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A ação dos hormônios GH, catecolaminas, insulina, 

glucagon e cortisol nos níveis de glicose no corpo em exercício

La acción de las hormonas GH, catecolaminas, insulina, glucagon y cortisol en los niveles de glicólisis en el cuerpo en movimiento

 

*Discente do Curso de Licenciatura Plena em Educação Física

da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Campus de Jequié

**Professor Especialista em Atividade Física

e Saúde para Grupos Especiais

Claudio Andre Araujo Lima*

Ramon Missias Moreira**

ramonefisica@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O presente artigo se apresenta como uma revisão de literatura a cerca das relações entre os Hormônios do Crescimento (GH), das Catecolaminas, do Cortisol e os níveis de glicose plasmática no corpo em atividade física. Com a base de nossos estudos referendados no livro fisiologia do exercício Energia, Nutrição e Desempenho Humano, quarta edição, (1998) e artigos recentes a cerca da atividade física e suas relações com o gasto energético. Onde o texto encontra-se subdividido em uma breve apresentação acerca dos conceitos de Hormônios e suas funções. Posteriormente que hormônios atuam direta e indiretamente sobre a glicose e concluindo seus principais agentes o glucagon e a insulina. E de forma concomitante as principais alterações que ocorrem com estes três hormônios quando o corpo se encontra em atividade, em indivíduos treinados e destreinados.

          Unitermos: Secreções. Alterações. Corpo. Açúcar. Atividade física. Gasto energético.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 151, Diciembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Muitos estudos reforçam a tese, de que, a resposta aos estímulos (Informações provenientes do meio externo ou mesmo do meio interno) é controlada de três formas; - Pela contração dos músculos esqueléticos de todo o corpo; - Pela contração da musculatura lisa dos órgãos internos e; - através da secreção de Hormônios pelas glândulas exócrinas e endócrinas em todo o corpo 1. E com, este ultimo funcionando como intermediário entre a elaboração da resposta pelo sistema nervoso e a efetuação da resposta pelo órgão-alvo, sendo considerado como um outro controlador das funções corporais (reguladores fisiológicos)2. Ou seja, eles podem acelerar ou diminuir as velocidades de reações e funções biológicas que acontecem mesmo em sua ausência, fundamentais no funcionamento do corpo humano tanto em repouso quanto em atividade “Exercicio”.

    Sendo transportados pela corrente sanguínea para todas as células do corpo, onde apenas determinados tecidos especializados têm a capacidade de reconhecer e responder a cada determinado hormônio (os receptores de hormônio). Localizados dentro ou na membrana citoplasmática da célula, e com capacidade de responder a este neurônio através da; - alteração da velocidade de síntese protéica intracelular; - mudança do ritmo da atividade enzimática; - modificação do transporte através da membrana citoplasmática e; - indução da atividade secretora de outro hormônio, como resposta ao contato celular com a secreção.

    E classificados em esteróides, os composto lipossolúveis que passam com facilidade através da membrana citoplasmática, já que seu receptor se encontra dentro da célula em uma determinada parte do DNA. E a este processo se da o nome de Ativação Genética Direta. E os não-esteróides que encontram seus receptores na membrana citoplasmática, onde uma vez ativado sofrem uma mudança conformacional, que ativa a formação intracelular de um segundo mensageiro que intermédia à resposta da célula (sendo o mais estudado o Mono fosfato de Adenosina Cíclica AMPc). Sua regulação se da, na maioria das vezes, pelo mecanismo de feedback Negativo ou Positivo. Onde o Negativo esta, associado à obtenção da secreção do hormônio B através da secreção do hormônio A. E o Positivo, associado à obtenção de um impulso biológico suficiente para a secreção do hormônio B que re-estimula a secreção do hormônio A que reinicia o estimulo a secreção do hormônio B ate uma faixa pré-determinada de resposta, para o feedback “negativo” agir reduzindo a resposta ao hormônio A para níveis adequados para após a efetuação da resposta fisiológica.

Discussão

    E de acordo com os textos abordados, em relação ao hormônio do crescimento GH que é estimulado em quantidade de acordo com a intensidade do exercício3. Devido á produção de opiáceos endógenos que inibem a produção de somatostatina pelo fígado e desta forma o hormônio que controla o GH é reduzido, ou seja, o exercício estimula a secreção de GH, hormônio responsável pela captação de aminoácidos e da síntese protéica pelas células e redução da quebra das proteínas; - pela acentuação da utilização de lipídios e diminuição da utilização de glicose para a obtenção de energia; - a estimulação da reprodução de células (crescimento tecidual); - e pela estimulação do crescimento do tecido cartilaginoso e ósseo. Alem do estimulo ao fígado secretar em pequenas quantidades de uma proteína semelhante à insulina (somatomedina) que atua com o GH amplificando mutuamente seus efeitos4.

