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Aulas de Educação Física Escolar: por que sempre esporte?

Clases de Educación Física Escolar: ¿por qué siempre deporte?

 

*Acadêmico do curso de Educação Física, UNOESC

Campus de São Miguel do Oeste, SC

Professor de Educação Física

**Professor Orientador

(Brasil)

Thomas do Nascimento Zardo*

thomas_mh10@hotmail.com

Vitélio Jacinto Daniel**

viteliojacintodaniel@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          As aulas de Educação Física escolar estão se tornam monótonas através do conteúdo de esporte como conteúdo único dessas aulas não formando alunos capazes de vivenciarem varia modalidades e depois pratica lãs fora da escola nas suas vidas, mas sim formado apenas atletas e elevando seu potencial competitivo. A partir disso surge a seguinte situação problema: quais os motivos pelos quais o esporte em sua forma competitiva se tornou conteúdo hegemônico nas aulas de Educação Física, das escolas públicas, nas séries finais do ensino fundamental? O objetivo geral foi compreender os motivos pelos quais a competição e o esporte estão se tornando hegemônicos nas series finais do ensino fundamental. E é isso que a Educação Física necessita a valorização do aluno a cooperação, formando cidadãos que trabalhem em grupo e que se divirtam, não apenas sejam competitivos, mas que prevaleçam os reais objetivos da educação física escolar, contribuindo emancipação humana e na formação de cidadãos e cidadãs que gostem e pratique atividades físicas dentro e fora da escola.

          Unitermos: Educação Física. Esportivização. Competição, Jogos cooperativos.

 

Abstract
          The school physical education classes are becoming monotonous through the content unique content such as sports classes graduating students not able to experience varying methods and then practice them outside the school in their lives, but only trained athletes and increasing their competitive potential. From this arises the following problem situation: what are the reasons why a competitive sport in its content has become hegemonic in physical education classes, public schools, the final grades of elementary school? The overall goal was to understand the reasons why the competition and the sport are becoming dominant in the final series of elementary school. And that is that physical education needs enhancement of student cooperation, training citizens to work together and have fun, not only competitive, but that outweigh the real objectives of physical education, contributing human emancipation and the formation of citizens and citizens who enjoy and practice physical activities inside and outside of school.

          Keywords: Physical Education. Sportivization. Competition. Cooperative games.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 151, Diciembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Para que possa aprofundar o conhecimento na área de Educação Física em que possui maior afinidade e buscar pôr em prática tudo que foi trabalhado e desenvolvido na jornada acadêmica, delimitou-se como tema do projeto de pesquisa: ‘’Educação Física Escolar: Por que sempre Esporte’’, que busca conhecer e identificar como a Educação Física está sendo trabalhado nas séries finais do ensino fundamental, e como é abordado o conteúdo de esporte nas aulas.

    Segundo Faria (2010, p. 6): Compartilho da compreensão de Educação Física como área de conhecimento escolar, que realiza sua intervenção pedagógica tendo como objeto de ensino a cultura corporal de movimento.

    A Educação Física Escolar é de fundamental importância para todos, pois é onde começa e onde ocorre a vivência desde as práticas motoras básicas até as mais complexas, preparando os futuros cidadãos para o mundo que virá depois de ter saído da escola, fazendo com que essas práticas façam parte da sua vida lá fora.

    Esses cidadãos devem ser incentivados e questionados pelos profissionais de Educação Física, onde cada um expresse suas opiniões, suas maneiras de fazer essas práticas, pois é daí onde surge o conhecimento e o aprendizado.

    A Educação Física Escolar está perdendo seu rumo (objetivo), a cultura do esporte faz parte do conteúdo da Educação Física Escolar, mas não é somente isso, a Educação Física trabalha, como expressão corporal através de: Jogos, recreação, mímicas, esportes, lutas, ginástica, entre outra.

