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A atividade física adaptada e os seus efeitos na auto-estima

dos deficientes físicos da Associação de Portadores de

Necessidades Especiais de Ministro Andreazza, RO

La actividad física adaptada y sus efectos en la autoestima de las personas con 

discapacidad física de la Asociación de Portadores de Necesidades Especiales de Ministro Andreazza, RO

 

*Acadêmicos **Orientadora
Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal-FACIMED
do curso de Educação Física

(Brasil)

Francielle Souza do Carmo*

Juliano Cesar Pereira Carneiro*
Simone Oliveira Santos**

julianocesar.carneiro@hotmail.com


 

 

 

 

Resumo

          A atenção do Profissional de Educação Física para pessoas com deficiência física é relativamente nova. O objetivo deste estudo foi analisar as alterações da auto-estima dos deficientes físicos da ASPONEMA, Ministro Andreazza/RO, através da aplicação do Teste de Brums, antes e depois da aplicação dos exercícios lúdicos e recreativos. O Presente estudo foi realizado de método quase experimental e descritivo, qualiquantitativo, direto de campo, usando estatística descritiva. A amostra procedeu por conveniência com uma população de adultos e idosos de ambos os sexos, sendo 40% Hemiplégicos, 20% Monoplégico, 20% Paraplégico, 10% Amputado Membro Inferior (esquerdo) e 10% Amputado Membro Superior (esquerdo). A estatística utilizada foi: média, desvio padrão e o teste “t” de Student, onde respeitou o nível de significância de p<=0,05. No pré-teste destacamos três variáveis com altos índices, Tensão, Fadiga e Vigor. Tensão e Fadiga são fatores negativos que acentuam a desmotivação e a baixa estima da população estudada. No pós-teste houve uma queda nas variáveis Tensão, Depressão, Raiva, Fadiga e Confusão Mental e um aumento significativo na variável Vigor. O comparativo do Pré - teste em relação ao Pós - teste, houve uma queda das variáveis negativas enquanto a um aumento súbito na variável positivo Vigor. Em uma análise indica diferenças significativas (p<0,05) nos fatores Tensão, Depressão, Raiva. Enquanto Confusão Mental e Fadiga não houve alterações significativas. Para os deficientes empresários, as estatísticas indicam que não houve diferenças significativas (p<0,05) nos fatores Tensão, Depressão, Raiva, Vigor, Fadiga e Confusão Mental. Aos deficientes físicos aposentados, houve diferenças significativas (p<0,05) nos fatores Tensão, Raiva, Vigor, Fadiga. Em relação à Depressão e Confusão Mental não houve diferenças significativas (p<0,05), o motivo que originou este resultado negativo para Depressão e Confusão mental foi o fator familiar em relação à falta de apoio não obtida dos mesmos. Concluí-se que mesmo na ausência de uma prática regular de exercícios, uma pequena quantidade deste pode gerar benefícios nos níveis de humor dos indivíduos. Assim nos permite afirmar que a atividade física adaptada provoca alterações na auto-estima dos deficientes físicos da ASPONEMA.

          Unitermos: Deficiência física. Auto-estima. Atividades Físicas Adaptadas.

 

Abstract

          The attention of the Professional of Physical Education for people with physical deficiency is relatively new. The objective of this study was to analyze the alterations of auto-esteem of the deficient physicists of the ASPONEMA, Ministro Andreazza/RO, through the application of the Test of Brums, before and after the application of the exercises recreational and leisure. The Present study it was carried through of almost experimental and descriptive, qualiquantitativo , direct method of field, using descriptive statistics. The sample proceeded for convenience with a population from aged adults and from both sexos, being 40% Hemiplégicos, 20% Monoplégico, 20% Paraplégico, 10% Amputated Inferior Member (left) and 10% Amputated Superior Member (left). The eused statística was: average, shunting line standard and test “t” of Student, where =0,05 respected the level of significance of< p. In the daily pay-test we detach three 0 variable with high indices, Tension, Fatigue and Vigor. Tension and Fatigue are negative factors that accent the desmotivação and low the esteem of the studied population. In the after-test it had a fall in the 0 variable Tension, Depression, Anger, Fatigue and Mental Confusion and a significant increase in the changeable Vigor. The comparative degree of the Daily pay - test in relation to the one After - test, had a fall of the negative 0 variable while to a sudden increase in the positive 0 variable Vigor. In an analysis it indicates significant differences (p< 0,05) in the factors Tension, Depression, Anger. While Mental Confusion and Fatigue did not have significant alterations. For the group of deficient entrepreneurs, the statisticians indicate that she did not have significant differences (p< 0,05) in the factors Tension, Depression, Anger, Vigor, Fatigue and Mental Confusion. To the group of Deficient physicists who if had declared pensioners, it had significant differences (p< 0,05) in the factors Tension, Anger, Vigor, Fatigue. In relation to the Depression and Mental Confusion it did not have significant differences (p< 0,05), the reason that originated this negative result for Depression and mental Confusion was the familiar factor in relation to the lack of support not gotten of the same ones. I concluded that exactly in the absence of regular practical one of exercises, a small amount of this can generate benefits in the levels of mood of the individuals. Thus in it allows them to affirm that suitable the physical activity provokes alterations in auto-esteem of the deficient physicists of the ASPONEMA.

