Comparação entre as medidas direta e indireta do VO 2PICO em corredores de longa distânciaComparación entre las medidas directa e indirecta de VO 2PICO corredores de larga distanciaComparison between the measures direct and indirect of the VO 2peak in long distance runners |
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Centro Universitário Vila Velha – UVV (Brasil) |
Diogo Grativol Venturi Miguel Ângelo Alves dos Santos |
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Resumo O consumo de oxigênio de pico (VO2pico) vem sendo muito utilizado no treinamento de corrida como parâmetro de prescrição de intensidade e de avaliação do desempenho. O objetivo desse estudo foi comparar VO2pico obtido pela ergoespirometria com os testes de campo 12 minutos (t12), 2400m (t2400) e 3200m (t3200) em corredores de longa distância. O estudo contou com uma amostra de nove corredores do sexo masculino, com experiência em corridas de longa distancia a mais de três anos e idade média de 34,4 ± 9,9 anos. Foram aplicados quatro testes de esforço para determinar o VO2pico: o teste cardiopulmonar (TCP) na esteira ergométrica utilizando o protocolo progressivo máximo, seguido dos testes de campo (t12, t2400 e t3200) realizados de forma aleatória com intervalo mínimo de 48 h entre eles. Para comparação dos dados foi utilizada a análise de variância (Anova), seguida do teste post hoc de Tukey. Para observar associações das variáveis estudadas foi utilizada a correlação linear de Pearson. Foi utilizado o nível de significância de p < 0,05. Não foi observada diferença significativa quando comparamos os valores de VO2pico do TCP com os dos testes de campo, entretanto o VO2pico no t2400 foi significativa menor do que o VO2pico encontrado nos testes t12 e t3200 (D% = - 8,8%, p = 3,14792). Diante dos dados obtidos pode-se concluir que os testes de t12, t2400 e t3200 apresentam boa precisão para determinar o VO2pico na amostra estudada (TCP versus 2400 m r =0,97; TCP versus 12 min r=0,96; TCP versus 3200 m r=0,93). Unitermos: Consumo de oxigênio. Resistência física. Corrida.
Abstract The peak oxygen uptake (VO2peak) has commonly been used in running training as a parameter of intensity prescription and performance evaluation. The purpose of this study was to verify the accuracy of 12 min track test (t12), 2400m (t2400) e 3200m (t3200) to set the VO2peak of long distance runners. The study involved a sample of nine male runners mean 34,4 ± 9,9 years, experienced in long distance running for more than three years performed. We applied four stress tests to determine VO2peak: the cardiopulmonary test (CPT) in treadmill using the maximal progressive protocol, followed by field tests (t12, T2400 and T3200) performed randomly with a minimum interval of 48 h between them. The statistical comparisons were performed on analysis of variance (ANOVA), by Tukey post hoc analysis. To observe associations of the variables we used Pearson correlation. We used the significance level of p <0.05. There was no significant difference when comparing the values of VO2peak of CPT with the field tests, however VO2peak obtained through the T2400 with the significant difference in the tests VO2peak t12 and T3200 (D% = - 8,8%, p= 3.14792). Considering the available data we can conclude that the tests t12, T2400 and T3200 have good accuracy to determine VO2peak for this sample (CPT versus 2400 m r =0,97; CPT versus 12 min r=0,96; CPT versus 3200 m r=0,93) Keywords: Oxygen uptake. Physical endurance. Running.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 151, Diciembre de 2010. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O consumo pico de oxigênio (VO2pico) tem sido descrito como um dos principais parâmetros fisiológicos associados ao desempenho em provas de longa duração1,2, pois ele representa a mais alta captação de oxigênio alcançado por um indivíduo, respirando ar atmosférico ao nível do mar. O VO2pico apresenta boa associação (r = 0,78) com o desempenho atlético em provas de longa duração3.