    Por meio dessa, deve se pesquisar e identificar as maneiras e estratégias usadas pelos professores de Educação Física em suas aulas. Como eles elaboram suas aulas visando o conhecimento do aluno, ou apenas fazer com que esse seja esportivizado, que não é o objetivo das aulas de Educação Física na escola.

    De acordo com Faria (2010, p. 9) comenta em uma parte muito importante de sua obra:

    O que torna o esporte um conteúdo de ensino da Educação Física capaz de “apagar” outros conteúdos na ampla esfera de conhecimentos e práticas culturais? Com impacto nas aulas de Educação Física das escolas brasileiras, o esporte provoca a construção de certas representações sobre a própria especificidade pedagógica dessa disciplina. O esporte e a Educação Física parecem, pois, assumir características de similaridade, chegando-se muitas vezes a confundir o significado de ambos na escola. Acredito que a Educação Física seja o espaço/tempo oficial de tratar pedagogicamente o esporte na escola, não devendo, entretanto, ser este o único conteúdo a fazer parte do projeto pedagógico dessa disciplina.

    É uma característica que vem tomando a Educação Física nos dias de hoje, e é de suma importância constatarmos como ela vem sem trabalhada e se o esporte se tornou hegemônico nas aulas, como conteúdo principal e único.

Referencial teórico

Educação Física Escolar

    Uma concepção de Educação Física de acordo com Betti (1998, p. 19):

    Assim entendemos que a principal tarefa da Educação Física na escola é introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do esporte, da dança e das ginásticas em beneficio de sua qualidade de vida.

    Segundo Matveev (1997, p.63), “A aula de Educação Física é a forma básica e obrigatória de desenvolvimento físico, a nível escolar. Durante a aula, os alunos adquirem conhecimentos, habilidades e experiências [...], aumentando o nível de seu conhecimento físico”.

    Para Santin (1989 apud SOLER, 2003, p. 14):

    Falar de Educação Física como uma atividade educativa implica defender a ideia da totalidade do ser humano. Não apenas como uma totalidade individual, mas como uma totalidade social. Não se trata de somar partes, até hoje antropologicamente separadas, nem perseguir modelos a priori definidos, mas embrenhar-se no desconhecido para viver, e, vivendo, fazer emergir a imagem de cada ser humano.

    Os mesmos autores afirmam Santin (1989 apud SOLER, 2003, p. 14):

    O corpo é o primeiro instrumento de pensamento da criança, sendo essencial para o seu diálogo com o mundo, e a Educação Física escolar tem papel fundamental, pois é a mediadora desse processo. O ato mental se desenvolve a partir do ato motor, e tudo o que é vivenciado pelo corpo é para a vida toda.

    Mas para Soares et al (2003, p.52), entende a Educação Física como ‘’Basicamente um espaço e tempo escolar vinculados ao fenômeno esportivo: esporte é o conteúdo central tratado nas aulas pelos professores, é prática corporal citada e valorizada pelos alunos’’.

    Segundo Darido ( 2005, p. 34):

    Educação Física é uma prática pedagógica que trata da Cultura Corporal de movimento. E tem por objetivo introduzir e integrar alunos na Cultura do movimento, desde Educação Infantil até o Ensino Médio, para que mais tarde usufruam dessa, partilhar, produzir, reproduzir e transformar as manifestações que caracterizam essa área, como o jogo, o Esporte, a Dança, a Ginástica e a Luta.

    A Educação Física é a forma que o ser humano encontrou de expressar corporalmente as sua idéias, deixando de lado o preconceito de que só alguns têm o direito de vivenciá-las, e deve ser praticada desde as séries iniciais, para que mais tarde possam praticar essas atividades fora da escola.

Esportivização da Educação Física Escolar

    Esportivização segundo Junior (2010, p.4): É utilizado o termo para designar a substancial passagem do esporte, nas aulas de educação física, de conteúdo escolarizado a conteúdo exclusivo, sendo gerador de uma nova forma de organizar o conhecimento, os espaços, tempos e relações dentro e fora da escola.