          Keywords: Physical deficiency. Auto-esteem. Physical Activities Adapted.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 152, Enero de 2011. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A deficiência física (ou motora) refere-se aos problemas ósteo-musculares ou neurológicos que afetam a estrutura ou a função do corpo, interferindo na motricidade, é caracterizada por um distúrbio da estrutura ou da função do corpo que interfere na movimentação e/ou na locomoção do indivíduo (COSTA, 2004). É a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções (Decreto nº 5.296/04, art. 5º, §1º, I, “a”, c/c Decreto nº 3.298/99, art. 4º, I). Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS – citada em Uma nova concepção de proteção às pessoas portadoras de deficiência - 10% da população mundial, em época de paz, são portadoras de algum tipo de deficiência, assim distribuída: deficiência mental, 5,0%; física, 2,0%; auditiva, 1,5%; visual, 0,5%; múltiplas, 1,0%. A atenção do Profissional de Educação Física para pessoas com deficiência física é relativamente nova, assim como a atenção dada pela sociedade. A atividade física, em níveis variados, tem ajudado portadores de deficiência a adquirir não só maior mobilidade, mas resgatar também sua auto-estima, seu equilíbrio emocional, mesmo deficientes físicos com mobilidade reduzidíssima podem praticar esportes, sob a tutela de Profissionais qualificados.

    A reabilitação buscou na atividade física, novos caminhos para possibilitar a interação dessas pessoas com a sociedade, evidenciando as capacidades residuais dos portadores de deficiência física através do esporte (BOAS, 2003 apud ARAUJO, 1997; FREITAS, 1997). Foi na Primeira Guerra Mundial em que exerceu fator essencial no uso de exercícios terapêuticos e atividades recreativas que auxiliavam na restauração da função (STRAPASSON, 2007 apud ADAMS, 1985). Da ginástica médica à primeira concepção mais clara e consistente de EF Adaptada, adotados na década de 1950, muitos programas foram desenvolvidos com os mais diversos nomes, como EF Corretiva ou Ginástica Corretiva, EF Preventiva, EF Ortopédica, EF Reabilitativa e EF Terapêutica. (COSTA, 2005). Mudanças de nomenclatura refletem a constante preocupação de profissionais e pesquisadores em atribuir uma identidade atualizada e devidamente contextualizada à EF Adaptada. Em várias pesquisas realizadas tem-se demonstrado que sessões agudas de atividades físicas promovem uma melhoria no estado de humor, como a diminuição de tensão/ansiedade, depressão e raiva e aumentos no vigor que podem durar horas após os exercícios e que a repetição destes efeitos em longo prazo traria efeitos positivos para a saúde (WERNECK, 2006).

    Segundo Stein Berg, (1994) A prática de atividades físicas proporciona o bem-estar físico e psicológico em todas as pessoas, portadores ou não de deficiência. Este pesquisador também comprovou que as práticas de exercícios físicos para portadores de lesão medular poliomielite e doença neuromuscular progressiva são benéficas para o físico destas pessoas. No caso do lesionado medular há menor incidência de complicações urinárias, úlceras de pressão e doenças cardíacas. A Educação Física Adaptada é uma área do conhecimento em educação física e esportes que tem por objetivo privilegiar uma população caracterizada como portadora de deficiência ou de necessidades especiais, e desenvolve-se através de atividades psicomotoras, esporte pedagógico, recreação e lazer especial, e técnicas de orientação e locomoção. (BORGES, 2006 apud ROSADAS 1994). A grande impulsão das práticas de atividades físicas para deficiente ocorreu com as melhoras do quadro motivacional do deficiente, referente à parte que se relaciona com a psicológica e também no aspecto motor relacionando a saúde do corpo, quando falamos em atividades físicas. O propósito de um programa de educação física adaptada, segundo Winnick (2004), visa estabelecer uma direção, um rumo, devendo ser coerente com objetivos definidos, sendo adequados ao desenvolvimento como um todo, tendo como finalidade melhorar a auto-estima e a auto-realização.

