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Alterações da composição corporal e consumo máximo de oxigênio de

atletas de futsal profissional: um estudo sobre os efeitos da competição

Cambios en la composición corporal y en el consumo de oxígeno de jugadores

 de futsal profesional: un estudio sobre los efectos de la competición

 

*Graduação em Educação Física

pela Universidade do Oeste de Santa Catarina

Atualmente é professor da Academia Movimento, Xanxerê (SC)

**Graduação em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Maria

Mestrado em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná

Professora da Universidade do Oeste de Santa Catarina, Campus de Xanxerê, SC

Indiolan Dalberto Vasen*

Luciéle Guerra Minuzzi**

lu.minuzzi@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo desse estudo foi investigar as alterações na composição corporal e no consumo máximo de oxigênio de atletas de futsal. Os atletas foram avaliados antes e depois do campeonato Catarinense. A coleta de dados se deu por avaliações antropométricas e teste de esforço (Course Navette). Tivemos aumento da massa magra (62,40 ± 3,724 kg para 64,83 ± 4,456 kg, p<0,001), da massa muscular (36,86 ± 1,924 kg para 38,33 ± 2,682 kg, p<0,05), e da massa residual (11,54 ± 1,144 kg aumentando para 14,96 ± 1,200 kg ao fim da competição, p<0,05). O percentual de gordura reduziu de 10,19 ± 2,583% para 9,342 ± 2,020%, e VO2máx­ médio de 49,70 ± 4,012 ml/kg/min. aumentou para 55,10 ± 4,062 ml/kg/min. (p<0,001). Concluímos que uma maior preparação que vem a prever qualquer competição pode favorecer muito no desempenho do atleta durante a mesma.

          Unitermos: Futsal. Composição corporal. Consumo máximo de oxigênio.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 151, Diciembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Apesar de ser uma modalidade relativamente nova, o futsal, é um dos esportes mais praticados em nosso país. Surgiu oficialmente no início da década de 90, por meio da fusão entre o futebol de salão, praticado principalmente na América do sul, e com o futebol de cinco praticado na Europa (DIAS et al., 2007, p. 297-302).

    No Brasil, segundo Avelar et al. (2008, p. 76-80) uma possível explicação para a popularidade do futsal, são os freqüentes resultados positivos alcançados pela seleção brasileira nas mais diversas competições disputadas. As reformulações periódicas nas regras da modalidade têm tornado o futsal cada vez mais dinâmico e atraente. Fazendo assim o futsal ser considerado a modalidade esportiva com maior número de praticantes, com aproximadamente 11 milhões de adeptos. A grande maior parte desses praticantes são crianças e adolescentes (DIAS et al., 2007, p. 297-302), que praticam o esporte na escola, favorecido por professores de Educação Física, e nas escolinhas públicas e privadas favorecendo o profissionalismo.

    Para a escolha de novos talentos nessa modalidade o perfil de um atleta se torna primordial (AVELAR et al., 2008, p. 76-80). De um modo geral a composição corporal é um aspecto muito importante, e segundo Lima, Silva e Souza (2007, p. 164-166), os atletas de alta performance são aqueles que possuem uma melhor compleição física. Na maioria das vezes os praticantes dessa modalidade devem possuir um número reduzido em seu percentual de gordura, pois o espaço, em um jogo de futsal, exige muito de deslocamento do indivíduo, sendo assim necessário transportar seu próprio peso, e se o mesmo estiver acima do ideal, pode desfavorecer no seu rendimento, e no rendimento da equipe.

    Acreditamos então que como o futebol, o futsal também é uma modalidade caracterizada por esforços intermitentes, de extensão variada e de periodicidade aleatória. A agilidade dos acontecimentos e ações durante uma partida exige que o atleta esteja preparado para reagir aos mais diferentes estímulos, de maneira mais rápida e eficiente possível (LIMA; SILVA; SOUZA, 2005, p. 164-166).

    O futsal é um esporte que exige muito da capacidade aeróbica dos atletas, segundo Lima, Silva e Souza (2005, p. 164-166), os valores de (VO2max), podem influenciar no seu desempenho e resultados dentro da quadra. Barros e Guerra (2004) afirmam que a alta potência aeróbia, prediz a um jogador uma maior eficiência de movimento, sem se cansar rapidamente, pois seus músculos estarão bem capacitados para utilizar e captar o maior volume de oxigênio.

