O papel da atividade física na prevenção e no tratamento da diabetes mellitus El papel de la actividad física en la prevención y tratamiento de la diabetes mellitus |
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*Graduado em Educação Física. Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Especializando em Ciência da Saúde e do Esporte Centro Universitário Maranhense (UNICEMA) **Graduado em Educação Física Universidade Federal do Maranhão (UFMA) |
Danilo Lopes Gonçalves Souza* Luis Fabio Gonçalves Matos** (Brasil) |
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Resumo O presente estudo tem como objetivo demonstrar os efeitos que atividade física produz num portador de Diabetes Mellitus, tanto na prevenção quanto durante o tratamento. A pesquisa baseou-se em uma revisão de literatura, por meios de levantamento bibliográficos com maior variedade de temas relacionado ao assunto. Foi detectado que diabetes é uma doença que não diagnosticada e tratada previamente pode trazer complicações serias e ate mesmo o óbito do paciente, mas com uma prevenção adequada e um tratamento correto diabético poderá conviver com esse distúrbio em harmonia Unitermos: Diabetes Mellitus, Atividade Física, Prevenção e Tratamento.
Resumen Unitermos: Diabetes Mellitus, Prevención de la Actividad Física y Tratamiento.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 152, Enero de 2011. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Segundo Mazzaferi (1982) diabetes mellitus é uma doença cuja origem remota longa data, foi descrito em 1500 a.c nos papiros de Eber. O autor também afirma que Mellitus palavra grega que significa mel foi acrescentado quando pelo paladar reconheceu-se uma substância doce na urina. Pode ser considerada uma doença da civilização ocidental, causa demonstrada pelo aumento em decorrência de hábitos alimentares e padrões de trabalho ocidental.
Corresponde uma enfermidade universal, que atinge todos os segmentos sociais, em todos os graus de desenvolvimento, com índices elevados de mortalidade. Esse crescimento pode ser vinculado a fatores como alterações no estilo de vida como o sedentarismo, novos hábitos alimentares e urbanização.
Um breve histórico da diabetes
Mazzaferi (1982) alega que o diabetes mellitus já era conhecido antes da era cristã. No papiro de Ebers descoberto no Egito, correspondente ao século XV antes de Cristo, já se descrevem sintomas que parecem corresponder à diabetes. Foi Areteu da Capadócia quem, no século II, deu a esta doença o nome de "diabetes", que em grego significa "sifão", referindo-se ao seu sintoma mais chamativo que é a eliminação exagerada de água pelos rins, expressando que a água entrava e saía do organismo do diabético sem fixar-se nele (polidipsia e poliúria, características da doença e por ele avaliadas por esta ordem). Ainda no século II, Galeno, contemporâneo de Areteu, também se referiu à diabetes, atribuindo-a à incapacidade dos rins em reter água como deveriam.
Após um longo intervalo, Mazzaferi (1982) faz referencia a Thomas Willis, em 1679, cujo mesmo fez uma magistral descrição do diabetes para a época, ficando desde então reconhecida por sua sintomatologia como entidade clínica. Foi ele quem, referindo-se ao sabor “doce” da urina, lhe deu o nome de diabetes mellitus (sabor de mel), apesar de esse fato já ter sido registrado cerca de mil anos antes na Índia, por volta do ano 500.
Só no século XIX que ocorreram os primeiros trabalhos experimentais sobre o metabolismo dos glicídios, a partir de então puderam observam que a vida sedentária e obesidade eram fatores primordiais para o para aparecimento dessa temida doença. Uma das maiores conquistas médicas do século XX foi alguns pesquisadores terem conseguido estudar isoladamente a insulina (hormônio diretamente relacionado com diabetes) e demonstrar seu efeito hipoglicêmico, pois transformou as expectativas e a vida dos diabéticos e ampliou horizontes no campo experimental e biológico para o estudo da diabetes e do metabolismo dos glicídios.
Diabetes mellitus
Segundo Ministério da Saúde (2006) o diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sangüíneos.
Diante disso, podemos considerar diabetes mellitus, conforme Negrão e Barreto (2006) afirmam, sendo uma síndrome metabólica decorrente da falta de insulina (diabetes tipo 1) e/ou da resistência a sua ação (diabetes tipo 2), isto é, da incapacidade da insulina de exercer seus efeitos de modo adequado. Pellandra (1989) afirma que a mesma é uma doença assintomática em que pacientes muita das vezes toma conhecimento após até 10 (dez) anos da doença, quando até 50% dos pacientes recém diagnosticados já possuem outras complicações. Também pode ser caracterizada como degenerativa, pois não tem cura causando destruição dos tecidos e órgãos podendo levar a amputações. Atualmente se constitui em problema de saúde pública pelo número de pessoas que apresentam a doença, principalmente no Brasil.
