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Consumo de água e outros líquidos por adultos 

freqüentadores de uma academia no município de Júlio de Castilhos, RS

Consumo de agua y otros líquidos por parte de adultos que asisten a un gimnasio en el municipio de Júlio de Castilhos, RS

Water and other liquid consumption by adult of a gym in the city of Júlio de Castilhos, RS

 

* Nutricionista. Pós-graduanda em Ciência dos Alimentos

pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pelotas, RS

**Chef de Cozinha pela Universidade

da Região de Joinville (Univille), Joinville, SC

Gisele Medianeira Barbieri Moro*

Marcio Correa dos Santos**

giselebarbieri_@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A água é um nutriente essencial à vida. Nenhum outro nutriente tem tantas funções no organismo como a água, sendo a sua ingestão diária crucial para a saúde humana. Todos os sistemas e órgãos do corpo utilizam água. Esse trabalho teve por objetivo investigar o consumo de água e outros líquidos por adultos frequentadores de uma academia no município de Julio de Castilhos, RS. Este estudo caracterizou-se como quantiqualitativo e transversal-descritivo, desenvolvido com 30 participantes de ambos os sexos, com faixa etária entre 20 e 59 anos. A coleta de dados foi realizada no período de setembro de 2009 a julho de 2010. Os indivíduos relataram estar conscientes da importância do consumo de água e outros líquidos para a saúde. Diante dos resultados apresentados, verifica-se baixo consumo de água pura. Entretanto, nota-se um alto consumo de chimarrão, frutas e hortaliças.

          Unitermos: Consumo de água. Benefícios. Adultos.

 

Abstract

          Water is an essential nutrient to life. No other nutrient has many functions in the body like water, and its daily intake is crucial for the human being’s health. All the systems and organs of the body use water. This study aimed to investigate the use of water and other liquid consumption by adult of a gym in the city of Júlio de Castilhos, RS. This study characterized as quanti descriptive and cross-developed with 30 participants of both sexes, aged between 20 and 59 years. Data collection was conducted from September 2009 to July 2010. Individuals reported being aware of the importance of consuming water and other liquids to health. From the results presented, there is low consumption of pure water. However, there is a high consumption of mate tea, fruits and vegetables.

          Keywords: Water consumption. Benefits. Adults.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 152, Enero de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A água é o constituinte mais abundante do corpo humano. Embora seja formada por duas moléculas de hidrogênio e uma de oxigênio (H2O), é um nutriente fundamental à vida e desempenha várias funções orgânicas, sendo sua ingestão diária essencial à saúde (SAWKA; CHEUVRONT; CARTER, 2005). Seu consumo é indispensável para a manutenção do volume plasmático, controle da temperatura corporal, transporte de nutrientes e eliminação de substâncias não utilizadas pelo organismo, além de participar ativamente dos processos cardiovascular, digestório, respiratório e renal (PHILIPPI, 2008).

    O corpo humano é, na sua maior parte, formado por água, podendo variar de 60% nos homens e 50-55% entre as mulheres. Desta forma, uma variação de aproximadamente 1% no grau de hidratação pode levar ao aparecimento dos sintomas da desidratação (WAITZBERG, 2004). A privação completa de água leva à morte em poucos dias, enquanto que isso não é observado na privação de alimentos, pois nesta situação o homem pode sobreviver por semanas (SAWKA; CHEUVRONT; CARTER, 2005).

    A ingestão de água é controlada pela sensação de sede. O centro de controle da sede, localizado no hipotálamo, é ativado com o aumento da pressão osmótica dos fluidos corpóreos e, quando há uma diminuição do volume extracelular, a sensação de sede ocorre quando o organismo necessita de mais fluido. A média diária de ingestão oral de água, pelo adulto, é de 1.500 a 3.000 L ou de 30 a 40 mL/kg de peso corpóreo (PHILIPPI, 2008).

    A absorção da água ingerida dá-se de forma rápida. A sensação de sede termina com o contato da água com a mucosa oral. Quando a necessidade hídrica do organismo não é atingida, essa sensação de saciedade perdura por cinco minutos. A água absorvida no estômago passa rapidamente para o intestino, sendo absorvida em decorrência de diferenças de pressão osmótica entre o plasma e o conteúdo intestinal (PHILIPPI, 2008).