    De um modo geral, a composição corporal e o consumo máximo de oxigênio são fatores que podem propiciar uma ótima qualidade. Mas também podem favorecer para um nível decrescente a qualidade de um jogador, pois as demandas de treinamento no jogo são muito elevadas, o desgaste em temporada de competição é inevitável, e quanto mais os jogadores de futsal estiverem preparados fisicamente, melhores serão os seus resultados. Diversos estudos têm demonstrado que, dentre as variáveis que podem ser avaliadas antropometricamente, as mais relevantes para o desempenho atlético na maioria dos esportes são a estatura e a composição corporal (CYRINO et al. 2002), pois os menores valores de gordura corporal podem favorecer o rendimento máximo. O futsal é um esporte com muitas temporadas competitivas e temporadas de preparação, entre essas temporadas ocorrem ganho e perda de massa corporal pelos atletas, por isso é importante que os jogadores comecem a temporada competitiva com um nível ótimo de condicionamento físico, ou seja, conforme Santos (1999) o mínimo de gordura específico para cada atividade desempenhada.

    Nesse sentido, o presente estudo veio a ser propiciado pela falta de estudos sobre as alterações de composição corporal e consumo máximo de oxigênio de atletas profissionais em período competitivo, tentando analisar se existe um desgaste exagerado com a competição, ou se a mesma pode favorecer de algum modo no desenvolvimento físico de cada atleta. E de qualquer forma definir se a preparação física em pré-temporada pode favorecer no desenvolvimento dos atletas no período competitivo, analisando assim a equipe de futsal profissional da cidade de Xaxim (Xaxiense), em sua temporada competitiva pelo campeonato Catarinense de futsal 2009.

Metodologia

População e amostra

    Foram avaliados jogadores da categoria profissional de uma equipe de futsal, do gênero masculino com idade entre 18 e 39 anos. A amostra foi escolhida de maneira intencional. Fizeram parte do estudo 10 atletas do gênero masculino, com idade entre 18 e 39 anos, participantes da divisão especial do campeonato catarinense.

Instrumento de coleta de dados

    Os atletas foram submetidos a avaliações de composição corporal e indicadores de consumo máximo de oxigênio na temporada pré-competitiva e pós-competitiva. As avaliações aconteceram no ambiente de treino e numa academia de Ginástica do município de Xaxim (SC). Para as avaliações foram utilizados os seguintes instrumentos: Adipômetro; Estadiômetro móvel; Fita métrica; Balança; Cronômetro; Trena 50m; Paquímetro; Cones; Rádio.

Coleta de dados

    Os procedimentos utilizados para avaliação antropométrica e consumo máximo de oxigênio foram os seguintes:

Medidas da relação cintura/quadril: Dividimos a circunferência da cintura em cm pela circunferência do quadril.

Índice de Massa Corporal (IMC): A determinação do IMC é feita dividindo-se peso (kg) pela estatura (m2).

Dobras Cutâneas

    As dobras cutâneas medidas foram: Dobra cutânea bicipital; Dobra cutânea tricipital; Dobra cutânea subescapular; Dobra cutânea supra-ilíaca; Dobra cutânea abdominal; Dobra cutânea axilar média; Dobra cutânea coxa medial; Dobra cutânea perna medial (panturrilha) e Dobra cutânea peitoral.

Perimetria

  • Tórax; Cintura; Abdômen; Quadril; Coxa proximal; Coxa meso-femural; Coxa distal; Braço normal; Braço contraído e Antebraço.

Teste de “vai-e-vem” – Course Navette

    O protocolo utilizado para avaliação de consumo máximo de oxigênio é o mesmo descrito por Guedes e Guedes (2006, p. 484).

    Protocolo originalmente proposto por Leger e Lambert, consiste em levar o avaliado a deslocar-se de uma linha a outra, distante 20 m invertendo o sentido do percurso e retornando a linha oposta, em ritmo de deslocamento em concordância com sinais sonoros emitidos por fita de áudio-cassete ou por compact disc pré-gravados especificamente para execução do teste.

    O sinal sonoro deve ser emitido progressivamente mais rápido, iniciando no estagio 1 a cada 9 s encerrando-se no estagio 21 a cada 3,892 s, o que exige do avaliado deslocamentos em ritmo sucessivamente mais intensos a medida que o teste se desenvolve. Assim, no inicio do teste o avaliado deve deslocar-se, caminhando e/ou correndo, a uma velocidade de 8 km/h. depois, a cada minuto, um novo estagio é apresentado pelo aumento progressivo na velocidade de 0,5 km/h até alcançar o estágio final com velocidade de 18,5 km/h (Tabela 1). Em cada estágio são realizadas de 7 a 15 idas e vindas de 20 m.

