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Equilíbrio musculoesquelético em diferentes estados 

nutricionais de idosos freqüentadores da UNATI/PUC, Goiás

Equilibrio musuloesquelético en diferentes estados nutricionales de personas mayores que asiste al UNATI/PUC, Goiás

Musculoskeletal equilibrium in different stages of nutrition of elderly to frequent of UNATI/PUC, Goias

 

*Fisioterapeutas, Graduadas pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás PUC-GOIÁS.

**Acadêmica de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica de Goiás PUC-GOIÁS

***Fisioterapeuta, Educador Físico, Mestre em Fisioterapia UNITRI

Docente do curso de Fisioterapia da Pontifícia Universidade Católica de Goiás PUC-GOIÁS

Doutorando em Ciências da Saúde Universidade Federal de Goiás UFG

Bolsista da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Goiás FAPEG

****Fisioterapeuta. Mestre em Educação pela PUC-GOIÁS

Docente e Coordenadora do curso de Fisioterapia da PUC-GOIÁS

*****Fisioterapeuta. Doutora em Ciências da Saúde

pela Universidade Federal de Goiás UFG. Docente Adjunta

do curso de Fisioterapia da Universidade de Brasília UnB Campus Ceilândia

(Brasil)

Érika Vieira Rezende*

erikaltbg@hotmail.com

Lorena Santana Mundim*

lorena-mundim@hotmail.com

Thayana Santana Monh Mundim**

Renato Alves Sandoval***

rasterapia@ig.com.br

Valéria Rodrigues Costa Oliveira****

valeria.r@pucgoias.edu.br

Ruth Losada de Menezes*****

ruthlosada@unb.br

 

 

 

 

Resumo

          Objetivo: Verificar a relação entre diferentes estados nutricionais e o equilíbrio musculoesquelético em idosos alunos da Universidade Aberta a Terceira Idade (UNATI/ PUC-GO). Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo do tipo transversal, com amostra composta de 24 indivíduos de ambos os sexos com idade acima de 60 anos. Foi utilizado questionário sócio-demografico, avaliação da massa corporal, composição corporal, razão cintura quadril e avaliação do equilíbrio utilizando a Escala de Berg. Resultados: De acordo com a classificação do IMC os indivíduos da pesquisa encontram-se em sua maioria (58,3%) eutróficos e de acordo com a classificação da Escala de Berg 70,8% não apresentaram risco de desequilíbrio corporal. Sendo assim a associação do estado nutricional com o desequilíbrio musculoesquelético e risco de quedas não foi relevante estatisticamente nesta pesquisa. Conclusão: Com este estudo podemos concluir que o estado nutricional de idosos eutróficos não afeta diretamente o equilíbrio dos participantes desta pesquisa.

          Unitermos: Idoso. Estado nutricional. Equilíbrio.

 

Abstract

          Objective: To determine the relation between different nutritional states and muscle-skeletal balance in elderly students from Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI/PUC-GO). Methods: A transversal-type quantitative study, sampled of 24 individuals from both genders above the age of 60. Social-demographic inquiries, body mass evaluations, body composition, waist-hip ratio and balance evaluation according to the Berg Scale were employed. Results: according to BMI classification the individuals researched are mostly eutrophic, 58.3%, and according to Berg Scale measuring 70.8% did not present body unbalance risks. Thus, the association of nutritional state with muscle-skeletal unbalance and fall risk was not statistically relevant in this research. Conclusion: From this study we may conclude that the nutritional state of eutrophia does not directly affect balance in the elderly people researched.

          Keywords: Elderly. Nutritional status. Balance.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 151, Diciembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O envelhecimento populacional é uma realidade mundial. No Brasil, o aumento na expectativa de vida é presente e observada através de uma significante modificação no perfil demográfico e de morbimortalidade. Existem previsões de que a população com 50 anos ou mais de idade irá dobrar em todo o mundo até o ano 2020. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a população com mais de 60 anos de idade irá se aproximar a 11% da população total até o ano 2020 (SIQUEIRA et al., 2007).

    Com o aumento do número de idosos, doenças associadas ao envelhecimento atingem elevados índices de incidência e prevalência com destaque as doenças crônico-degenerativas. As conseqüências destas doenças geram comprometimento funcional e estão relacionadas a distúrbios da postura e equilíbrio (MACIEL; GUERRA, 2005).