    Entende-se que a prática de atividades físicas, dispõe as pessoas com deficiência física a uma forma para redescobrir a vida ampla, pois alguns autores estudam a prevenção das enfermidades secundárias à deficiência e a promoção da integração social, levando o indivíduo a descobrir que é possível, apesar das limitações físicas, terem uma vida normal e saudável. Neste contexto, o objetivo do presente estudo foi descrever os efeitos da prática da atividade física adaptada na auto-estima dos deficientes físicos da Associação de Portadores de Necessidades Especiais de Ministro Andreazza – ASPONEMA, através de análise de seu estado de humor.

2.     Materiais e método

    O Presente estudo foi realizado de método quase experimental e descritivo, com estudo qualiquantitativo, sendo direto de campo, usando estatística descritiva. Com o intuito de registrar e analisar dados referentes às alterações da auto-estima dos deficientes físicos da Associação de Portadores de Necessidades Especiais de Ministro Andreazza – ASPONEMA, através de análise de seu estado de humor. A finalidade deste tipo de estudo é descrever fatos ou fenômenos sem manipulá-los, procurando descobrir com precisão a freqüência em que um fenômeno ocorre e sua relação com outros fatores, obtendo uma nova percepção ao seu respeito, descobrindo assim novas idéias em relação ao objeto de estudo. A amostra procedeu por conveniência de acordo com os pesquisadores e contou com uma população de 10 indivíduos com Deficiência Física associados à ASPONEMA - Ministro Andreazza/RO, entre, adultos e idosos de ambos os sexos, sendo 40% Hemiplégicos, 20% Monoplégico, 20% Paraplégico (Cadeirantes), 10% Amputado Membro Inferior e 10% Amputado Membro Superior, a idade variou entre 35 a 70 anos. Foi aplicado teste de Brums em versão ajustada sob a supervisão do psicólogo Drº Juares Fernades Azevedo responsável pelo setor da ASPONEMA, o instrumento original foi submetido à tradução para o português e à tradução reversa da versão conseguida para o inglês (back translation) por dois tradutores especializados e independentes. A versão ajustada após a tradução reversa foi avaliada por dois especialistas bilíngües da área da psicologia que, após consenso, definiram a versão em português, (ROHLFS 2006).

    Após a explanação dos objetivos do estudo, todos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. A aplicação do Brums foi efetuada antes e depois de uma série de exercícios recreativos e lúdicos leves e adaptados para o tipo de deficiência física de cada individuo, respeitando a individualidade biológica de cada pesquisado. Foram submetidos a um questionário com 24 itens da escala de Brums que compõem as seis subescalas: Raiva, Confusão, Depressão, Fadiga, Tensão e Vigor. Cada subescala contém quatro itens, com a soma das respostas de cada subescala, obtém-se um escore que pode variar de 0 a 16. Tendo sido respondidas a todas as palavras que pertencem às variáveis de uma amostra, esse número de variáveis torna-se um conjunto de itens de uma escala de avaliação (raiva, fadiga, vigor, depressão, tensão, confusão mental). Utiliza-se o valor de cada item com base no escore do teste e, finalmente, o resultado é representado em um gráfico, caracterizando – se o estado emocional atual do aplicando. Todas as normas foram geradas de uma coleta de dados originada da pergunta que teve como forma “Como você se sente agora?” e podem não ser aplicáveis a dados coletados usando outras formas.

    Os avaliados foram mantidos em um grupo composto por deficientes físicos da associação ASPONEMA, onde foi realizada uma série de exercícios recreativos e lúdicos leves e adaptados. Foram 10 aulas com duração de 00: 30 min., onde verificamos e analisamos se ocorreram alterações no estado de humor definidos por um pré-teste e pós-teste. Para a Análise Estatística foi utilizado, média e desvio padrão, utilizando o programa Excel da Microsoft e para a comparação dos testes, será utilizado o teste “t” de Student, onde respeitará o nível de significância de p<=0,05.

