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Efeitos do treinamento resistido na composição 

corporal em paciente portador de HIV/AIDS

Efectos del entrenamiento de resistencia en la composición corporal en un paciente portador de HIV/SIDA

 

*Professor do Laboratório do Exercício

da Universidade de Estadual de Montes Claros, UNIMONTES

**Programa de Pós-Graduação Lato Senso em Saúde Publica

das Faculdades Integradas Pitágoras, FIP MOC

***Professor do Departamento de Educação Física e do Desporto

da Universidade Estadual de Montes Claros, UNIMONTES

****Professor de Educação Física da Escola Preparatória

de Cadetes do Ar – EPCAR

(Brasil)

Vinícius Dias Rodrigues*

Renata Mendes Vieira**

renatamvieira@yahoo.com.br

Waldney Roberto de Matos e Ávila***

André Luiz Gomes Carneiro***

Saulo Daniel Mendes Cunha***

Alisson Gomes da Silva****

viniciusdr26@hotmail.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo do presente estudo é verificar os efeitos do treinamento resistido na composição corporal em um paciente portador de HIV/AIDS. A infecção pelo HIV provoca uma disfunção imune ampla, com depressão imunológica no ambiente da ativação do sistema de defesa. O HIV danifica o principal componente desse sistema, os linfócitos T, que atacam diretamente o microorganismo invasor. Dessa forma o organismo estabelece uma imunodeficiência. O estudo de caso abordou um paciente com HIV/AIDS, sexo masculino, 43 anos, solteiro, natural de Montes Claros - MG que participou de um programa de treinamento resistido de 36 sessões, onde foi realizada a avaliação do índice de massa corporal (IMC), percentual de gordura (%G) e relação cintura-quadril (RCQ) antes e após o treinamento resistido proposto. Na avaliação física diagnostica o IMC foi 20,5 Kg /m2, o %G foi 12,3% e o RCQ foi 0,9. Já na avaliação física após 36º sessões de treinamento o IMC foi 20,3/m2, o %G foi 10,5% e o RCQ foi de 0,85. O tratamento proposto acarretou respostas saudáveis ao individuo, pois todas as variáveis dependentes melhoram ou permaneceram na zona limítrofe de normalidade.

          Unitermos: HIV. AIDS. Composição corporal.

 

Pesquisa desenvolvida no Laboratório do Exercício da Universidade de Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 150, Noviembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Há mais de vinte anos desde sua descoberta, existem lacunas na assistência aos portadores do Vírus da Imunodeficiência Humana e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV/AIDS), principalmente no que concerne à convivência do indivíduo com a doença (CAETANO & PAGLIUCA, 2006).

    Segundo a American International AIDS Foundation 2005, há no mundo 40,3 milhões de pessoas com HIV/AIDS (AIDS/ HIV, 2006). No Brasil, de acordo com o Boletim Epidemiológico AIDS DST 2005, a taxa de incidência de AIDS é elevada (BRASIL, 2005), pois de 1980 a junho de 2005 foram registrados 371.827 casos de AIDS (BOLETIM, 2006). Ainda segundo o Boletim, mesmo com patamares elevados o número de casos permanece estável. O financiamento público é especialmente do governo federal, o combate ao HIV/AIDS no Brasil revela a prioridade dada à doença em relação a outras enfermidades (TEIXEIRA, 2006).

    A AIDS é causada pelo vírus HIV, um retrovírus humano não-oncogênico pertencente à família dos lentivírus, que provoca uma disfunção no sistema imunológico (KUMAR, ABBAS & FAUSTO, 2005). Esta imunossupressão resulta principalmente da infecção das células TCD4+ e da perda destas, bem como de uma disfunção na atividade das células T que sobrevivem. Dessa forma o indivíduo fica propenso a múltiplas infecções (ULLA & REMOR 2002).

    A prática de exercício físico é incentivada por inúmeros órgãos de pesquisa na área da saúde, sendo que tal indicação reside nas evidências científicas que relacionaram os efeitos do exercício sobre a saúde do ser humano (BUSS, 2004; MATSUDA et al 2005; PITANGA, 2007; FEERREIRA & NAJAR, 2005). Mas aspectos como freqüência, intensidade, tipo de exercício e volume de treino têm levado a contradições, pois o organismo humano é composto por vários sistemas, sendo moldado sob diferentes constituintes, o que nos leva a concluir que a mesma sobrecarga de trabalho produz efeitos diferentes nos mesmos, sobretudo no sistema imunológico e na relação de homeostasia do organismo (ÁVILA, 2006).