    A água corporal é distribuída em dois compartimentos principais: extra e intracelular. A água extracelular inclui, principalmente, água do plasma, linfa e secreções; e a intracelular é a água contida dentro das células. Além dessas, há a água intercelular presente ao redor das células (WAITZBERG, 2004). A água é transportada para os tecidos através do bombeamento cardíaco, no líquido intravascular. A passagem de líquidos do compartimento intravascular para o intersticial se dá através de um equilíbrio entre a pressão hidrostática, que tende a expulsar água do conteúdo intravascular, e a pressão osmótica plasmática, que tende a reabsorver o líquido intersticial. Uma vez no compartimento intersticial, a solução permeia as células, propiciando as trocas gasosas e de substâncias. O líquido que não retorna ao compartimento intravascular é drenado pelo sistema linfático que o conduz de volta à circulação sanguínea (PHILIPPI, 2008).

    De acordo com o Food and Nutrition Board do Institute of Medicine dos Estados Unidos (2004), os valores médios diários de referência de consumo total de água para homens e mulheres, com idade entre 19 a 70 anos, é de 3,7L e 2,7L por dia, respectivamente.

    As necessidades diárias de consumo de água são diretamente influenciadas por diversos fatores ambientais e individuais – condições climáticas como a umidade do ar e temperatura, realização de exercício físico, metabolismo, situação de doença aguda ou crônica e ciclo de vida – que podem determinar um ajuste destes valores (LUNN; FOXEN, 2008).

    Os valores de referência são fornecidos em termos de quantidade total de água, tanto proveniente do consumo de água pura, quanto de bebidas, como leite, sucos, refrigerantes, chá ou café e de alimentos, sopas e frutas (alimentos que apresentam maior quantidade de água na sua composição), sendo que, de um modo geral, 70-80% da água que é consumida advém de bebidas e 20-30% de alimentos (SAWKA; CHEUVRONT; CARTER, 2005).

    Desta forma, esse trabalho teve por objetivo investigar o consumo de água e outros líquidos por adultos frequentadores de uma academia no município de Julio de Castilhos, RS.

Metodologia

    Este estudo caracterizou-se como quantiqualitativo e transversal-descritivo, desenvolvido com 30 participantes de ambos os sexos, frequentadores de uma academia em Júlio de Castilhos, RS, com faixa etária entre 20 e 59 anos. A coleta de dados foi realizada no período de setembro de 2009 a julho de 2010.

    Os participantes receberam explicações sobre os objetivos da pesquisa e, ao concordarem, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, ficando livres em optar por desligar-se da pesquisa quando acreditassem ter sua integridade física e moral atingidas.

    Para a caracterização da população estudada, foi elaborado, pelos autores desta pesquisa um questionário composto com informações referentes aos dados individuais dos participantes, tais como: data de nascimento, idade, escolaridade, sexo, endereço e profissão. Informações como realização da prática de atividade física e frequência, quantidade de água e diferentes tipos de líquidos ingeridos diariamente também foram investigados. Além disso, verificou-se a ingestão de chimarrão, o conhecimento dos benefícios em relação ao consumo de água para o organismo, se os participantes costumavam sentir sede durante o dia e o consumo de frutas e verduras diariamente.

    Para a análise dos dados foi elaborada um planilha no programa Microsoft Excel 2007, a fim de posteriormente ser aplicada estatística descritiva simples composta por média, porcentagem e desvio padrão.

Resultados e discussões

    A amostra constituiu-se de 30 participantes, com faixa etária entre 20 e 59 anos, sendo 56,7% (n=17) do sexo feminino e 43,3% (n=13) do sexo masculino.

    Segundo Waitzberg (2004), a proporção de água no organismo varia de acordo com o sexo e a idade. À medida que se envelhece, vai havendo uma diminuição da proporção de água no organismo.

    Quando comparado aos adultos, os idosos, além de possuírem menor quantidade de água, cerca de 40% a 50% do peso corpóreo, são mais vulneráveis à perda de água do que os jovens. Eles tendem a perder soluções isotônicas para o exterior e ingerem menor quantidade de líquidos. Isso exige que o organismo elimine uma quantidade maior de eletrólitos, com relação à quantidade de água eliminada. Seus rins e glândulas endócrinas são menos capazes de produzir esses ajustes finos de retenção de água. Além disso, a arteriosclerose pode diminuir a sensação de sede, contribuindo ainda para a não reposição de líquido perdido (WAITZBERG, 2004).

    Ainda de acordo com Waitzberg (2004), as mulheres possuem menor proporção de água corpórea, pois apresentam mais tecido adiposo quando comparado aos homens. Já indivíduos obesos possuem menor proporção de água do que os magros. Este fato não se justifica pela terapêutica de se buscar emagrecimento, utilizando-se diuréticos. Os diuréticos promovem nos obesos perda de água, que já é naturalmente reduzida, podendo elevar o risco de morte (PHILIPPI, 2008).

