Perfil antropométrico de indivíduos com déficit intelectual Perfil antropométrico de personas con déficit intelectual |
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Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS (Brasil) |
André Juliano de Araujo Flores Matias Noll |
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Resumo O presente trabalho tem como objetivo caracterizar uma amostra de indivíduos da população com Déficit Intelectual de uma escola de Educação Especial, quanto à composição corporal (IMC), estatura e peso segundo o sexo no Rio Grande do Sul. . Por este motivo adotou-se uma pesquisa de cunho quantitativo com uma amostra de 86 indivíduos, 46 do sexo masculino e 40 do sexo feminino com faixa etária entre 7 e 45 anos. Os resultados obtidos foram média etária de 18,5 anos, 1,56m, 56,1Kg e 22,0 de IMC para o grupo masculino. E média etária 20,3 anos, 1,48m, 50,8Kg e 23,1 de IMC para o grupo feminino. Os resultados sugerem que ambos os grupos estão dentro da normalidade no que diz respeito à idade, estatura, peso e IMC. Unitermos : Déficit intelectual. IMC. Educação Especial.
Abstract The present work has as objective to characterize a sample of individuals of the population with Intellectual Deficit of a school of Special Education, how much to the corporal composition (IMC), stature and weight according to sex in the Rio Grande Do Sul. For this reason a research of quantitative matrix with a sample of 86 individuals, 46 of masculine sex and 40 of the feminine sex with age bracket band between 7 and 45 years was adopted. The gotten results had been average age of 18,5 years, 1,56m, 56,1Kg and 22,0 of IMC for the masculine group. age average E 20,3 years, 1,48m, 50,8Kg and 23.1 of IMC for the feminine group. The results suggest that both the groups are inside of normality in what it says respecting the age, stature, weight and IMC. Keywords: Intellectual deficit. IMC. Special education.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 150, noviembre de 2010. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Hoje em dia o sobrepeso e a obesidade são problemas que atingem uma elevada porcentagem da população em geral de países industrializados. Estima-se que a nível europeu no ano de 2010 existam cerca de 150 milhões de adultos obesos (WHO 2007.). E a nível mundial cerca de 1,6 bilhões de pessoas (>15 anos) com excesso de peso e que pelo menos, 400 milhões são consideradas obesas (WHO. 2006.).
O excesso de peso e o sedentarismo estão intimamente associados a vários problemas de saúde, dentre eles: hipertensão arterial, aumento do colesterol, infarto do miocárdio, ansiedade, diabetes, obesidade, doenças músculo-esqueléticas. Guerra (2002) e Moreira e Sardinha (2003) acreditam ser de extrema importância a realização de estudos com base na referência dos valores da composição corporal, índice de massa corporal (IMC) e valores de massa isenta de gordura e massa gorda.
A obesidade é uma doença que tem origem multifatorial, ou seja, é resultado de um conjunto complexo de fatores e influências (McARDLE et al, 1996). Os fatores que podem causar a obesidade no indivíduo podem ser de ordem nutricional, genética, inatividade física e funções hipotalâmica e endócrina (POLLOCK e WILMORE, 1993).
É cada vez mais evidente a preocupação das pessoas com relação à prática de atividade física. Tal preocupação não se deve a razões meramente estéticas, mas também aos benefícios que o exercício regular pode proporcionar à saúde. Mesmo indivíduos que não são praticantes, na maioria das vezes, têm consciência de que a prática regular de exercícios físicos são benéficas (FLORES, A.J.A., 2007).Os indivíduos com Déficit Intelectual (DI), são um grupo específico de população onde pode se observar a prevalência de excesso de peso e também obesidade superiores às verificadas em populações adultas saudáveis ( FERNHALL, 1997).
A literatura realça a tendência deste grupo específico para a obesidade, o qual tem um risco elevado de hipertensão arterial, enfarte agudo do miocárdio e diabetes, consequentemente causando uma baixa expectativa de vida (EICHSTAEDT CB, LAVAY BW, 1992). Para agravar esta situação existem relatos que a população com DI, tem um estilo de vida sedentário (BALIC MG, 2000; RIMMER et al, 2004; JACKSON & THORBECK, 1982), do mesmo modo sugerem que indivíduos com Déficit Intelectual são mais propensos a desenvolver a obesidade que indivíduos sem DI. Foi observado que 28% dos homens e 38% das mulheres com Déficit Intelectual leve (QI entre 53 a 70) a moderada (QI entre 36 a 52) foram considerados obesos. Entretanto, os indivíduos com Déficit Intelectual severo (QI entre 21 a 35) e profundo (QI <20) os percentuais baixaram significativamente para 7% entre os homens e 14% entre as mulheres. Alguns fatores são apontados como possíveis causas para problemas de peso, dentre eles; falta de conhecimento nutricional, o estilo de vida sedentário, alimentação pobre, personalidade e fatores de comportamento (FOX & ROTATORI, 1982; BARROS, 1998; STANCLIFFE et al, 2001).
