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Nível habitual de atividade física da UPLAN 

n°1 do Município de Santo Ângelo, RS

Nivel habitual de actividad física de la UPLAN nº 1 del Municipio de Santo Angelo, RS

 

*Bolsista PIIC. Acadêmica do curso de Educação Física da URI, SA

**Prof Ms. do curso de Educação Física da URI, SA
(Brasil)

Joice Quaresma Perdonsini*

Carlos Augusto Fogliarini Lemos**

Viviana da Rosa Deon Maronesi**

clemos@urisan.tche.br

 

 

 

 

Resumo

          Estudos tem demonstrado que uma das formas de combate ao sedentarismo mais eficaz é a pratica de atividade física, mas apesar das pessoas receberem muitas informações sobre os benefícios da prática de atividades físicas, muitas ainda encontram-se resistentes em aderir um estilo de vida ativo, pois algumas não conseguem conciliar a rotina diária com a uma prática de atividades físicas, outras não encontram tempo, ou ainda, por falta de vontade. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo determinar o nível de atividade física da UPLAN n°1 do município de Santo Ângelo. A amostra totalizou 50 indivíduos adultos voluntários oriundos de 35 quadras sorteadas aleatoriamente da UPLAN n°1. O instrumento de coleta de dados utilizado foi o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) versão curta. Para análise de dados utilizou-se estatística descritiva (freqüência e freqüência percentual) e para verificar possíveis associações foi utilizado o teste Qui-quadrado, com significância de p<0,05. Os resultados apontaram que a maioria dos indivíduos cumpre as recomendações de atividade física ideal para a promoção da saúde, sendo classificados como. No entanto, uma considerável parcela não atingiu as recomendações ideais para a saúde, sendo 20% de sedentários e 18% de irregularmente ativos. Apesar de encontrarmos resultados positivos quanto ao nível de atividade física, ainda há muitas pessoas que não estão realmente conscientes dos benefícios que um estilo de vida ativo proporciona e de como o sedentarismo traz inúmeros danos à saúde tanto física como mental. É importante ressaltar que a maioria das pessoas presentes na amostra não possui nenhum impedimento para a prática. Dessa forma, aqueles que foram classificados como irregularmente ativos e sedentários simplesmente deixam de lado algo que pode ser fundamental para uma vida mais saudável e prazerosa. Para essas pessoas deve-se dar a possibilidade de um maior esclarecimento sobre a importância de uma rotina mais saudável, através de palestras e espaços oferecidos para a prática, além do acompanhamento de profissionais da Educação Física.

          Unitermos: Atividade física. Sedentarismo. Qualidade de vida.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 150, Noviembre de 2010. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O estilo de vida das pessoas está ficando cada vez mais sedentário, seja pela falta de oportunidade devido às atribuições diárias das pessoas em geral ou pelas facilidades que o modo de vida moderna proporciona as pessoas que são inúmeras, no entanto, as conseqüências da inatividade que ele pode trazer não são tão vantajosas, pelo contrário, podem ser desastrosas (LIMA, 2003).

    O sedentarismo é uma condição populacional que vem se disseminando ao longo dos anos (LIMA, 2003; NUNES e BARROS, 2004) e esta condição está diretamente exercendo influencia na qualidade de vida das pessoas, no que diz respeito ao estilo de vida, trazendo inúmeros danos para a saúde.

    Atualmente, as pessoas estão se movimentado cada vez menos, pois passam várias horas em frente à televisão, computadores, vídeo games. Utilizam-se de carros, escadas rolante e elevadores, o que tem contribuído para um estilo de vida sedentário e para o aumento das doenças crônico não transmissíveis como doenças cardiovasculares,diabetes, alguns cânceres, osteoporose, estresse, obesidade. (BAUMAN & OWEN, 1999; BUCHALLA E PASTORE, 2000; PITANGA, 2002; SOUZA e JÚNIOR, 2005).

    Estudos tem demonstrado que uma das formas de combate ao sedentarismo mais eficaz é a pratica de atividade física (BARETTA, BARETTA e PERES, 2007; NUNES e BARROS, 2004), mas apesar das pessoas receberem muitas informações sobre os benefícios da prática de atividades físicas, muitas ainda encontram-se resistentes em aderir um estilo de vida ativo, pois algumas não conseguem conciliar a rotina diária com a uma prática de atividades físicas, outras não encontram tempo, ou ainda, por falta de vontade.