    E, estudos com atletas, demonstraram que quando o treinamento do atleta era basicamente anaeróbico, os níveis do GH normalmente atingem valores mais expressivos que quando o treinamento do atleta era basicamente aeróbico. Especula-se que as adaptações necessárias ao primeiro envolvam mais síntese tecidual, na formação de massa muscular (Hipertrofia) do que as necessárias para o segundo. Se fazendo necessário destacar que em indivíduos destreinados apresentam uma maior liberação de somatotropina do que em indivíduos treinados. O que para que os indivíduos já treinados necessitam de uma menor síntese tecidual do que os destreinados, em termos de massa muscular, principalmente5. E freqüentemente o GH é utilizado como agente ergogênico exógeno, principalmente por atletas de modalidades que requer mais força.

    E “Problemas referentes à sua utilização como tal incluem a acromegalia, que acontece em adultos com hipersecreção (ou administração exagerada do exógeno) e que é caracterizada por um crescimento demasiado dos ossos em espessura”6.

    Há hormônios também que através do aumento da síntese protéica, e síntese de enzimas aumentando o tamanho e o numero de mitocôndrias na maioria das células, promovendo um aumento na atividade contrátil do coração e uma absorção mais rápida de glicose pelas células. E como conseqüência da glicose incrementada a um melhoramento da gliconeogênese e da mobilização de lipídios, ampliando desta forma a disponibilidade de ácidos graxos livres para oxidação como forma de obtenção de energia como com o hormônio tireóideo. Que para os autores, o exercício estimula o aumento da liberação de TSH que estimula a secreção do hormônio tireóideo. Contudo esta resposta ao TSH não acontece de forma imediata7.

    Há hormônios também que atuam no; - aumento da glicogenólise tanto no fígado quanto no músculo que esta em exercício; - aumento da força de contração cardíaca; - Aumento da liberação da glicose e ácidos graxos livres para a corrente sanguínea; - na vaso-dilatação em vasos musculares em exercício e a vaso-constrição nas vísceras e na pele (com o efeito da norepinefrina); - aumento de pressão arterial; - e no aumento da respiração. Como as catecolaminas (epinefrina, norepinefrina). Que durante o exercício os níveis de epinefrina são elevados conforme a intensidade do exercício quase que de forma exponencial. Enquanto os níveis de norepinefrina se mantêm próximos aos níveis basais até que a intensidade do VO2 máx atinja os níveis de 75% de sua intensidade, aumentando de forma linear. Promovendo a adequada redistribuição do fluxo sanguíneo para supri as necessidades dos músculos em atividade, e o aumento da força de contração cardíaca e a mobilização de substrato como fonte de energia8.

    Não esquecendo os glicocorticóides em especial o Cortisol, que sua secreção é influenciada pelo ACTH. E sua ação consciente em; - adaptação ao estresse; - manutenção dos níveis de glicose adequados mesmo em jejum; - o estimulo a gliconeogênese (especialmente a partir de aminoácidos desanimados que vão, através da circulação, para o fígado); - mobilização de ácidos graxos livres, fazendo deles uma fonte de energia mais disponíveis; - diminuição da captação e oxidação de glicose pelos músculos para obtenção de energia, reservada para o cérebro num efeito antagônico ao da insulina; - estimulação do catabolismo protéico para a liberação de aminoácidos para produção de energia em todas as células do corpo, com exceção do fígado; - alem de facilitar a ação de outros hormônios, especialmente o glucagon e o GH, no processo de gliconeogênese9. Porem sua resposta ao exercício é um pouco complexa de ser diagnosticada, devido à presença de muitas variáveis como: o tipo a intensidade do exercício; o nível de treinamento; o estado nutricional e o ritmo cardíaco. E atualmente sabe-se que os níveis de cortisol são elevados com exercício físico intenso10.

    Porem as principais secreções que influenciam o controle da glicose plasmática, são liberadas pelo pâncreas de forma exócrina no trato gastrintestinal. E são produzidas pelas células α (alfa) que são responsáveis pela secreção do glucagon e as células β (beta) que são responsáveis pela secreção da insulina. Com um responsável pelo controle da secreção do outro. E a função do glucagon consiste em aumentar a concentração de glicose plasmática através da glicogenólise e gliconeogênese hepática. E de acordo com os autores, no principio do exercício seus níveis se elevam de forma progressiva ate os quinze minutos iniciais do exercício em seguida tende a se estabilizar11. Não esquecendo que o mesmo estudo demonstra uma relação linear entre o glucagon e a duração do exercício, ou seja, quanto mais durar o exercício mais glucagon será liberado. Ou seja, a atividade aeróbica liberara de forma mais continua e com menos oscilação o glucagon do que as atividades sazonais de indivíduos destreinados “sedentários”. Embora, outros autores demonstrem que, após o treinamento, a liberação de glucagon após 10 minutos é maior do que antes do treinamento. Já a insulina, sua principal função é regular o metabolismo da glicose por todos os tecidos, com exceção do cérebro12. Funcionando inicialmente reabastecendo as reservas de glicogênio nos músculos e no fígado. Em seguida caso os níveis de glicose plasmática estiverem ainda altos, ela, faz a captação da glicose plasmática pelas células adiposas que as transformam em triglicérides. Como no exercício, há uma estimulação de glucagon, com isso a estimulação da insulina é diminuída. Isto é, há uma relação inversamente proporcional entre o exercício e a insulina, em outras palavras, quanto maior for a duração do exercício menor será a produção de insulina, e com esta diminuição reduz-se também a captação da glicose plasmática por células adiposas para a transformação em triglicérides13.

