O papel da restrição perceptiva visual  parcial na organização temporal do nado crawl El papel de la limitación perceptiva visual parcial en la organización temporal del nado crawl
	*Professor da Pós-Graduação (Strictu Sensu) em Saúde Materno Infantil e da Graduação do Curso de Educação Física Universidade de Santo Amaro (UNISA), São Paulo **Auxiliar Técnico da Equipe Competitiva do DETUR (Departamento de Esporte e Turismo), São Caetano do Sul ***Coordenador da Equipe Competitiva de Natação do DETUR	Prof. Dr. Carlos Alexandre Felício Brito* Prof. Esp. Wagner Belvis** Prof. Esp. Mauricio de Oliveira*** brito-ca@uol.com.br (Brasil)
	Resumo           O objetivo deste estudo foi observar como a restrição do campo visual na habilidade nadar pode influenciar os parâmetros superficial do nado crawl. A amostra foi do tipo sistemática-aleatória e totalizou-se cerca de 5% dos nadadores de alta habilidade de São Caetano do Sul, inscrita no DETUR, em 2008 (n = 106). A perturbação foi realizada pela restrição da luz na qual formava uma configuração de acordo com o grau de complexidade. Todos os nadadores nadaram no ritmo natural. Os dados foram analisados pela estatistica paramétrica e optou-se pelo teste de Mauchly e foi utilizada a ANOVA para medidas repetidas (Contraste). A probabilidade aceita para este estudo foi de 5% (p<0,05). Observou-se diferença significativa (p<0,05) nos parâmetros flexíveis (tempo, velocidade, amplitude de braçadas e na estratégia de nado) após a restrição do campo perceptivo manipulado, mesmo mantendo-se a mesma distância a ser executado pelos nadadores em condições naturais da sua velocidade.            Unitermos: Restrição. Sincronização. Percepção. Nadar.   Abstract           The objective of this study was to observe how restricting the ability to swim can influence the superficial parameters of the crawl. There was mixed random-systematic sampling among 5% of high-ability from São Caetano do Sul enrolled with DETUR in 2008 (n=106). Perturbation was carried out by light shone onto the retina, forming a configuration according to the degree of complexity, at a natural rhythm. Data were analyzed using Mauchly's Test of Sphericity and ANOVA was used for repeated measures (Contrast). Probability was 5% (p£0.05). We observed significant differences (p£0.05) in the flexible parameters (time, speed, extent and swimming strategy) of the crawl after perception was manipulated, even when maintaining both the distance to be executed and what was considered a normal swimming rhythm.           Keywords: Restricting. Perception. Synchronization. Swim.
	EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 150, Noviembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    As pesquisas na área do comportamento, especificamente no que diz respeito ao controle motor, têm procurado discutir como ocorre à organização temporal nas habilidades motoras. Neste sentido, há um esforço para compreensão desta estrutura e descobrir a natureza das suas representações, em seus aspectos variantes (Características de superfície) e invariantes (Estrutura profunda) (MANOEL e CONNOLLY, 1995; XAVIER FILHO e MANOEL, 2002; SCHMIDT e WISBERG, 2001; FILHO, GIMENEZ, E JÚNIOR, 2002).

    Para descobrir estes aspectos alguns estudos têm manipulado alguns parâmetros (Distância; velocidade; força; peso; amplitude) flexível do movimento e verificado que há em sua estrutura aspectos que se mantêm constante (Organização temporal relativa) (FREUDENHEIM et al., 2005; XAVIER FILHO e MANOEL, 2002).

    Entretanto, não se tem observado estudos conduzidos na manipulação perceptual mantendo-se as características de superfícies constantes (BRITO, 2008). Assim, a hipótese deste estudo foi a de verificar se há diferenças significativas nos parâmetros flexíveis do nado crawl com manutenção do ritmo de nado e distância após restrição da tarefa no campo perceptual (Demanda visual).

    Para o entendimento de como há possibilidade do nadador adquirir novos padrões em sua habilidade no nadar, é necessário compreender o conceito de restrições. A restrição é conceituada como um fator que pode definir o comportamento fenomenal, pois toda a ação é adquirida e sincronizada dentro de um conjunto de restrições. Esse conjunto de restrições pode ser do meio geográfico (ambiente), do organismo (nadador) ou da própria tarefa (o nadar). Deve-se entendê-la como os limites ou condições impostas ao nadador, levando à sincronização do movimento. Verifica-se na Figura 1 esquema sobre o papel das restrições na habilidade nadar.