    Silva (1998), Roubenoff (1999) e Meloni (2004) afirmam que o treinamento de força, realizado com a finalidade de aumentar a massa muscular e a força muscular, tem produzido respostas positivas para os portadores de HIV/AIDS. No mesmo sentido, Angeli et al (2004) relatam que uma sessão de treinamento com intensidade moderada reforça as funções imunológicas naturais e as defesas do hospedeiro por até várias horas. Por outro lado, Leandro et al (2002) argumentam que o supertreinamento pode provocar uma imunossupressão. Esta é associada com o aumento nos níveis de cortisol ocasionados pelo exercício árduo (McARDLE, KATCH & KATCH, 2003), além de estar relacionada com a leucopenia e linfopenia (BERK et al, 1990), uma vez que o cortisol deprime a síntese de DNA e RNA do tecido linfóide (GUYTON, 2002).

    Santos (2006) em seu trabalho relata que, o treinamento de força tem fundamental importância no aumento de massa muscular e este fato colabora para evitar os efeitos da lipodistrofia.

    Diante do exposto, o objetivo do presente estudo é verificar os efeitos crônicos do treinamento resistido na composição corporal de um indivíduo portador de HIV/AIDS.

Metodologia

    A pesquisa em questão é um estudo de caso dos efeitos crônicos do treinamento resistido na composição corporal de um paciente portador de HIV/AIDS.

    O paciente da Policlínica Dr. Hermes de Paula – UNIMONTES é do sexo masculino, homossexual, 43 anos de idade, natural da cidade de Montes Claros – MG. O indivíduo adquiriu a doença através do contato sexual, que foi diagnosticada em 1999. O mesmo faz uso dos medicamentos Didanosina (DDI), Estavudina (D4T) e Indinavir (IDV) de oito em oito horas. Foi identificado no individuo os seguintes desvios posturais (DP): hipercifose torácica, hiperlordose lombar, ombro esquerdo deprimido, escápula esquerda deprimida e pés abdutos. Seu quadro clínico é compatível com a participação no programa de treinamento resistido, segundo atestado pelo seu médico.

    Os procedimentos referentes à avaliação física foram realizados no Laboratório do Exercício da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES. Também nesse mesmo Laboratório desta Universidade foi realizado o programa de treinamento resistido. Todas as medidas antropométricas foram realizadas seguindo a descrição de Petroski (1999). A composição corporal foi calculada utilizando-se o protocolo de Jackson & Pollock (1978, apud POLLOCK & WILMORE, 1993) de três dobras. Os dados coletados foram referentes para avaliar o percentual de gordura (%G), índice de massa corporal (IMC) e relação cintura-quadril (RCQ). A avaliação física diagnóstica (AVF 01) foi realizada no dia 09-08-2007, já a avaliação física final (AVF 02) realizada após as 36 sessões de treino foi realizadas no dia 15-11-2007.

    Os instrumentos para coleta dos dados foram: um adipômetro científico da marca Sanny, uma trena antropométrica da marca Wiso e uma balança com estadiometro inserido da marca Filizola.

    Os instrumentos e procedimentos propostos no estudo foram submetidos e aprovados na avaliação do Comitê de Ética da UNIMONTES pelo processo No433, emitido no dia 21 de outubro de 2006.

    O indivíduo foi informado mediante termo de consentimento livre e esclarecido das intenções do estudo, dos possíveis riscos ou benefícios concernentes ao protocolo de treinamento adotado, e da sua participação voluntária no mesmo. Ele foi incluído no programa de treinamento após o parecer positivo do Comitê de Ética, e consentimento médico (atestado médico) expedido pelo profissional da Policlínica Dr. Hermes de Paula – UNIMONTES.

    O primeiro teste para avaliação da força muscular foi realizado no dia 09 de agosto do ano 2007. O teste utilizado foi o de carga por repetição, proposto por Marins e Giannichi (2003), pois este teste, para indivíduos iniciantes, facilita o processo de mensuração de carga neste estágio do planejamento (adaptação). Foi selecionado o número de 15 repetições para cada exercício e o indivíduo realizou cada série até ser encontrado o limiar de carga para o número de repetições. O teste foi realizado na seqüência em que os exercícios seriam executados nesta fase do treinamento: Leg press 45º, Remada baixa aberta, Cadeira extensora, Supino reto, Mesa flexora, Puxada dorsal, Abdominal supra, Tríceps pulley, Panturrilha sentado, Rosca direta com halter e Elevação lateral, respectivamente (sistema alternado por segmento). É importante ressaltar que o teste para o exercício Abdominal supra foi realizado com 20 repetições, que correspondeu à capacidade máxima de repetições completadas corretamente (com a técnica adequada).

