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Avaliação do conhecimento de Educadores Físicos atuantes na área de

atividades aquáticas sobre prescrição de exercício no período gestacional

 Evaluación del conocimiento de Educadores Físicos que intervienen en el área 

de actividades acuáticas sobre la prescripción de ejercicio durante el embarazo

 

*Graduado em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná

Especialista em Atividades Aquáticas

Graduada em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná

Especialista em Atividades Aquáticas

Mestranda em Atividade Física e Saúde

**Graduado em Educação Física pela Universidade Tuiuti do Paraná

***Graduado em Educação Física pela Faculdade Integrada de Guarulhos

Especialista em Fisiologia do Treinamento Desportivo

Mestre em Engenharia. Doutorando em Educação Física

Moacir Ianzen de Oliveira Ianz*

Karini Borges dos Santos**

Hernani Augusto Guntowski***

Paulo Cesar Barauce Bento****

moa.edf@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A procura por atividade física no período gestacional vem aumentando, devido preocupação com bem estar físico e com algumas doenças e complicações que ocorrem no período da gestação. O objetivou do estudo foi verificar o nível de instrução do profissional de Educação Física que trabalha com atividades aquáticas sobre a atividade física e a prescrição de exercício no período gestacional. Para tanto, um questionário sobre conhecimentos relacionados ao exercício na gravidez, foi aplicado a 16 professores de Educação Física que trabalham com atividades aquáticas na cidade de Curitiba e região metropolitana. A análise dos dados foi feita através de estatística descritiva e distribuição de freqüência (porcentagem). Os resultados demonstraram que os profissionais da área estão bem informados e preparados para atender gestantes nas suas aulas, já que em geral as respostas estão de acordo com a literatura, apesar de pequenas divergências com demasiada cautela na prescrição de exercício por parte de alguns. Curiosamente, apesar de todos os professores serem da área de aquáticas, 10 dos 16 entrevistados escolheram a caminhada como atividade mais indicada, seguida da natação e da hidroginástica. Considerando que o exercício físico pode trazer riscos à saúde da gestante quando não acompanhado por um profissional da área e que o conhecimento deste na hora de instruir corretamente seu aluno é de suma importância, a pesquisa pode contribuir com um quadro do nível de informação dos professores de Educação Física atuantes na área e atualizações para um trabalho de qualidade e com segurança ao público de gestantes.

          Unitermos: Conhecimento. Educadores Físicos. Atividades aquáticas. Prescrição de exercício. Período gestacional.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 152, Enero de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A procura por atividade física no período gestacional vem aumentando a cada dia, devido à preocupação das gestantes pelo seu bem estar físico e também por algumas doenças e complicações que ocorrem no período da gestação. Isso faz com que as mulheres procurem cada vez mais por profissionais da área de Educação Física especializados em exercícios para gestantes. Para isso é necessário que esse profissional tenha conhecimento prévio sobre o assunto, para oferecer a gestante uma atividade que provoque resultados positivos durante o período de gestação. E é justamente nesse período que ocorrem várias alterações de caráter fisiológico, morfológico, psicológico e nutricional que necessitam ser estudada pelo profissional de Educação Física para que possa avaliar estas modificações em relação ao processo de prescrição de uma atividade física para a gestante.

    As principais alterações durante a gestação ocorrem no aparelho reprodutor no sistema endócrino e circulatório (DOUGLAS, 1999). Essa adaptação do organismo materno à gravidez constitui uma parte importante para o entendimento das principais queixas e achados clínicos nesse período (VITRAL, 1997, p. 368). Segundo OTTO (1984) existe uma série de alterações e características inerentes à evolução da gestação, tais como a ausência da menstruação (amenorréia), falta ou excesso de apetite, salivação, enjôos e vômitos, aumento dos seios, escurecimento das auréolas, manchas no rosto, sonolência, humor instável, crescimento acelerado do ventre e um ocasional aparecimento de estrias no ventre e nos seios. Modificações no aparelho locomotor, na circulação e na respiração; transformações progressivas dos órgãos da cavidade abdômino-pélvica e também dos órgãos torácicos (GÜNTHER et al, 1978). Mas somente algumas mudanças interferem diretamente na prática de exercícios físicos como o ganho de peso que restringe a prática de atividades físicas de alto impacto, o relaxamento ligamentar que altera o equilíbrio e aumenta a instabilidade nas articulações e o aumento do débito cardíaco que aumenta a sobrecarga no sistema cardiovascular. Em geral, estas alterações fisiológicas não impedem a prática regular de atividade física, mas há necessidade de uma avaliação médica prévia para indicar ou não esta prática.