Figura 1. Esquema representando o papel das restrições como limites ou condições que poderiam influenciar na sincronização do movimento do nadador (BRITO, 2008)

Há uma compreensão duo para o estímulo

    A teoria Gestáltica (KOFFKA, 1927) faz uma distinção no que diz respeito ao estímulo. Para tanto, deve ser entendido que há um estímulo distal e um proximal. Desse modo, as causas das percepções não são os objetos em um meio geográfico, mas as ondas luminosas absorvidas e refletidas sobre eles.

    Esse fato manifesta-se fora do nosso organismo, portanto, são explicadas pelas leis de perspectiva e pela lei de absorção e reflexão da luz. Tem-se, dessa forma, que a razão pela quais as coisas são deve-se aos estímulos proximais. Um estímulo distal pode ter um número infinito de estímulos proximais que não necessariamente o representem como tal. Nesse sentido, se aceita apenas em um sentido mais restrito essa afirmação.

    Esses estímulos na natação dependem do quanto são explorados em nossa retina. Dessa maneira, deve-se pensar, como exemplo, sobre a relação da restrição da luminosidade, por meio de oclusão dos óculos da natação. Quando estamos restringindo parte da luz, ou totalmente, ao entrar nos óculos, impede que os objetos sejam refletidos em nossa retina e, com efeito, provoca modificações na sincronização. Destaca-se, ainda, que não se vê os objetos, mas sim a luz que eles refletem. Esses objetos refletidos na retina são os responsáveis pelo comportamento real (estímulos proximais).

    Para essa teoria, há uma forma mais generalizada de se mostrar o problema do estímulo. A idéia de que o estímulo proximal é responsável pelas coisas serem como parecem ser pode ser analisada a partir das seguintes afirmações:

• As mudanças no estímulo proximal, quando não acompanhadas de mudança no objeto distal, devem produzir mudanças correspondentes na aparência do objeto comportamental;

• Qualquer mudança no objeto distal que não produza efeito algum na estimulação proximal deve deixar inalterada a aparência do objeto comportamental.

    A primeira afirmação deve ser refutada devido às coisas comportamentais serem conservadoras (Princípio da constância perceptiva). Elas mudam com toda e qualquer mudança da estimulação proximal pela qual são produzidas. As constâncias das coisas reais são conservadas e preservadas, nas constâncias das coisas fenomenais – apesar da variação no estímulo proximal.

    A segunda afirmação também deve ser refutada, visto que nenhuma mudança pode ocorrer nos aspectos das coisas sem correspondentes mudanças nos estímulos proximais. Tem-se, como exemplo, uma figura ambígua. A figura não será preservada em sua aparência.

    Desse modo, o campo comportamental deve ser analisado de forma primária (estímulo proximal ­ sensações) e o outro campo, o secundário, é denominado de estímulo distal (percepção).

    Um fato relevante a ser destacado diz respeito às dimensões, qualquer diminuição da imagem retiniana produziria uma contração do objeto visto (que parece ficar cada vez menor apesar de não estar, necessariamente, encolhendo). A constância do tamanho é uma função de direção. Quanto menor for à imagem retiniana de um objeto distante, o qual parece tão grande quanto próximo, melhor a sua constância. Portanto, ela será melhor quanto for o tamanho aparente correspondente a uma dada imagem retiniana. É interessante notar que a direção horizontal favorece a constância quando comparada a uma vertical.

    Na natação, enfatiza-se essa direção da seguinte forma: na medida em que se trabalha pela busca da sincronização intencional, deve-se insistir na direção do campo visual superior (horizontal) quando o nadador está nadando. Desse modo, o espaço lateral, parece interferir de forma negativa na performance,¹ quando comparado ao campo visual superior, por exemplo (BRITO, 2008).

    As coisas parecem ser o que parecem por causa da organização do campo a que a distribuição do estímulo proximal dá origem. Esse enunciado remete às leis da organização. Com efeito, podem-se compreender as causas existenciais que podem influenciar diretamente o comportamento real. A organização é um processo que necessita de forças que o ponham em movimento, mas também ocorre em um meio, e deve, portanto, depender das propriedades desse meio. Deve-se considerar uma distinção entre as forças ativas e as condições restritivas que, em certa medida, determinam a organização psicofísica.