    Para avaliar a força muscular após a fase adaptativa, foi utilizado o teste de uma repetição máxima (1 RM), proposto por Fleck e Kraemer (1999), cuja finalidade é mensurar a força dinâmica para determinar a sobrecarga de treinamento com maior precisão. Sendo assim, o teste de 1 RM objetiva determinar a quantidade máxima de peso levantado em um esforço máximo, no qual o indivíduo consiga realizar uma única repetição completa e máxima (UCHIDA et al, 2005). Este teste foi realizado antes da 13ª sessão (No dia 14 de setembro do ano de 2007 antes da primeira sessão da fase específica 1) e 25ª sessão (No dia 17 de outubro do ano de 2007 antes da primeira sessão da fase específica 2). O teste foi realizado nos exercícios: Remada baixa aberta, Puxada dorsal, Leg press 45º, Cadeira extensora, Mesa flexora, Supino reto, Elevação lateral, Rosca direta com halter, Tríceps pulley, respectivamente. Já para os exercícios Abdominais supra e Panturrilha sentado, a carga foi determinada pelo teste de carga por repetição.

    Os equipamentos utilizados para o treinamento resistido eram da linha MILENIUM da marca VITALLY. Além disso, foi utilizada uma esteira LX-160 da marca MOVIMENT e um relógio Condor (Stainless Steel Black - Water 100m resist).

    O quadro 1 apresenta o macrociclo do treinamento resistido, cujo início foi no dia 10 de agosto de 2007, e o término no dia 14 de novembro do mesmo ano. O macrociclo foi dividido em três mesociclos: a primeira fase, chamada de período adaptativo, teve como objetivo a resistência muscular localizada. Na segunda e terceira fases, chamadas de período específico 1 e período específico 2, respectivamente, o objetivo foi a hipertrofia muscular. O quadro trás também os sistemas de treinamento utilizados e quantidades de microciclos e unidades de treino.

Quadro 1. Macrociclo de treinamento resistido

    O quadro 2 apresenta as variáveis do treinamento resistido (volume e intensidade) Além disso, é importante ressaltar que nas fases específica 1 e específica 2, o exercício Abdominal supra e Panturrilha sentado foram realizados com 25 RM e 15 RM, respectivamente.

Quadro 2. Variáveis do treinamento resistido

    Nas fases específicas 1 e 2, os exercícios foram trabalhados no sistema localizado por segmento, a partir da seguinte seqüência: Remada baixa aberta, Puxada dorsal, Leg press 45º, Cadeira extensora, Mesa flexora, Supino reto, Elevação lateral, Abdominal supra, Panturrilha sentado, Tríceps pulley, Rosca direta com halter e Elevação lateral. Antes do treinamento específico era realizado um aquecimento orgânico (caminhada na esteira entre as velocidades 5,5 Km/h a 6,5 Km/h com duração de 10 minutos), e alongamento de todos os grupos musculares que seriam trabalhados.

    Nos dias em que eram realizadas as coletas, o indivíduo foi orientado a manter os procedimentos da vida diária: alimentação, medicação e período de descanso (sono).

Análise e discussão dos resultados

    O gráfico 01 apresenta os resultados do índice de massa corporal (IMC) do individuo portador de HIV/AIDS.

Gráfico 01. Índice de Massa Corporal

    O índice de massa corporal (IMC) é uma medida utilizada pela Organização Mundial da Saúde (1998) para calcular se uma pessoa está no peso ideal. De acordo com os dados coletados em AVF 01 e AVF 02 o individuo permaneceu dentro da zona limítrofe de normalidade que é 18,5 a 24,9 Kg/ m2.

    O gráfico 02 apresenta os resultados do percentual de gordura (%G) do individuo portador de HIV/AIDS.

Gráfico 02. Percentual de Gordura

    Analisando o gráfico acima podemos perceber que o %G diminuiu ao final das 36 sessões de treinamento. De acordo com a National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (1998) o %G ideal para o homem é 5,0 a 14,9%. Assim podemos considerar que o individuo do estudo permanece dentro dos padrões de saúde de um individuo normal.

    O gráfico 02 apresenta os resultados da relação cintura-quadril (RCQ) do individuo portador de HIV/AIDS.

Gráfico 03. Relação Cintura-Quadril

    A relação cintura-quadril (RCQ) apresenta o risco de morbidade e mortalidade por doença crônico-degenerativa (DCD). De acordo com Heyward e Stolarczyk (2000) o individuo desse estudo encontrava-se com risco moderado para DCD, mas após o treinamento proposto por esse estudo o risco para DCD diminuiu (Zona de baixo risco para DCD).

