição conclusiva. Muitos autores procuraram simplificar a inteligência, resumindo-a um resultado obtido por meio de testes que avaliam apenas as capacidades lingüísticas e matemáticas. A teoria das Inteligências Múltiplas desenvolvida por Howard Gardner sugere que para compreender a inteligência, é necessário levar em consideração vários aspectos (cultura, potencialidades e dificuldades), e que deveriam ser realizados testes variados, de acordo com as características de cada indivíduo. Enfatizando que as pessoas são diferentes, contudo, ao invés de rejeitar e classificar essa questão, valorizar as diferenças individuais das pessoas.

    Na Educação Física escolar, essa teoria auxiliaria na questão de melhorar a avaliação dentro da escola, além de ser uma disciplina que tem o privilégio de trabalhar de modo mais livre (sem restringir os educandos a permanecerem sentados numa carteira dentro de uma sala), pode desenvolver atividades, jogos que estimulem as diferentes capacidades, inteligências de cada pessoa.

    Entender esses conceitos é importante não apenas para serem aplicados numa determina disciplina, mas devem ser um modelo adotado por toda uma escola (interdisciplinaridade). Proporcionar desde a infância, vivências significativas e estimulantes deve ser o lema da Educação.

Referências bibliográficas

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 15 · N° 152 | Buenos Aires, Enero de 2011
© 1997-2011 Derechos reservados