    A Hidroginástica e a Natação são algumas das atividades físicas mais indicadas para gestantes, pois diminui o impacto sobre as articulações, aumenta o ganho de força, aumento a flexibilidade, diminui o ganho de peso, reduz o colesterol, melhora a condição cardiorrespiratória, melhora o equilíbrio e a coordenação geral, relaxa o corpo e alivia as dores na coluna (WHITE, 1998; ROCHA, 1994). Alguns desses benefícios só são possíveis devido às propriedades da água como flutuação que diminui a sensação de peso, o empuxo que permite uma melhor movimentação (ROCHA, 1994), a viscosidade da água que atua como resistência ao movimento e a pressão exercida pela água sobre o corpo que fortalece a musculatura respiratória e ajuda a bombear o sangue para o coração (WHITE, 1998).

    Mas também existem contra indicações para as atividades físicas em geral como, por exemplo, não é recomendado aplicar programas de exercícios em mulheres grávidas não adaptadas nos primeiros três meses, não é indicado que a intensidade do exercício seja muito alta (ARTAL & WISWELL, 1987), evitar situações onde haja risco de trauma ou de calor extremo (LIMA & OLIVEIRA, 2005), evitar saltos com projeção vertical acentuada e exercícios com bloqueio prolongado da respiração (ROCHA, 1994). Os programas de exercícios podem ser benéficos para muitas mulheres, por outro lado, podem ser danosos tanto para mãe como para o feto, por isso eles devem ser modificados durante a gravidez e individualizados, para permitir que ocorram benefícios físicos e psicológicos (ARTAL & WISWELL, 1987).

    Diante destas afirmações este estudo objetivou verificar qual o nível de informação do profissional de Educação Física que trabalham com atividades aquáticas tem sobre atividades físicas e prescrição de exercício no período gestacional. O resultado deste estudo poderá contribuir para uma maior segurança na prática de exercício físico para gestantes, pois através dele poderemos constatar qual o nível de conhecimento dos profissionais que já estão na área e manter bem informado os profissionais que pretendem atender esse grupo especifico.

Metodologia

Amostra

    A amostra foi constituída por 16 professores de Educação Física que trabalham com atividades aquáticas em academias de Curitiba e região metropolitana.

Procedimentos

    A coleta de dados foi realizada através de um questionário estruturado com questões objetivas e aberta sobre conhecimentos relacionados ao exercício na gravidez. A entrevista foi aplicada em varias academias de Curitiba e Região Metropolitana.

Análise estatística

    A análise dos dados foi feita através de estatística descritiva, distribuição de freqüência (porcentagem).

Resultados e discussão

    As modalidades em que os entrevistados trabalham, estão apresentadas na figura 1, sendo que 15 são professores de natação dos quais 8 também ministram aulas de hidroginástica na sua carga horária e somente um professor trabalha apenas com hidroginástica. Esse resultado pode influenciar em algumas perguntas devido à área de afinidade.

