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Efeito da pratica de Jump Fit em variáveis fisiológicas

e antropométricas, em mulheres entre 18 e 26 anos

Efecto de la práctica de Jump Fit en las variables fisiológicas y antropométricas, en mujeres de 18 a 26 años

 

*Laboratório de Atividade Física e Envelhecimento

Departamento de Educação Física-IB

Universidade Estadual de São Paulo-UNESP, Rio Claro

**Departamento de Ciência do Desporto

Faculdade de Educação Física, Unicamp, Campinas

Camila Vieira Ligo Teixeira*

Mariangela Gagliarde Caro Salve**

cateixeira98@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo teve como objetivo verificar o efeito da prática de 12 semanas da aula de Jump Fit na composição corporal e aptidão cardiorrespiratória em mulheres sedentárias com idade entre 18 e 26 anos. Participaram da pesquisa 18 mulheres com idade média de 22,16 ± 2,2 anos, sedentárias. Foram analisadas variáveis antropométricas (peso, altura, percentual de gordura corporal) e fisiológica (consumo de oxigênio), antes e após 12 semanas de aulas de Jump Fit. Para tal, a análise estatística utilizada foi Teste t student para amostras pareadas, afim de analisar o comportamento das mesmas diante da intervenção. Todas as voluntarias participaram do treinamento. Foi observada uma redução significativa no percentual médio de gordura (26,98±4,43 para 24,72±4,18), mas sem diferença significativa no peso médio das voluntárias e consequentemente no IMC das mesmas. Houve também um importante e significativo aumento no VO2 médio analisado (24,81±4,71 para 26,81±5,80 ml/kg/min). A prática de 12 semanas de aulas de Jump Fit parece provocar alterações positivas no percentual de gordura e no consumo de oxigênio de seus praticantes.

          Unitermos: Composição corporal. Consumo de oxigênio. Jump Fit.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 152, Enero de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Há evidencias na literatura da relação entre a prática de exercício físico e a promoção à saúde. A prática regular tem relação com a redução dos principais fatores de risco que comprometem a saúde do individuo, diminuindo as causas de mortalidade (LEE; SKERRETT, 2001).

    Nas últimas décadas, vem sendo dada maior importância à prática de atividades físicas em nossa sociedade, principalmente para o desenvolvimento dos componentes da aptidão física voltados à saúde. Dentre os quais, pode-se ressaltar a aptidão cardiorrespiratória, a força, a resistência muscular, a flexibilidade e a composição corporal (ACSM, 2006). Desta forma, a busca por uma melhor qualidade de vida, por um envelhecimento saudável e a melhoria dos padrões estéticos parece despertar nas pessoas um maior interesse para a realização de exercícios físicos, principalmente aqueles que são realizados de forma segura e eficiente.

    O American College of Sports Medicine (2006) recomenda a realização de exercícios físicos de três a cinco vezes por semana, com duração de 20 a 60 minutos contínuos ou intermitentes, intensidade variando entre 50% e 85% do consumo máximo de oxigênio (VO2max) e, entre 64% e 94% da freqüência cardíaca máxima (FCmax) para a melhora da aptidão cardiorrespiratória.

    Apesar dos exercícios moderados contribuírem positivamente para a saúde, evidências mostram que os exercícios com intensidades elevadas são mais eficientes para melhora do VO2max, sugerindo que devem ser utilizados exercícios de alta intensidade para melhora do componente cardiorrespiratório (O´DONOVAN; OWEN, BIRD et al, 2005). Além disso, outras adaptações, como aumento da massa corporal magra, aumento do dispêndio energético pós-exercício, redução do perfil lipídico, podem ser obtidas com a prescrição de exercícios mais intensos (BORSHEIM; BAHR, 2003; ALMEIDA; ARAÚJO, 2003). Em contraposição, baixos níveis diários de atividade física produzem pequenas reduções nos fatores de risco, além de não garantir o condicionamento físico necessário para que o indivíduo possa melhorar a sua aptidão física geral (THOMPSON; CROUSE; GOODPASTER, 2001).

    Nesta perspectiva, o Jump Fit é um programa em que os exercícios propostos são apresentados em forma de coreografias pré-estipuladas modificadas a cada trimestre. Cada rotina coreográfica envolve movimentos simples e de fácil execução, o que possibilita a participação de quase todos os tipos de indivíduos. As aulas são montadas com utilização de nove músicas, divididas de forma intervalada exigindo a execução repetitiva de um determinado exercício, separado por períodos de recuperação ativa ou passiva.

    Na aula de Jump Fit a intensidade é controlada por meio da seqüência progressiva dos movimentos. Pode-se aumentá-la à medida que a força exercida para empurrar a superfície elástica seja maior, e o contrário para a sua diminuição. Assim, a aula de Jump Fit apresenta intensidades nos diferentes domínios de esforço (moderado, pesado e severo). Portanto a aula de Jump Fit apresenta benefícios considerados os mesmos que os alcançados pela pratica regular de exercícios aeróbios. Ou seja, o treinamento pode trazer mudanças orgânicas, como por exemplo, a redução de tecido adiposo e aumento do VO2 max.