    No que se refere ao grau de escolaridade, nesta pesquisa foi observado que 50% (n=15) dos entrevistados possuem o ensino médio completo e 50% (n=15) curso superior completo. Observou-se também que todos são economicamente ativos.

    A Figura 01 mostra que dos 30 indivíduos que participaram deste estudo, 46,70% (n=14) referiram ter o hábito de praticar atividade física de 3 a 5 vezes por semana.

Figura 01. Prática de atividade física por adultos freqüentadores de uma academia de Júlio de Castilhos-RS, 2010

    Enfatiza-se que as atividades mais praticadas pelos entrevistados são: caminhada, corrida, natação, musculação, ginástica aeróbica e ciclismo. Observou-se, que esses indivíduos possuem o hábito de levar uma garrafa de água para ingerir durante a prática de atividade física.

    A hidratação adequada é indispensável para o bom desempenho físico. A ingestão de água em todas as etapas do exercício é suficiente para repor a perda hídrica em atividades leves e moderadas, como caminhada, musculação, ginástica e dança. No caso de atletas, em que o treinamento é intenso, é indicado o uso de bebidas isotônicas para reposição rápida da água e dos eletrólitos (sódio, potássio, cloro) perdidos, além de glicose para manter a glicemia constante (MCARDLE et al., 1998).

    Após um período de reduzida ingestão ou excessivas perdas decorrentes de atividade física ou temperatura ambiente elevada, pode ocorrer déficit de hidratação corporal; porém, a ingestão diária de fluidos e alimentos, com adequado teor de água, permite a manutenção da hidratação e o balanço hídrico corporal sob níveis normais (PHILIPPI, 2008).

    Quanto ao consumo diário de água, nesta pesquisa constatou-se que a média foi de 4 copos, aproximadamente 800 ml, sendo este consumo, muito abaixo do recomendado. Motivos como “esquecer de tomar água” e “não gostar de água” foram citados pela maioria dos entrevistados. Quanto a outros líquidos consumidos diariamente, verificou-se uma média de 8 copos, aproximadamente 1600 ml. Os líquidos citados foram: leite, iogurte/bebida láctea e batidas, café preto, chás, bebidas alcoólicas, refrigerantes, água mineral com e sem gás (sem e com sabor) e sucos de frutas (natural, artificial e polpa congelada).

    No estudo realizado por Carvalho e Zanardo (2010), no município de Erechim, Rio Grande do Sul, verificou-se que o consumo médio de água e outros líquidos, foi de 5,8 e 9 copos respectivamente, sendo este resultado superior quando comparado ao desta pesquisa.

    Quando questionados sobre seus conhecimentos quanto ao consumo de água e outros líquidos diariamente, verificou-se que 60% (n=18) disseram ter algum conhecimento, enquanto que 40% (n=12) referiram a hidratação como único benefício à saúde.

    De acordo com Brasil (2005), nenhum nutriente possui tantas funções no organismo como a água, sendo sua ingestão diária fundamental para a saúde humana. Ela desempenha papel essencial na regulação de muitas funções vitais do organismo, incluindo a regulação da temperatura, transporte de nutrientes e da eliminação de substâncias tóxicas (ou não mais utilizadas pelo organismo), dos processos digestivo, respiratório, cardiovascular e renal (PHILIPPI, 2008).

    De acordo com as Dietary Reference Intakes (DRIs) (INSTITUTE OF MEDICINE DOS ESTADOS UNIDOS, 2004) alguns fatores podem interferir no consumo e absorção de água, tais como:

  • Fatores Ambientais: Nestes estão mudanças de clima e altitude. Dias em que a temperatura está elevada exigem aumento na hidratação. Quem trabalha sob o sol pode chegar a necessitar de 9,5 litros de água por dia. A prática de atividade física, feita sob temperaturas elevadas, aumenta bastante a taxa de sudorese (deve ser considerado o tipo de roupa usada, a intensidade e a duração do exercício), o que leva à maior necessidade de reposição de água. Já em dias frios, as perdas hídricas também acontecem devido ao aumento do metabolismo energético, uso de roupas pesadas, aumento da diurese e a perdas hídricas por meio da respiração. Em altas altitudes verifica-se também uma perda hídrica através da respiração, nas quais se perdem aproximadamente 200 ml de água, por dia, a mais que o normal que é 250 ml/dia.