    A esportivização está presente diariamente nas aulas de Educação Física do ensino fundamental, e faz que com isso a disciplina seja prejudicada, e com certeza não alcance seus objetivos mais amplos.

    É essa a verdadeira realidade da grande maioria dos profissionais de Educação Física em todo o território nacional, as conquistas valem muito mais que o conhecimento que poderiam repassar aos alunos, e o pior de tudo que a única valorização para eles é um simples troféu, não o conhecimento e o desenvolvimento dos seus alunos.

    Um fenômeno que possa identificar essa hegemonia do esporte nas aulas de Educação Física é o esporte espetáculo, que é muito bem a explica por Betti (1998, p. 31): ‘’O esporte transformou se num espetáculo modelado de forma a ser consumido por telespectadores que procuram um entretenimento excitante, e é parte cada vez maior da indústria do lazer, sendo fator decisivo para isso o papel do desempenhado pela mídia, especialmente a televisão’’.

    Essa é a maneira de a mídia fazer com que publico se sinta um atleta de auto rendimento, e através disso a mídia lucre cada vez mais e o esporte seja vinculo entre a ilusão e a realidade, como afirma Betti (1998, p 34): ‘’Sobre tudo, fornece ao telespectador a ilusão de estar em contato perceptivo direto com a realidade, como se estivesse olhando através de um janela de vidro’’.

    Dessa forma fica fácil além de tornar uma o esporte uma febre, facilita sua comercialização é as partes que mais importantes para cada pessoa (direcionadas todas pela mídia).

    A Educação Física escolar perde todo seu sentido, o esporte como conteúdo único torna as aulas de Educação Física campos de treinamento, onde somente que sai ganhando são os alunos mais habilidosos, e todo os outros são excluídos, tornando assim os conhecimento e a vivencia disponíveis para alguns não para todos.

Jogos Cooperativos

    Para Soler (2002, p. 23): ‘’Cooperação é um processo de interação social em que os objetivos são comuns, as ações são compartilhadas e os benefícios são distribuídos para todos’’.

    Sobre os jogos cooperativos, Amaral (2010, p.1): ‘’Em toda e qualquer experiência humana, há sempre mais que um jeito de vivê-la. A idéia por trás dos Jogos Cooperativos é estimular o despertar desta visão de múltiplas possibilidades e aperfeiçoar o exercício da escolha pessoal, com responsabilidade grupal’’.

    Segundo Amaral (2010, apud BROTTO,1999,p.1):

    Na sociedade competitiva, a hipervalorização da competição se manifesta nos jogos através da ênfase no resultado numérico e na vitória, ou seja vencer parece ser o mais importante; melhor dizendo o resultado VITÓRIA é algo sempre esperado. Sendo assim as pessoas estão submissas a obedecer ao jogo. Os jogos tornaram-se um espaço de tensão e ilusão, dentro de uma sociedade competitiva. Então, resgatar, recriar e difundir os jogos cooperativos é um exercício de potencialização de valores e atitudes, capaz de favorecer o desenvolvimento de uma sociedade humana, transformando uma sociedade altamente competente - que é diferente de competitiva.

    Não é apenas alguns, mas sim a sociedade já se tornou competitiva, através de jogos que apenas visam o resultado da vitoria acima de tudo. Por isso deve se resgatar os jogos cooperativos, para transforma a sociedade atual em uma sociedade altamente competente.

    Uma parte da obra de Correia (2008, ORLICK, 1989, p. 43):

    [...] devemos trabalhar para mudar o sistema de valores, de modo que as pessoas controlem seus próprios comportamentos e comecem a se considerar membros cooperativos da família humana [...] Talvez, se alguns dos adultos mais destruidores de hoje, tivessem sido, quando crianças, expostos ao afeto, á aceitação e aos valores humanos, o que tento promover os jogos e esportes cooperativos, teriam crescido em uma outra direção.

    Não é apenas uma simples forma conhecimento de educativos, mas sim uma forma de construir cidadãos melhores, através da educação do prazer em fazer uma pratica de atividade física.