    Para a teoria, essa condição pode ser subdividida em duas. Consideram-se como características externas que são superfícies sensoriais – se dão nos estímulos proximais – e internas ­ inerentes à própria estrutura nervosa. As condições externas fornecem forças reais, mas e as internas?

    As internas podem ser consideradas mais ou menos permanentes e momentâneas. As permanentes são consideradas estruturas do sistema nervoso que foram herdadas e, principalmente, como se formaram ao longo da experiência. As denominadas de momentâneas podem ser consideradas como vigorosas ou de fadiga. Desse modo, a experiência deve ser chamada de condição interna de um processo (Conteúdo). Portanto, o problema do campo ambiental deve ser considerado como uma teoria inteiramente dinâmica em que os processos organizam-se em si mesmos, sob as condições dinâmicas e restritivas predominantes. O objetivo deste estudo foi observar e compreender como o papel da restrição na habilidade nadar (Oclusão dos óculos parcial) pode influenciar nos parâmetros superficiais do nado crawl.

Material e método

Tipo de pesquisa

    A natureza da pesquisa foi direta e utilizou-se o método descritivo (com ênfase no estudo exploratório) e o método experimental.

Amostra e local

    A amostra é do tipo sistemática-aleatória perfazendo cerca de 5% do total de nadadores de alta habilidade (Nível Competitivo Nacional e Internacional, n=6), de São Caetano do Sul, do DETUR, matriculados no ano de 2008 (n=106).

Instrumentos utilizados na aplicação do teste

    Foi utilizado o cronômetro Seiko de 100 memórias para registro do tempo percorrido nos 25metros. O mesmo foi filmado (Sharp, modelo VL-AH131U, Hi 8, 14.345 MS, power zoom 16x). Para registro das informações referentes aos participantes no estudo, foi utilizada uma ficha com: o nome do aluno e grupo a que pertencia. Para o teste nos 25 metros foi utilizada uma ficha contendo a temperatura da água, a data de realização do teste, número e nome do voluntário, tempo de execução da tarefa, número de braçadas e observações gerais quando necessário.

Aplicação dos testes

    Os voluntários nadaram 25 metros de crawl, com intervalo (após todos terminarem a tarefa) e com ritmo “tranqüilo”. A saída dependida do comando “prepara-vai”. Não podia deslizar, portanto havia um momento de ruptura no momento inercial apenas realizado pelos membros.

Perturbação na sincronização do nadar

    A perturbação na sincronização do nadar foi realizada de maneira que a luz emitida na retina tomava uma configuração de acordo com o nível de complexidade. A complexidade seguiu a lógica da restrição da luz por meio da oclusão dos óculos de natação (Utilizamos papel para realização do modelo descrito abaixo). Portanto, cada voluntário experimentou uma situação igual na restrição da luz, em cada momento, em suas retinas (Totalizou-se 6 tentativas para cada voluntário). A perturbação sugerida para o estudo, aplicado no modelo da pesquisa, ficou da seguinte maneira:

1. Sem restrição.

2. Olhos vendados Campo Inferior;

3. Olhos vendados Campo Superior;

4. Olhos vendados totalmente do lado dominante, porém com respiração contrária;

5. Olhos vendados, porém mantendo uma abertura pequena (forame) - com convergência;

6. Olhos vendados, porém mantendo uma abertura pequena (forame) - com divergência.

Procedimentos analíticos

    A opção do teste estatístico paramétrico foi devido à verificação da normalidade da distribuição por meio do teste de kolmogorov-Smirnov. Os dados foram analisados pelo teste Mauchly's Test of Sphericity e utilizou-se ANOVA para medidas repetidas (Contraste). A probabilidade foi de 5% (p£0,05). Para efetivação dos cálculos foi utilizado o SPSS.vs.13.0.

Resultados

    Os resultados são apresentados na tabela abaixo conforme a ordem executada no experimento.

Tabela 1. Comportamento do nado crawl em relação ao Tempo, Velocidade, Freqüência de Braçadas (Fr), Amplitude de Braçadas (Am) e 

Estratégia de nado (En) em função do tipo de restrição, em 25 metros, em ritmo natural. Os valores na tabela são média aritmética e desvios padrão.