Figura 1. Modalidade que os professores trabalham na área aquática

    Os sintomas clínicos mais comuns durante a gravidez estão contidos na figura 2. Segundo 12 dos 16 professores, as náuseas são um dos principais sintomas seguido de dores nas costas, sonolência, inchaço nas pernas e aumento do peso. ZIEGEL & CRANLEY (1985) afirmam que as náuseas e os vômitos são comuns durante a gravidez, devido as mudanças hormonais, psicológicas e hábitos alimentares deficientes. A azia é causada pelo refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago. O inchaço nas pernas é devido à compressão das veias abdominais e pélvicas, esse acúmulo aumenta a pressão venosa, fazendo com que o sangue fique estagnado facilitando o aparecimento de edema, varicosas, hemorróidas e cãibras. A Capacidade respiratória diminuída ocorre pela compressão do útero em direção ascendente e descendente elevando o diafragma e diminuindo a incursão respiratória. Para OTTO (1984) a falta ou excesso de apetite, sonolência e sensibilidade psicológica são sintomas comuns na gestação. Conforme LIMA & OLIVEIRA (2005) as mulheres grávidas tem um aumento das dores musculoesqueléticas, principalmente na região lombar devido à mudança do centro de gravidade, rotação anterior da pelve, aumento da lordose lombar e o aumento da elasticidade ligamentar.

    As Alterações Hormonais e o aumento do peso fazem parte das alterações fisiológicas que ocorrem no período gestacional, e que influenciam em vários sintomas citados acima. A diabetes e a pressão alta são complicações que ocorrem somente com uma parte das gestantes.

Figura 2. Sintomas clínicos mais comuns durante a gestação

    A Figura 3 mostra as mudanças fisiológicas mais comuns no período gestacional, destas, 37,5% dos professores acham que o aumento da massa corpórea é a mudança mais visível durante a gestação, em seguida as alterações hormonais citada por 31,25% dos professores, o aumento da pressão arterial citada por 18,75% e a alteração da freqüência cardíaca também citada pelo mesmo percentil. A gravidez provoca um aumento na produção de vários hormônios que resultam em alterações importantes que fazem parte desse período (SKINNER, 1991).

    O volume sangüíneo aumenta cerca de 50% e o rendimento cardíaco pode aumentar em até 40% acima da linha basal, isso se deve ao aumento do volume plasmático e da freqüência cardíaca que aumenta cerca de quinze batimentos por minuto, a pressão sangüínea cai discretamente (e não aumenta conforme esta no gráfico) devido à redução da resistência vascular periférica total sob a ação de hormônios vasodilatadores (CORRÊA, 1999).

    Segundo VITRAL (1997) ocorre um aumento da pressão abdominal causado pelo crescimento uterino, restringindo a expansão do tórax, dessa forma diminuem a capacidade residual funcional e o volume expiratório de reserva. No entanto aumentam o volume inalado (capacidade inspiratória). Para CORRÊA (1999) esse aumento abdominal desloca o centro de gravidade aumentando a lordose e acentua a mobilidade das articulações sacroilíaca, sacrococcígea e junção púbica. De acordo com GÜNTHER et al (1978) o tecido cartilaginoso e ósseo sofre relaxamento e crescimento suplementar, principalmente a nível da sínfise púbica, cuja cartilagem torna-se mais mole e elástica à medida que a gravidez avança e desse modo a cintura pélvica pode dilatar-se para o parto.

    O grande aumento no peso total do corpo durante a gravidez está relacionado com o aumento dos líquidos, tecidos maternos e crescimento do feto. (SKINNER, 1991).

Figura 3. Mudanças fisiológicas mais comuns durante a gestação

    Segundo 12 dos 16 professores entrevistados o melhor período para iniciar um programa de exercícios físicos é no terceiro mês de gravidez (Figura 4). Mas 4 acham que a partir do quarto mês seria o período ideal e 1 acha que é possível começar um programa de exercício em qualquer mês da gestação. Segundo ARTAL & WISWELL (1987) não é recomendado aplicar programas de exercícios em mulheres grávidas não adaptadas, principalmente no primeiro trimestre, mas, sim em mulheres com hábitos prévios de exercícios e boa capacidade física, isso significa que gestantes que já fazem uma atividade física não precisam parar em função da gravidez.

Figura 4. Quantos meses que uma gestante sedentária pode iniciar um programa de exercícios físicos

    Na Figura 5 temos as propriedades da água que favorecem a prática de exercício para as gestantes segundo os entrevistados. O menor impacto no exercício conforme 50% dos professores é o primeiro item que favorece o exercício aquático, a flutuação devido ao empuxo é citado por 43,75% seguido da pressão hidrostática citada por 31,25% dos entrevistados.