3.     Discussão e resultados

    Em análise de resultados verificamos que a média de idade dos pesquisados é de 49,7 e o desvio padrão é de 10,9 anos. Em relação ao sexo, a faixa etária média de idade das mulheres é de 45,7 e desvio padrão 8,1 anos, a média masculina é de 51,4 e o desvio padrão 12,04 anos. Dos participantes 70% se declararam aposentados e 30% empresários, os participantes declararam ser sedentários. Em relação ao estudo, a auto estima é um juízo de valor, que se expressa mediante as atitudes que um indivíduo mantém em face de si mesmo (GOBITTA, 2002 apud COOPERSMITH, 1967). Relaciona cinco razões para justificar as necessidades de um enfoque cientifico para o estudo da auto-estima: 1) é um construto muito mais complexo do que pode parecer, pois esta fortemente associada com outros aspectos da personalidade; 2) esta relacionada à saúde mental; 3) a sua carência se relacionar com certos fenômenos mentais negativos como depressão e suicídio; 4) é um conceito relevante as Ciências Sociais e da Saúde; 5) elevada relevância social obtida atualmente (GOBITTA, 2002 apud MRUCK, 1998). Com essas afirmações analisamos as alterações da auto-estima dos deficientes físicos da ASPONEMA, através da prática de atividades físicas recreativas e lúdicas adaptada. O estudo mostrou aspectos da personalidade através das variáveis do teste de Brums (Tensão, Depressão, Raiva, Vigor, Fadiga E Confusão Mental) as alterações possíveis observadas, no pré - teste e no pós – teste.

    O gráfico abaixo relaciona as variáveis de estado de humor através de um pré teste, cada uma é pontuada de 0 a 16 pontos para níveis de análise da auto estima. Observamos que a Tensão equivale a 6,2 pontos, Depressão 4,3 pontos, Raiva 5,2 pontos, Vigor 7,3 pontos, Fadiga 6,5 pontos e Confusão Mental 2,9 pontos. Destacamos que as 03 variáveis mais acentuadas equivale a índices altos estão relacionados a Tensão, Fadiga e Vigor. Tensão e Fadiga são fatores negativos que acentuam a desmotivação e a baixa estima da população estudada ao contrário de Vigor que é a unica variavel positiva do teste de Brums. Segundo Rohlfs (2006), o fator Tensão: refere-se à alta tensão músculo-esquelético, que pode não ser observada diretamente ou por meio de manifestações psicomotoras como agitação, Nervosismo e inquietação. A variavel Vigor no pré teste que teve um pico de 7,3 pontos de 16 possiveis, com um percentual de 45,63% e relacionado a Tensão com um percentual 38,75% e a Fadiga de 40,62%, verificamos através da aproximidade dos resultados uma baixa estima e estes fatores negativos foram observados no relacionamento familiar, no desapontamento em relação ao seu estado fisico e as impossibilidades que a deficiência fisica lhes proporciona, segundo os pesquisados.

Figura 1. Questionário de Brums sobre o estado de humor realizado antes da aplicação de atividades recreativas e lúdicas para análise da auto-estima.

Fonte: ASPONEMA. Data: Maio/2010

    Observamos na figura nº2 uma queda nas variaveis negativas de Tensão 3,8 pontos, depressão 2,6 pontos, Raiva 2,5 pontos, Fadiga 5,0 pontos e Confusão Mental 2,2 pontos e um aumento significativo na varivel Vigor 11 pontos. Para Rohlfs (2006), a Depressão representa um estado onde a inadequação pessoal se faz presente, indicando humor deprimido e não depressão clínica. Representa sentimentos como autovalorização negativa, isolamento emocional, tristeza, dificuldade em adaptação, depreciação ou auto-imagem negativa e baixa estima. Este decrécimo nas variaveis negativas (Tensão, Depressão, Raiva, Fadiga e Confusão Mental) acentua a motivação e a auto estima dos deficientes fisicos da ASPONEMA, através do alto indice da variavel positiva (Vigor). O fator Vigor se caracteriza como estados de energia, animação e atividade, elementos essenciais para o bom rendimento de um indivíduo, já que indica um aspecto humoral positivo. Caracterizado por sentimentos de excitação, disposição e energia física, e é relacionado a outros fatores de forma inversa (ROHLFS, 2006).