    O idoso apresenta como características relacionadas ao processo de envelhecimento a redução progressiva da altura e massa magra, ganho progressivo de peso e IMC até em torno de 65 a 70 anos e alterações da composição corporal. As alterações do estado nutricional (desnutrição e obesidade) estão associadas como sério agravante a saúde. O estado nutricional é a condição de saúde de um indivíduo, influenciada pelo consumo e utilização de nutrientes e identificada pela correlação de informações obtidas de estudos físicos, bioquímicos, clínicos e dietéticos. As alterações do estado nutricional contribuem para o aumento da morbi-mortalidade (ACUÑA; CRUZ, 2004; KINNEY, 2004; CERVI et al., 2005).

    As alterações corporais como baixo peso e obesidade tem sido positivamente associadas à redução da capacidade funcional. A maioria dos estudos associa a obesidade com dificuldades em executar determinadas tarefas que necessita de força e flexibilidade. O acúmulo de tecido adiposo e aumento da massa corporal podem causar uma redução do equilíbrio corporal e ser um fator relativo de quedas, principalmente quando combinada com massa muscular reduzida, que pode gerar falhas biomecânicas das respostas musculares e perda de estabilidade (GREVE et al., 2007; BARBOSA et al., 2007; SHAHAR et al., 2009).

    A desnutrição do indivíduo pode ser definida como um estado de anormalidade (bioquímica, funcional e ou anatômica) causada pelo consumo ou aproveitamento inadequado de nutrientes, resultando em perdas significativas da função muscular (ACUÑA; CRUZ, 2004).

    A avaliação do estado nutricional pode ser feita por medidas bioquímicas, antropométricas e também por medidas da composição corporal. A antropometria (massa corporal, estatura, circunferências e dobras cutâneas), é necessária para obtenção do índice de massa corporal (IMC), o indicador nutricional mais utilizado em estudos clínicos (ACUÑA; CRUZ, 2004; SANTOS; SICHIERI, 2005).

    A utilização da bioimpedância elétrica (BIA) na avaliação da composição corporal tem se tornado comum e de grande potencial quando usada individualmente ou em combinação com a antropométrica. É um método não-invasivo, rápido, prático e indolor que se baseia na passagem de corrente elétrica de baixa intensidade através do corpo e a impedância (Z), ou oposição ao fluxo da corrente, sendo medida através do analisador da BIA (BRITTO; MESQUITA, 2008).

    Os distúrbios de equilíbrio corporal têm grande impacto para os idosos, podendo levá-los à redução da autonomia social. Assim, os mesmos acabam reduzindo suas atividades de vida diária para evitar riscos de quedas, que é o tipo de acidente mais frequente (RUWER; ROSSI; SIMON, 2005).

    A avaliação do equilíbrio corporal na pessoa idosa tem como objetivo estudar parâmetros para identificar idosos com maior suscetibilidade de quedas. (FIGUEIREDO; LIMA; GUERRA, 2007).

    Os benefícios esperados desta pesquisa relacionam-se ao fato que o estado nutricional de idosos pode estar alterado, tanto para a desnutrição quanto para o sobrepeso e/ou obesidade, sendo que estas alterações podem repercutir diretamente no seu desempenho para o equilíbrio musculoesquelético. A avaliação do estado nutricional e do equilíbrio proporcionará um direcionamento para a atenção à saúde destes participantes, por meio de estratégias nutricionais e físicas, visando um envelhecimento saudável. Além do mais, são escassos estudos abordando esta temática na literatura brasileira, o que faz esta pesquisa relevante.

    O presente estudo buscou verificar a relação entre o equilíbrio musculoesquelético e os diferentes estados nutricionais em idosos alunos da Universidade Aberta a Terceira Idade (UNATI/PUC-GOIÁS), traçando o perfil sócio-demográfico, o equilíbrio músculo esquelético e o estado nutricional, correlacionando-os as variáveis acima citadas.

Métodos

    Tratou-se de um estudo quantitativo do tipo transversal, que foi realizado com alunos freqüentadores da Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI/PUC-GOIÁS), na cidade de Goiânia, Goiás. Participaram deste estudo os indivíduos com mais de 60 anos, matriculados regularmente no programa.

    Foram excluídos os indivíduos que deambulavam com dispositivo de auxilio à marcha, apresentavam déficit cognitivo que os impossibilitava de responder ao formulário e a compreender ordens verbais, apresentavam déficit visual e/ou auditivo severamente limitante e não compensado por uso de óculos ou aparelho de amplificação sonora, dificultando ou impedindo a realização dos testes de avaliação propostos e que apresentavam alguma doença que influencia diretamente no equilíbrio musculoesquelético.