    O avaliado deve ajustar seu ritmo de deslocamento de maneira a estar com um dos pés sobre a linha demarcada dos 20m no momento que soar cada sinal sonoro. Na eventualidade de o avaliado atingir a linha demarcatória antes do sinal sonoro, devera ajustar-se pelo sinal para retornar em sentido contrario. Na fita áudio-cassete ou no compact disc, que emite os sinais sonoros, o termino de cada estágio é sinalizado com dois sinais consecutivos acompanhados de uma voz que informa o estagio concluído.

    A proposta do teste é levar o avaliado a acompanhar o ritmo imposto pelo maior tempo possível. O teste é encerrado quando o avaliado interromper voluntariamente seu deslocamento por exaustão ou atrasar-se por distância maior que 2 m pela segunda vez (não necessariamente consecutivas) em relação ao sincronismo da emissão do sinal sonoro e do toque de um dos pés sobre as linhas demarcatórias do espaço físico.

    As estimativas sobre as medidas do VO2max são desenvolvidas com base no registro do último estágio completo realizado pelo avaliado pelos modelos sugeridos por Leger et al.

    Avaliados com idade <18 anos:

VO2max.[mL(kg.min)-1] = 31,035 + (velocidade x 3,238) – (idade x 3,248)+ (velocidade x idade x 0,1536)

    Avaliados com idades > 18 anos:

VO2max. [mL(kg.min)-1] = (velocidade x 6,0) – 24,4

    em que:

  • Velocidade: velocidade (expressa em km/h) equivalente ao último estágio completo realizado pelo avaliado; e;

  • Idade: idade do avaliado, expressa em anos completos.

    Para exemplificar os cálculos das expressões matemáticas, supõen-se, hipoteticamente, dois avaliados: avaliado A, com 15 anos de idade, e avaliado B, com 30 anos de idade. Ambos permaneceram no teste ate completar o oitavo estagio, que corresponde a uma velocidade de 12 km/h. Logo:

    Avaliado A:

VO2max.[mL(kg.min)-1] = 31,035 + (12 km/h x 3,238) – (15 x 3,248)+ (12 km/h x 15 x 0,1536)

= 31,035+38,856-48,720+27,648

=48,4 mL(kg.min)-1

    Avaliado B:

VO2max. [mL(kg.min)-1] = (12 km/h x 6,0) – 24,4

= 72-24,2

= 47,6 mL(kg.min)-1

Figura 1. Espaço físico delimitado para a aplicação do teste de “vai-e-vem”.

 

Tabela 1. Especificações da velocidade, do tempo entre os sinais sonoros e do número de idas e vindas para a realização do teste de “vai-e-vem”

 

Análise e discussão dos resultados

    Esse estudo teve o objetivo principal de investigar atletas de futsal profissional em um período competitivo. Os atletas faziam parte de uma equipe que competia o campeonato catarinense de futsal, pela divisão especial, onde os jogos variavam de 2 a 3 vezes por semana, e os treinos realizados todos os dias no turno vespertino. Os atletas tinham em média 23,40 ± 4,427 anos.

    Antes da competição, os atletas pesavam 69,59 ± 5,472 kg e após o período de 06 meses de competição a média do peso do grupo aumentou para 71,58 ± 5,720 kg (p<0.05). Quanto à estatura, os atletas mediam 175 ± 5,696 cm no início do ano e após a competição esses valores chegaram a 175,4 ± 5,888 cm. Como eram esperados, por tratar-se de atletas adultos os valores de estatura não foram diferentes (p>0,05) entre as duas avaliações.

    Analisamos também a massa magra dos atletas. Essa variável, importantíssima para o desenvolvimento de força e desempenho dos atletas na quadra, melhor descrito por Ferreira et al. (2009, p. 67), que diz que a massa magra está associada à potência máxima, pois são os músculos ativos que produzirão a potência necessária para vencer obstáculos da modalidade. Fazendo um comparativo em relação ao futsal a força determinada para cada atleta resume-se de sua massa magra. Ferreira et al. (2009, p. 67), diz também que a massa magra é muito importante, principalmente em uma disputa de bola ou em que o atleta necessite usar força para ganhar uma jogada. Os atletas faziam treinamento de força semanalmente, e associado aos treinos de futsal, era esperado um aumento dessa variável, o que foi observado com os resultados deste estudo (62,40 ± 3, 724 kg e 64,83 ± 4, 456 kg, pré e pós-competição, respectivamente, p<0,001).