    Isto fica evidente na pesquisa de Gonçalves et al. (2010) que investigaram as barreiras para a prática de atividade física por indivíduos sedentários onde concluíram que que a principal barreira para a prática foi a falta de gestão de tempo. Os indivíduos entrevistados mencionaram esta barreira no sentido de terem outras prioridades e ocupações que, de modo direto ou indireto, dificultam ou impedem de praticar. Estas ocupações estão relacionadas com a família, o número de horas de trabalho e o estudo. Outras barreiras também foram apontadas: as práticas ou atividades sedentárias, falta de força de vontade, experiências anteriores e insatisfação corporal.

    Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo determinar o nível de atividade física habitual da Unidade Administrativa de Planejamento Urbano (UPLAN) n°1 do município de Santo Ângelo.

Metodologia

    Este estudo caracterizou-se como uma pesquisa descritivo-exploratória, tendo como amostra (não probabilística intencional) 50 indivíduos adultos voluntários do município de Santo Ângelo-RS, oriundos de 35 quadras sorteadas aleatoriamente da UPLAN n°1 do município de Santo Ângelo. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) na forma curta (versão 8), validado por Matsudo et al (2001). Para análise de dados utilizou-se estatística descritiva (freqüência e freqüência percentual) e para verificar possíveis associações foi utilizado o teste Qui-quadrado, com significância de p<0,05.

Resultados e discussão

    Na caracterização da amostra verificaram-se indivíduos com média de idade de 44,2 + 10,31 anos, com idade mínima de 22 e máxima de 59 anos. A maioria da população corresponde ao sexo feminino (64%), são indivíduos casados (66%) possuem o ensino médio (42%) e exercem a função de funcionário público (68%). De acordo com as variáveis da pratica de atividade física, 64% dos indivíduos não realiza atividade física com freqüência, enquanto que 36% praticam atividade física com regularidade, ao mesmo tempo em que 92% dos sujeitos afirmam que não possuem nenhum impedimento para a prática.

    Dos indivíduos que praticam atividade com freqüência a se destacar que 38,9% realizam a um tempo superior a 24 meses e 33,8% praticam de 12 a 24 meses. Quanto à causa dos indivíduos praticarem regularmente atividade física, a maioria dos mesmos (77,8%) afirmou ser pela saúde, seguido pelo componente lazer.

    Na análise do nível de atividade física habitual pode-se observar na Tabela 1 que a maioria dos indivíduos adultos que participaram do estudo foram classificados como ativos (62%). Verificou-se que os mesmos cumprem uma ou mais das seguintes recomendações previstas pelo IPAQ, sendo atividades vigorosas por três ou mais dias na semana por no mínimo vinte minutos a sessão; atividades moderadas ou caminhadas por no mínimo cinco dias na semana e trinta minutos ou mais a sessão; qualquer atividade somada: cinco dias por semana ou mais totalizando cento e cinqüenta minutos de atividade na semana ou mais (caminhada + moderada + vigorosa).

Tabela 1. Classificação do Nível de Atividade Física

    Embora a grande a parte dos sujeitos foram considerados ativos a de se preocupar que uma considerável parcela da amostra (38%) foi classificada como irregularmente ativo/sedentários , pois não cumprem as recomendações quanto à freqüência ou duração, além disso, uma boa parcela dos indivíduos não praticam nenhum tipo de atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana. Este resultado demonstra uma grande apreensão, pois o sedentarismo resulta numa forte correlação do individuo desenvolver doenças como obesidade, hipertensão, diabetes, doenças cardíacas, entre outras (BAUMAN & OWEN, 1999; NIEMAN, 1999; NAHAS, 2003).

    Em um estudo realizado no Estado de São Paulo, constatou-se que aproximadamente 46% dos indivíduos atingem a recomendação atual de atividade física para promoção da saúde, porém levou-se em conta o grande percentual de indivíduos que não realizam atividade física dentro das recomendações atuais para a saúde. Dessa forma, deve-se considerar a importância de ações direcionadas principalmente para esses indivíduos (MATSUDO et al. 2002).

    Resultado preocupante foi na população adulta de Bogotá (Colômbia) onde encontrou 63,2% da amostra como irregularmente ativos e sedentários (GÓMEZ, 2005).

    Ao analisar o nível de atividade física de acordo com o sexo (Tabela 2), constatou-se que entre os homens a classificação sedentário (60,0%) foi a mais efetiva. Já as mulheres mostraram um número mais elevado na classificação ativo (71,0%) assim como na classificação irregularmente ativo (66,7%).