Uma vez determinado o VO2pico, esse parâmetro pode apresentar inúmeras aplicações práticas, dentre as quais destaca-se a possibilidade de avaliar o nível de aptidão dos indivíduos que, além de ser utilizado como parâmetro de prescrição do exercício (%VO2pico), pode servir para avaliar os efeitos do treinamento, além de permitir o diagnóstico de limitações cardiovasculares e/ou respiratórias severas4,5. Existe consenso na literatura sobre o fato de o VO2pico ser o índice fisiológico que melhor descreve a capacidade funcional dos sistemas cardiovascular e respiratório. VO2pico representa a capacidade máxima de integração do organismo em captar, transportar e utilizar o oxigênio para a produção aeróbia de energia6,7.
O teste Cardiopulmonar ou Ergoespirometria é o método direto para mensuração da capacidade cardiorrespiratória e metabólica, uma vez que possibilita avaliar, de maneira precisa a medida do VO2pico, e da determinação dos limiares ventilatórios: limiar anaeróbico (LA) e o ponto de compensação respiratória (PCR). Porém seu alto custo, necessidade de pessoal especializado, dificuldade de aplicação em grandes grupos, somam os pontos negativos desse tipo de teste8. Diante disso, os testes de campo surgem como alternativas para mensurar o VO2pico, destacam-se aqueles que utilizam modelos matemáticos a partir da relação distância-tempo em testes de desempenho realizados em corrida9.
Os testes de campo são utilizados por corredores de longa distancia para medir indiretamente o VO2pico, devido a sua simplicidade e aplicabilidade a um grande número de indivíduos simultaneamente9,10. Entretanto, existe grande controvérsia em relação a precisão desses teste para mensurar o VO2pico. Segundo Speck et al.10 o t12 superestimam o VO2máx em quase 20% comparado a medida direta do VO2máx pelo teste cardiopulmonar, em amostra de 29 homens ativos com idade entre 23 a 29 anos. Lima et al.11 verificou a existência de correlação entre os testes de medida direta e indireta do VO2pico, em jogadores de futsal. Os valores de VO2pico obtidos no teste de medida direta não apresentaram diferenças significativas em relação à medida indireta (62,8 ± 10,1 vs. 58,5 ± 8,5 ml.-1kg-1.min-1, respectivamente). Quando correlacionados os valores de VO2máx obtidos em ambos os testes, observou-se forte correlação (r = 0,72).
Essa diferença entre o VO2pico medido diretamente e indiretamente, por meio de regressão, pode ser devido aos seguintes fatores: a) a estimativa do VO2pico, na maioria das vezes leva em consideração a potência máxima atingida no teste de campo. Acontece, porém, que nem sempre o teste de campo é interrompido em carga máxima de exercício, o que acaba distorcendo ainda mais a precisão da medida do VO2pico; b) ao erro padrão existente nas medidas indiretas, conforme o teste de campo aplicado; c) muitas dessas equações são específicas para grupos predeterminados (p. ex.: homens brancos sedentários, mulheres negras atletas)12.
Devido as controvérsias existentes na literatura a cerca da precisão dos testes de campo como medida do VO2pico para corredores de longa distancia. O objetivo desse estudo foi comparar VO2pico obtido pela ergoespirometria com os testes de campo 12 minutos (t12), 2400m (t2400) e 3200m (t3200) em corredores de longa distancia.
Metodologia
Neste estudo usaremos o termo VO2pico (maior valor de VO2 encontrado nos testes) devido a ausência da utilização dos critérios: platô no VO2 (aumento ≤ 150ml*min-1 ou 2ml*kg-1*min-1), FCmáx atingida ≥ 90% da máxima prevista, Borg ≥ 18 e R ≥ 1,1 1.
Para analisar a precisão dos t12, t2400 e t3200 de mensurar o VO2pico em corredores de longa distancia foi realizado o seguinte desenho experimental:
1º passo: Teste Cardiopulmonar com objetivo de medir o VO2pico.
2º passo: Realização dos testes t12, t2400 e t3200 de forma aleatória e intervalo mínimo de 48h entre eles.
3º passo: Comparação entre os valores do VO2pico medido diretamente e indiretamente.