    A flutuação tem ação oposta ao sentido da gravidade, devido à força do empuxo isso permite uma melhor movimentação (ROCHA, 1994). A pressão hidrostática aumenta a flexibilidade do corpo se movendo com maior facilidade e liberdade que na terra, e quanto maior a profundidade do corpo na água menor é a sobrecarga nas articulações e na coluna vertebral. A pressão hidrostática junto com os fluidos estáticos em torno das articulações exerce uma força que ajuda a bombear o sangue para o coração (WHITE, 1998). E a pressão exercida sobre o tórax dificulta sua expansão durante a inspiração (ROCHA, 1994). Com a pressão hidrostática ocorre um aumento de 34% do débito cardíaco e redução da freqüência cardíaca (FC) de, aproximadamente, 10 bpm (ALVES, 2009). A temperatura ideal da água promove melhora na flexibilidade, propicia a vasodilatação e melhora a oxigenação muscular e articular. Mas outras variações de temperatura da água podem beneficiar ou prejudicar a prática dos exercícios aquáticos (ALVES, 2009). A pressão hidrostática, a temperatura a densidade e a viscosidade da água são propriedades importantes que favorecem a prática de exercícios no meio líquido.

Figura 5. As propriedades da água que favorecem o exercício no meio aquático para as gestantes

    A Figura 6 mostra os benefícios do exercício aquático para gestantes. A melhora da circulação foi citada por metade dos entrevistados, já o relaxamento muscular foi citado por 7 entrevistados, enquanto a manutenção do peso e a melhora cardiorrespiratória foi mencionada por 6 dos 16 professores. O exercício aquático no período gestacional melhora a resistência e flexibilidade muscular, diminui as dores lombares, atenua as alterações posturais decorrentes desse período, colabora no controle do peso e na manutenção do condicionamento, além de reduzir riscos de diabetes gestacional e melhorar da saúde mental e emocional da mulher durante e depois da gravidez (LIMA & OLIVEIRA, 2005). Para ALVES (2009) vários autores já citaram que o exercício aquático relaxa os músculos, reduz à sensibilidade a dor, reduz espasmos musculares, facilita a movimentação das articulações, aumenta a força e a resistência muscular, aumenta à circulação periférica, melhora a musculatura respiratória, equilíbrio e a estabilidade, evita o excesso de peso, melhora o sono, promove um trabalho de parto facilitado e eleva a autoestima. Para WHITE (1998) os exercícios físicos na água proporcionam a diminuição do impacto sobre as articulações, reduz o colesterol, melhora do equilíbrio e coordenação geral. Além disso, ROCHA (1994) afirmou que o exercício na água melhora a condição cardiorrespiratória e massageia e relaxa o corpo. Em gestantes clinicamente saudáveis, a pressão arterial (PA) diminui até a metade da gestação e, então, aumenta até o dia do parto, com valores finais similares àqueles encontrados no início da gestação. Segundo ARTAL & WISWELL (1987) a relaxina conduz ao relaxamento dos ligamentos, amolecendo e alongando fibrocartilagens por isso o trabalho de flexibilidade não poder ser realiza do no período de gravidez.

Figura 6. Benefícios do exercício aquático para gestantes

    Na Figura 7 os entrevistados na sua grande maioria (11 professores) afirmam que 3 vezes por semana é o numero de aulas ideal para conseguir benefícios através do exercício físico. Já 3 acreditam que 2 aulas semanais é o suficiente e 2 afirmam que 4 aulas seria o suficiente. Para ALVES (2009) a gestante que desejar iniciar um programa de exercícios poderá exercitar-se no mínimo três vezes por semana. LIMA & OLIVEIRA (2005) salienta que grávidas já ativas podem exercitar-se três a quatro vezes por semana, e atletas altamente condicionadas é possível praticar atividades de força e resistência seis dias da semana em intensidade mais alta com segurança (Astrand, rodahl, dahl & strømme, 2006). MELEN (1997) recomenda a natação, no mínimo duas vezes por semana e no máximo quatro podendo intercalar com outra atividade de academia. Dentro da pesquisa a grande maioria se enquadra no perfil da gestante que esta iniciando uma atividade física respondendo a pergunta em questão.