Figura 2. Questionário de Brums sobre estado de humor realizado após aplicação das atividades recreativas e lúdicas para análise de auto-estima.

Fonte: ASPONEMA. Data: Junho/2010

    Abaixo está o comparativo entre o pré - teste e o pós - teste realizado com os Deficientes Físicos da ASPONEMA. No gráfico comparativo de Pré - teste em relação ao Pós - teste, podemos observar que houve uma queda das variáveis negativas enquanto a um aumento súbito na variável positiva Vigor. Os benefícios gerados pela prática do exercício encontram-se muito difundidos por profissionais da área da saúde, meios de comunicação e pesquisadores, denotando a importância social e acadêmica do tema. (WERNECK, 2006).

Figura 3. Questionário de Brums de estado de humor realizado Antes e Após a aplicação das atividades recreativas e lúdicas para análise de auto-estima.

Fonte: ASPONEMA. Data: Junho/2010

    A tabela 1 abaixo apresenta as médias do pré - teste e pós - teste para Tensão: média pré - teste, 6,2 e desvio padrão 3,7 e pós- teste, média 3,8 e desvio padrão 3,0 e nível de significância (p=0, 004); Depressão: pré - teste, média 4,3 e desvio padrão 3,8 e pós - teste, média 2,6 e desvio padrão 2,5 e nível de significância (p=0,019); Raiva: média pré - teste 5,2 e desvio padrão 4,6 e pós - teste, média 2,5, desvio padrão 1,9 e nível de significância (p=0,035); Vigor: pré - teste, média 7,3, desvio padrão 2,9 e pós - teste, média 11, desvio padrão 2,4 e nível de significância (p=0,00); Fadiga: pré - teste média, 6,5 e desvio padrão 4 e pós - teste média 5, desvio padrão 2,3 e nível de significância (p=0,22); Confusão Mental: pré- teste media 2,9 desvio padrão 2,7 e pós- teste media 2,2 desvio padrão 2,3 e nível de significância (p=0,24). Em uma análise das atividades recreativas e lúdicas realizadas de forma leve, indica diferenças significativas (p<0,05) nos fatores Tensão, Depressão, Raiva. Nos exercícios leves, diminuíram significativamente, enquanto Confusão Mental e Fadiga não houve alterações significativas. De acordo com Thayer apud Werneck (2006), de todas as técnicas comportamentais usadas para a regulação do humor, o exercício mostrou-se mais efetivo na alteração de um mau humor, a quarta mais bem sucedida no aumento da energia e a terceira na redução da tensão. Por isso, o exercício tem sido proposto como uma alternativa no tratamento e na prevenção de distúrbios psicológicos e na melhoria do estado de humor.

Tabela 1. Estados de Humor dos Deficientes Físicos antes e após aplicação de atividades físicas recreativas e lúdicas.

DP= Desvio Padrão

* Diferença estatisticamente significativa ao nível de p<0,05.

    A tabela 2 apresenta as médias do pré - teste e pós - teste em relação ao grupo de 30% dos Deficientes Físicos que declararam ser empresários. Tensão: média pré- teste, 6,7 e desvio padrão 4,6 e pós- teste, média 4 e desvio padrão 2,6 e nível de significância (p= 0,16); Depressão: pré- teste média 2,7 e desvio padrão 3,1 e pós -teste, media 1,3 e desvio padrão 2,3 e nível de significância (p=0,18); Raiva: média pré- teste 3,3 e desvio padrão 4,2 e pós- teste, média 1, desvio padrão 1 e nível de significância (p=0,42); Vigor: pré- teste média 9,3, desvio padrão 2,1 e pós - teste, média 11,67, desvio padrão 1,5 e nível de significância, (p=0,27); Fadiga: pré - teste média 6,7 e desvio padrão 5,5 e pós -teste média 3,7, desvio padrão 3,2 e nível de significância (p=0,19); Confusão Mental: pré -teste media 1,7 desvio padrão 2,9 e pós- teste media 1,3 desvio padrão 2,3 e nível de significância (p=0,10). Em uma análise das atividades recreativas e lúdicas realizadas de forma leve neste grupo, as estatísticas indicam que não houve diferenças significativas (p<0,05) nos fatores Tensão, Depressão, Raiva, Vigor, Fadiga e Confusão Mental. O motivo que originou este resultado é fato deste grupo levar uma vida normal independente de suas impossibilidades, todos declararam ser empresários. Para Cramer, Nieman & Lee, (1991) apud Werneck, (2006), não encontraram mudanças no estado de humor em indivíduos ativos após treinamento, enfatizando que os sujeitos já possuíam um humor positivo. Outros estudos corroboram com este resultado, no qual o benefício é maior nos sujeitos com estado de humor negativo (WERNECK, 2006 apud RAFT LANE & LOVEJOY, 2001).