Amostra
Para esse estudo foram selecionados de forma intencional nove corredores do gênero masculino, com experiência em corrida de longa distancia maior que três anos. Cada voluntário foi informado dos procedimentos do experimento e suas implicações, tendo o mesmo assinado um termo de consentimento para a participação no estudo. Para a entrada no estudo os voluntários foram submetidos a uma entrevista e uma avaliação médica visando determinar condições físicas adequadas para realização dos testes e aderência ao protocolo experimental, e só foram incluídos corredores com um VO2pico > 50 mlO2(kg.min)-1. Foram excluídos indivíduos em uso crônico de qualquer medicação e treinamento sem periodização. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa, segundo regulamento 169/1996 do Conselho Nacional de Saúde.
Avaliação funcional
Na avaliação clínica foram obtidos os dados de pressão arterial e freqüência cardíaca de repouso com aparelho oscilométrico (Omron Mod HEM 705 CP), massa corporal (MC) com balança digital (Plenna com precisão de 0,1 kg), estatura com estadiômetro (Sanny, precisão de 0,01 m) e espessura de quatro dobras cutâneas (triciptal, sub-escapular, supra ilíaca e panturrilha media) com plicômetro científico (Cescorf, precisão de 0,01 mm). Foram utilizadas as equações de regressões de Petroski para cálculo da densidade corporal e de Siri para calcular o % de gordura13. Todas as mensurações antropométricas seguiram o prescrito no International Standards for Anthropometric Assessment (2006)14.
Os testes de avaliação física e as sessões de exercício aeróbico foram realizados em sala climatizada com temperatura entre 20° a 23 ˚C e umidade relativa do ar entre 60% a 65%. Os voluntários foram orientados a se apresentarem nos testes descansados, alimentados, hidratados e a não realizarem esforço intenso nas últimas 48h. Os testes de avaliação funcional foram realizados sempre no mesmo local e horário do dia (14h às 18h). Para a obtenção dos dados ergoespirométricos foi utilizado o protocolo progressivo máximo com velocidade inicial foi 12 km.h-1 (1% de inclinação), com incrementos de 1 km.h-1 a cada 3 minutos até à exaustão voluntária em esteira ergométrica (Super ATL – INBRASPORT, Brasil), A inclinação da esteira mantida constante em 1% durante o protocolo representa melhor o custo energético da corrida em ambientes abertos15,16. As variáveis cardiorrespiratória (VO2), Produção de Dióxido de Carbono (VCO2) e Ventilação Pulmonar (VE) foram medidas usando um analisador de gases (Aerosport – VO2000, acoplado ao sistema computadorizado, Ergo PC Elite ® versão 2.0). Os dados foram coletados a cada ciclo respiratório e depois transformados para uma média de 10 s. A Freqüência Cardíaca (FC) foi monitorada por freqüencímetro (Polar – A1). Antes de cada teste, os sistemas de análise do O2 e CO2 foram calibrados usando o ar ambiente como referência. O VO2pico foi considerado como o valor obtido no pico do exercício calculado em médias de 10 s. A FC obtida no pico do exercício foi considerada com Freqüência Cardíaca Máxima (FCmáx).
Protocolo de campo
Todos os protocolos de campo foram executados na pista de carvão de 400m da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Foram realizados os testes t12, t2400 e t3200 de forma randomizada com um intervalo mínimo entre eles de 48h. No t12 os atletas foram orientados a percorrer a maior distância nesse tempo, e nos testes t2400 e t3200 a percorrem essas distâncias no menor tempo possível. Durante os testes foi analisado a FC a cada volta e a maior freqüência foi considerada como FCmáx. Os teste foram realizados sempre nos mesmos horários e com as mesmas instruções pré-teste. As regressões utilizadas para calcular o VO2pico encontram-se no quadro 1:
Quadro 1. Equações utilizadas para calcular VO2pico
Análise dos dados
Para verificar diferença significativa entre os valores do VO2pico, foi utilizada análise de variância (Anova) seguida do teste post hoc de Tukey. Para observar associações das variáveis estudadas foi utilizada a correlação linear de Pearson. Foi estabelecido um nível de significância de p < 0,05. Os dados obtidos dessa análise são apresentados com média ± desvio padrão.
Resultados
a. Características físicas dos voluntários e as respostas cardiorrespiratórias e metabólicas mensuradas durante o teste ergoespirométrico.