Conclusão

    E desta forma, podemos observar que a glicose sanguínea sofre alterações de acordo com as concentrações do GH, do Cortisol, das Catecolaminas (epinefrina e nor-epinefrina), do Glucagon e da Insulina. Já que todos os autores concordam que os hormônios atuam como controladores das funções corporais (reguladores fisiológicos). Podendo acelerar ou diminuir as velocidades de reações e funções biológicas, e todos atuam de forma direta ou indireta com a glicose ou com os processos em que ela esteja envolvida. E em atividade, os corpos demandam de uma maior quantidade de energia, ou seja, glicose em maiores quantidades e tanto o GH, o Cortisol e as Catecolaminas estão associados a reserva de gordura “Depósitos de Energia”, a síntese tecidual “Principalmente Óssea e Cartilaginosa”. Tanto em repouso quanto em atividade. Porem faz-se necessário destacar que há consenso entre todos quanto a uma melhora na eficiência das funções corpóreas com o menor desgaste do corpo devido à otimização que o Exercício pode promover com um processo mais eficiente na síntese de energia e tecidual, minimizando a necessidade de depósitos de Energia “gordura”. E desta forma garantindo uma melhora na qualidade de vida para indivíduos treinados do que para indivíduos dês-treinados.

Referências bibliográficas

  1. BERNE, R. M.; LEVY, M. N. Fisiologia. 3. Ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 1996.

  2. CANALI, Enrico S.; KRUEL, Luiz Fernando M. Respostas hormonais ao exercício. Revista Paulista de Educação Física. 15(2): 141-153; 2001.

  3. WILSON, J.D.; FOSTER, D.W. Tratado de endocrinologia. 7ª ed. São Paulo: Manole, 1988. v.1.

  4. FOX, E.L.; MATTHEWS, D.K. Bases fisiológicas da educação física e desportos. 3. Ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1983.

  5. GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de fisiologia médica. 9ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.

  6. FERNÁNDEZ-PASTOR, V.J.; ALVERO, J.R.; PÉREZ, F.; RUIZ, M.; FERNÁNDEZ-PASTOR, J.M.; DIEGO, A.M. Niveles de glucosa, glucagón y hormona Del crecimiento plasmáticos en sujetos sedentarios y entrenados en respuesta a ejercicio máximo. Archivos de Medicina del Deporte, Pamplona, v.9, n.36, p.355- 60, 1992.

  7. TSUJI, H.; CURI, P.R.; BURINI, R.C. Alterações metabólicas e hormonais em nadadores durante o treinamento físico. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, São Caetano do Sul, v.7, n.2, p.35-41, 1993.

  8. MCARDLE, KATCH & KATCH (1988). McARDLE, W.D.; KATCH, F.I.; KATCH, V.L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho físico. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.

  9. MARTIN, W.H. Effects of acute and chronic exercise on fat metabolism. Exercise and Sport Sciences Reviews, Baltimore, v.24, p.203-30, 1996.

  10. WILMORE, J.H.; COSTILL, D.L. Physiology of sport and exercise. Champaign: Human Kinetics, 1994.

  11. FERNÁNDEZ-PASTOR, V.J.; ALVERO, J.R.; PÉREZ, F.; RUIZ, M.; FERNÁNDEZ-PASTOR, J.M.; DIEGO, A.M. (1992). Niveles de glucosa, glucagón y hormona Del crecimiento plasmáticos en sujetos sedentarios y entrenados en respuesta a ejercicio máximo. Archivos de Medicina del Deporte, Pamplona, v.9, n.36, p.355- 60, 1992.

  12. FOX, E.L.; MATTHEWS, D.K. Bases fisiológicas da educação física e desportos. 3. ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1983.

  13. DEUSCHLE, M.; BLUM, W.F.; FRYSTYK, J.; ORSKOV, H.; SCHWEIGER, U.; WEBER, B.; KORNER, A.; GOTTHARDT, U.; SCHMIDER, J.; STANDHARDT, H.; HEUSER, I. Endurance training and its effect upon the activity of the GH-IGFs system in the elderly. International Journal of Sports Medicine, Stuttgart, v.19, p.250-3, 1998.

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