    Ainda Correia (2006, apud BARBOSA et al, 2010, p.5-6): “Os jogos cooperativos são capazes de diminuir as atitudes agressivas e aproximar as pessoas umas das outras e também da natureza, em função de suas características, que são”:

  • Não valorizar o fato de ganhar ou perder;

  • Evitar a eliminação dos participantes, procurando manter todos inclusos até o fim do jogo;

  • Procurar facilitar o processo criativo, com a flexibilização das regras;

  • Buscar evitar estímulos à agressividade e ao confronto individual ou coletivo;

  • Libertam da competição, porque o interesse se volta para a participação, eliminando a pressão de ganhar ou perder produzida pela competição;

  • Libertam da eliminação, porque procura incluir e integrar todos, evitar a eliminação dos mais fracos, mais lentos, menos habilidosos etc.;

  • Libertam para criar, porque criar significa construir, exigindo colaboração.

  • Permitindo a flexibilização das regras e mudando a rigidez destas, facilitam a participação e a criação;

  • Libertam da agressão física, porque buscam evitar condutas de agressão, implícita ou aceita, em alguns jogos.

    É a forma de fazer com que todos sejam beneficiados, integra a todos de uma forma lúdica e que tenha muito prazer em realizar as atividades, dentro da aula de Educação Física.

    Conforme Amaral (2010, p.2):

    Os jogos cooperativos são exercícios para compartilhar, unir pessoas, despertar a coragem para assumir riscos, tendo pouca preocupação com o fracasso e o sucesso em si mesmos, mas sim uma fonte de prazer. Promovem o encontro onde reforçam a confiança pessoal e interpessoal uma vez que ganhar e perder já não são tão essenciais; são apenas referências para um contínuo aperfeiçoamento de todos, vislumbrando ao final deste caminho um verdadeiro exercício educativo para a paz.

    Têm por objetivo os jogos cooperativos, unir as pessoas de uma forma saudável, sem se preocupar (como afirma o texto) com o fracasso ou o sucesso e sim com uma fonte de prazer, isso que é o essencial para todos.

    Como comenta Soler (2002, p.16): ‘’Foi pro isso tudo que resolvi investir no jogo cooperativo como forma de mudança, e com a ajuda da aula de Educação Física, já que a escola pode transformar realmente a nossa cultura, que é altamente competitiva. Devemos para isso tentar ritualizar a cooperação e desmistificar a competição’’.

Segundo Brotto (1999, apud JUNIOR 2010, p.11): Diferenças entre Jogos Competitivos e Cooperativos.

Jogos Competitivos

Jogos Cooperativos

São divertidos só para alguns.

Divertidos para todos.

A maioria tem sentimento de derrota

Todos tem sentimento de vitoria

Alguns são excluídos por falta de habilidades.

Há grupos que brincam juntos criando um alto nível de aceitação mútua.

Aprende se a ser desconfiados.

Todos participam e ninguém é rejeitado ou excluído.

Os perdedores ficam de fora do jogo.

Os jogadores aprendem a ter censo unidade e a compartilhar o sucesso.

Os jogadores não se solidarizam e ficam felizes quando uma coisa de ruim acontece aos outros

Desenvolvem auto-confiança porque todos são bem aceitos

Pouca tolerância à derrota desenvolve em alguns jogadores um sentimento de desistência face à dificuldade.

A habilidade de preservar a face ás dificuldades é fortalecida

Poucos se tornam bem sucedidos.

Para cada um, o jogo é um caminho de co-evolução.

    Para Brotto (1995, apud DARIDO 2010, p.11): ‘’sugere o uso dos jogos cooperativos como uma força transformadora que são divertidos para todos e todos têm um sentimento de vitória, criando alto nível de aceitação mútua, enquanto nos jogos competitivos os jogos são divertidos apenas para alguns, a maioria têm sentimentos de derrota e são excluídos por falta de habilidades’’.