Na tabela 1 encontram-se as características físicas dos voluntários. O percentual de gordura foi de 12,3 ± 1,7% para os corredores. Os valores médios para idade, MC e estatura foram 34,4 ± 9,9 anos, 66,2 ± 7,3 kg e 173,1 ± 6,0 cm, respectivamente. O grupo obteve um VO2pico de 61,67 ± 5,9 ml (kg.min)-1, FCmáx de 183,1 ± 10,5 bpm e quociente respiratório máximo (Rmáx) atingido no momento da exaustão de 1,2 ± 0,1.
Tabela 1. Características físicas dos voluntários
Os dados são fornecidos como média ± desvio padrão.
b. Comparação entre a FCmáx obtida no teste cardiopulmonar e nos testes de campo
Não houve diferença significativa (p < 0,05) entre a FCmáx obtida no teste cardiopulmonar e nos testes de campo: t2400, t12 e t3200 (tabela 2).
Tabela 2. Comparação entre a FCmáx obtida no teste cardiopulmonar e nos testes de campo
Os dados são fornecidos como média ± desvio padrão. Onde: TCP = teste cardiopulmonar; T2400 = teste de 2400m;
T12 = teste de 12 min; T3200 = teste de 3200m. (* p < 0,05) Anova de uma via seguida de teste post hoc de Tukey.
A correlação entre os valores da FCmáx obtida entre os testes TCP e os testes T12, T2400 e T3200 foi excelente (tabela 3).
Tabela 3. Correlação entre a FCmáx obtida no teste cardiopulmonar e nos testes de campo
Onde: TCP = teste cardiopulmonar; T2400 = teste de 2400m; T12 = teste de 12 min; T3200 = teste de 3200m; r= Correlação de Pearson
c. Comparação entre a VO2pico medido no teste cardiopulmonar e nos testes de campo
A comparação entre o VO2pico medido no teste cardiopulmonar e nos testes de campo encontra-se na tabela 4. Após o teste post hoc de Tukey não foi observada diferença significativa entre os testes de campo e o teste TCP. O t2400 foi -6,6% diferente, t12 foi +2,2% diferente e t3200 +2,6% diferente que o TCP. Somente foi observada diferença significativa -8,8% entre o t2400 e os testes t12 e t3200 (p < 0,05). A correlação entre os valores da VO2pico foi excelente. (tabela 5).
Tabela 4. Comparação entre o VO2pico medido no teste cardiopulmonar e nos testes de campo
ap<0,05 (diferença entre TCP e 2400); bp<0,05 (diferença entre TCP e 12 minutos); cp<0,05 (diferença entre TCP e 3200); dp<0,05 (diferença entre12 minutos e 2400); ep<0,05 (diferença entre12 minutos e 3200; fp<0,05 (diferença entre 2400 e 3200). (*)p<0,05 (Anova de uma via seguida de teste post hoc de Tukey).
Tabela 5. Correlação entre o VO2pico medido no teste cardiopulmonar e nos testes de campo
Onde: TCP = teste cardiopulmonar; T2400 = teste de 2400m; T12 = teste de 12 min; T3200 = teste de 3200m; r= Correlação de Pearson
Discussão
As características físicas dos voluntários apresentados na tabela 1 corrobora com as apresentadas em outros estudos envolvendo corredores16-20. O VO2pico apresentado encontra consonância com outros estudos16,17,18,20, demonstrando um perfil de excelente condicionamento aeróbico entre os corredores de longa distância.
Ao comparamos a FCmáx obtida nos testes de campo e no teste cardiopulmonar não observamos diferença significativa, apresentando também boa correlação assim como nos achados em outros estudos21,22,23, demonstrando intensidade de esforço semelhante em ambos os testes. Entretanto os testes de campo selecionados são sub-máximos e foram comparados com o TCP maximo. Essa boa correlação pode ser atribuída ao fato de que o treinamento aeróbio desloca os índices limítrofes do domínio de intensidade do exercício em direção ao VO2pico, sugerindo que indivíduos treinados tem uma maior habilidade em sustentar altos níveis de esforço24,25,26, fazendo com que os indivíduos estudados conseguissem manter durante a maior parte do teste de campo uma intensidade semelhante ao do TCP.