    Outra variável considerada muito importante para atletas de futsal, ou qualquer outro esporte que necessite de uma boa preparação física, é a massa gorda, pois segundo Ferreira et al (2009, p. 67), possibilitam um melhor desempenho dos jogadores durante as partidas de futsal uma vez que as dimensões reduzidas da quadra, quando comparadas às dimensões de um campo de futebol, aumentam as exigências de deslocamento, prejudicando os indivíduos com maiores depósitos de gordura corporal. A massa gorda dos atletas na pré-competição estava em 7,19 ± 2,286 kg, e com todo o período competitivo, esses valores chegaram a 6,75 ± 1,823 kg assim que a competição chegou ao fim. Embora em termos numéricos os valores diminuíram, isso não representou, pelo teste t de student, uma mudança significativa (p>0,05). Isso ocorreu, provavelmente, em virtude dos valores do pré-teste já serem muito baixos.

Tabela 2. Valores referentes à composição corporal de 10 atletas. Os valores estão apresentados como Média ± Desvio Padrão

    Os valores de massa óssea no período pré-competitivo foram de 11 ± 1, 476 kg e após a competição o valor foi de 11,54 ± 1,165 kg, sem diferenças entre os períodos (p>0,05). Outra variável analisada foi à massa residual. Os atletas no período pré-competitivo tinham 11,54 ± 1,144 kg, e pós-competitivo 14,96±1,200 kg, resultado aumentado no decorrer das 24 semanas de competição.

    A massa muscular elevada é uma característica importante para atletas de futsal, pois com essa característica apresentam maior sucesso nos contatos físicos e na disputa pelos espaços no jogo (FERREIRA et al., 2009, p. 67). Desse modo, os atletas apresentaram uma média de 36,86 ± 1,924 kg antes da competição, e logo que a competição foi terminada, o valor médio da massa muscular aumentou para 38,33 ± 2,682 kg, alteração que resultou valor significativo dentro do período competitivo (p<0,05).

    Para que um atleta de futsal tenha um bom desempenho dentro de quadra, o mesmo deve ter um percentual de gordura reduzido ao máximo, valorizando assim em sua agilidade, velocidade, e outras capacidades físicas. De um modo geral, o atleta é totalmente favorecido pelo reduzido acúmulo de gordura (FERREIRA et al., 2009, p. 67). Em contrapartida, um bom desenvolvimento muscular parece favorecer o desempenho de jogadores de futsal proporcionando uma condição satisfatória para a realização dos movimentos específicos da modalidade. De tal modo, analisamos no período pré-competitivo, e a média do percentual de gordura foi de 10,19 ± 2,583 %, com o decorrer da competição, os valores diminuíram para 9,342 ± 2,020 % (p<0,01).

    Mais dois parâmetros, calculados a partir das medidas antropométricas, foram objeto de análise deste estudo, o índice de massa corporal e a relação cintura-quadril (Tabela 3). Inicialmente o IMC dos atletas foi de 22,73 ± 5,696 kg/m2 e após as semanas de competição esse valor subiu para 23,26 ± 1,455 kg/m2, não sendo esse aumento significativo e ainda, os valores continuaram dentro, dos parâmetros para um bom IMC, até 27 kg/m2.

    Na mesma tabela também temos os valores de relação cintura-quadril (RCQ) parâmetro responsável por detectar possíveis riscos de doenças cardiovasculares. Esse valor no período pré-competitivo foi de 0,84 ± 0,041, passadas as 24 semanas de competição o valor foi alterado para 0,85 ± 0,039, gerando um valor de p>0,05. Analisando que os valores máximos para RCQ são de até 0,90 para homens, isso significa que esses atletas estão com essa variável normal, ou seja, não correm risco de doenças cardiovasculares.