Quando não tratada adequadamente, como Powers e Howley (2006) citam, podem contribuir pra o surgimento de doenças tais como infarto do coração, derrame cerebral, insuficiência renal, problemas visuais e lesões de difícil cicatrização, dentre outras complicações. Embora ainda não haja uma cura definitiva para o Diabetes, há vários tratamentos disponíveis que, quando seguidos de forma regular, proporcionam saúde e qualidade de vida para o portador.
Classificação
O termo diabetes, geralmente se refere à diabetes mellitus, mas existem algumas classificações para essa doença, dentre as quais destacamos a que consideramos com relevância para esse determinado estudo:
Diabetes mellitus tipo 1
No caso do Diabetes mellitus tipo 1, Negrão e Barreto (2006) afirmam que o mesmo resulta da interação de fatores predisponentes, ambientais e imunológicos, e caracteriza-se por um déficit de insulina, devido à destruição das células β-pancreáticas por processos auto-imunes ou idiopáticos. A causa desta confusão ainda não foi bem definida, o que podemos afirmar que o tipo de alimentação, o estilo de vida, etc. não têm qualquer influência no aparecimento deste tipo de diabetes.
Normalmente inicia-se na infância ou adolescência e cerca de 1 em cada 20 pessoas diabéticas tem diabetes tipo 1, também conhecida como diabetes mellitus insulino-dependente ou diabetes infantil. Nela, como já foi dito o corpo produz pouca ou nenhuma insulina por isso às pessoas que padecem dela devem receber injeções diárias de insulina. A quantidade de injeções diárias é variável em função do tratamento escolhido pelo endocrinologista e também em função da quantidade de insulina produzida pelo pâncreas do diabético Para controlar este tipo de diabetes é necessário o equilíbrio de três fatores: a insulina, a alimentação e o exercício.
Diabetes mellitus tipo 2
“Diabetes mellitus tipo 2 é uma desordem heterogênica, resultante de influencia genéticas e ambientais” (NEGRÃO e BARRETO, 2006). Na diabetes mellitus tipo 2 parece haver uma diminuição na resposta dos receptores de glicose presentes no tecido periférico à insulina, levando ao fenômeno de resistência à insulina. As células β-pancreáticas aumentam a produção de insulina e, ao longo dos anos, essa resistência acaba por levar as células beta à exaustão. Desenvolve-se freqüentemente em etapas adultas da vida e é muito freqüente a associação com a obesidade, dietas hipercalóricas, sedentarismo, idade e fatores genéticos.
Prevenção
Ter uma vida saudável tornou-se um desafio para todos nós, pois o com desenvolvimento dos recursos tecnológicos e com fácil acesso das alimentações chamadas “fastfood”, um alto índice da população se tornou sedentária e com maus hábitos alimentares.
Cuidados com a alimentação
O segredo da boa alimentação consiste em adequar as preferências individuais com a quantidade e qualidade dos alimentos que farão parte da nossa dieta habitual. Segundo Ministério da Saúde (2001) existe algumas recomendações que podem ajudar a tornar sua alimentação mais saudável:
Incorporar na sua dieta habitual a maior quantidade possível de alimentos ricos em fibras, tais como frutas e verduras. Diminuir a quantidade de gorduras (óleo, manteiga, creme etc) e de carboidratos (massa e doces), dando preferência a alimentos grelhados e cozidos. Diminua a quantidade total de alimentos de cada refeição. Consuma leite e derivados (iogurte, queijos) desnatados ou light e prefira as carnes magras. As leguminosas devem fazer parte do cardápio, pois contêm proteínas, ferro e fibra. Faça mais refeições ingerindo menos calorias de cada vez, pois este procedimento permitirá uma digestão mais fácil e menor apetite nas refeições maiores
Atividade física
A prática regular de atividade física é fundamental na adoção de hábitos de vida mais saudáveis. Além dos benefícios já conhecidos, como Powers e Howley (2006) citam: prevenção de doenças cardíacas, prevenção de osteoporose, redução do colesterol, redução da hipertensão, combate à obesidade e tantos outros, o exercício físico tem um efeito ainda mais importante: o indivíduo capaz de incorporar a atividade física aos seus hábitos de maneira definitiva encontra uma nova fórmula de vida.