    O atual projeto foi apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, protocolo nº 0087.0.168.000-09. Os idosos foram esclarecidos sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos e procedimentos e consultados quanto ao aceite em participar do estudo, de acordo com as recomendações da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Após esclarecimento, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido concordando em participar do estudo.

    A coleta de dados foi realizada nas dependências da PUC-GOIÁS, especialmente nas salas de aula onde são desenvolvidas as atividades da UNATI/PUC-GOIÁS, durante o mês de novembro de 2009. Foi aplicado um formulário com os dados sócio-demográficos, aspectos relacionados à saúde e doenças e realizadas medidas antropométricas (peso e altura) a classificação do IMC, circunferência de cintura e quadril (razão cintura-quadril), medida de composição corporal (bioimpedância) e desempenho de equilíbrio (Escala de Berg).

    Para a realização das medidas antropométricas, os idosos estavam portando o mínimo de roupa possível e descalços, e sem qualquer adereço como pulseiras, brincos, relógios entre outros, a fim de padronizar a interferência de roupa no peso obtido.

    Os dados antropométricos avaliados foram massa corporal e estatura. A massa corporal foi aferida em uma balança Filizola, com precisão de 0,2 kg e capacidade de 150 kg, devidamente calibrada para a execução do procedimento. A estatura medida com uma fita métrica de precisão de 1,0cm, sendo a mesma fixada de forma invertida (0 zero para baixo) a 50 cm do solo, solicitando que o idoso retirasse o calçado e acessórios de cabeça e posicionando-o no centro da fita métrica, costas eretas, e braços ao longo do corpo, com calcanhares e nádegas levemente encostados à parede, fazendo-se assim a leitura da medida.

    O índice de Massa Corporal (IMC) foi calculado a partir da divisão da massa corporal em quilogramas pela estatura em metro elevado ao quadrado (kg/ m²). Os pontos de corte empregados foram por Lipschitz (1994), para a classificação do Estado Nutricional de idosos: Eutrofia (<22,0), Baixo peso (22,0 – 27,0) e Sobrepeso (> 27,0).

    A medição das circunferências da cintura e do quadril foi realizada por meio do uso de uma fita métrica de precisão de 1,0 cm, onde o indivíduo se posicionou de pé, ereto com o abdômen relaxado ao final da expiração normal, com os braços soltos ao longo do corpo e preferencialmente sem roupas na região a ser medida, a fita métrica foi colocada sem fazer pressão em plano horizontal ao nível da cintura natural. A circunferência do quadril foi determinada no plano horizontal, ao nível da circunferência máxima, incluindo a área de maior protuberância dos glúteos, com os valores da circunferência de cintura e quadril será calculada a razão cintura- quadril (RCQ) através do calculo CC/CQ, ou seja, circunferência de cintura dividida pelo valor da circunferência de quadril.

    A avaliação da composição corporal foi realizada com orientações e participação dos alunos do curso de nutrição da PUC-GOIÁS. O teste se deu através da utilização do aparelho Biodynamies BIA 310E (Bioimpedância), realizado após as coletas de dados em relação ao peso, altura, idade e sexo do idoso avaliado, sendo o mesmo posicionado numa maca em decúbito dorsal, com as palmas das mãos voltadas para baixo e separadas do corpo, pernas estiradas e afastadas, posicionando os eletrodos descartáveis no lado direito do corpo unilateralmente, fixando um deles na mão (centralizado na terceira articulação metacarpo falangiana, e dobra do punho dorso da mão) e outro no pé (união do segundo e terceiro dedo, e na dobra do tornozelo). Após a colocação dos eletrodos o aparelho foi programado com os dados pessoais de cada indivíduo (idade, altura, peso e sexo) iniciando então a realização do exame. Em alguns segundos o aparelho emitiu o resultado impresso, contendo os seguintes dados: percentual de gordura, peso da gordura corporal, peso da massa magra, taxa metabólico basal, total de água do corpo e algumas recomendações de composição corporal ideal em relação à quantidade adequada no porcentual de gordura, massa magra e injesta adequada da quantidade de água.