    Apenas trabalhar o conteúdo de jogos cooperativos não é o bastante, deve fazer com que os alunos entendam o porquê trabalhar com a cooperação, e explicar como está a sociedade atual, fazer com que eles entendam e também que desenvolvam a cooperação não somente em suas aulas mas também nas suas vidas.

Metodologia

    O presente estudo visa registrar, analisar, descrever e interpretar de por que as aulas de Educação Física Escolar está tornando-se esportivizadas, na visão dos Professores da área no Município de Maravilha, SC.

    A amostra do presente projeto de pesquisa foi composta de 11 Professores Licenciados em Educação Física, sendo 4 do sexo feminino e 7 do sexo masculino, com idade entre 20 a 51 anos, das Escolas Públicas do Município de Maravilha, SC

    O instrumento para coleta dos dados utilizou-se, entrevistas através de perguntas estruturadas, relacionada aos objetivos de pesquisa

Proposta de intervenção

    A proposta alternativa no espaço escolar, bem como as aulas de Educação Física podem contribuir de forma significante para mudanças na realidade escolar que a Educação Física se encontra, com relação principalmente a preferência por conteúdos ligados ao esporte, os quais muitas vezes causam o total descaso por parte dos alunos pela participação nas aulas.

    Deparamos aqui com a realidade das aulas de Educação Física escolar, quatro modalidades desportivas e nada mais, os outros objetivos da Educação Física como cooperação, respeito, a comunicação, conhecimento do seu próprio corpo, a motivação para a pratica de atividades físicas, estão sendo deixadas de lado e trabalhando somente com a formação de atletas, não de cidadãos capazes de conhecer seus limites e praticarem atividades físicas regularmente para seu bem esta e uma melhor qualidade de vida.

    E através disso propormos os Jogos Cooperativos como uma forma alternativa de conteúdo nas aulas de Educação Física escolar das series finais do Ensino Fundamental, para tentar mudar a visão competitiva dessas aulas, trazendo os valores como a comunicação e a cooperação, para demonstrar aos professores outras formas de trabalharem em sua área tornando a aula dos alunos menos competitiva e esportivizadas, com um conhecimento mais útil para seu cotidiano.

Discussão dos resultados

    Através da entrevista com os professores de Educação Física das serie finais do ensino fundamental, surgiram vários fatos importantes em suas resposta e que veremos a seguir algumas delas.

    Sobre os conteúdos que são ministrados nas aulas, os professores foram unânime em afirmar que os esportes são os conteúdos básicos de suas aulas. Como se expressa um professor: ‘’As quatro modalidades esportivas voleibol, futsal, basquete e handebol’’, resumindo a educação física escolar a simples quatro modalidades esportivas.

    Segundo o Brasil (1999, p. 68) os conteúdos estão separados em três blocos que são Conhecimentos sobre o corpo, Esportes, Jogos, lutas e ginásticas e Atividades rítmicas e expressivas, e podemos ver que na escola tudo isso que pode abrir um leque inimaginável de outros assuntos e conteúdos estão sendo resumidos apenas pelo esporte, e ainda pior por apenas quatro modalidades apenas, sem nem se quer tocar em nenhum dos outros blocos.

    Claro que o profissional de educação física esta sendo visto pelo profissional que joga a bola e deixa os alunos jogarem, a própria classe da motivos para que isso ocorra, estamos tornando nosso próprio campo de trabalho cada vez menor, temos que explorar tudo que podemos desenvolver nas aulas, os PCN’s deixam bem claros os conteúdos que podem ser abordados, cabe a cada um ser ético e ter vontade de fazer suas aulas as melhores, não sempre as básicas ou a mesmice de sempre, o professor é pesa importantíssima na formação do cidadão.

    Outro dado importante sobre a questão dos conteúdos básicos: o conteúdo esporte é trabalhado principalmente os fundamentos e as regras, de acordo com o relato de um professor: ‘’[...] Voleibol= fundamentos, movimentação, sistemas, principais regras. Basquete= regras e fundamentos principais. Handebol= regras e fundamentos principais [...]’’. Não é visto a parte introdutória, com pré desportivos que facilitem o aperfeiçoamento do movimento, é imposto logo às regras para delimitar tudo que pode e não fazer, tirando toda a abrangência que poderia ser feita através dos jogos pré desportivos, jogos cooperativos.