    Reduzir percentual de gordura e melhorar a aptidão cardiorrespirrespiratória são os principais objetivos de praticantes de exercício físico. Por isso o objetivo do nosso estudo foi analisar o efeito da pratica de Jump Fit nas variáveis morfofuncionais, tais como: consumo de oxigênio, peso corporal e percentual de gordura corporal.

Materiais e métodos

    Participaram do estudo18 mulheres saudáveis com idade média de 22,16 anos ± 2,2 (amplitude de 18 e 25 anos), que não praticavam atividade física regular há 6 meses. Foram excluídas do trabalho mulheres grávidas, lactantes, portadoras de labirintite grave, incontinência urinária e que aquelas que apresentavam instabilidade nas articulações de joelhos e tornozelos. Só foram inscritas no programa aquelas que concordaram e assinaram o termo de Consentimento Livre e Esclarecido aprovado pelo Comitê de Ética da UNICAMP (Número do Protocolo 500/2003). Para avaliar medidas antropométricas.

    Para a Avaliação Antropométrica foi aplicado um protocolo que visa determinar a composição corporal das voluntárias, o qual foram coletados: o peso corporal, obtido em massa (kg), a altura e as dobras cutâneas.

    A partir da coleta dos dados do peso corporal e da altura, calculamos o Índice de Massa Corporal (IMC) através da formula: IMC (Kg/m2) = peso/altura² (GUEDES, 2003).

    A composição corporal foi obtida pela técnica de mensuração das espessuras das dobras cutâneas. Para a coleta dessas dobras utilizamos o protocolo proposto por Guedes, In Costa (2007).

    A partir das medidas de dobras cutâneas foi calculada a densidade corporal das voluntárias mediante o uso da proposta por Guedes, In Costa (2007):

DENS = 1.1665 – 0.07063 log (CX + SI + SB), sendo r = 0,853 e EPE = 0,0053.

    Aplicamos a fórmula de Siri (1961) para calcular a Porcentagem de Gordura (G%): %G = [(4,95 / DENS) – 4,50] x 100.

    Utilizando o protocolo proposto por Astrand, In Astrand; Rodahl (1987), foi avaliado o consumo de oxigênio das participantes através de uma avaliação cicloergométrica. Através da carga utilizada durante o teste calculamos o VO2 carga:

VO2carga = 0,014 x CARGA (em watts) + 0,129.

    A partir desse resultado, calculou-se o VO2absoluto, utilizando a média da freqüência cardíaca de esforço (fcesf) e o fator de correção da idade (fator de correção):

VO2absoluto(mulher) = (126/Fcesf. – 72) x VO2carga x (fator de correção)

    Assim pudemos calcular o VO2relativo ao peso da voluntária:

VO2realtivo (ml/kg/min) = VO2absoluto x 100/peso (kg).

    Para análise dos resultados foi utilizada estatística descritiva, esses resultados foram agrupados em valores de média e desvio padrão. As variáveis foram comparadas utilizando o teste “t” student para amostras dependentes, sendo que a probabilidade de significância adotada foi de 5% em todas as comparações efetuadas.

Resultados

    A Tabela 1 mostra o peso corporal, IMC e percentual de gordura do grupo em cada condição de estudo. Podemos observar que não houve redução significativa no peso corporal do grupo, conseqüentemente, não houve redução no IMC também.

Tabela 1. Distribuição de Valores de Peso Corporal, IMC e Percentual de Gordura.

*p<0,0001

    A tabela mostra uma redução estatisticamente significativa no percentual da gordura corporal. Como não houve redução no peso corporal, podemos concluir que houve um aumento na massa magra do grupo.

    Em relação a aptidão cardiorrespiratória, houve um aumento significativo de 24,81±4,71 para 26,81±5,80 ml/kg/min, como é possível observar a figura 02*

* Diferença significante entre os momentos pré e pós-treinamento (~8%, P<0,04)

Figura 2. Valores do VO2 pico, em ml/kg/min, das voluntárias nas condições Pré e Pós.

Discussão

    Pudemos observar que houve não há diferença no valor médio do peso entre os momentos (de 58,65±10,55 para 58,65±10,55), como nos mostra a Tabela 1. O mesmo comportamento teve essa variável no estudo de Silva; Almeida; Sampaio et al. (2004), que também não verificaram diferença no peso corporal dos voluntários nas aulas de step.