    Com os dados emitidos classificaram-se os indivíduos avaliados em relação ao seu percentual de gordura (G%) para mulheres entre 56 a 65 anos em excelente (18 a 22%), bom (24 a 26%), acima da média (27 a 29%), média (30 a 32%), abaixo da média (33 a 35%), ruim (36 a 38%) e muito ruim (39 a 49%). Em relação à classificação do sobrepeso e da obesidade pela porcentagem de gordura classificam-se os indivíduos em: obesidade leve (25 - 30%) homens (15 - 20%), obesidade moderada mulheres (30 - 35%) homens (20 - 25%) e obesidade elevada mulheres (35 - 40%) homens (25 - 30%).

    Para a avaliação do equilíbrio músculo esquelético utilizou-se a Escala de Berg que avalia o indivíduo em 14 situações representativas de atividades do dia a dia, tais como: passar de sentado para de em pé, em pé sem apoio, sentado sem apoio, em pé para sentado, transferências, em pé com os olhos fechados, em pé com os pés juntos, reclinar à frente com os braços estendidos, apanhar objetos do chão, virando-se para olhar para trás, girando 360 graus, colocar os pés alternadamente em frente ao outro e em pé apoiado em um dos pés. A realização das tarefas foi avaliada através da observação. A pontuação varia de 0- 4 pontos para cada item, totalizando um máximo de 56 pontos, estes pontos foram subtraídos caso o tempo ou a distância não fosse atingidos, se o sujeito necessitasse de supervisão para a execução da tarefa, ou se o sujeito apoiasse num suporte externo, ou recebesse ajuda do avaliador. De acordo com Shumway-Cook & Woollacott (2003), na amplitude de 56 à 54, cada ponto a menos é associado a um aumento de 3 à 4% abaixo no risco de quedas, de 54 à 46 a alteração de um ponto é associada a um risco de 6 à 8% de chances, sendo que abaixo de 36 pontos o risco de quedas é quase de 100%.

    Para análise dos dados utilizamos procedimentos de estatística descritiva, medidas de tendência central e testes de correlação. Os dados foram tabulados através de um programa estatístico, SPSS. Sendo os valores utilizados para a ánalise estatística dos dados de comparação entre a classificação de Berg com risco de comorbidades, bioimpedância e IMC são: p< 0,01 altamente significativo, 0,01 < p > 0,03 muito significativo, 0,03 < p > 0,05 significativo e p >0,05 não significativo.

    Todos os dados coletados são sigilosos, confidenciais e ficarão arquivados por cinco anos e após, incinerados, conforme resolução CNS N.196/96. Esta pesquisa não ofereceu risco direto aos participantes, no entanto todas as medidas foram tomadas para proporcionar a segurança do sujeito durante os procedimentos de avaliação e testes realizados.

Resultados

    O presente estudo avaliou 24 alunos freqüentadores da Universidade Aberta á Terceira Idade (UNATI/PUC-GOIÁS), na cidade de Goiânia, Goiás.

    Quanto ao sexo, apresenta-se como maioria o sexo feminino 87,5%. De acordo com a tabela 01 abaixo.

Tabela 01. Descrição geral da amostra em número e percentual do sexo

    Em relação a faixa etária, houve predomínio entre 60 a 69 (62,5%). Tabela 2 mostra as características gerais do grupo.

Tabela 02. Descrição geral da amostra em número e percentual da faixa etária

    De acordo com a amostra do presente estudo, 66,7% dos entrevistados consideram sua saúde excelente/ muito boa ou boa, conforme a tabela 03.

    Já em relação à saúde dos indivíduos entrevistados quando comparada a outros indivíduos da mesma faixa etária, 58,3% dos entrevistados consideram a sua saúde melhor do que de outros indivíduos (tabela 04).

Tabela 03. Descrição geral da amostra em número e percentual em relação saúde geral

 

Tabela 04. Descrição geral da amostra em número e percentual em relação comparação da saúde com outras pessoas

    Foram investigadas diversas doenças as quais os examinados referiram maior acometimento em percentual 58,3% hipertensão arterial. Sendo que 54,2% dos idosos entrevistados apresentaram 4 ou mais doenças associadas (tabela 05).

Tabela 05. Descrição geral da amostra em número e percentual em relação a doença crônica

    Em relação ao uso de medicações entre os idosos entrevistados, 100,0% relataram fazer uso, sendo que 58,3% fazem uso de 1 a 2 medicações (tabela 06).

Tabela 06. Descrição geral da amostra em número e percentual em relação ao número de medicações

    Quanto a prática de atividade física entre os idosos entrevistados, 79,2% relataram praticar atividade física conforme a tabela 07 a seguir.