Figura 7. Número de aulas semanais ideal para gestantes

    Quando perguntou-se sobre qual a duração ideal das aulas para gestantes sedentárias, 62,5% dos entrevistados optou por uma duração de 45 minutos e 37,5% por uma duração de 30 minutos (Figura 8). SKINNER (1991) sugere prescrições iniciais de exercícios com 30 a 45 minutos de duração. Segundo ALVES (2009) a gestante que desejar iniciar um programa de exercícios a duração da aula deve ser de 45 minutos. MELEN (1997) afirma que duração pode chegar a 45 minutos e LIMA & OLIVEIRA (2005) concluíram que grávidas já ativas podem manter os exercícios aeróbios por 20 a 30 minutos. Dentro de várias pesquisas encontramos muitas repostas, mas a grande maioria afirma que até 45 minutos de exercício e o ideal pra que a gestante tenha benefícios.

Figura 8. Duração das aulas para gestantes sedentárias

    Sobre a intensidade ideal para gestantes durante a zona de trabalho (Figura 9), para 56,26% dos professores a intensidade deve ficar entre 120 e 140 bpm e para 43,75% dos professores ela deve ficar entre 100 a 120 bpm. DOUGLAS (1999) afirma que intensidade dos exercícios não deve exceder uma freqüência de 140 bpm, cerca de 60% a 70% da capacidade máxima aeróbia em mulheres. MELEN (1997) recomenda a intensidade não deve passar dos 140 bpm, se possível aferir o pulso da gestante a cada 5 minutos durante a parte mais intensa da aula. Já SKINNER (1991) preconiza que a intensidade se mantenha numa média estável da freqüência cardíaca numa faixa de 130 a 150 bpm. Segundo ALVES (2009) a intensidade não deverá ultrapassar 70% a 80% da freqüência máxima durante a zona de trabalho cerca de 140 a 160 bpm em mulheres na idade reprodutiva. Dentro do contesto da pergunta temos varias divergências entre os autores quanto ao assunto, dessa maneira torna-se necessário usar o bom senso.

Figura 9. Intensidade da aula durante a zona de trabalho nas aulas para gestantes

    Na Figura 10 entram em questão as atividades físicas mais indicadas para gestantes, e 10 dos 16 entrevistados afirmam que a caminhada é uma das melhores atividades seguida da natação (9 entrevistados) e da hidroginástica (6 entrevistados), já pilates/yoga e musculação apenas 1 entrevistado para cada modalidade. As atividades mais indicadas segundo MATSUDO & MATSUDO (1994) são: caminhada, bicicleta, natação, hidroginástica e yoga. Dentro dos exercícios aquáticos MELEN (1997) recomenda a natação (crawl, costas e peito) e ALVES (2009) indica a hidroginástica. As atividades que devem ser realizadas com cautela são a ginástica aeróbica e o treinamento com peso (MATSUDO & MATSUDO, 1994).

Figura 10. Atividades físicas mais indicadas no período gestacional

    A figura 11 mostra os exercícios não indicados na gestação, segundo os entrevistados os exercícios de impacto são os mais prejudiciais para as gestantes também os exercícios abdominais, exercícios de alta intensidade, exercícios de força e exercícios de flexão do tronco. Intensidade do exercício muito alta, riscos de trauma abdominal, hipertermia da gestante, contrações isométricas máximas e exercícios na posição supina são fatores que podem gerar estresse fetal, restrição de crescimento intra-uterino e prematuridade (LIMA & OLIVEIRA, 2005). O exercício materno extenuante pode distribuir o sangue para os músculos, diminuindo o fluxo sangüíneo placentário causando hipoxia fetal, hipertermia fetal e hipoglicemia exacerbada, reduzindo o suprimento de glicose fetal (MAcARDLE, KATCH & KATCH, 1998). De acordo com ROCHA (1994) devem-se evitar saltos com projeção vertical acentuada e exercícios com bloqueio prolongado da respiração. Os exercícios de alta intensidade são mais citados entre os autores, mas os demais exercícios do gráfico também colaboram com a discussão.