Tabela 2. Classificação do IPAQ quanto ao sexo

    A partir dos resultados obtidos em relação ao sexo, pode-se observar uma semelhança com a pesquisa realizada no Estado de São Paulo, onde o estudo concluiu que os indivíduos do sexo masculino apresentaram um índice mais alto de sedentarismo (9,7%) do que as mulheres (8,0%) (MATSUDO et al., 2002).

    Em outro estudo realizado no Município de Lages Santa Catarina (ARRUDA, 2005), com o intuito de verificar o nível habitual de atividade física dos homens e mulheres residentes no local, apesar de se utilizar um instrumento diferente, constatou-se na comparação entre os gêneros que os indivíduos do sexo masculino apresentaram maior índice de inatividade física (44,6%) do que as mulheres (30,9%), também mostrando uma semelhança com o presente estudo.

    O estudo que teve como público alvo os Universitários do curso de Educação Física da ULBRA – Canoas-RS, com o objetivo de descrever a freqüência e o percentual em relação às atividades físicas habituais (AFH). Nesse estudo ao contrário do que foi constatado no presente piloto, as mulheres apresentaram maior índice de inatividade (CRESCENTE et al., 2005).

    Também se verificou resultados diferentes no estudo sobre o nível de atividade física e fatores associados em adultos no Município de Joaçaba, Santa Catarina, no que diz respeito ao sedentarismo entre os gêneros, onde as mulheres aparecem como sendo mais inativas do que os homens, isso também foi constatado na população adulta de Bogotá (Colômbia) (BARETTA, BARETTA e PERES, 2007; GÓMEZ, 2005).

    Fatores sociais e culturais determinam diferenças marcantes quanto ao sedentarismo de acordo com o sexo, onde a maioria dos homens associa a prática de atividade física ao prazer, enquanto as mulheres praticam atividade física por questões de saúde, por orientação médica e estética. Além disso, os homens tendem a se envolver mais em atividades em grupos, como a prática de esportes, enquanto que as mulheres preferem atividades individuais, como caminhar e andar de bicicleta (MONTEIRO et al., 2003).

Tabela 3. Classificação do IPAQ em relação ao estado civil

    Quanto à classificação do nível de atividade física em relação ao estado civil (Tabela 3), verificou-se que os indivíduos sem acompanhante (solteiros, divorciados e viúvos) apresentam um índice maior em relação aos casados, tanto na classificação muito ativo (23,5% n=4), como ativo (47,1% n=8). Enquanto que os sujeitos com acompanhante mostraram um número mais elevado na classificação irregularmente ativo (18,2%, n=6) e na classificação sedentário (24,2% n=8).

    A mesma situação ocorreu em um estudo realizado no Município de Joaçaba, santa Catarina, onde os resultados indicaram que os com companheiro (casados) aparecem como sendo mais inativos (59,0%) do que os sem companheiro (outros) (53,2%) (BARETTA, BARETTA e PERES, 2007).

Conclusão

    A maioria dos indivíduos adultos presentes no estudo cumprem as recomendações de atividade física ideal para a promoção da saúde, sendo classificados como ativos e muito ativos. No entanto, uma considerável parcela (20% de sedentários e 18% de irregularmente ativos) não atingiu as recomendações ideais para a saúde.

    Em relação ao sexo os indivíduos do sexo masculino apresentaram um índice mais alto na classificação sedentário e as mulheres foram consideradas mais ativas e irregularmente ativas.

    Quanto ao estado civil, pode-se constatar que os sem acompanhante são na maioria ativos, enquanto que os com acompanhante foram classificados na maioria como sedentários.

    Apesar de encontrarmos resultados positivos quanto ao nível de atividade física, ainda há muitas pessoas que não estão realmente conscientes dos benefícios que um estilo de vida ativo proporciona e de como o sedentarismo traz inúmeros danos à saúde tanto física como mental.

    É importante ressaltar que a maioria das pessoas presentes na amostra não possui nenhum impedimento para a prática. Dessa forma, aqueles que foram classificados como irregularmente ativos e sedentários simplesmente deixam de lado algo que pode ser fundamental para uma vida mais saudável e prazerosa. Para essas pessoas deve-se dar a possibilidade de um maior esclarecimento sobre a importância de uma rotina mais saudável, através de palestras e espaços oferecidos para a prática, além do acompanhamento de profissionais da Educação Física.

Referências bibliográficas

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