  • Fatores Dietéticos: O aumento do consumo de fibras resulta em maior quantidade de água excretada juntamente com as fezes. As proteínas produzem uréia após metabolizadas, produto que requer água (relação de 40 a 60 ml para cada 2,2g de uréia) para ser excretado pelos rins. Os corpos cetônicos também exigem água para sua excreção; porém, o consumo de cerca de 100g de carboidratos já é suficiente para a prevenção da cetose, poupando a água corporal.

  • Doenças: Algumas situações requerem atenção quanto à reposição de água. No caso do diabetes melitus, as mudanças no balanço ácido-base e o aumento da osmolaridade resultam em maior excreção de água pela urina. Pacientes com fibrose cística, por exemplo, apresentam alta concentração de cloreto de sódio no suor e, ao contrário de pessoas saudáveis, na qual a osmolaridade sanguínea aumenta com as perdas hídricas, esses indivíduos ficam com uma osmolaridade baixa e, consequentemente, não sentem sede, o que pode resultar em desidratação.

    No que se refere ao consumo de chimarrão, observou-se que os entrevistados consomem em média 6 cuias diariamente. O hábito de tomar chimarrão é mais frequente pela parte da manhã, na maioria das vezes em substituição ao café da manhã, enquanto que no estudo realizado por Carvalho e Zanardo (2010) é mais frequente nos finais de semana.

    Um dos hábitos do povo gaúcho é tomar a bebida típica, o chimarrão. O chimarrão contém em sua composição alto teor de metilxantinas e compostos fenólicos. Estes são fontes potenciais de antioxidantes naturais, protegendo os sistemas biológicos do estresse oxidativo (GUGLIUCCI, 1996), além de apresentarem ações anticancerígenas (GONZALEZ DE MEJIA et al., 2005) e cardioprotetoras (MENINI et al., 2007).

    Em estudos in vitro, o extrato de erva-mate (Ilex paraguariensis) contribuiu na prevenção do câncer (GONZALES DE MEJIA et al., 2005). Já, estudos in vivo com infusão de erva-mate demonstraram a capacidade de inibição da auto-oxidação do LDL induzida pelo cobre (GUGLIUCCI, 1996) e a eficácia na redução do peso corporal (DICKEL; RATES; RITTER, 2007) e do colesterol, revertendo em ação tonificante para o coração (GUGLIUCCI, 1995).

    Foi demonstrada também ação cardioprotetora da erva-mate em ratos (SCHINELLA; FANTINELLI; MOSCA, 2005) que preveniu a redução da função realizada pelo HDL na proteção contra cardiopatias em humanos (MENINI et al., 2007). No entanto, são necessários mais estudos in vivo para demonstrar a relação dos compostos bioativos da Ilex paraguariensis, com a inibição a doenças (DUTRA, 2009).

    Os benefícios atribuídos ao consumo da infusão de erva-mate estão relacionados aos compostos fenólicos, que atuam como antioxidantes (BRAVO; GOYA; LECUMBERRI, 2007), sendo oxidados em preferência a outros constituintes do alimento ou componentes celulares e tecidos (OLIVEIRA et al., 2006; PELÚZIO; OLIVEIRA, 2006).

    Além dos compostos fenólicos, tem-se a presença das metilxantinas que são responsáveis por alterações no organismo humano, agindo sobre os sistemas nervoso central, cardiovascular, renal e digestivo. Os efeitos são qualitativamente semelhantes, mas quantitativamente diferentes. Em função disso, são empregadas com diferentes finalidades terapêuticas (BRUNETON, 1991).

    Estudos relacionados com algumas bebidas largamente consumidas, como café e chá, indicam a ação da cafeína sobre a musculatura estriada e como estimulante do sistema nervoso central. A teobromina e a teofilina aumentam o fluxo sanguíneo renal e a filtração glomerular, demonstrando a atividade diurética dessas bebidas (SIMÕES et al., 2004).

    A água pode ser obtida de diversas fontes. Cerca de 70-80% é proveniente dos líquidos, incluindo água e sucos de frutas frescas ou polpa congelada, sem adição de açúcar (SAWKA; CHEUVRONT; CARTER, 2005).

    A água pode ser ingerida como fluído e na forma de alimentos e bebidas e, independente de sua origem, é absorvida por difusão pelo trato gastrintestinal e atua fisiologicamente da mesma forma. A ingestão de líquidos por indivíduos saudáveis pode variar dependendo do nível de atividade, ambiente e da dieta (PHILIPPI, 2008).