Thompson (2004) assegura que o exercício físico está associado à diminuição nos fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes, melhora do controle glicêmico, redução de resistência à insulina e mortalidade. Um treinamento adequado permite importantes adaptações metabólicas, neuroendócrinas e cardiovasculares, contribuindo para a prevenção, redução e reversão das alterações metabólicas presentes nos diabéticos e melhorando assim a qualidade de vida. Diabéticos que realizam exercício regularmente apresentam aumento na sensibilidade à insulina, redução na sua dose diária, melhora na cinética e no consumo maximo de oxigênio e diminuição de complicações crônicas do diabetes, alem da melhora no controle de fatores de risco para doenças cardiovasculares associadas ao diabetes, como a redução na pressão arterial e peso, aumento da capacidade de oxidar ácidos graxos, melhora no perfil lipídico, na função endotelial e na capacidade anti-oxidante. Para a pessoa com diabetes, a atividade física, além dos benefícios já citados, auxilia no tratamento da doença.
Tratamento
No que se refere ao tratamento de diabetes mellitus, tem como objetivo primordial manter o paciente com uma glicemia normal tanto em jejum quanto no período pós-prandial (após a refeição), e controlar as suas alterações metabólicas associadas.
Ministério da Saúde (2006) faz referencia para o tratamento da diabetes, o mesmo deve envolver quatro cuidados básicos que o paciente e toda rede de profissionais que o cerca devem ter, esses cuidados como já foi dito anteriormente tanto vão servir para prevenção quanto para o tratamento. São eles: Uma conscientização e educação do paciente, o mesmo deve ser orientado de maneira detalhada sobre a doença e suas conseqüências e estabelecer metas a serem cumpridas sobre a mudança no estilo de vida Pellandra (1989) faz referencia que uma dieta adequada para cada tipo de diabetes e para o perfil do paciente é o ponto fundamental do tratamento de qualquer tipo de paciente. O objetivo geral é o de auxiliar o indivíduo a fazer mudanças em seus hábitos alimentares, permitindo um controle metabólico adequado. Thompson (2004) afirma tambem que a insulina e os hipoglicemiantes orais também fazem parte do tratamento e devem ser rigorosamente controlados e por fim uma atividade física bem executada e monitorada por profissional qualificado.
É extremamente importante a educação do paciente, o acompanhamento de sua dieta, exercícios físicos, monitoração própria de seus níveis de glicose, com o objetivo de manter os níveis de glicose a longo e curto prazo adequados. Um controle cuidadoso é necessário para reduzir os riscos das complicações a longo prazo.
De fato, quanto melhor o controle, menor será o risco de complicações. Desta maneira, a educação do paciente, entendimento e participação é vital. Os profissionais da saúde que tratam diabetes também tentam conscientizar o paciente a se livrar certos hábitos que sejam prejudiciais a ele, estes incluem o tabagismo, colesterol elevado (controle ou redução da dieta, exercícios e medicações), obesidade (mesmo uma perda modesta de peso pode ser benéfica), pressão sanguínea alta (exercício e medicações, se necessário) e sedentarismo.
Efeitos da atividade física sobre a diabetes mellitus
A atividade física é importante para manutenção de uma vida saudável e prolongada, mas recentemente vem se descobrindo também a importância que ela tem no tratamento de varias doença, principalmente as crônico-degenerativas. A mesma é um dos principais fatores para que o tratamento da diabetes ocorra de maneira efetiva.
O treinamento físico adequado, segundo Powers e Howley (2006) afirmam, proporciona importantes alterações metabólicas, neuroendócrinas e cardiovasculares, contribuindo para a prevenção, redução e reversão das alterações metabólicas nos diabéticos e melhorando a qualidade de vida desses indivíduos. Podemos então destacar, segundo o ACSM (American College of Sports Medicine) e a ADA (American Diabetes Association) (1995), as principais alterações que acontece sobre o organismo dos diabéticos que praticam algum tipo de atividade física constante: Aumento da sensibilidade a insulina, redução a sua dose diária, melhora na cinética e consumo máximo de oxigênio, diminuição das complicações crônicas da diabetes, redução dos fatores de risco associados a doenças cardiovasculares, como a redução da pressão arterial, da freqüência cardíaca e peso corporal alem de aumento da capacidade de oxidar ácidos graxos.
Ao se iniciar uma sessão de atividade física haverá todo um processo de alteração metabólica e hormonal o qual depende da duração e da intensidade do exercício, Negrão e Barreto (2006) explanam que em indivíduos não diabéticos durante a atividade física, a concentração de insulina diminui enquanto as concentrações de glucagon, catecolaminas, cortisol e hormônio de crescimento aumentam. Esse ajuste é fundamental para que o organismo consiga regular de maneira adequada as taxas de mobilização, de distribuição e de utilização de substratos energéticos permitindo que os músculos realizem suas atividades sem que haja perda da homeostase glicêmica.