    Observamos, comparando os dados apresentados, que apesar da pequena diferença no peso corporal e IMC médios do grupo, houve uma redução significativa na média da porcentagem de gordura do grupo. Oliveira Filho e Shiromoto (2001), em sua pesquisa que comparava os efeitos do exercício regular sobre a gordura corporal, constataram que utilizar o peso corporal para avaliar a composição corporal do indivíduo não era preciso, pois pode-se dizer que ao mesmo tempo que o indivíduo reduz em 1 kg seu componente de gordura, poderá estar ganhando 1 kg da Massa Corporal Magra, não observando diferenças visíveis na balança.

    Sobre a porcentagem de gordura, sabemos que o treinamento do Jump Fit é intervalado e estudos comprovam a eficácia deste tipo de treinamento na diminuição do percentual de gordura corporal (OLIVEIRA FILHO; SHIROMOTO, 2001), assim como aconteceu em nosso estudo.

    Este resultado levam-nos a questionar alguns estudos, que preconizam que a atividade física com baixa intensidade e longa duração seria a forma mais adequada para auxiliar na perda de gordura corporal (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2001).

    Podemos considerar que o balanço energético negativo, ou seja, a relação negativa entre o consumo e o gasto calórico, é o requisito principal para obtermos esses resultados. Assim, as atividades de intensidade moderada a intensa (80-100% da FC máxima), como por exemplo, as aulas de Jump Fit (FURTADO; SIMÃO; LEMOS, 2004), corroboram o estudo de Belíssimo, Coletti e Chacon-Mikahil (2003) no qual foi avaliada, entre outras variáveis, a composição corporal de mulheres após a aplicação de um treinamento intervalado com intensidade de moderada a intensa. O estudo mostra também que houve ganhos significativos em relação a massa corporal magra, como no presente estudo.

    Santos; Novaes; França et al. (2004) concluíram em seu estudo, onde compararam a eficácia em perda de gordura do treinamento continuo e intervalado, que o treinamento intervalado propiciou uma redução, com nível de significância considerável, de gordura nas mulheres avaliadas, enquanto no treinamento contínuo não foi atingindo de forma favorável.

    O resultado sobre o consumo de oxigênio de nosso estudo é confirmado por Fox; Bowers e Foss (1991), que mostraram em um estudo o efeito de um programa de treinamento sobre o consumo de oxigênio, num grupo de indivíduos sedentários, por 7 a 13 semanas, aumentou cerca de 10%. Outro estudo que obteve o mesmo resultado significativo com valores de inicio 39,57 ± 7,72 e final 50,19 ± 6,91 e, ainda, utilizou o mesmo protocolo de Astrand foi de Cardoso (1986) no qual foi dado um programa de condicionamento, baseado na prescrição proposta por Balke, e desenvolvido durante 10 semanas, com 3 sessões semanais durante 30 minutos.

    Outro estudo muito interessante e recente que confirma nossos resultados é o de Furtado; Simão e Lemos (2004) que verificou, entre outras variáveis, o consumo de oxigênio (VO2) de 10 mulheres praticantes de Jump Fit, com idade de 26,8 anos (±7,2). Depois de feitos 4 testes através da mensuração por espirometria houve um resultado médio de 1,58 L.m-¹ (±0,45), concluindo que as aulas de Jump Fit oferecem uma melhorar na resistência cardiorrespiratória.

    Grossl; Guglielmo; Carminatti et al. (2008) analisaram a intensidade da de Power Jump a qual apresenta protocolo de treinamento similar ao da aula de Jump Fit, e observaram que considerando as respostas da FC, da intensidade de exercício e do dispêndio energético, obtidas durante as aulas, o programa de treinamento utilizado parece ser adequado em relação às recomendações do ACSM, que sugere uma intensidade de 64% a 94% da FCmax ou 50% a 85% do VO2max e um gasto energético, por sessão, em torno de 300 kcal a 500 kcal para o aprimoramento da aptidão cardiorrespiratória e para a redução da gordura corporal.

    Por ser uma aula intervalada, o Jump Fit proporciona um trabalho com altos percentuais do consumo de oxigênio, com maior sustentação de estímulos que atividades contínuas, apesar de não se manter em “steady-state” duradouros. O estresse exigido provoca adaptações significativas, tanto no sistema de transporte O2, quanto nos tecidos, cuja capacidade de suportar e metabolizar concentrações elevadas de ácido lático é desenvolvida pela remoção nos intervalos e pelo acúmulo nos períodos de exercício (MONTEIRO, 1996)

Conclusão

    A prática de aulas de JUMP FIT® realizada por mulheres adultas e sedentárias, e aplicada durante um período de 12 semanas (não ininterruptas) mostrou influência positiva sobre as variáveis estudadas.

    Houve uma diminuição estatisticamente significativa no percentual de gordura corporal, e ainda, proporcionou efeitos benéficos na aptidão cardiorrespiratória.

Agradecimentos

    Com o apoio da Profª Cida Conti, a empresa Fit Pro cedeu os 19 minitrampolins utilizados na realização desta pesquisa.

Referências

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