Discussão

    A organização temporal do nado crawl, em função da velocidade de nado, nas distâncias de 50 a 1500 metros a máxima velocidade, é inversamente proporcional, ou seja, conforme a velocidade aumenta, há maior freqüência de movimento (br.s-1). Porém, à medida que a velocidade média de nado diminui, há uma tendência em diminuir o ritmo de nado em detrimento do aumento da amplitude de movimento (m.br -1) e, com efeito, verifica-se aumento da área deslocada de água por ciclo de braçadas. Este comportamento é descrito em estudos de natureza empírica (PELAYO, 2002), por exemplo. Esta Estratégia de nado (En) é dependente de algumas variáveis, tais como a massa corporal e a sua distribuição; o momento de aceleração e desaceleração das mãos; na força aplicada pelos seguimentos corporais; dentre outras. No entanto, não é relatada na literatura uma relação conativa com o fenômeno da percepção, na qual este artigo se diferencia (XAVIER FILHO e MANOEL, 2002; FILHO, GIMENEZ, E JÚNIOR, 2002 FREUDENHEIM et al., 2005).

    Após a aplicação metodológica, foram encontrados alguns dados que revelaram a complexidade da força tensional perceptiva, corroborando a idéia de que os nadadores, de fato, tendem a ter um comportamento fenomenal de acordo com a restrição estabelecida em sua En.

    Deve-se chamar atenção para o fato de que hipoteticamente a Estratégia de nado dependente da relação tempo-espaço, porém a metragem estabelecida no estudo foi igual para todos, em todos os momentos da perturbação (25 metros). Esse aspecto é algo que deve ser objeto de reflexão sobre a qualidade que esse campo apresenta. Em outras palavras, o que explica haver uma alteração na Estratégia de nado, durante o experimento, foi à propriedade dinâmica do campo e, com efeito, gerou em suas retinas (Princípio da constância perceptiva) uma tensão suficiente para alterar a sincronização do nado.

    A propriedade desse campo é discutida na Teoria Gestáltica (BRITO., 2008) da seguinte forma: não são apenas os objetos que estão no meio comportamental que poderiam mudar seu comportamento, mas a propriedade dinâmica desses objetos que são percebidos pelo sujeito. Nesse sentido, a ação pressupõe campos heterogêneos, campos com linhas de força e com mudança de potencial. Essa propriedade é uma característica primária que determina o campo, não estando nenhuma outra característica inteiramente livre dela.

    As formas que constituem esse campo são constituídas pelos contornos bem formados; pelas propriedades dinâmicas e pela constância dos objetos. Deve-se analisar que as coisas não preenchem o meio espacial, bem como o temporal, pois existe algo entre elas e em torno delas. Desse modo, a questão central para discussão se faz na medida em que se tenta compreender os aspectos qualitativos desse campo ambiental, percebido pelos nadadores (Organização interna – experiência).

    O primeiro ponto a ser destacado, nessa teoria, diz respeito ao fato de estarmos diante de uma descrição psicofísica, sendo a mesma mediada por um campo eletromagnético. Este, por sua vez, gera um sistema de tensões que desencadeia o comportamento real. Portanto, deve-se analisar o papel das ondas luminosas na visão.

    Pode-se observar que há diferenças significativas (p<0,05) para os parâmetros flexíveis (Tempo, velocidade, amplitude e estratégia de nado) do nado crawl após a manipulação da percepção visual, mesmo ocorrendo à preservação do ambiente (Distância de 25 metros) a ser executada por cada nadador, bem como nadar num ritmo considerado natural (Controle da velocidade). Portanto, confirmando a nossa hipótese experimental.

    Não foram observadas diferenças significativas (p>0,05) na freqüência de movimento em função das restrições, portanto mantendo-se constante. Uma possível explicação para este comportamento é que os nadadores de alta habilidade mantêm em sua organização temporal o mesmo ritmo devido a sua percepção consciente do ambiente (Capacidade de determinar parâmetros).

    Pode-se observar que o tipo de restrição com maiores diferenças significativas (p<0,05), nos parâmetros flexíveis do movimento do nado crawl, foi observado em função do Forame com Divergência em relação às outras restrições. Percebeu-se, ao final do experimento, que há uma ordem de força funcional perceptual no campo de acordo com o tipo de restrição (Maior estabilidade – Maior instabilidade): Sem Restrição, Campo Inferior, Respiração Contrária, Forame Convergência; Campo Superior; Forame Divergência.