Tabela 07. Descrição geral da amostra em número e percentual em relação pratica de atividade física

    Em relação a atividade física investigou-se a frequência na prática da mesma em dias na semana, sendo que 52,6% relataram praticá-la 3 vezes ou mais, de acordo com a tabela 08 abaixo.

Tabela 08. Descrição geral da amostra em número e percentual em relação a quantas vezes por semana prática atividade física

    Em relação à ocorrência de queda, foi investigada sua ocorrência no último ano entre o grupo de idosos, sendo que 54,2% não relataram quedas (tabela 09).

Tabela 09. Descrição geral da amostra em número e percentual em relação queda no ultimo anos

    A avaliação nutricional classificou 58,3% dos indivíduos como eutróficos conforme a tabela 10.

    Já em relação a composição corporal (Bioimpedância) do grupo de idosos investigado classificou-se que 41,7% dos indivíduos apresentaram obesidade elevada, de acordo com a tabela 11.

Tabela 10. Descrição geral da amostra em número e percentual em relação a classificação do IMC

 

Tabela 11. Descrição geral da amostra em número e percentual em relação classificação do sobrepeso e da obesidade pela porcentagem de gordura (Bioimpedância)

    Analisando a relação cintura-quadril (RCQ) com o risco de ocorrência de doenças associadas à obesidade (comorbidades), no grupo de idosos investigados, 54,2% não apresentam risco de desenvolver comorbidades, de acordo com a tabela 12.

Tabela 12. Descrição geral da amostra em número e percentual em relação a ao risco de comorbidades

    Quanto aos resultados que se referem ao equilíbrio dos indivíduos, o valor mínimo encontrado foi de 28 pontos e o máximo de 55 pontos, tendo uma media de 42,42 pontos ± 8,2. Em relação a classificação Escala de Berg, 70,8% apresentaram menos risco de queda (tabelas 13 e 14).

Tabela 13. Descrição geral da amostra em número, mínimo, máximo, média e desvio padrão em relação ao escore da escala de Berg

 

Tabela 14. Descrição geral da amostra em número e percentual em relação a classificação o escala de Berg

    Analisando a relação entre o risco de comorbidades e a influência sobre o equilíbrio, não encontrou-se relação significativa estatisticamente, valores que são encontrados na tabela 15.

Tabela 15. Comparação do risco de comorbidades em relação a classificação de Berg

Qui-quadrado

    Analisando os resultados encontrados na classificação de Berg e IMC, observou-se que não houve relação estatisticamente significativa entre os mesmos.

Tabela 16. Comparação da classificação do IMC em relação a classificação de Berg

Qui-quadrado

    Comparando o equilíbrio em relação a composição corporal (Bioimpedância) ou seja em relação a classificação do sobrepeso e da obesidade pela porcentagem de massa gorda não encontrou-se relação significativa estatisticamente conforme tabela 17.

Tabela 17. Descrição geral da amostra em número e percentual em relação classificação do sobrepeso e da obesidade pela porcentagem de gordura (Bioimpedância).

Qui-quadrado

Discussão

    Com o aumento da idade cronológica, o envelhecimento, é esperado algumas alterações peculiares relacionadas a alterações fisiológicas, entre elas a redução progressiva da altura, ganho progressivo de peso e aumento do IMC, alterações da composição corporal, distúrbios das funções sensoriais, bem como a senescência do sistema neuromuscular e da função esquelética (SIMOCELI et al., 2003; MACIEL; GUERRA, 2005).

    No presente estudo observou-se que em relação ao sexo dos idosos que participaram da pesquisa, 87,5% são mulheres e 12,5% homens. Estes resultados corroboram com o estudo de Tavares; Anjos (1999) e Lebrão; Laurenti (2005), em que relataram que a predominância observada de mulheres confirma a maior expectativa de vida deste grupo, resultante de fatores como o crescimento excedente de mortalidade masculina em relação a feminina em todas as idades.

    Tavares; Anjos (1999); Lebrão; Laurenti (2005) confirmaram em seus estudos o predomínio de uma população idosa jovem no Brasil, sendo esta compreendida na faixa de 60 a 69 anos. Esse grupo influência no seu perfil de saúde, visto que pessoas muito idosas são geralmente mais frágeis e demandam de serviços de maior complexidade, o que corroboram com nosso estudo em que a faixa etária mais prevalente foi a de 60-69 anos.