    No que se refere ao consumo de frutas, 66,7% (n=20) dos entrevistados relataram consumir diariamente, ao passo que 33,3% (n=10) consomem eventualmente. Quando questionados sobre o consumo de hortaliças, 73,3% (n=22) possuem o hábito diário de consumo, entretanto, 26,7% (n=8) não possuem este hábito.

    Os alimentos também contêm água em sua composição, em proporções variadas (Quadro 01). O peso das frutas é de até 95% ou mais de água, e da carne, até 50% ou mais, enquanto que o açúcar e os óleos não contêm água. A densidade energética dos alimentos é, em grande parte, uma função do seu conteúdo de água: quanto maior o percentual de água no alimento, menor é a sua densidade energética; portanto, alimentos cujo conteúdo de água é elevado, têm menor probabilidade de causar excesso de peso (PHILIPPI, 2008).

Quadro 01. Teor de água na composição centesimal de alguns alimentos

Alimento

Água (% peso)

Alimento

Água (% peso)

Abacaxi

86

Frango, peito, sem

pele, grelhado

64

Abobrinha cozida

95

laranja-pêra

90

Alface lisa

95

Leite integral

87,5

Arroz cozido

69

Mamão papaya

89

Banana nanica

74

Margarina com sal

(65% de lipídio)

32

Batata cozida

86

 

 

Biscoito cream cracker

04

Melão

91

Brócolis cozido

93

Ovo de galinha cozido

76

Carne bovina, coxão

mole, sem gordura, cozido

58

Pão francês

28

Cenoura crua

90

Pão integral

35

Cholocate preto

01

Queijo minas/frescal

56

Chuchu cozido

95

Tomate

95

Feijão carioca cozido

80

Uva Itália

85

Fonte: Adaptado de Nepa/Unicamp (2006)

    A necessidade diária exata de água depende de taxas metabólicas, do gasto energético do organismo, da eliminação hídrica e das condições ambientais. De um modo geral, as necessidades de água de um indivíduo podem ser estimadas com base na energia metabolizada e na superfície ou no peso corporal (PHILIPPI, 2008).

    As recomendações de ingestão de água variam de acordo com diferentes órgãos de saúde. De acordo com Brasil (2005), um método prático para calcular a necessidade de água para indivíduos adultos, consiste em considerar o consumo de um mL/kcal de energia gasta em condições moderadas de gasto energético e temperaturas ambientais não muito elevadas (PHILIPPI, 2008). Por exemplo, para um VET de 2000 Kcal, seriam necessários 2 litros de água (NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1989).

    As DRIs para água, potássio, sódio, cloreto e sulfato, evidenciam que, ao se considerar a ingestão total de água, deve-se incluir a água para beber pura, presente em bebidas diversas e a constituinte dos alimentos (INSTITUTE OF MEDICINE DOS ESTADOS UNIDOS, 2004). Com o objetivo de prevenir os efeitos da desidratação, as DRIs apresentaram valores de Ingestão Adequada/Adequate Intake (AI) para água total (água + bebidas + alimentos), obtidos com base na ingestão mediana de água total observada em indivíduos americanos saudáveis (PHILIPPI, 2008).

    As AIs apresentam valores de água total (o que inclui o teor de água dos alimentos), e a água proveniente de líquidos (bebidas como a própria água, sucos e leite). Dentre as bebidas, também podem ser considerados café e álcool, apesar de tais componentes apresentarem algum efeito diurético (PHILIPPI, 2008).

    De uma forma geral, recomenda-se ingerir 8 copos/dia de líquidos. No entanto, as necessidades podem ser maiores do que um mL/kcal, em ambientes com temperaturas mais quentes, ou quando a umidade relativa do ar é baixa, o que pode ocorrer em locais muito frios ou mesmo no inverno. Outro fator que determina o aumento das necessidades é a atividade física que eleva a produção de calor corporal e provoca a perda de água pela produção de suor, para regular a temperatura corporal (VITOLO, 2008).

Conclusões

    Os entrevistados relataram estar conscientes da importância do consumo de água e outros líquidos para a saúde. Diante dos resultados apresentados, verifica-se baixo consumo de água pura. Entretanto, nota-se um alto consumo de chimarrão, frutas e hortaliças. É recomendado o consumo de água (pura), sucos de frutas naturais ou sucos preparados com polpas de frutas congeladas, principalmente não adoçados. Bebidas alcoólicas, refrigerantes e sucos artificiais em pó devem ser evitados, por conter elevada quantidade de açúcar e reduzido valor nutritivo.

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