    Segundo Pimentel (2007) os exercícios físicos recomendados para os portadores de HIV/AIDS, de modo geral, são os aeróbios e de resistência muscular localizada. Este mesmo autor afirma que a musculação com objetivo de resistência muscular localizada é considerada a modalidade mais recomendada para os portadores da síndrome, pois facilita o monitoramento das condições gerais do praticante.

    A existência de inúmeras formas de treinamento e métodos que se diferem em suas alterações fisiológicas, onde a combinação entre volume e intensidade, associados a fatores nutricionais, podem surtir efeitos diferenciados mesmo em altas intensidades (ÁVILA, 2006).

    De acordo com o estudo de Terry (2006), um programa de treinamento aeróbio ou de resistência muscular localizada para pessoas com o quadro de HIV/AIDS pode ajudar na melhora da qualidade de vida. Além disso, esta autora relata que o treinamento de resistência muscular pode ser efetivo no incremento de força e de massa muscular, tanto em pacientes com HIV/AIDS que apresentam síndrome compulsiva ou lipodistrofia. Assim dados relatados nos gráficos acima apresentam mudanças antropométricas positivas, pois, o IMC continua dentro dos limites de normalidade, o %G diminui e a RCQ distanciou do limite de risco coronariano.

    Este estudo corrobora com o trabalho de Eidam, Lopes e Oliveira (2005), que sugerem que para portadores de HIV/AIDS, a intensidade do treinamento de força deve ser de 40-60% da força máxima para trabalhar resistência muscular, e 60-80% da força máxima para trabalhar força dinâmica. Estes mesmos autores sugerem que deva ser de 2 a 3 dias a freqüência semanal. Além disso, eles lembram que o tipo de exercício deve envolver grandes grupos musculares e os vários segmentos corporais.

    No trabalho de revisão sistemática de estudos publicados no PubMed e Capes entre 1998 e 2008 realizado por Souza e Marques (2009), foram discutidos protocolos que utilizaram apenas treinamento de força ou aeróbio e os que utilizaram ambos e a grande maioria encontrou resultados favoráveis às variáveis pesquisadas. Quanto ao modelo de prescrição para essa população, este deve ser composto por exercícios de força, de 8 a 15 repetições máximas (trabalho de hipertrofia) e por exercícios aeróbios (contínuo ou intervalado), com duração de 20 a 60 minutos e intensidade variando de 50% a 85% da freqüência cardíaca máxima ou 45-85% do consumo máximo de oxigênio, ambos 3 a 5 por semana.

    É importante ressaltar a necessidade do exercício físico para a manutenção da saúde. O estudo realizado por Leite e Gori (2004) apresentou a relevância da prática de atividades físicas no tratamento e na vida cotidiana de dez pacientes soropositivos, residentes em Jataí-GO. Nenhum deles possui o hábito de realizar atividades físicas, embora nove tenham demonstrado interesse por essa prática, enumerando, inclusive, benefícios físicos e psicológicos que este tipo de atividade em grupo poderia proporcionar. Foi interessante perceber que a concepção que os pacientes investigados apresentaram sobre os exercícios físicos não é vinculada aos benefícios estéticos e de desempenho, mas sim à manutenção da saúde e da integridade física e, principalmente, relacionada aos benefícios de convívio social e melhora da auto-estima. Saba (2003) lembra que o acompanhamento médico é essencial, pois ele saberá o real quadro clinico do paciente, e isso poderá ajudar o profissional na prescrição do treinamento do portador de HIV/AIDS.

    Além disso, o Ministério da Saúde do Brasil (1997) afirma que o treinamento moderado ajuda melhorar os indicadores imunológicos. No estudo de Palermo e Feijo (2003) e Dudgeon (2004) foi apresentado que o exercício físico em HIV+, desde que adequadamente prescrito é seguro e benéfico. Por intermédio dele é possível melhorar, manter ou até retardar a progressão da doença, além de possibilitar um aumento da capacidade funcional. Evidências sugerem uma rotina de treinamento físico para beneficiar-los em vários componentes da saúde (VENACIO, 1994; LAZARROTO, 1999).

Considerações finais

    A prática regular de exercício físico é importante para todos como um dos meios de promoção da saúde e da qualidade de vida, constituindo uma eficaz ferramenta para desfrutar da longevidade e de sua capacidade biopsicossocial com mais prazer. Os achados referentes a esta investigação reforçam o que é explicitado na literatura científica para indivíduos aparentemente saudáveis. O efeito crônico do treinamento proposto levou a observar que o manejo das intensidades e volumes adotados melhoraram as variáveis dependentes desse estudo.

    No entanto, torna-se importante a realização de mais estudos com indivíduos de características distintas desse paciente, já que há poucas pesquisas relacionadas com os diferentes sistemas e métodos de treinamento de força com indivíduos portadores HIV/AIDS.

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