No diabetes tipo 1, esse ajuste não ocorre dessa forma, ou seja, o nível de insulina que diabético tipo 1 apresenta durante o exercício depende do tipo, da dose, do horário e do local de aplicação da insulina exógena já que insulina endógena não é utilizada pelo corpo. A resposta dos hormônios contra-reguladores da insulina vai depender da integridade da função neuro-hormonal, a qual muitas das vezes estão comprometidas em pacientes diabéticos tipos 1, aliado a esse fatores temos a diminuição da sensibilidade de insulina exógena pelo paciente contribuindo assim pra aumentar ainda mais a variabilidade da sua resposta metabólica à atividade física.
O estado metabólico geral pré-exercício influencia sobremaneira durante e após a atividade, nesses determinados indivíduos. Segundo Powers e Howley (2006) o diabético tipo 1 que se encontra controlado ( glicemia próxima ao normal) apresenta uma diminuição da glicemia rumo aos valores normais durante ao exercício, por outro lado os diabéticos tipo 1 que não vinha injetando quantidades suficientes de insulina antes do exercício apresentaram uma hiperglicemia. Isso deve ao fato de que, o diabético controlado possuía insulina suficiente, de modo que a glicose pôde ser capitada pelo músculo durante a atividade e neutralizar o aumento normal da liberação da glicose hepática decorrente da ação das catecolaminas e do glucagon.
Ao contrario, como Negrão e Barreto (2006) mencionam, o diabético com insulina inadequada tem somente um pequeno aumento na utilização da glicose pelos músculos, mas apresenta o aumento normal da glicose hepática. Isso, com certeza, provoca a elevação da glicemia resultando em complicações graves. Da mesma forma, um diabético insulino-dependende que começa um exercício com excesso de insulina pode vim acarretar complicações graves, pelo fato de que a velocidade com que a glicose plasmática será utilizada pelos músculos irá acelerar, enquanto a liberação da glicose pelo fígado será diminuída causando assim uma hipoglicemia muito perigosa.
Portanto, no diabético tipo 1 em estado de bom controle metabólico, a atividade física é benéfica, pois aumenta a sensibilidade dos tecidos periféricos à ação da insulina, contribuindo para a redução da quantidade de insulina exógena administrada.
Ao contrario do diabético tipo1, cuja vida pode ser mais complica com inicio de um programa de atividade física, o diabético tipo 2, como Powers e Howley (2006) explicam, consegue obter melhor controle glicêmico ao realizar exercício físico com regularidade, sendo o mesmo uma recomendação primaria para o paciente com intuito de auxiliar também no controle da obesidade (muitas das vezes esta associada). Os ajustes metabólicos e hormonais durante exercício no diabético tipo 2 acontecem do mesmo como no individuo controlado, há diminuição da secreção de insulina e aumento dos hormônios contra-reguladores, permitindo o aumento da produção hepática de glicose. Dessa maneira a combinação do exercício e da dieta no diabético tipo 2 pode ser suficiente e eliminar a utilização de insulina e medicação oral.
Alguns estudos, nesse tipo de diabético, observaram a resposta metabólica ao exercício realizado no período pós-prandial, diminuição da concentração sanguínea de glicose, sem hipoglicemia, por um período de ate 5 horas após a realização da atividade. Sendo assim, após a realização de um exercício, os diabéticos apresentam aumento da síntese de glicose para repor o estoque de glicogênio muscular depletado, embora ainda abaixo do apresentado por indivíduos aparentemente saudáveis. Negrão afirma que a melhora na sensibilidade à insulina provocada pelo exercício contribui para aumento da síntese de glicogênio muscular no diabético tipo 2, porém sem normaliza o mecanismo.
Prescrição de exercício físico para o diabético
O programa de exercício físico pra diabéticos obedecem aos mesmos princípios do treinamento para individuo não diabéticos, desde que sejam seguidas recomendações de controle do estado glicêmico e feito o acompanhamento clinico adequado. Antes de tudo o diabético deve realizar uma avaliação clinica para ser diagnosticar e assim ser tratadas possíveis complicações associadas.