Tabela 2. Estados de Humor dos Deficientes Físicos antes e após aplicação de atividades físicas recreativas e lúdicas nos Deficientes Físicos que se declararam Ativos.

DP= Desvio Padrão

* Não houve diferença significativa ao nível de p<0,05.

    A tabela 3 apresenta as médias do pré- teste e pós - teste em relação ao grupo de 70% dos Deficientes Físicos que declararam ser aposentados e não praticar nenhum tipo de exercício físico. Tensão: média pré - teste, 6 e desvio padrão 3,7 e pós - teste, média 3,7 e desvio padrão 3,3 e nível de significância (p= 0,03); Depressão: pré- teste média 5 e desvio padrão 4,1 e pós- teste, media 3,1 e desvio padrão 2,6 e nível de significância (p=0,07); Raiva: média pré- teste 6 e desvio padrão 4,9 e pós- teste, média 3,1, desvio padrão 1,9 e nível de significância (p=0,04); Vigor: pré- teste média 6,4, desvio padrão 2,9 e pós- teste, média 10,7, desvio padrão 2,8 e nível de significância (p=0,04); Fadiga: pré -teste média 6,4 e desvio padrão 3,7 e pós- teste média 5,6, desvio padrão 1,7 e nível de significância (p=0,03); Confusão Mental: pré-teste media 3,4 desvio padrão 2,6 e pós-teste media 2,6 desvio padrão 2,4 e nível de significância (p=0,09).

Tabela 3. Estados de Humor dos Deficientes Físicos antes e após aplicação de atividades físicas recreativas e lúdicas nos Deficientes Físicos Aposentados da ASPONEMA.

DP= Desvio Padrão

* Diferença estatisticamente significativa ao nível de p<0,05

    Em uma análise das atividades recreativas e lúdicas realizadas de forma leve neste grupo, as estatísticas indicam que houve diferenças significativas (p<0,05) nos fatores Tensão, Raiva, Vigor, Fadiga. Em relação à Depressão e Confusão Mental não houve diferenças significativas (p<0,05), o motivo que originou este resultado negativo para Depressão e Confusão mental foi o fator familiar em relação à falta de apoio não obtida dos mesmos, segundo os pesquisados. Segundo Stewart, (2004) apud Werneck, (2006) Conclui-se que mesmo na ausência de uma prática regular de exercícios, uma pequena quantidade deste pode gerar benefícios nos níveis de humor dos indivíduos.

4.     Conclusão

    Com base nos dados deste estudo, houve uma aproximidades das variáveis negativas que acentua a desmotivação e a baixa estima. Os fatores negativos estão relacionados ao relacionamento familiar, no desapontamento em relação ao seu estado físico e as impossibilidades que a deficiência física lhes proporciona, através da não adaptação do seu novo modo de vida. No pós-teste, houve queda nas variáveis negativas e um aumento significativo na variável positiva, fazendo com que ocorram alterações no estado de humor e em conseqüência alterações na auto estima dos deficientes físicos. Em relação aos resultados dos deficientes físicos aposentados, houve uma queda das variáveis negativas com um aumento na variável positiva, onde ocorreram alterações em seu estado de humor decorrente de um aumento da auto estima após aplicação de exercícios físicos recreativos e lúdicos. Já em relação aos deficientes físicos ativos não ocorreram mudanças significativas no estado de Humor e em decorrência deste resultado não houve alterações na auto estima. Concluí-se que mesmo na ausência de uma prática regular de exercícios, uma pequena quantidade deste pode gerar benefícios nos níveis de humor dos indivíduos. Assim nos permite afirmar que as atividades físicas adaptada com exercícios recreativos e lúdicos, provocam alterações na auto-estima dos deficientes físicos da ASPONEMA, Associação de Portadores de Necessidades Especiais de Ministro Andreazza-Ro.

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