    Os resultados deste estudo corroboram com a idéia de que a organização temporal do nado crawl, em seus aspectos variantes, é dependente da estrutura perceptiva (Campo visual) no que diz respeito a sua sincronização (Controle do movimento). Portanto, exercendo uma função em sua representação perceptual de forma consciente e não inconsciente como apontado em alguns estudos na área de comportamento motor (MANOEL e CONNOLLY, 1995; XAVIER FILHO e MANOEL, 2002; SCHMIDT e WISBERG, 2001; FREUDENHEIM et al., 2005).

    Em certo sentido, isto poderia ser explicado devido à escolha da orientação teórica em nosso estudo, ou seja, segundo os pressupostos da teoria gestáltica (KOFFKA, 1927) que compreende o comportamento não como elementos em hierarquia, porém como uma qualidade gestáltica (BRITO, 2008).

Considerações finais

    Pode-se observar que há diferenças significativas nos parâmetros flexíveis (Tempo, velocidade, amplitude e estratégia de nado) do nado crawl após a manipulação da percepção visual, mesmo ocorrendo à preservação do ambiente (Distância de 25 metros) a ser executada por cada nadador, bem como nadar num ritmo considerado natural (Controle da velocidade).

    Estes resultados fazem repensar a intervenção pedagógica em nadadores iniciantes, na fase do aperfeiçoamento, bem como no treinamento de nadadores competitivos, pois os resultados indicam que há possibilidades de alcançar a eficiência dos nados (sincronização) quando restringirmos o campo perceptual, sem necessáriamente alterar os parâmetros superficiais. Podemos pensar em exercícios que possam provocar menor instabilidade (para nadadores iniciantes) até aqueles que possam causar uma maior instabilidade (para nadadores avançados), de acordo com a restrição aplicada na pesquisa.

    É preciso verificar, em estudos futuros, se os aspectos invariantes se mantêm constantes, mesmo ocorrendo à manipulação da percepção e, desta forma, compreender melhor a natureza das representações. Em outras palavras, há na teoria gestáltica um pressuposto em que, dada às condições do estímulo proximal (Aspectos sensoriais – variantes) o estímulo distal (Aspectos perceptivos - invariantes) muda com toda e qualquer mudança na estimulação proximal pela qual são produzidas. As constâncias perceptivas das coisas reais são conservadas e preservadas, nas constâncias das coisas fenomenais – apesar da variação no estímulo proximal (Princípio da constância perceptiva) (Koffka, 1927).

Notas

1. A palavra performance será compreendida como uma relação entre os elementos restritores circundantes, em nosso caso, uma tríade (Organismo, Tarefa e Meio Geográfico). Ou seja, uma Gestalt.

Referências

• BRITO, C. A. F. (2008) Natação - Teoria Gestalt: uma nova concepção pedagógica. São Paulo: Phorte.

• FILHO, E.; GIMENEZ, R. e JÚNIOR, C. Efeitos de restrições ambientais na habilidade rebater em crianças, adultos e idosos (2003). Revista Portuguesa de Ciências do Desporto. V. 3, n.º3, 43-55.

• FREUDENHEIM, A. M.; BASSO, L.; XAVIER FILHO, E.; MADUREIRA, F., SILVA, C. G. S.; MANOEL, E. J. (2005). Organização temporal da braçada do nado crawl: iniciantes “versus” avançados. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, 13 (2): 75-84.

• KOFFKA, K. (1927) Princípios de psicologia da gestalt. São Paulo: Cultrix.

• MANOEL, E. DE J. and CONNOLLY, K. J. (1995). Varability and the development of skilled actions. International Journal of Psychology, 19: 129-47.

• PELAYO, P. (2002) De arte natandi to the science of swimming: biomechanical and pedagogical conceptions in swimming. (Abstract). IX World Symposium Biomechanics and Medicine in Swimming. França: Saint-Etienne. 21-23 June, p. 135.

• SCHMIDT, R. A.; WISBERG, R. D. (2001). Aprendizagem e performance motora: solução baseado no problema. Porto Alegre: Artmed.

• XAVIER FILHO, E. e MANOEL, E. DE J. (2002) Desenvolvimento do comportamento motor aquático implicações para a pedagogia da Natação. Revista Brasileira de Ciência e Movimento; 10 (2): 85-94.

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