A principal preocupação com relação à prescrição de exercício para do diabético tipo 1 é evitar a hipoglicemia (POWERS e HOWLEY, 2006). Isso só ocorre por meio de monitoração rigorosa da glicemia e da dosagem de insulina tanto do paciente quanto do professor de Educação Física, Powers e Howley (2006) também fazem referência algumas recomendações básicas que devem ser seguidas: antes do exercício, se a glicemia estiver abaixo de 80mg/dl, devem se consumidos carboidratos e esperar ela aumenta; se a mesma estiver acima de 250mg/dl não deve ser realizada atividade alguma; não se deve praticar exercício no momento da ação máxima da insulina; a glicose deve ser freqüentemente monitora durante o exercício; durante a recuperação do exercício, devem ser consumidos carboidratos adicionais.
Um programa de treinamento para diabéticos tem como objetivo principal, segundo Negrão e Barreto (2006), aumentar o VO2 máx e deve conter basicamente: atividade aeróbica dinâmica com freqüência alta de 5 a 7 vezes por semana para promover um aumento de sustentado da sensibilidade da insulina e facilitar a perda ou manutenção do peso corpora mas sempre levando em conta o tipo do exercício, horário de realização, à dose de insulina e à dieta, a duração dessa atividade deve em torno de 30 a 40 minutos e com uma freqüência cardíaca entre 50% e 80% da freqüência cardíaca de reserva com uma intensidade de leve a moderada, aumentando progressivamente a mesma. O treinamento com pesos também é recomendado devendo ser trabalhado inicialmente os grandes grupos musculares, não é recomendado um trabalho com longa duração e pesos de alta intensidade.
Glicemia (mg/dl) |
Conduta |
Até 80 |
Não realizar exercício |
80-100 |
Ingerir carboidrato, medir novamente a glicemia |
100-250 |
Realizar exercício |
Acima de 250 |
Não realizar exercício |
Quadro 1. Parâmetros glicêmicos para inicio do exercício (ACSM/ADA)
Cuidados para a prática segura do exercício na presença de complicações crônicas do diabético
Diabéticos portadores de complicações crônicas devem tomar alguns cuidados para realizar exercício físico, dentre eles destacamos alguns: diabéticos com retinopatia devem evitar atividades que elevem a PA ou a realização da manobra de Valsava, diabéticos com nefropatia devem evitar exercícios de alta intensidade pois estes aumentam a proteinúria (perda de proteínas através da urina), diabéticos com neuropatia devem usar palmilhas de silicone, meias de algodão, sem costura, examinar os pés logo após o exercício para verificar se não houve nenhuma lesão, diabéticos com neuropatia autonômica devem evitar a realização de exercícios que exijam mudanças bruscas de posição e em ambientes com temperaturas extremas.
Considerações finais
Com a evolução da tecnologia e a tendência cada vez maior de substituição das atividades ocupacionais que demandam gasto energético por facilidades automatizadas, o ser humano adota cada vez mais a lei do menor esforço reduzindo assim o consumo energético de seu corpo. Essa tendência traz consigo um processo de sedentarização do homem e por conseqüência inúmeros males que são as famosas doenças crônico-degenerativas, dentre elas esta a diabetes.
O diabetes é uma doença que não diagnosticada e tratada previamente pode trazer complicações serias e ate mesmo o óbito do paciente, mas com uma prevenção adequada e um tratamento correto diabético poderá conviver com esse distúrbio em harmonia. O diabete é um dos problemas mais graves de saúde pública, pois responde por 40% das mortes por doenças cardiovasculares. No Brasil ele atinge cerca de 10% das pessoas entre 30 e 69 anos. Mas apenas metade delas sabem que são portadoras do distúrbio o que é um grave problema.
Referências
ACMS. Recomendações do ACSM e American Heart Association para atividade física e saúde pública de adultos 1995. Disponível em: http://www.acsm.org/AM/Template.cfm?Section=home_page&Template=/CM/ContentDisplay.cfm&ContentID=7789. Acesso em: 1 out. 2008.
MAZZAFERI, Enest L. Endocrinologia. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1982
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderno de Atenção Básica: Diabetes Mellitus. Brasília, DF, 2006.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Plano de reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus: hipertensão arterial e diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2001
NEGRÃO, Carlos E; BARRETO, Antonio C. P. Cardiologia do exercício: do atleta ao cardiopata. 2 ed. Barueri, SP: Manole, 2006
PELLANDRA, Lúcia C. e Colaboradores. Grau de conhecimentos sobre diabetes mellitos: Um estudo populacional. Porto Alegre: R. Amerigs, 1989
POWERS, Scott k; HOWLEY, Edward T. Fisiologia do exercício. 6 ed, São Paulo: Manole. 2006
THOMPSON, Paul D. O exercício e cardiologia do esporte. 1 ed. São Paulo: Manole, 2004.
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