A boa correlação encontrada em nosso estudo entre o VO2pico obtido nos testes de campo e no teste cardiopulmonar corrobora com as encontradas em outros estudos11,21,23,27,28, Grant27 em seu estudo observou uma correlação de (r=0,92) entre o teste de Cooper 12 minutos e o teste cardiopulmonar, sua amostra apresentava uma media de VO2pico de 60,6 ml.kg-1.min-1. Cooper28 ao avaliar 115 indivíduos da Força Aérea Americana, com variação de VO2pico 31 a 59 ml.kg-1.min-1, constatou uma correlação de (r=0,90) entre seu teste de 12 minutos e a medida cardiopulmonar. Lima et al.11 observaram boa correlação (r = 0,72) entre o teste de campo de 3200 e o teste cardiopulmonar, contaram nesse estudo com uma amostra de jogadores de futsal com V2pico 62,8 ml.kg-1.min-1. Assim como nesses trabalhos nossa amostra também contava com um alto valor de VO2pico 61,67 ml.kg-1.min-1.
Entretanto Speck et al.10 constatou em seu estudo que o teste de 12 minutos superestima em quase 20% o VO2pico obtido de forma direta, a população estuda apresentava um VO2pico 49 ml.kg-1.min-1. Costa et al 29 observou que o teste de 12 minutos subestimava o VO2pico em 14,7% quando comparado com o teste cardiopulmonar, esse estudo contava com uma amostra de 11 jovens sedentários com media de VO2pico 43,18 ml.kg-1.min-1.
Entre os estudos citados podemos observar que os trabalhos que relacionam boa correlação entre esses testes de campo e o TCP apresentam em sua amostra indivíduos com um alto valor VO2pico em media acima de 60 ml.kg-1.min-1 e os que relatam baixa correlação estudaram indivíduos com um moderado valor VO2pico em media menor do 50 ml.kg-1.min-1. Essas variações das amostras estudadas podem ter sido determinante para a correlação entre os testes de campo e o TCP, uma vez que indivíduos muito bem condicionados possuem maior habilidade em sustentar esforços de alta intensidade24,25,26, e se esses indivíduos já possuem familiarização com o tipo de exercício realizado no teste, pode também contribuir para a motivação durante o teste, influenciando no resultado final. Esses dados sugerem que a precisão desses testes de campo está relacionada ao nível de condicionamento da amostra, demonstrando assim boa precisão para corredores treinados em longa distância.
Observamos uma diferença significativa entre o VO2pico obtido no teste de t2400 com os de t3200 e t12 (-8,8%), e com a medida direta (-6,6%) que apesar de não ser significativa demonstra uma tendência a subestimar o valor de VO2pico, podendo em um estudo futuro de maior amostra apresentar uma maior diferença com a medida direta.
Limitações do estudo
Cabe ressaltar que a validade ecológica do teste no laboratório é questionável, pois no laboratório podemos controlar a umidade e temperatura, também não temos a resistência do ar, no laboratório é a esteira que se desloca e não o atleta, esse fato pode contribuir para uma melhor relação entre freqüência e amplitude de passadas podendo obter uma melhor economia de movimento em relação a corrida em ambientes abertos. Para diminuir esses efeitos utilizamos no laboratório uma inclinação fixa de 1% onde melhor representa a demanda energética de corridas em ambiente abertos15.
Diante desses dados não é a nossa intenção sugerir que esses testes de campo substituam a ergoespirometria para a determinação do VO2pico, mais para servir como mais uma ferramenta que auxilie o técnico e os atletas que não tem acesso a esse tipo de teste, vindo a contribuir com outras pesquisas que tem o mesmo problema9,10,11,19,21,22,23,27,28,29.
Conclusão
Diante dos dados obtidos pode-se concluir que os testes de t12, t2400 e t3200 apresentam boa precisão para determinar o VO2pico na amostra estudada. Entretanto, o t2400 demonstra uma tendência a subestimar o VO2pico, em relação aos testes t12 e t3200.
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