    Nesta pesquisa os resultados sobre a auto avaliação, que buscou conhecer o estado geral de saúde individual, em relação com a outras pessoas, identificou-se que a maioria considera-a boa, o que pode ser explicada devido à faixa etária em que estes indivíduos se encontram. Outro fator que poderia influenciar neste resultado seria o grau de escolaridade dos indivíduos, pois os mesmos se mantêm em atividades de estudo constante, interferindo diretamente na melhora da qualidade de vida (LAURENTI; LEBRÃO, 2005).

    No estudo realizado com 310 idosos, de 60 anos ou mais Maciel; Guerra (2005) relataram que pessoas com maiores instruções têm maiores preocupações com saúde e capacidade de recuperação, assim como hábitos mais saudáveis. Tudo isso faz com que mantenham sua integridade física e orgânica de uma forma mais satisfatória, inclusive as estruturas responsáveis pelo controle postural. No presente estudo pudemos observar que os idosos avaliados participam de uma unidade de ensino que busca transmitir-lhes estes conhecimentos sugerindo assim que os mesmo são instruídos quanto a saúde.

    De acordo com Maciel; Guerra (2005), complicações que ocorrem nos sistemas sensorial, neurológico e musculoesquelético podem colocar certos indivíduos em risco de terem algum déficit de equilíbrio, sendo problemas auditivos e visuais os principais responsáveis por produzirem o desalinhamento corporal e descontrole postural. No presente estudo pode-se observar que 54,2% dos idosos relataram possuir 4 doenças crônicas, sendo hipertensão arterial a doença com maior acometimento com 58,3%. As demais doenças apresentaram um percentual relativamente baixo e pouco relevante para o comprometimento do equilíbrio do idoso.

    Certas medicações tomadas pelos os idosos de acordo com Siqueira et al. (2007), Simoceli et al. (2003) e Acuña; Cruz (2004), implicam em problemas nutricionais e alterações no equilíbrio, consequentemente aumentam o risco de quedas. No presente estudo pode observar que 100% dos idosos fazem uso de medicamentos, e o número de medicações com percentual de 1 a 2 se apresenta com maior relevância, o que nos mostra que a quantidade é relativamente pequena, podendo ser um fator que não interfira no equilíbrio dos idosos da pesquisa.

    O estudo de Aveiro et al. (2004), afirma que a atividade física é essencial para manter a independência funcional em adultos e idosos, porque ela melhora a força muscular, coordenação e equilíbrio, reduzindo assim o risco de quedas e fraturas. Segundo o estudo de Matsudo; Matsudo; Neto (2000), a diminuição da atividade física facilita a aparição de doenças crônicas que contribuem para deteriorar o processo de envelhecimento. Pode-se observar no presente estudo que o percentual de idosos que praticam atividade física foi 79,2% que 70,8% possuem menos risco de queda, o que nos mostra que os idosos participantes desta pesquisa, em sua maioria, praticam atividade física e possuem um risco de queda relativamente pequeno, confirmando-se assim o estudo de Aveiro et al. (2004) e Matsudo; Matsudo; Neto (2000).

    Na atual pesquisa o relato de quedas no último ano apresentou pouca diferença dos percentuais, mas prevalecendo o relato da não ocorrência de quedas, podendo ser explicado pela pouca ingestão de medicamento, a prática de atividade física regulare autopercepção de saúde boa que interferem diretamente no equilíbrio. O que confirma o estudo de Siqueira et al.(2007) e Kinney (2004), que relataram a relação entre o aumento do percentual de quedas está associado com o sedentarismo, autopercepção de saúde ruim, maior número de medicamentos referido para uso contínuo e presença de doenças crônicas.

    Segundo Acuña; Cruz (2004), a população idosa apresenta peculiaridades, como: redução progressiva da altura, ganho progressivo de peso até em torno de 65 a 70 anos e alterações da composição corporal. Pode-se observar que neste estudo os resultados foram diferentes dos relatados acima, já que os valores encontrados classificam a maioria (58,32%) como eutróficos, seguido de 33,3% de indivíduos com excesso de peso e apenas 8,3% como magros. Esses resultados podem ser explicados pelas características desse grupo através dos fatores sócio-economicos, culturais e características do processo de envelhecimento sugerindo assim a combinação de outros métodos de avaliação nutricional em conjunto com o IMC.