Figura 11. Exercícios físicos contra indicados no período gestacional

    Em relação as atividades contra indicadas, pelo fato de existirem várias atividades não recomendadas encontramos uma grande variedade de respostas, as principais são: corrida, nado borboleta, spining e lutas (figura 12). De acordo com ROCHA (1994) devem-se evitar saltos com projeção vertical acentuada e exercícios com bloqueio prolongado da respiração. Para GHORAYEB & BARROS (1999) esporte de agilidade e força como: esquiar, patinar, andar a cavalo ou jogar tênis podem causar lesões, especialmente na segunda metade da gestação. Atividades que envolvam contato físico e chances de queda devem ser desencorajadas (SKINNER, 1991). A única atividade que não é citada pela literatura é o nado peito.

Figura 12. Atividades físicas contra indicadas no período gestacional

    Na Figura 13 temos situações em que o exercício deve ser suspenso para preservar a gestante de futuras complicações. Neste caso o risco de gravidez, a recomendação médica e a hipertensão estão entre as mais indicadas. Para ALVES (2009) dor de cabeça, fraqueza, falta de ar, náuseas e vômitos, dor na coluna, dor no quadril, dificuldade para andar, hemorragias, edema generalizado, atividade fetal diminuída e contrações uterinas a cada 20 minutos são sintomas que indicam a interrupção do exercício. ARTAL & WISWELL (1987) citam as seguintes contra indicações absolutas: doença miocárdica ativa Insuficiência cardíaca congestiva, doença cardíaca reumática (Classe II ou acima), recente embolia pulmonar, tromboflebite, doença infecciosa aguda, risco de parto prematuro, gestações múltiplas, cérvix inadequada, hemorragia uterina, membranas rompidas, retardo de crescimento intra-interino ou macrossomia, isoimonização severa, doença hirpertensiva severa, nenhum atendimento pré-natal, suspeita de sofrimento fetal. E as seguintes contra indicações relativas: hipertensão essencial, anemia e outras desordens sangüíneas, doenças da tireóide, diabete mellitus, obesidade excessiva ou falta extrema de peso e história de vida sedentária.

Figura 13. Situações para suspender o exercício físico no período gestacional

Conclusão

    Nesse estudo podemos concluir que os professores de educação física estão bem informados e preparados para atender gestantes nas suas aulas. Das treze perguntas tivemos pequenas divergências nas respostas, principalmente quando se perguntou sobre sintomas clínicos e mudanças fisiológicas, pois os termos são muito próximos geralmente as mudanças fisiológicas acarretam os sintomas.

    Nas perguntas específicas da área todos os professores entrevistados mostraram um amplo conhecimento. De acordo com a perspectiva dos professores a duração, intensidade e freqüência semanal dos exercícios se enquadram dentro do que a literatura considera ideal para uma gestante, alguns professores foram até cautelosos demais na prescrição do exercício.

    Com relação aos benefícios do exercício aquático para as gestantes obtivemos inúmeras respostas que preenchem uma vasta lista de motivos pelo qual a gestante deve praticar uma atividade aquática nesse período. Nas indicações e contra indicações do exercício físico tivemos uma curiosidade na pergunta sobre qual atividade mais indicada para as gestantes. Mesmo todos os professores sendo profissionais da área aquática, 10 dos 16 entrevistados escolheram a caminhada como atividade mais indicada seguida da natação e da hidroginástica.

    É importante lembrar que o exercício físico pode trazer riscos à saúde da gestante quando não for acompanhado por um profissional de educação física, e que o nível de condicionamento é sempre um termômetro que vai indicar o limite que cada gestante pode atingir dentro da sua atividade física de afinidade. Sabemos também que todo conhecimento obtido pelo profissional de educação física para instruir seus alunos é sempre de suma importância, e mesmos para os professores que não trabalham com gestantes, o estudo acima pode contribuir vários de seus colegas a fazer um trabalho de qualidade com segurança.

Referências

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