    As modalidades desportivas são intermediadoras de muitos valores importantes, não somente o gesto técnico, os movimentos as regras desses esportes, e as habilidades de cada modalidade, o desenvolvimento do aluno é o mais importante, e que ele aprenda que as atividades físicas são importantes na sua vida e que continuem a pratica lãs.

    Alguns professores citaram as formas com que trabalham o determinado esporte: ‘’ Trabalho os fundamentos dos principais movimentos, direcionando para o grande jogo. Ex: handebol: passe de ombro, picado, arremesso parado com salto, drible, sistemas de defesa 6x0,5x1,4x2, contra ataque.’’ Nota se que o que importa é o jogo, a qualidade com que eles irão sair ‘’JOGANDO’’, não o seu conhecimento a sua vivencia, mas sim sua qualidade, e com isso os que tenham menos habilidade começam a ser excluídos naturalmente da pratica ou pelos seus colegas.

    O esporte aqui é visto como um meio, não um elemento central, mas o meio com que faça que os outros valores sejam exaltados como a cultura, respeito, harmonia, cooperação, entre outros, e proporcionar a aprendizagem sobre seu corpo seus limites, e além de tudo incentivar a atividade física para melhor qualidade de vida. Claro que o esporte é importante mas para demonstrar tudo o que se possa fazer através dele.

    Um comentário importante de uma professora que fala sobre: ‘’ a acomodação dos professores de educação física, ela fala que quando se vai para a escola não se tem o recurso correto para trabalhar com outras coisas diferentes, e isso faz com que os professores se acomodem, e para ela a falta de criatividade ou a própria acomodação desses profissionais é um fator muito importante para se trabalhar apenas algumas modalidades dentro da escola’’.

    E isso é o que se nota visivelmente, a acomodação dos profissionais da área de educação física, muitos já estão cansados de anos e anos de trabalho, mas os novos estão entrando muitas vezes com a mesma metodologia desses profissionais. A falta de matérias serve como uma desculpa para esses profissionais não se atualizarem, ou até mesmo para se omitirem ao mínimo que eles possam dar, tornando suas aulas monótonas e com uma mesmice sem igual, fazendo com que o aluno perca o interesse e os mais habilidosos se prevaleçam.

    As abordagens criticas, muito importantes para a construção de um boa aula, e orientação dos professores também foram questionadas, mas podemos ver que essa questão os professores tiveram uma grande influencia, pois a maioria deles não conheciam as abordagens e por causa de um curso de capacitação desenvolvido pela Gerencia Regional da Educação do município de Maravilha, começaram a conhecer agora. Aqui vemos uma resposta de uma professora que exemplifica a questão: ‘’Quando me formei era de outra forma que aprendíamos sobre as abordagens. Estamos participando de curso de capacitação e revendo estes conceitos percebo que trabalharmos algumas abordagens citadas, mas de forma global’’.

    Como na explicação do professor acima não é fácil seguir uma única abordagem, para isso deve se estudar muito sobre ela e ter um conhecimento muito amplo sobre o assunto, e os professores que estão a um tempo maior longe da faculdade, nem se quer conheciam as abordagens de agora, tem uma grande dificuldade de conciliá-las com seu plano aula, mas o que não podemos deixar de lado é ficar apenas na teoria e não praticar o que as abordagens sugerem.

    É visto aqui a importância das abordagens no campo da Educação Física, que facilita a renovação do conteúdo, e traz consigo uma estruturação melhor do conhecimento especifico da área, ajudando principalmente os professores a entender o que é Educação Física, como atuar, os tipos de avaliação, como agir com seus alunos, e outros valores que são difíceis de compreender.