Cada vez mais são evidentes os benefícios do exercício físico sistemático em pessoas com DI (FRADOCA, 1999). Pessoas com DI fisicamente ativos apresentam um controle do peso corporal (RIMMER, HELLER, WANG et al, 2004), aumento da força muscular, menor percentagem de gordura total e gordura abdominal (DRAHEIM CC, WILLIAMS DP, MCCUBBIN JA. 2003) e ORDOÑEZ FJ, ROSETY M, ROSETY-RODRIGUEZ M.(2006) baixos valores de IMC e melhor condição cardiovascular. O IMC é recomendado pela OMS (1985) como um indicador da gordura corporal por ser um método rápido e basicamente sem custo nenhum.
Materiais e métodos
Amostra
A população alvo deste estudo foi composta por 86 indivíduos, 46 do sexo masculino e 40 do sexo feminino com faixa etária entre 7 e 45 anos, todos com Déficit Intelectual, ambos de etnia branca, residentes no Vale dos Sinos, região metropolitana de Porto Alegre – RS, matriculados e frequentando regularmente uma escola de Educação Especial. O Déficit Intelectual foi confirmado através da leitura do laudo dos médicos e psicólogos, arquivados nas pastas dos indivíduos pesquisados.
Procedimentos
Esta pesquisa se caracteriza por ser de cunho quantitativo, do tipo estudo de caso. A amostra foi selecionada a partir do programa SPSS 15.0 usando a aleatoriedade simples. A coleta dos dados foi realizada uma única vez para cada individuo da pesquisa pelo mesmo avaliador numa sala com temperatura em média de 18cº. Nesta avaliação foi utilizada para verificação da massa e estatura corporal dos escolares uma balança digital e estadiômetro da marca Filizola. Os alunos foram informados com antecedência sobre os procedimentos e trajes para a realização das avaliações, data, local, objetivos do estudo e os resultados foram preenchidos nas fichas de avaliação individual.
Tratamento estatístico
Para análise dos dados foi utilizada estatística descritiva, como média e desvio padrão. Para isto foi utilizado o programa SPSS 15.0.
Resultados e discussão
Em estudos epidemiológicos, o IMC é amplamente utilizado como indicador de adiposidade corporal (WANG ET al., 2002; VEIGA et al., 2004), dentre outros fatores, devido a sua fácil aplicação e forte relação com a gordura corporal (ETO et al., 2004; PIETROBELLI et al., 1998; MALINA; KATZMARZYK, 1999; EISENMANN et al., 2004). Outra justificativa é a existência de poucos estudos que utilizam o percentual de gordura como referência para esta população.
Após a coleta dos dados, os resultados foram analisados de acordo com o sexo (Tabela 1).
Tabela 1. Características biológicas dos 86 indivíduos com Déficit Intelectual, 2008
Sexo |
N |
Idade (média ± DP) Anos |
Estatura (média ± DP) m² |
Peso (média ± DP) Kg |
IMC (média ± DP) Kg/m² |
Masculino |
46 |
18,57 ± 8,31 |
156,82 ± 16,66 |
56,10 ± 20,66 |
22,06 ± 5,48 |
Feminino |
40 |
20,31 ± 10,77 |
148,13 ± 12,54 |
50,88 ± 18,31 |
23,14 ± 3,39 |
Neste estudo, notou-se que a média do peso corporal masculino foi maior em relação ao sexo feminino, em contrapartida a média do IMC masculino foi menor do que o feminino e que o grupo feminino é mais velho que o masculino, porém com uma diferença pequena. O grupo masculino tem uma estatura maior que o grupo feminino. Segundo WHO 2004 a classificação dos dois grupos pesquisados são considerados como normal. Todavia os estudos que classificam os indivíduos de acordo com o IMC são geralmente baseados numa população denominada como “normal” e não com indivíduos com algum tipo de DI.
Deve-se considerar que pessoas com DI e indivíduos “normais” são diferentes e que há necessidade de estudos populacionais e clínicos especificamente para estes indivíduos e que orientem um critério único, que além de identificar os indivíduos com maior probabilidade de excesso de gordura corporal, correlacione isto a risco de morte e doenças relacionadas ao sedentarismo.
Conclusão
Concluiu-se a partir dos dados coletados nesta pesquisa que nesta escola especificamente a população de alunos com DI estão dentro dos padrões de normalidade em relação ao IMC, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, não obstante devemos ter um olhar critico e mais aprofundado quando se trata deste grupo tão seleto, pois ainda nos dias atuais existem poucos estudos e pesquisas em relação a eles.
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Eichstaedt CB, Lavay BW. Physical activities for individuals with Mental Retardation - Infancy through adulthood. Human Kinetics Book. Champaign, Illinois. 1992.
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