    Kuczmarski et. al. apud Menezes; Souza; Marruci (2000) alertaram para a necessidade da utilização de valores antropométricos de referência para idosos específicos por região e não recomendam a utilização de dados universais, ou seja, padrão de referência de determinado país, sendo utilizado pelos demais.

    Acuña; Cruz (2004) relataram que as medidas antropométricas da relação cintura para o quadril (RCQ) de 1,0 ou mais para homens e de 0,8 ou mais para mulheres é indicativo de obesidade andróide e risco aumentado de doenças relacionadas com a obesidade (comorbidades). Sendo que neste estudo o percentual de indivíduos investigado apresentou valores menores de risco de comorbidades, o que pode ser explicado pelo fato da maioria ser classificado como eutróficos.

    De acordo com Barbosa et al. (2001), o envelhecimento está relacionado com alterações na composição corporal. O aumento no tecido adiposo segue um padrão típico, ou seja, maior aumento nos depósitos centrais de gordura em relação aos periféricos. No presente estudo observou-se uma porcentagem significativa de indivíduos classificados em obesidade elevada com relação a sua composição corporal, o que concorda com Barbosa et. al. (2001), que afirmam que existe um aumento progressivo na gordura corporal do idoso sendo uma das alterações naturais do envelhecimento.

    De acordo com Boulgarides et al. apud Figueiredo; Lima; Guerra (2007), a escala de equilíbrio de Berg em associação com fatores de saúde e demográficos não predizem quedas em idosos ativos independentes e que vivem na comunidade, provavelmente pelo escore na pontuação total que ocorrem em algumas dessas escalas. Nos indivíduos investigados do presente estudo os valores em relação ao menor risco de queda foram predominates, confirmando a pesquisa acima.

    Quando verificadas as associações entre o IMC e a Escala de Berg pode-se observar que os resultados não apresentaram relação estatisticamente significativa, não havendo interferência do peso e estatura com o equilíbrio, o que pode ser explicado pelo fato dos idosos serem em sua maioria eutróficos, e do sexo feminino. Resultados semelhantes foram obtidos na pesquisa de Barbosa (2004), que investigaram 2.143 indivíduos de 60 anos ou mais de ambos os sexos, residentes no município de São Paulo, verificando-se que os indivíduos com peso normal e do sexo feminino apresentaram maior proporção (50,0%) de idosos com equilíbrio classificado como muito bom enquanto para baixo peso e obesidade o percentual foi de (44,3%) e (37,1%) respectivamente.

    Outras hipóteses que explicam os resultados encontrados são: a prática de atividade física dos idosos pelo grupo investigado, quantidade reduzida de medicações ingeridas e o índice reduzido de ocorrência de doenças crônicas, além de manutenção das atividades de estudo constantes, sendo estes dados também confirmados em estudos realizados por Lebrão; Laurenti (2005), Aveiro et al.(2004).

    Os resultados da bioimpedância relacionados com o teste de equilíbrio (Escala de Berg) não apresentaram relação significativa estatisticamente, o que pode ser explicado pelo fato das medidas de composição corporal não interferirem neste grupo, pelo fato de serem valores normalmente encontrados nesse tipo de grupo. O que relataram no estudo de Barbosa et al. (2001), tendo como alteração natural do envelhecimento a composição corporal, com um aumento progressivo na gordura corporal e redução na massa corporal magra.

CONCLUSÃO

    Os resultados encontrados neste estudo que investigou um determinado grupo de idosos, não apresentaram associação entre o estado nutricional e o equilíbrio musculoesquelético, o que nos leva a observar que estes resultados podem ser em decorrência da associação de fatores relevantes que interferem de forma direta ou indiretamente nos resultados obtidos, tais como: a predominância do sexo feminino e de indivíduos classificado como eutróficos, a prática de atividades físicas regularmente e por serem indivíduos instruídos em relação a saúde por não apresentarem risco de comorbidades e doenças crônicas com pouca relevância sendo assim o uso de medicações neste grupo se apresenta de maneira reduzida, o que torna a qualidade de vida e o processo de envelhecimento melhor.

    Com base nestes dados recomenda-se a realização de outros estudos que verifiquem a associação do estado nutricional e o equilíbrio da pessoa idosa em outros grupos com diferentes perfis sócio-demográfico e utilização de outras medidas antropométricas que avaliem o estado nutricional e o equilíbrio dando maior fidedignidade aos resultados.

REFERÊNCIAS

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