Considerações finais

    Após discusão dos dados coletados, conclui-se que a Educação Física esta se tornando esportivizada, e com isso esta perdendo seus reais objetivos, e deixando de lado varias outras formas de movimento para ser trabalho apenas o esporte.

    A Educação Física é conteúdo obrigatório em todo o território nacional, e de suma importância no desenvolvimento tanto físico, como psicológico dos alunos, e para que esse desenvolvimento seja efetuado com sucesso deve se trabalhar vários conteúdos que questionem o aluno da importância das aulas de Educação Física escolar, e para que vai utilizar o conhecimento adquirido na sua vida.

    A proposta de intervenção com os Jogos Cooperativos é vista, por muitos autores, com a melhor forma de quebrar essa ‘’hegemonia’’ do esporte no ambiente escolar, fazendo com que a cooperação, o trabalho em grupo, a comunicação, o bem estar, sejam os reais motivos para que esse ser humano que temos em nossas aulas possa se desenvolver tanto fisicamente, como mentalmente, e que as atividades físicas sejam prazerosas, não um agente que exclui, ou que ganha e perde, mas com isso que faça de todos sejam reais vencedores em conhecimento.

    Com isso podemos concluir que os Jogos Cooperativos na series finais do Ensino Fundamental é uma proposta alternativa possível e viável de ser trabalhada. A implementação de uma pratica diferencia e prazerosa desperta nos alunos um grande interesse pelas aulas, a motivação a participação e as relações interpessoais se mantiveram presentes. A proposta encontrou êxito em toda sua intenção, proporcionando ao professor não apenas a vivencia de como esta a Educação Física atual, mas também de como trabalhar o conteúdo de esporte em suas aulas através dos Jogos Cooperativos, e a sim tornando toda a Educação Física mais completa em que todos possam alcançar.

Referências

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  • BARBOSA, Saulo Cavalari et al. A Esportivização da Educação Física no Ambiente Escolar. EFDeportes.com, Buenos Aires, Ano 14, Nº 133, 2009. http://www.efdeportes.com/efd133/a-esportivizacao-da-educacao-fisica.htm

  • BETTI, Mauro. A Janela de Vidro: Esporte, televisão e Educação Física. Campinas, SP: Editora Papirus, 1998. 159 p.

  • BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: educação física/ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: A Secretaria, 1997. 114 p.

  • CORREIA, Marcos Miranda. Trabalhando com Jogos Cooperativos. Campinas, SP. Editora Papirus, 2008. 96 p.

  • DARIDO, Suraya Cristina. Os Conteúdos da Educação Física Escolar: Influências, Tendências, Dificuldades e Possibilidades. Perspectiva em educação física escolar, v2, n.1, Niterói, 2001.

  • DARIDO, Suraya Cristina; RANGEL, Irene Conceição Andrade. Educação Fisica no Ensino Superior: Educação Física na Escola: Implicações para a Pratica Pedagógica. Editora Guanabara Koogan, 2005. 239 p.

  • FARIA, Eliene Lopes. Conteúdos da Educação Física Escolar: Reflexões sobre a Educação Física e a Cultura. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 12, n. 2, p. 124-142, 2004.

  • JUNIOR, Hamilcar Silveira Dantas. A Esportivização da Educação Física no Século do Espetáculo: Reflexões Historiográficas. Revista HISTEDBR On-line, São Paulo, v. 29, 2008.

  • MATVEEVV, Anatolli Petrovich. Educação Física Escolar: teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sport, 1997. 139 p.

  • SOARES, Fernanda Carone. A Competição Esportiva Escolar como Componente Pedagógico a ser Refletida e Aplicada nas Aulas de Educação Física. Pensar a Pratica, America do Norte, v. 11, nº1, 2008.

  • SOLER, Reinaldo. Educação Física Escolar. Rio de Janeiro: Editora Sprint,2003. 188p.

  • SOLER, Reinaldo. Jogos Cooperativos. Rio de Janeiro. Editora Sprint, 2002. 132 p.

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