Tabela 3. Valores referentes à IMC e RCQ de 10 atletas. Os valores estão apresentados como Média ± Desvio Padrão

    O consumo máximo de oxigênio é uma variável, muito significativa para os atletas de futsal, já que o mesmo é um esporte que depende muito da capacidade aeróbica de seus atletas, quanto maior a capacidade cardiovascular das equipes, melhor o desempenho competitivo (LIMA; SILVA; SOUZA, 2005, p.166). Portanto, essa também foi uma variável de interesse do nosso estudo. Podemos observar no gráfico a seguir (Gráfico 1) os valores de consumo máximo de oxigênio dos atletas em períodos distintos, sendo assim, em pré-competição tinham um VO2máx­ médio de 49,70 ± 4,012 ml/kg/min. e após o término da competição, os jogadores foram avaliados novamente e o valor médio do VO2máx­ subiu para 55,10 ± 4,062 ml/kg/min (P<0,001). Assim, podemos avaliar que os atletas tiveram um aumento significativo em sua capacidade respiratória. Esse aumento observado em nosso estudo é normal, pois no decorrer da competição os atletas tiveram que se dedicar mais ao treinamento, deste modo sua capacidade aeróbica veio a ser aumentada, respondendo de um modo positivo ao treinamento e a competição realizada no decorrer dos 6 (seis) meses em que o período competitivo foi realizado.

Gráfico 1. Valores referentes a consumo máximo de oxigênio (VO2máx) de 10 atletas. Os valores estão apresentados como Média ± Desvio Padrão

    Em todas as variáveis, avaliamos alterações, de tal modo todo atleta está sujeito a esses acontecimentos, pois a competição sempre exige maior capacidade física dos atletas, e se o mesmo não estiver bem fisicamente, podem ocorrer desgastes desnecessários. As alterações ocorridas foram na composição corporal e consumo máximo de oxigênio, na maioria das vezes positiva, desse modo podemos analisar que o período competitivo pode causar alterações importantes nos atletas, que determinarão diretamente seu desempenho em quadra, justificando assim a importância da avaliação física no ambiente esportivo.

Conclusão

    Nosso estudo abordou alterações de composição corporal e consumo máximo de oxigênio de atletas de futsal profissional que disputavam o campeonato catarinense pela divisão especial, ao todo 10 jogadores fizeram parte da amostra. Os mesmos foram avaliados em duas etapas, antes do início da competição (pré-competitivo), e ao término da competição (pós-competitivo), competição teve uma duração de 6 meses.

    Foram avaliados aspectos antropométricos (peso, estatura, percentual de gordura, massa corporal magra, massa muscular, massa residual, massa óssea, massa gorda, IMC, RCQ) e aspectos cardiorrespiratórios (consumo máximo de oxigênio) de todos os jogadores.

    Foi possível observar diferenças significativas nas médias de massa muscular, medidas de peso corporal, massa residual e percentual de gordura, e para as médias de massa magra e consumo máximo de oxigênio, comparando os períodos pré e pós-competitivos.

    Contudo uma manutenção planejada dentro desses períodos onde exige mais do atleta e fariam com que o mesmo tivesse somente resultados positivos em relação a si mesmo durante todo o período de competição, período o qual exige o máximo dos atletas.

    Concluímos então que as avaliações físicas no ambiente esportivo são importantes, para que se possa programar os treinos e avaliar cada atleta, visando sempre identificar melhorias no seu desempenho e, favorecendo de um modo geral todas as equipes, que organizarão as fases de treinamento, evitando desgastes e reconhecendo os resultados favoráveis.

Referências

  • AVELAR, A. et al. Perfil antropométrico e de desempenho motor de atletas paranaenses de futsal de elite. Revista brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 76-80, 2008.

  • BARROS, T. L.; GUERRA, I. Ciência do Futebol. Barueri: Manole, 2004.

  • CYRINO, E. S.; et al. Efeitos do treinamento de futsal sobre a composição corporal e o desempenho motor de jovens atletas. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 10, n. 1, p. 41-46, 2002.

  • DIAS, R. et al. Características antropométricas e de desempenho motor de atletas de futsal em diferentes categorias. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, Florianópolis, v. 9, n. 3, p. 297-302, 2007.

  • FERREIRA, A. et al. Potência anaeróbica e índice de fadiga de atletas de futsal das seleção brasiliense. Revista Brasileira de Futebol. v. 2, n.1, p. 60-69, jan-jun, 2009.

  • GUEDES, D. P.; GUEDES, Joana E. P.; Manual prático para avaliação em educação física. Barueri: Manole, 2006.

  • LIMA, A. M. J.; SILVA, D. V. G.; SOUZA, A. O. S. Correlação entre as medidas direta e indireta do VO2max em atletas de futsal. Revista Brasileira de Medicina do Esporte: Brazilian Journal Of Sports Medicine, São Paulo , v. 11, n. 3, p. 164-166, maio/jun. 2005.

  • SANTOS, J. A. R. Estudo comparativo, fisiológico, antropométricos e motor entre futebolistas de diferente nível competitivo. Revista Paulista de Educação Física, v.13, n.2, p.146-59, 1999.

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